Neste sábado, por conta do Dia Nacional da Consciência Negra, estou reproduzindo notícia do portal Brasil Atual sobre a eleição de Gilberto Gil para a Academia Brasileira de Letras, onde ele – acompanhado por Fernanda Montenegro, também recém-eleita – já tomou seu primeiro chá ontem, sexta-feira.
Alguns textos afirmam que Gilberto Gil seria o segundo negro em toda a história da ABL (o primeiro foi Machado de Assis), mas, segundo a notícia abaixo, a Academia conta, atualmente, com outro negro, o professor Domício Proença Filho. Eis a notícia:
O compositor e cantor baiano Gilberto Gil foi eleito na quinta-feira (11) o mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ministro da Cultura de 2003 a 2008, durante o governo Lula, o artista é um dos principais nomes do chamado movimento tropicalista, que representou uma revolução na música e na estética popular brasileira nos anos 1960.
Gil ocupará a cadeira de número 20, cujo patrono é o romancista Joaquim Manuel de Macedo, autor do clássico A Moreninha. Ao lado do professor e pesquisador da língua portuguesa Domício Proença Filho, o ícone da MPB será um dos dois representantes negros na entidade, que tem sede no Palácio Petit Trianon do Brasil, no centro da cidade do Rio de Janeiro.
Gilberto Gil deve assumir o posto na ABL em março de 2022. A cadeira 20 estava ocupada pelo acadêmico e jornalista Murilo Melo Filho, que morreu em maio de 2020.
A cadeira reservada ao novo imortal das letras do país já pertenceu também ao general Aurélio de Lyra Tavares (1905/1998). Ele foi ministro do Exército durante o período da ditadura civil-militar, da qual Gil foi vítima. Lyra assinou o Ato Institucional número 5, de 13 de dezembro de 1968, que piorou ainda mais a situação dos direitos humanos e a perseguição a intelectuais, ativistas e artistas.
Gil ficou preso de dezembro de 1968 a fevereiro de 1969. Após ser solto, seguiu confinado em sua casa até que, em julho, se exilou com o também cantor e compositor baiano Caetano Veloso em Londres. Nesse período, compôs Aquele Abraço, uma de suas obras mais conhecidas. A letra é uma espécie de hino de despedida do Brasil. No famoso verso “alô, alô, Realengo”, o artista cita o quartel em que esteve preso.