IVONE LARA E NILZE CARVALHO – “ACREDITAR”

Hoje, 16 de abril, está fazendo quatro anos que dona Ivone Lara finou-se, após alguns dias internada em um hospital. E, se não tivesse partido para o descanso eterno, ela teria completado 100 anos na quarta-feira, 13. Ou, no mínimo, 99 anos, já que, segundo fontes confiáveis, quando a menina Ivone tinha 10 anos, já órfã de pai e mãe, uma tia acrescentou um ano a mais à sua idade, para que ela pudesse ingressar em um colégio interno, onde ficou até os 17 anos.

Não por acaso, no dia 13 de abril comemora-se o Dia da Mulher Sambista. Afinal, dona Ivone foi uma das primeiras mulheres a integrar a ala de compositores de uma escola de samba que, até uns cinquenta anos atrás era um reduto predominantemente masculino. Ou um Clube do Bolinha, por assim dizer. 

A vida para dona Ivone (Yvonne Lara da Costa) não foi nada fácil. Boa parte de sua existência foi dedicada à enfermagem e à assistência social, profissões com as quais se sustentou até a aposentadoria, em 1977.

Assim como o pedreiro Cartola – outro gênio do samba – ela só gravou o seu primeiro disco quando já tinha quase 60 anos, em 1978, embora já fosse bastante conhecida no mundo samba desde 1965, quando compôs, com Silas de Oliveira e Bacalhau, o samba-enredo da Império Serrano, o clássico “Os Cinco Bailes da História do Rio”.

Conhecida entre os sambistas, dona Ivone só teve seu talento reconhecido pela crítica e pelo grande público um pouco antes de gravar seu primeiro disco, quando Maria Bethânia e Gal Costa gravaram “Sonho Meu” para o disco “Álibi”, da primeira.

Neste ano, o Dia da Mulher Sambista foi comemorado junto com o centenário de dona Ivone Lara, em um evento musical que reuniu vários artistas, entre eles a cantora Nilze Carvalho, considerada uma grande virtuose do cavaquinho. Nilze tem trabalhos individuais e também com o grupo Sururu na Roda, do qual faz parte.

De acordo com Nilze, “dona Ivone é um norte para todas nós que amamos e vivemos do samba e da música; temos que homenageá-la sempre”. No vídeo abaixo, dona Ivone e Nilze cantam “Acreditar”, uma das joias que a grande dama do samba nos deixou.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *