MARIA BETHÂNIA – “COMEÇARIA TUDO OUTRA VEZ”

Segundo levantamento do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), a música “Começaria Tudo Outra Vez” é uma das cinco canções mais executadas do compositor Gonzaguinha (Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior). As outras são “O que é, O que é“, “Lindo Lago do Amor“, “Mamão Com Mel” e “Maravida“.

Como se pode ver, clássicos como “Explode Coração” e “Sangrando” não estão na lista das cinco mais tocadas de Gonzaguinha, o que soa estranho, mas o Ecad é mesmo assim, meio estranho. De todo modo, “Começaria Tudo Outra Vez”, em suas várias interpretações, é uma das mais tocadas.

Uma dessas interpretações, a mais relevante talvez, está completando 40 anos. É a de Maria Bethânia, que foi gravada no disco “Pássaro da Manhã“. Antes, “Começaria Tudo Outra Vez” só tinha sido gravada pelo próprio autor, em 1977.

“Começaria Tudo Outra Vez” é um marco na carreira de Gonzaguinha, porque foi a primeira música da fase, digamos assim, mais romântica do compositor. Antes dela, Gonzaguinha era mais conhecido como autor de canções de protesto. Não por acaso, ele foi – ao lado de Chico Buarque e Taiguara – um dos compositores mais perseguidos pela censura da ditadura militar.   

Com o início da abertura, na segunda metade dos anos 70, Gonzaguinha abriu sua obra para outros segmentos, com canções ao mesmo tempo sofridas e agressivas, que focalizavam conflitos amorosos quase sempre irremediáveis, mas, algumas vezes amenizados pela possibilidade de um esperançoso recomeço. É o caso de “Começaria Tudo Outra Vez“.

É o caso, também, de “Explode Coração“, outra canção de Gonzaguinha, considerado o maior sucesso de Maria Bethânia. A música integra o LP “Álibi“, que, gravado por Bethânia um ano depois de “Começaria Tudo Outra Vez“, foi o segundo disco de uma cantora brasileira a ultrapassar a marca de um milhão de cópias vendidas. O primeiro foi “Claridade“, de Clara Nunes.

Escolhi o vídeo abaixo por ser um dos mais recentes. Nele, Bethânia canta um medley com “Começaria Tudo Outra Vez” e “Travessia“. E se tiverem tempo, ouçam também uma releitura de Cauby Peixoto (aqui), outro intérprete relevante da obra de Gonzaguinha.

7 comentários

  • Maria Bethânia com sua veia passional é a voz ideal pra cantar a fase romântica de Gonzaguinha,a sua fase engajada quem melhor cantou foi ele mesmo,até porque a maioria dessas músicas foram censuradas.

  • Gonzaguinha e Gonzagão,as diferenças entre pai e filho:Enquanto a música do filho é urbana e mais intelectualizada,as canções do pai são regionalistas e de temática bem popular,algumas até parecem canções do nosso folclore.E enquanto o filho era militante de esquerda e contra os militares,seu pai era conservador e até nutria alguma simpatia pelos generais.E em termos de temperamento,o filho tinha fama de ser mau humorado,enquanto o velho Lua irradiava simpatia.

  • E continuando,até fisicamente eles eram bem diferentes,enquanto o filho ostentava uma extrema magreza,o pai era mais pesado e tinha cara de lua cheia.Inclusive,há controvérsias sobre a filiação biológica entre os dois,eles nunca aceitaram fazer o teste de DNA para sanar as dúvidas.Entre pai e filho,além das diferenças gritantes também há um enigma.

  • Bispo de quem ?

    Tenho admiração pelos seus posts, realmente como pode um um ser tão entendido de música pode estar na inércia, sem crítica ao seus conhecimentos musicais, más dar mais de si para os mais jovens, nas antigas aqui em em nossa cidade tinha um concurso de música (seria isto Cardoso ?), era realizado no ginásio municipal de esportes, se apresentou uma banda de ICÉM (MG), me apaixonei pela vocalista, estamos juntos até hoje.
    E aí senhor da nossa querida POPULINA, faça isso ressurgir.

  • EscaNDINAVO

    Cardoso…Sinto que o A. Amâncio te completa.

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