MARIA BETHÂNIA – “SERRA DA BOA ESPERANÇA”

O carioca Lamartine de Azeredo Babo, falecido em 1963, com 59 anos, deixou uma extensa obra na música brasileira, que inclui marchinhas de carnaval, canções juninas como a famosa “Isto é Lá Com Santo Antonio”, e clássicos como “Serra da Boa Esperança” e “No Rancho Fundo”

Esta última foi composta em parceira com Ary Barroso. Em princípio, a música de Ary recebeu letra de um compositor chamado J.Carlos e o nome de “Na Grota Funda”. Depois de ouvi-la, Lamartine concluiu que era muita melodia para pouca letra. Ele resolveu, então, pedir permissão a Ary para escrever outra letra para a música, que concordou, nascendo daí “No Rancho Fundo”.

Lamartine é, também, o autor dos hinos de 11 clubes do futebol carioca, todos compostos na década de 1940. Além dos hinos dos quatro grandes clubes cariocas – Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo – ele compôs os hinos do América, Bangu, Madureira, Olaria, Bonsucesso, Canto do Rio e São Cristovão.

Apaixonado por futebol, Lamartine era torcedor fanático do América, daí que muita gente diz que o hino mais bonito de todos é exatamente o do América, que foi adaptado de uma música americana chamada “Row Row Row”. Pessoalmente, o hino que mais gosto é o do Fluminense: “Sou tricolor de coração, sou do clube tantas vezes campeão; fascina pela sua disciplina, o Fluminense me domina…”

“Serra da Boa Esperança”, a música que a Maria Bethânia incluiu em seu show “Amor Festa Devoção”, é de 1937 e, depois de um tempo esquecida, foi resgatada por Eduardo Dussek em linda interpretação, gravada em 1984.

Conta a lenda que Lamartine não era lá muito bonito e talvez por isso não costumava responder as cartas das fãs. Um certo dia, no entanto, ele recebeu uma linda carta de uma moça chamada Nair Oliveira Pimenta, da cidade mineira de Dores da Boa Esperança. 

Solteirão, Lalá trocou várias cartas com a moça e acabou se apaixonando por ela. Um dia, resolveu ir a Minas para conhecer Nair e então, para sua decepção, descobriu que ela não existia. O autor das cartas era, na verdade, um dentista brincalhão, fã de Lamartine. O dentista até tentou convencer uma de suas irmãs a se passar por Nair, mas ela não topou.

Apesar da decepção, Lamartine acabou se deslumbrando com a beleza do lugar e, inspirado na paisagem da Serra da Boa Esperança, ele escreveu os lindos versos da canção, que foi gravada pela primeira vez em 1937, por Francisco Alves.

Vamos ao vídeo: 

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