MARIA RITA – “ENCONTROS E DESPEDIDAS”

Ontem, 28, a minha neta mais nova – a Maria Rita, filha do Keko e da fotógrafa Lívia – fez aniversário, de modo que, a meu sentir, é oportuno que ouçamos a Maria Rita mais conhecida – a filha da Elis – cantando “Encontros e Despedidas”.

Na verdade, eu já escrevi aqui no blog, em julho de 2013, um pequeno texto sobre “Encontros e Despedidas”, acompanhado de um vídeo em que a Simone interpreta essa música, que é uma das mais belas da parceria Milton Nascimento e Fernando Brandt.

Considerando, porém, que isso já faz dez anos, quando minha neta Maria Rita nem pensava em aportar neste mundo conturbado, acho que um repeteco não fica mal.

A análise da letra dessa música permite, segundo os “entendidos”,  várias interpretações. Os espíritas, por exemplo, garantem que “Encontros e Despedidas” é uma referência ao espiritismo de Chico Xavier, mineiro como os autores (Milton nasceu no Rio, mas é mineiro por adoção).

Para os defensores da tese espiritualista, a relação é clara: quem perdeu um ente querido fica querendo notícias do outro, na outra dimensão da vida, ou seja, do lado de lá. E quem partiu pede um carinho, um abraço, uma lembrança boa, uma prece de quem ficou.

Ao mencionar que a vida é uma estação e todos os dias é um vai-e-vem, os autores estariam, segundo os espíritas, querendo dizer que muitos renascem enquanto outros desencarnam.

Para quem escuta atentamente a letra, pode perceber que os versos falam em sentido literal sobre o curso natural dos encontros e desencontros que todos nós encaramos no dia-a-dia, mas, sem dúvida, a letra abre espaço para uma interpretação espiritual e pode ser lida como uma metáfora para a vida após a morte.

Embora muita gente diga que “Encontros e Despedidas” foi lançada por Milton Nascimento no álbum homônimo de 1985, na verdade a primeira gravação foi da Simone, no disco Amar, de 1981. A Cigarra ainda viria a regravar essa canção outras duas vezes, em 2005 (com Milton) e 2008 (com Zélia Duncan), sempre ao vivo.

O próprio Milton também a regravou em 2013, em dueto com a cantora portuguesa Carminho. E o cantor sueco Johan C. Schütz, conhecido por cantar Jazz e Bossa Nova, fez a sua própria versão de “Encontros e Despedidas” em seu idioma nativo, que acabou sendo chamada de “Möten och avsked”.

Não obstante todas essas versões, foi a regravação de Maria Rita que tornou a música mais conhecida do grande público. E por um motivo bem simples: a releitura de Maria Rita, de 2004, foi o tema de abertura da novela “Senhora do Destino”, lançada pela TV Globo em junho daquele ano, com grande sucesso junto aos noveleiros.

Vejamos, então, Maria Rita cantando “Encontros e Despedidas”:

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