OS NOVOS BAIANOS – “NA CADÊNCIA DO SAMBA”

Alguns domingos atrás, no programa que apresento aos domingos na Regional FM, o Brasil & Cia, botei para rodar a Cássia Eller cantando um samba e, minutos depois, uma ouvinte ligou perguntando que música era aquela que a Cássia tinha cantado.

Era “Na Cadência do Samba”, uma parceria do Ataulfo Alves com o Paulo Gesta, lançado em 1962. Por sinal, existem dois sambas com esse mesmo nome. O outro, de autoria do Luiz Bandeira, foi lançado primeiro, em 1956.

Quem frequentou os cinemas nos anos 70 haverá de se lembrar do “Na Cadência do Samba” do Luiz Bandeira. O samba era a trilha sonora do famoso Canal 100, que mostrava lances de jogos de futebol, antes da exibição do filme da noite. “Que bonito é, as bandeiras tremulando, a torcida delirando…”. Não se lembra? Ouça a regravação do Casuarina, aqui, ou então veja o Canal 100 com o resumo de Brasil x Argentina, na Copa de 74, aqui.

O assunto do post, porém, não é o Luiz Bandeira, mas sim o Ataulfo Alves, que é nome de rua em Jales. Nascido em uma família muito pobre, na cidadezinha mineira de Miraí, em maio de 1909, Ataulfo morreu em abril – o mês cruel, segundo o Vinícius – de 1969.

Ataulfo é autor de sambas imortais, como é o caso de “Ai, Que Saudade da Amélia”, música que levou a palavra amélia aos dicionários. No Aurélio, por exemplo, significa “mulher que aceita toda sorte de privações e/ou vexames sem reclamar, por amor a seu homem”. No Priberam, “mulher meiga e serviçal”, e por aí afora.

Ele é também o autor – não posso deixar de registrar – da música preferida de um amigo deste blogueiro, o médico Joaquim Severino de Almeida: “Meus Tempos de Criança”, onde ele canta a saudade da professorinha que, lá no seu pequenino Miraí, ensinou-lhe o be-a-bá.

No vídeo, Os Novos Baianos emprestam uma nova roupagem ao samba “Na Cadência do Samba”.

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