PEDRO BENTO, ÍCONE DA MÚSICA SERTANEJA, MORRE AOS 84 ANOS

Tenho estado tão distraído com as boçalidades ditas pelo Bozzonaro e sua troupe neste início de governo que me passou despercebida a morte de um ícone da verdadeira música sertaneja.

Pedro Bento – que soltou seus trinados por mais de meio século com seu parceiro Zé da Estrada, falecido há dois anos – deixou este mundo cruel na quinta-feira passada, 03/01, aos 84 anos de idade, depois de dois meses internado com problemas no pulmão.

Nascido em Porto Feliz, cidade da região de Sorocaba, Pedro Bento (nome verdadeiro: Joel Antunes Leme) formou com Zé da Estrada (nome verdadeiro: Valdomiro de Oliveira) uma das principais duplas sertanejas do século passado, com repertório fortemente influenciado pelas canções rancheiras e guarânias paraguaias.

Formada em 1954, a dupla gravou seu primeiro disco em 1957, mas o primeiro grande sucesso só veio em 1959, com a música “Seresteiro da Lua”, composta pelos dois parceiros. “Dama de Vermelho”, música reciclada por pintassilgos mais contemporâneos, como Bruno e Marrone (em pout-pourri com “Tenho Ciúme de Tudo” e “Brigas”, aqui), foi outro sucesso lançado pela dupla.

Como compositor, Pedro Bento foi autor da versão de “Galopeira“, sucesso também nas vozes de Chitãozinho e Xororó. Como intérpretes, Pedro Bento e Zé da Estrada emplacaram músicas como “Luar do Sertão”, “Boneca Cobiçada”, e “Mágoa de Boiadeiro”, esta última lançada em um festival de 1967.

Durante algum tempo, a dupla virou trio, com a inclusão do acordeonista mineiro Celinho (Célio Cassiano Chagas). Com essa formação eles gravaram canções imortais como “Recordação”(aqui), que meu pai ouvia sem parar.

Outro sucesso da dupla foi “Flor da Lama“, que Milionário e Zé Rico regravaram (aqui) no disco “Lembrança” que é, na minha opinião, o melhor deles.

No vídeo abaixo, Pedro Bento e Zé da Estrada cantam “Mágoa de Boiadeiro“:

1 comentário

  • resumindo

    fazia tempo que não lia a palavra troupe escrita corretamente, não por culpa do blogueiro… quem sabe assimilem… ficará faltando hein / em e mas / mais…

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