SANDRA PERA E ZECA BALERO – “NA HORA DO ALMOÇO”

Sandra Pêra foi uma das seis integrantes do grupo As Frenéticas, que fez sucesso na segunda metade dos anos 70. O grupo surgiu de forma curiosa. Nelson Motta, que estava inaugurando uma casa de dança no Rio de Janeiro, batizada com o nome de Frenetic Dancing Days, teve a ideia de contratar algumas garçonetes que sabiam cantar para que, a certa altura da noite, elas subissem ao palco e cantassem umas quatro ou cinco músicas.

Sandra Pêra, que era cunhada do Nelsinho (ele era casado com a atriz Marília Pera) gostou da ideia e convidou algumas amigas para participar do projeto. O grupo recebeu o nome de As Frenéticas, numa referência ao nome da danceteria, e fez tanto sucesso que as moças logo abandonaram o uniforme de garçonete.

O grupo durou até 1984 e, depois de desfeito, Sandra chegou a gravar um disco solo, que não emplacou. Desde então, ela não gravou mais nenhum álbum e somente agora, após um hiato de 38 anos, está voltando ao mercado fonográfico com o álbum “Sandra Pêra em Belchior”, numa incursão ao repertório do falecido compositor cearense.

A escolha de Belchior não ocorreu por acaso. Conta a lenda que Sandra e Belchior chegaram a ter um breve romance, algo que ela desmente. O que Sandra não desmente é que Belchior teria se inspirado nela para escrever “Medo de Avião”, já que ela tinha pavor de avião.

Romance mesmo, pra valer, Sandra teve com outro compositor igualmente famoso: Gonzaguinha, com quem ela teve uma filha – Amora Pêra. À época, Gonzaguinha era casado com sua primeira mulher, Ângela, com quem teve dois filhos – Daniel e Fernanda. O dado curioso é que, mais tarde, Sandra e Ângela se tornaram amigas, enquanto as filhas se tornaram irmãs de fato.

E se Belchior fez “Medo de Avião” para Sandra, Gonzaguinha não poderia ficar atrás. “Na hora que eu estava entrando na sala de parto, ele pegou o toca fitas e colocou no meu ouvido a gravação de ‘Eu Apenas Queria Que Você Soubesse’. A letra tem muito a ver comigo…”, conta Sandra.

Ela conta também que, por coincidência, conheceu Gonzaguinha em um avião. “Quando conheci o Gonzaga, fiquei louca por ele e aí começamos uma história maravilhosa. A gente se encontrava, ele era um cara lisonjeiro, que sabia seduzir muito bem, com elegância. Quando engravidei, ele me perguntava o que eu queria dele, eu dizia que não queria nada. Eu era loucamente apaixonada por ele, mas não queria virar a mulher dele, não queria aquele papel”.

No álbum lançado recentemente, Sandra conta com alguns convidados especiais.  Com Ney Matogrosso, ela faz dueto em “Velha Roupa Colorida”. Com Juliana Linhares canta “Galos, Noites e Quintais”. Tem a participação do grupo vocal Chicas, do qual sua filha Amora faz parte, na música “Pequeno Mapa do Tempo”. E tem, ainda, Zeca Baleiro.

Confiram, no vídeo abaixo, as performances de Sandra e Zeca, cantando “Na Hora do Almoço”:

1 comentário

  • Cleverson

    Eu era chamado de Belchior por um amigo querido na faculdade devido as circunstâncias e de tambėm eterno Apaixonado por este mesmo amigo. Bem ou mal, ainda continuo Belchior

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