NEM OS CORRUPTOS ESTÃO SUPORTANDO A CORRUPÇÃO
Em 1992, ela e o então marido deixaram o Palácio do Planalto, acusados de corrupção. A ex-primeira dama foi acusada, entre outras coisas, de usar dinheiro público para pagar as viagens a Brasília de sua mãe de santo e sua estilista preferidas. A notícia é do blog Cada Minuto:
“Nós temos que plantar coisas boas para colher bons frutos, mas no atual governo isto não está acontecendo”, foi o que disse Rosane Malta, vestida com uma camisa amarela com os dizeres “Fora Dilma”. A ex-primeira-dama do governo de Fernando Collor (PTB) se camuflou bem na multidão que protestava contra a corrupção e pela moralidade e a legalidade no poder público. Mas quem conhece a história bem sabe como a então Rosane Collor se comportou quando teve a oportunidade de semear o dinheiro público para produzir frutos que alimentariam a população pobre do Brasil.
Alvo da CPI da Fome, de 1993, a polêmica ex de Collor foi condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a devolver quase R$ 2 milhões aos cofres públicos, fruto de irregularidades cometidas na compra de alimentos, quando esteve à frente da extinta Fundação Legião Brasileira de Assistência (LBA).
A decisão do TCU, de 3 de março de 2010, concluiu pela condenação de Rosane ao pagamento de R$ 1,8 milhão por “omissão em ato antieconômico”. O Blog não conseguiu apurar se os valores já foram pagos. Mas o processo dá conta da deterioração de 53,5 toneladas de alimentos adquiridos pela fundação para serem distribuídos às populações carentes dos estados de Goiás e do Maranhão. E o TCU entendeu que Rosane tinha deixado de aplicar sanções a empresas que venderam os alimentos, dos quais 25% estavam deteriorados pouco mais de dois meses do recebimento e a quatro meses do prazo de validade.
Não bastasse este problema, a LBA administrada por Rosane deixou de comprovar a entrega de cestas básicas no Amapá. E pagou indevidamente, no Tocantins, por 43 toneladas de feijão e não foi encontrada a documentação que comprovaria a distribuição de mais de 3 toneladas de leite em pó.
Além disso, a militante que repudiou a roubalheira na Petrobras teve julgada irregular suas contas à frente da fundação, após o TCU identificas a “concessão irregular de passagens aéreas para prestadores de serviços pessoais à presidente da LBA”. Ao negar provimento ao recurso de Rosane, o relator do processo julgado em 2001, ministro Benjamin Zymler, rebateu os argumentos da defesa, que alegava a impossibilidade de Rosane ter conhecimento de todos os atos cometidos por seus subordinados, pois alegava ser uma agente meramente política à frente da LBA.
Mas o ministro ressaltou que pagar passagens aéreas para levar costureira, mãe de santo e estilista a Brasília indicaria o flagrante da ilegalidade e da ausência de boa-fé da gestora.
Reportagens do Jornal do Brasil, em 1991, resultaram no afastamento de Rosane da LBA. As matérias mostravam o favorecimento de familiares da primeira-dama, a exemplo do irmão mais velho Pompílio, com o recebimento de 59 milhões de cruzeiros para um não comprovado fornecimento de água em carros-pipas para combater a seca em Canapi. Outros cerca de 35 milhões de cruzeiros foram entregues à Construtora Malta com o mesmo objetivo de combater a seca em Mata Grande, por meio da empresa da família de Rosane.
A exposição destes fatos pode não desqualificar a suposta manifestação de cidadania de Rosane Malta, mas serve para mostrar aos seus admiradores que o Brasil de hoje não é tão diferente daquele de 25 anos atrás.
Nas palavras da própria Rosane, ao ser entrevistada pelo CadaMinuto no protesto do último domingo (15): “O que está acontecendo com o nosso Brasil é um absurdo. O escândalo da Petrobras é mais que uma prova que as coisas não podem ficar do jeito que estão”.
Não podem mesmo é ficar do jeito que sempre estiveram.