Blog do Cardosinho

Eis a capa do Jornal de Jales deste domingo, que destaca carta aberta da médica Sandra Marcondes Carazzo, na qual ela anuncia o seu desligamento da unidade de atendimento à covid-19, que funciona no antigo Pronto Socorro. Profissional transparente e dedicada, a doutora Sandra foi uma combatente incansável da covid em Jales, como contratada da Prefeitura. Na carta, ela diz que a Prefeitura está considerando reduzir a equipe médica do chamado “covidário”, mantendo a mesma carga horária, o que significa sacrifício ainda maior dos profissionais da saúde, de modo que ela está se dando “o direito de não concorrer para a vaga de um trabalho totalmente exaustivo”.

Destaque, igualmente, para o rasante do secretário estadual de Agricultura, Itamar Borges, que esteve em Jales na sexta-feira, 20. Aqui em nossa pacata urbe, o “beijoqueiro” reuniu-se com técnicos da Cati, da Defesa Agropecuária e das secretarias municipais da região, além de prefeitos e vereadores e até pesquisadores da Embrapa. Pelo menos três ex-diretores do Escritório de Desenvolvimento Rural de Jales – Neli Meneghini Nogueira, Braz Valdir Tomaz e Luís Antonio Pedrão – que dirigiram o órgão nos últimos anos, manifestaram em público a confiança no trabalho de Itamar.

O aniversário de 35 anos da Rádio Antena 102, comentado no editorial do jornal; o artigo dos advogados Gustavo Balbino e Otto Artur de Moraes sobre a criação da taxa de coleta do lixo e outros dois tributos; os voluntários que irão pedalar 700 quilômetros para arrecadar doações ao Hospital de Amor; a Conferência Regional de Advocacia, que ocorrerá em Jales no dia 27 de agosto; a romaria virtual e a carreata realizadas no domingo passado pela Igreja Católica; e a Jornada da Educação Infantil, que está sendo realizada em Jales, são outros assuntos do JJ.

Na coluna Fique Sabendo, o jornalista Deonel Rosa Júnior fala de um assunto que, em tempos de pandemia, ganha ainda mais importância. O colunista informa que, em Fernandópolis, um vereador está questionando o valor das taxas de sepultamento cobradas pela Prefeitura, que chegam a R$ 487,00. O vereador Daniel Arroio(PSD) realizou uma pesquisa informal e chegou à conclusão de que ser sepultado em Fernandópolis não é um bom negócio. Segundo o nobre edil, as taxas de um sepultamento custam bem menos em Jales (R$ 160,20) e em Votuporanga (R$ 265,00). E tem mais: se alguém quiser reformar o túmulo de um familiar, pagará R$ 83,15 em Fernandópolis e R$ 25,00 em Votuporanga. Em Jales não pagará nada.

Não é pra sentir saudade? A foto acima é de abril de 2016, um mês antes da ex-presidenta Dilma Rousseff ser afastada da presidência. Como se vê, a gasolina era vendida, aqui em Jales, a R$ 3,28.

Transcorridos pouco mais de cinco anos, a gasolina está custando R$ 5,98 no mesmo local – o Posto Brasil – um aumento de 82,3%. No mesmo período, o salário mínimo teve um aumento de 25%, passando de R$ 880,00 para R$ 1.100,00.

Em alguns postos de Jales, a gasolina está custando R$ 5,999, ou seja, R$ 6,00 por litro, depois de um aumento de 20 centavos nesta semana. Para encher um tanque do carro com 50 litros, os jalesenses desembolsam de R$ 299,00 a R$ 299,95, o que representa 27,2% do salário mínimo.

Em algumas cidades do estado, a gasolina já passa dos R$ 6,50. No Rio de Janeiro, alguns postos já comercializam o combustível a R$ 7,05, enquanto em Minas Gerais o preço chegava a R$ 6,75. Os dados são de pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo, referente ao período de 15 a 21 de agosto.

Não foram apenas os combustíveis que tiveram altas expressivas no governo Bolsonaro. A comida também está bem mais cara. Levantamento do pesquisador e economista da FGV, Ibre Matheus Peçanha, mostra que o popular “prato feito” do brasileiro subiu nada menos que 22,57% em um ano.

Entre as maiores altas, destaque para o aumento do preço do arroz (37,5%), das carnes bovinas (32,69%), do tomate (37,24%), do frango inteiro (22,73%), e dos ovos (13,5%). No mesmo período, o Índice de Preços ao Consumidor da FGV avançou 8,75%.

Enquanto os preços disparam nos postos de combustíveis e nos supermercados, o nosso beligerante presidente, ao invés de trabalhar, passo o tempo distraindo seu gado com bobagens como voto impresso, impeachment de ministro do STF e motociatas.

No jornal A Tribuna deste final de semana, a principal manchete destaca que o prefeito Luís Henrique Moreira(PSDB) deverá se reunir com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, para tratar dos rumores sobre o fechamento da Delegacia da Polícia Federal em Jales. A reunião está confirmada para a próxima terça-feira, 24, em Brasília. O jornal já tinha adiantado em sua edição do dia 08 de agosto que o prefeito tinha solicitado uma reunião com o ministro, que foi intermediada pelo deputado Fausto Pinato, do mesmo partido de Ciro. O jornal apurou através de fontes fidedignas que a superintendência da PF em SP pretende fechar as delegacias de Jales e Cruzeiro, as menores do Estado.

O jornal está destacando também que, transcorridos 19 meses desde que a Prefeitura autorizou o início das reformas que estão sendo feitas na Praça “Euphly Jalles”, o governo Bolsonaro, através do Ministério do Turismo, repassou apenas 24,5% do valor da obra, que deverá custar R$ 1,5 milhão. No fim de abril, o secretário municipal de Obras, Manoel Andreu de Aro, informou à Câmara Municipal que a demora na execução da obra se deve principalmente ao atraso na liberação dos recursos, isentando a empresa Max Construções, responsável pela reforma. Até agora, a empresa recebeu R$ 287 mil.

O convênio firmado entre a Prefeitura e o Corpo de Bombeiros, que aumentará a oferta de serviços de atendimento pré-hospitalar; a volta da “Semana do Freguês”, que está sendo anunciada pela ACIJ; a vacinação de adolescentes de 16 e 17 anos com comorbidades; a Conferência Regional de Advocacia, que será sediada pela OAB de Jales, no dia 27 de agosto; o refrigerador científico para armazenamento de vacinas, doado pela Elektro à Prefeitura de Jales; a prisão de um grupo que aplicava golpes com cartões bancários; e o leilão de gado em prol da Santa Casa, previsto para o dia 23 de outubro, são outros assuntos de A Tribuna.

Na coluna Enfoque, escrita por este aprendiz de blogueiro, uma recomendação a quem interessar possa, para que não se convide o prefeito Luís Henrique e o provedor da Santa Casa, Toshiro Sakashita, para o mesmo churrasco. Há cerca de dois meses, Toshiro tomou a iniciativa de informar a Câmara que já tinha enviado 33 ofícios à Prefeitura para cobrar uma dívida, sem resposta. E, nesta semana, durante entrevista radiofônica, afirmou que a Prefeitura de Jales é a única que não cumpriu a promessa de repassar recursos ao hospital, para ajudar no atendimento a pacientes com covid. Porta-vozes do prefeito já avisaram que ele deverá usar o mesmo microfone amigo para rebater Toshiro. 

O juiz Ricardo Palacin Pagliuso – que é da Vara Única de Auriflama, mas estava substituindo aqui em Jales, na Vara Especial Cível e Criminal – julgou improcedente a ação do jornalista Betto Mariano contra o comerciante Ednerito Rodrigo Saciente (ao lado). A decisão é da sexta-feira da semana passada, 13.

Na ação, o jornalista pediu uma indenização de R$ 44 mil por danos morais, o que foi negado pelo magistrado. O pomo da discórdia foi um áudio divulgado por Ednerito em um grupo de comerciantes no whatsapp, no qual ele diz que Betto teria “levado um cacete do dono de um bar”.

Betto argumentou que o áudio representou injúria e ameaça a ele, mas o juiz descartou a injúria, uma vez não ter ficado comprovado que Ednerito tenha agido com dolo ao propagar o fato – verídico ou não – a um grupo restrito de amigos.

O magistrado descartou também a suposta ameaça contida no áudio. “A ameaça, por sua vez, é a promessa de mal real e injusto à vítima. Ou seja, para que seja configurada a ameaça, o agente deve referir-se a fatos futuros”. No áudio, Ednerito se referia a fatos passados.

“Apesar de infelizes, as colocações feitas pelo réu, que aparentemente não foram lastreadas em fatos reais e verídicos, não houve lesão à honra do autor”, escreveu o magistrado.

Betto, que está sendo representado pelo advogado Leandro Caravieri Martins, poderá recorrer ao Colégio Recursal.