APROXIMAÇÃO BRASIL E ÍNDIA É MERA PROPAGANDA, DIZ PROFESSOR DE HISTÓRIA ECONÔMICA

Deu no portal Brasil de Fato:

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido) e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi celebraram no sábado (25) a assinatura de acordos entre os dois países. Apesar da propaganda difundida por ambos nas redes sociais, oito dos 15 documentos firmados são Memorandos de Entendimento, atos regidos de forma simplificada que apenas registram princípios gerais de relações entre países, mas não geram nenhum tipo de obrigação no âmbito do Direito Internacional.

Esta é a primeira viagem internacional do presidente no ano. O encontro bilateral foi confirmado durante a Cúpula dos Brics, que reuniu representantes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, em novembro de 2019, em Brasília (DF).

Modi é o político com quem Bolsonaro demonstra maior afinidade no bloco, segundo analistas. Assim como o presidente brasileiro, o primeiro-ministro indiano aposta em slogans que evocam o patriotismo e a religiosidade. O partido dele representa o nacionalismo hindu e é acusado de promover perseguição a minorias religiosas na Índia.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Alexandre de Freitas Barbosa, professor de História Econômica no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP), relativizou a importância dos termos que seriam assinados durante a visita. “A aproximação com a Índia é mera propaganda, sem qualquer embasamento real. O fluxo de comércio entre os dois países é ridículo. O Brasil exporta poucas commodities, como soja e petróleo, enquanto que a Índia vende para o Brasil alguns poucos medicamentos”, analisou.

Com 1,4 bilhão de habitantes, a Índia tem a segunda maior população mundial e é a sétima maior economia do planeta. Em 2019, o Brasil teve um déficit comercial de US$ 1,49 bilhão na relação com o país asiático, o que significa que gastou mais com importações do que arrecadou com exportações. 

Os principais investimentos indianos no Brasil são no setor de transmissão de energia, agrotóxicos e fabricação de veículos pesados. O Brasil, por sua vez, realiza investimentos em solo indiano nas áreas de motores elétricos, terminais bancários e componentes de veículos pesados.

3 comentários

  • Precisamos deles!

    Como desprezamos o mercado da Índia. Priorizamos Cuba e Venezuela, Moçambique ? Esta é uma das explicações do nosso subdesenvolvimento e da falta de realismo econômico usando o nosso dinheiro, produtos e serviços para favorecer países com base em ideologia de compadres e não no realismo do mercado.
    O governo Bolsonaro vai abrindo mercado e parcerias para nossos produtos de forma geral. Isto sim representa um passo importante para a geração de empregos.
    Bolsonaro e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, assinaram quinze memorandos de entendimento para parceria entre os dois países nas áreas de biocombustíveis e cibersegurança.
    Bolsonaro e Modi se reuniram para analisar como ampliar a aliança estratégica e incrementar os US$ 6 bilhões que atualmente a Índia investe no Brasil, e o US$ 1 bilhão que o Brasil investe na Índia

  • O passado petista e do atual Bolsonaro

    Depois de ver o governo brasileiro fazer empréstimos via BNDES e bancos privados a países de América Latina, Caribe e África, por 12 anos. As práticas foram consideradas irregulares pelo TCU e começaram em 2003, durante o governo do Lula (de 2003 a 2010), e cessaram em 2015 no governo de sua sucessora, no segundo mandato de Dilma
    O objetivo era que as nações que recebessem a verba contratassem empreiteiras brasileiras. Fiador destes financiamentos, o governo brasileiro concedeu descontos –irregulares, segundo o TCU– da ordem de pelo menos R$ 735 milhões.
    Se o país estrangeiro segurado não pagasse sua dívida com o BNDES ou outras instituições financeiras do Brasil, quem pagaria é o governo brasileiro. Foi o que aconteceu com empréstimos concedidos a Moçambique e Venezuela.
    Será que melhoramos entre o passado petista e do atual Bolsonaro?

  • Sérgio

    Que é propaganda todos sabemos. Mas o “GADO” acredita.

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