ARTIGO: “ELEITO PELA LAVA JATO, BOLSONARO PREPARA O FUNERAL DA LAVA JATO”

Duas semanas atrás, o presidente avisou que uma bomba que estava “para estourar” em “uma pessoa importante que está do meu lado”. Ele se referia a Hélio Negão. Esse seria, segundo a revista Veja, o verdadeiro motivo pelo qual Bolsonaro trocou o superintendente da PF no Rio de Janeiro.

É também por isso que Bolsonaro quer demitir o diretor-geral da PF, indicado por Sérgio Moro. E o imparcial de Curitiba calado, assistindo a tudo. O artigo abaixo, sobre Bolsonaro e a Lava Jato, é do jornalista Leonardo Attuch, editor do Brasil 247:

Ninguém em sã consciência questiona o fato de que Jair Bolsonaro só é presidente da República em razão da Operação Lava Jato. Não fosse a destruição econômica, a criminalização da política e, evidentemente, a prisão do ex-presidente Lula, o capitão reformado jamais teria se viabilizado na disputa presidencial de 2018.

O ataque ao setor de engenharia e à cadeia produtiva de óleo e gás, que deixou um rastro de milhões de desempregados, criou as condições materiais para o desconforto que fomentou o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef. O ataque indiscriminado ao sistema político reforçou a percepção de que todos os políticos são ladrões e que apenas alguém “de fora do sistema” seria capaz de moralizar o Brasil.

Fora isso, operações seletivas foram feitas até a véspera das eleições para minar a competitividade de Fernando Haddad, do PT, como já foi demonstrado pela Vaza Jato. De mais a mais, a preferência dos procuradores de Curitiba por Bolsonaro já é um fato público e notório.

O que a turma de Curitiba imaginava era que um eventual governo Haddad usaria os instrumentos do poder para “minar a operação” e libertar o ex-presidente Lula. Um tremendo erro de cálculo. Haddad seria cercado pela mídia corporativa e pressionado a manter sempre uma “postura republicana” diante do aparelho repressivo do Estado. Bolsonaro, que entrega ao capital sua agenda econômica, tem conseguido desmoralizar a Lava Jato e, efetivamente, “estancar a sangria”.

O episódio mais recente foi a escolha de Augusto Aras como novo procurador-geral da República. Bolsonaro quebrou a tradição, aberta pelos governos petistas, de escolher o mais votado pela lista tríplice dos procuradores. Em suas manifestações recentes, Aras questiona a espetacularização das ações do Ministério Público e a destruição econômica causada pela Lava Jato – tendo acertado nos dois casos.

Fora isso, Bolsonaro também enterrou o “republicanismo” na intervenção que fez na superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro. E seu ministro Sergio Moro está tão escanteado que já foi aconselhado a se demitir até pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. 

É um desfecho tão irônico que nada melhor do que o tweet do colega Rodrigo Vianna para encerrar este artigo:

1 comentário

  • Em casa, Vaccari critica Moro e diz que ‘cumpriu a vontade do partido’

    Certamente a troca do superintendente da PF/RJ, a escolha de Aras (na PGR) e talvez a demissão do diretor da PF não vão acabar com a Lava Jato que tem 5 anos. A Lava Jato não é de Moro. É dos brasileiros!!!
    O indulto natalino, assinado por Temer, soltou o ex tesoureiro do PT para ficar com tornozeleira eletrônica, em casa. Esse indulto reduziu em 24 anos a sua pena. Os corruptos estão em festa. Um a menos na cadeia. Vaccari disse que foi preso injustamente, e agradeceu à militância por enfrentar ‘a guerra implementada contra nós’ kkkkkk
    Fazer o que cara fez e ficar 5 anos em cana, é muito pouco. Aqui o crime compensa. Depois dizem que esse país é sério. É gozado, ninguém beneficia o Marcola, o Fernandinho Beira Mar.
    Isso, sim! É para desmoralizar à Lava Jato

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