CAMPINAS TERÁ O TERCEIRO PREFEITO EM SETE DIAS

Se o prezado visitante está achando que o entra-e-sai de prefeitos em Jales já virou palhaçada, então veja o caso de Campinas. A notícia é do EPTV:

Por 29 votos a favor e quatro contra, os vereadores aprovaram na sessão desta quarta-feira (24) o afastamento temporário do prefeito Demétrio Vilagra por 90 dias. Pelo mesmo placar, aprovaram também a abertura de uma Comissão Processante (CP) contra o petista, que assumiu na terça-feira (23), após a cassação de Hélio de Oliveira Santos (PDT) por 31 votos a 1, na madrugada de sábado. Foram votados os requerimentos protocolados pelo vereador Valdir Terrazan (PSDB). O outro, de autoria do presidente do PSOL Campinas, Paulo Búfalo, foi retirado da pauta.

Com a saída de Vilagra, toma posse o presidente da Câmara, Serafim Júnior (PDT), assim que o afastamento for publicado no Diário Oficial do Município, o que deve acontecer até segunda-feira (29). Ele pode ficar no cargo por até três meses, prazo que a CP tem para analisar o pedido de cassação e emitir o relatório final. Caso aponte pela perda do mandato, é necessário o voto favorável de pelo menos 22 dos 33 vereadores para que Vilagra seja cassado. Neste caso, é necessário convocar eleições em Campinas.

Coincidentemente, dois dos vereadores que participaram da CP da cassação de Dr. Hélio foram sorteados também para a nova comissão: Rafa Zimbaldi (PP) e Zé do Gelo (PV). Novamente, os dois serão também presidente e relator, respectivamente. O terceiro sorteado foi Sebá Torres (PSB).

Nos dois requerimentos, votaram contra os vereadores Angelo Barreto, Jaírson Canário e Josias Lech, do PT, e Sérgio Benassi, do PCdoB.

Vilagra foi apontado pelo promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) como um dos principais suspeitos da quadrilha que cobrava propinas no Caso Sanasa, ao lado da ex-primeira-dama Rosely Nassim Santos. Ele chegou a ser preso na megaoperação, depois de ficar seis dias foragido. Após os escândalos, pediu a exoneração de cargo de presidente da Ceasa Campinas. Por ter foro privilegiado agora, a investigação passou a ser conduzida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) assim que passou a ser prefeito.

A oposição justificou o pedido sob a alegação de que Vilagra responde às mesmas denúncias que levaram à cassação de Dr. Hélio. O advogado do petista rebate e disse, antes do início da sessão desta quarta-feira, que a Câmara deveria ter arquivado os pedidos de CP e de afastamento. “Nenhum dos pedidos aborda um fato cometido sobre o exercício do mandato”, disse Hélio Silveira, sobre o fato de Vilagra ter assumido a prefeitura há menos de dois dias.

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