Blog do Cardosinho

Logo depois dos tiros, Tarcísio afirmou que sua caravana teria sido alvo de um atentado. Agora se sabe que foi a equipe dele quem atirou e depois tentou forçar um cinegrafista a apagar o que tinha filmado. Deu no portal da Fórum:

O cinegrafista Marcos Andrade, da Jovem Pan, afirmou em entrevista ao repórter Artur Rodrigues, da Folha, que filmou um agente da Abin e policiais à paisana, da equipe do próprio Tarcísio de Freitas, disparando tiros em Paraisópolis, numa ação que matou um jovem desarmado chamado Felipe Silva de Lima, de 28 anos.

O cinegrafista também afirmou que a campanha de Tarcísio pediu sua cabeça, cobrando a sua demissão da Jovem Pan, e relatou pressões da própria emissora, que teria pedido que ele gravasse um vídeo em apoio ao candidato. Por fim, Marcos Andrade disse estar com medo: ‘você não sabe com quem está lidando‘.

Andrade diz que, quando chegaram na base da campanha de Tarcísio alguém chegou pra ele e disse: ‘vamos lá em cima [que querem falar com você]’.

Eu achei esquisito. Ficou uma dúvida, e na dúvida grava. Eu não estou com a câmera na mão. Peguei meu celular e fui gravando áudio com celular na mão”, disse.

O sujeito que se aproxima pra falar com ele, que posteriormente foi identificado pelo site The Intercept como Fabrício Cardoso de Paiva, um agente licenciado da Abin que foi reconhecido também por Andrade por meio de fotografias, chega e pergunta o que ele havia filmado e pede que ele apague as imagens, que já haviam sido enviadas à emissora.

“Pode ser que [Tarcísio] estivesse no ambiente, mas não na conversa. A conversa foi de pé de orelha. Minha opinião [sobre o motivo da ordem] é que alguém que estava lá que não devia estar. É isso”, afirma.