DITADURA MILITAR ABAFOU APURAÇÃO DE CORRUPÇÃO NOS ANOS 70

Muitos brasileiros estão se aproveitando da liberdade de opinião que lhes proporciona a democracia para – alguns por ingênuos, outros por desinformados e muitos por imbecis mesmo – pedir a volta da ditadura, com o argumento de que no tempo do regime militar não tínhamos corrupção.

Ledo e Ivo engano! Na ditadura havia, sim, corrupção. A diferença é que ela não era investigada e, quando investigada, não podia ser divulgada. A censura impedia que denúncias contra integrantes do regime viessem a público. Se a população não sabia da existência de falcatruas, era pelo simples motivo de que a imprensa não tinha a liberdade hoje existente para investigar e denunciar.

Outro motivo é que, como a sociedade civil estava impedida de se organizar democraticamente, não existiam instrumentos de controle nem órgãos de fiscalização efetiva sobre as ações do governo. Mesmo assim, basta procurar na internet que vamos encontrar casos envolvendo Maluf (sim, ele já roubava na ditadura!), Delfim Neto e outros.

O historiador Pedro Henrique Campos, por exemplo, pesquisou as origens da corrupção brasileira e, em entrevista à BBC, garantiu que o pagamento de propinas por empreiteiras se consolidou durante a ditadura militar.

Resumindo, se os defensores da intervenção militar querem voltar aos tempos em que a corrupção era jogada pra debaixo do tapete, nem é preciso convocar os militares. Basta trazer o governo FHC de volta.

Mas, vamos à notícia da Folha de S.Paulo, de hoje:  

A Ditadura Militar brasileira atuou para abafar uma investigação de corrupção na compra de fragatas (navios de escolta) construídas pelos britânicos nos anos 1970. É o que revelam documentos confidenciais históricos do governo do Reino Unido.

Os fatos narrados nos papéis ocorreram durante os governos dos generais Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) e Ernesto Geisel (1974-1979).

Segundo os registros, que o jornal Folha de S. Paulo teve acesso, em 1978 o Reino Unido estava disposto a investigar denúncia de superfaturamento na compra de equipamentos para a construção dos navios vendidos ao Brasil e se ofereceu para pagar indenização de pelo menos 500 mil libras ao Brasil (o equivalente a quase 3 milhões de libras hoje —ou R$ 15 milhões).

Em vez de permitir e ajudar no inquérito que seria do interesse do Brasil, o regime militar abriu mão de receber o valor e rejeitou os pedidos britânicos para ajudar na investigação —que foi recebido com estranheza em Londres.

5 comentários

  • Ponto.com

    Nessa vou discordar de sua intenção pra lá de direitista em expôr o único caminho do Brasil para endireitar esse caso. Hoje uma intervenção não tem nada a ver com aquela de 64…hoje a intervenção funciona como o dono da casa assaltada correr pruma delegacia e pedir proteção. A intervenção é necessária para colocar fim nesses abusos do jaburu até o supremo do Gilmar Mendes. E depois da intervenção o povo trata de colocar ali em Brasília gente simplesmente honesta. Só isso.

    • Falou a Mãe Dinah que está prevendo como seria uma intervenção militar.
      Ainda, o Ministério Público está investigando quem tente induzir uma intervenção… É CRIME! Portanto, cuidado com o que posta…

  • E há quem jura aos pés da santa cruz que na época dos militares não havia corrupção,o Maluf de certo nasceu ontem.O verbo malufar era conjugado na surdina.

  • Resumindo

    intervenção civil, já

  • No governo militar a população clamava por democracia por liberdade. Hoje temos a tal de democracia mas que Liberdade a população tem??? Não temos segurança quando nossos filhos estão na rua não tem segurança quando nossos filhos estão na escola. Hoje só tem direitos bandidos, pessoas de bem não tem direito. Hoje não há respeito com professor não há respeito com os pais não há respeito com os mais velhos. Essa tal democracia deu abertura para acabar com todos esses bons costumes que nossas crianças não tinham e hoje não tem mais. Hoje nosso país está mais para uma Venezuela Cuba.!!!

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