EX-MINISTRO DA JUSTIÇA DE FHC DIZ QUE “MORO ENGANOU MUITA GENTE”

Com informações da Folha de S.Paulo:

Em entrevista a Ricardo Kotscho, publicada na Folha de S. Paulo neste sábado (3), o advogado criminalista José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça de FHC, diz que “a democracia corre risco” e que o atual ministro da Justiça, Sergio Moro, “enganou muita gente”.

Dias conta que votou em Fernando Haddad no segundo turno das eleições de 2018 para tentar evitar Jair Bolsonaro – “só o Bolsonaro era capaz de me fazer votar no PT” – e que, naquele momento, ficou explícito para ele o clima de intolerância espalhado pelo país.

“Eu fui junto com outros agentes do direito entregar um manifesto de apoio ao Haddad e, ao sair do hotel para pegar um táxi, passou um carro com duas mulheres que começaram a me insultar, me chamaram de ‘comunista e filho da puta’. Não posso imaginar agora como podemos continuar divididos quando nós estamos lutando contra um inimigo comum”, disse.

Dias acredita que “a democracia corre risco de termos de novo a ditadura, agora pelo voto. Porque nós temos como presidente uma pessoa absolutamente desequilibrada. Tenho muito receio de um retrocesso nas conquistas democráticas que tivemos nos últimos 30 e tantos anos”, afirmou.

Sobre as revelações feitas pelo site The Intercept Brasil, o jurista acha “inacreditável imaginar-se que um juiz e um procurador fiquem trocando figurinhas e preparando as jogadas para condenar alguém, para forjar provas. Eu estou absolutamente decepcionado com o Supremo Tribunal Federal. Esse último gesto do Toffoli, envolvendo a pessoa do filho do presidente. É inimaginável que ele monocraticamente impeça o progresso das investigações e ainda por cima marque para novembro o julgamento pelo plenário”, disse.

Perguntado sobre a falta de reação da sociedade civil e o apoio à Lava Jato, que continua forte, Dias aponta que “a sociedade foi induzida em erro, imaginando que a Lava Jato fosse imparcial, fazendo investigações em todos os campos. Hoje, o que se vê é a manipulação entre Ministério Público e magistratura. O Moro enganou muita gente. Deu a impressão de que era um juiz independente e, agora, o que se vê é que os papéis estão misturados de tal forma que não existe a preservação da independência”

5 comentários

  • Teco

    ***NÃO HÁ MAIS COMO SALVAR DELTAN

    Raquel Dodge quer o arquivamento do inquérito sobre as fake news aberto pelo Supremo Tribunal Federal, em manifestação feita em pedido de mandado de segurança movido pela Associação Nacional dos Procuradores da República para declara-lo inconstitucional.
    Nem vou cuidar do aspecto jurídico, no qual a opinião dominante é a de que a iniciativa do inquérito deveria ser do Ministério Público, embora este não tenha tido a menor reação às notórias ameaças feitas ao Supremo, desde a fala do “um cabo e um soldado” até a bisbilhotagem da vida financeiras de ministros estimulada – para dizer o mínimo – pelo senhor Deltan Dallagnol.
    Fico no timing político, da manifestação vir em seguida à decisão, no âmbito daquele inquérito, de pedirem-se cópias dos possíveis arquivos de mensagens da Força Tarefa da Lava Jato, que estariam (ou não, o que seria tão relevante quanto) em poder dos hackers de Araraquara e na linguagem usada por Dodge em seu parecer.
    Chamar o Supremo Tribunal Federal, ainda que com muitas vírgulas e “vênias” de “verdadeiro tribunal de exceção” é querer provocar uma reação igual e contrária, assim como pretender que o enfant gaté de Curitiba tenha mandado quebrar o sigilo fiscal dos ministros por debaixo dos panos seja algo que fique sem punição.
    É evidente que Raquel Dodge, que em toda a sua passagem pela chefia da PGR omitiu-se em relação a quase tudo, se manifesta com interesse em manter-se, frente à categoria, como uma opção “meia-boca” à disposição de Jair Bolsonaro, que em um mês indicará o nome do novo procurador-geral.
    Ao que tudo indica, não funcionará.

  • Teco

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    O jornalista Reinaldo Azevedo divulgou na noite desta terça-feira, 16, novos diálogos entre o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. As novas mensagens envolvem mais um ministro do Supremo Tribunal Federal: Luis Roberto Barroso.

    No dia 3 de agosto de 2016, o procurador recebe uma mensagem do juiz (transcrição conforme o original):

    06:39:57 Moro – Está confirmado o jantar no Barroso?
    10:04:51 Deltan – Ele acabou de confirmar. Estou adiantando meu voo porque terça estarei na comissão especial. Boa reunião amanhã c eles!!
    12:29:19 Moro – Obrigado. Preciso do endereço e horário do jantar
    13:48:37 Deltan – Não tenho ainda tb… passo assim que ele indicar…
    13:48:54 Deltan – Lembrando que ele é carioca… talvez tenha convidado e não passe o endereço mesmo kkkk
    16:38:29 Moro – Boa

    Segundo Azevedo, a conversa é retomada à noite e neste momento se misturam o jantar na casa de Barroso e uma entrevista que Deltan concedeu a Jô Soares (conforme o original).

    20:08:40 Deltan – Copiei Vc de modo oculto em email em que envio endereço, repassando o convite.
    20:49:17 Deltan – informo que a arte do convite da Palestra – Democracia, corrupção e justiça: diálogos para um país melhor, que ocorrerá no dia 10 de agosto, já está pronta, conforme link que segue abaixo. Ademais, indico que na segunda-feira estarei em contato para informar sobre o roteiro de atividades (refeições, aeroporto, translado). https://www.uniceub.br/media/891615/moro_convite.pdf
    22:26:27 Moro – Como foi no Jô?
    22:29:11 Moro – Não recebi o email com endereço
    22:43:39 Deltan – Ele quer que Vc vá, e seria bacana Vc ir… só não sei o timing rs. Da vez anterior que fui, eu fui mais no conteúdo. Nessa vez, tentei mesclar conteúdo com entretenimento e acho que o resultado foi bacana….
    22:45:14 Deltan – Vou checar por que não foi e reenvio
    22:51:41 Deltan – Pra mim dá como enviado… deve chegar amanhã, mas adianto por aqui:

    No dia 3 de agosto de 2016, Dallagnol repassa a Moro mensagem que recebeu do próprio ministro Luis Roberto Barroso:

    “Caros Deltan, Moro, Oscar, Caio Mário e Susan: Tereza e eu teremos o imenso prazer em recebê-los para um pequeno coquetel/jantar em nossa casa, no dia 9 de agosto próximo, 3ª feira, às 20:30, em honra dos participantes do evento “,Democracua, Corrupção e Justiça: Diálogos para um País Melhor”. Será uma reunião em traje casual, com a presença limitada aos organizadores do evento, o que inclui membros da minha assessoria e poucos dirigentes do UniCEUB. Com máxima discrição. Na medida do possível, desejamos manter como um evento reservado e privado. Estamos muito felizes de tê-los aqui. Nosso endereço é [TRECHO OMITIDO POR ESTE ESCRIBA]. Nosso telefone é [TRECHO OMITIDO]. Deltan tem meu telefone e pode ligar em qualquer necessidade. Abraços a todos. Luís Roberto Barroso.”

  • Jales

    *****Livro revela: eleição sem Lula foi golpe sim, e foi militar

    Pouco a pouco começa a emergir no país, para espanto e estupefação da sociedade nacional, um conjunto de revelações atinentes a fatos e acontecimentos que datam ainda do primeiro mandato do ex-presidente Lula (2003 – 2006), quando teve início, de forma mais contundente, o processo de perseguição e ataques contra a esquerda, à época materializada no processo que ficou conhecido como “mensalão”.
    Em 2014, quando ocorreu a quarta vitória consecutiva da candidatura liderada pelo Partido dos Trabalhadores, com a reeleição da presidente Dilma Rousseff para um segundo mandato, as forças políticas reacionárias agrupadas nos partidos tradicionais da burguesia, mancomunadas e em conluio com o grande empresariado nacional, os bancos e o imperialismo, declararam guerra ao governo que acabara de se eleger, sitiando, sufocando e depondo a presidente petista, através de um golpe de Estado, “legitimado” sob a cobertura de um processo de impeachment, fraudulento e ilegal em todas as suas vertentes.
    Na esteira das revelações que vem sendo tornadas públicas pelo sítio The Intercept, onde diálogos e mensagens entre juízes, procuradores e ministros (STF) estão deixando às claras a existência de um conluio para perseguir e condenar o ex-presidente Lula – uma espécie de troféu da Lava Jato – surge neste momento, como reforço às denúncias que se avolumam sobre a monumental farsa vivenciada pelo país nas eleições de 2018, uma publicação (livro-reportagem) denominada “Os Onze”, de autoria de Felipe Recondo e Luiz Weber. Em síntese, o “livro descreve os bastidores da Corte Suprema do país, o STF, desde o processo sobre o chamado mensalão, em 2005, até o governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro; entre outras coisas, o livro revela que houve uma ameaça de golpe militar às vésperas do segundo turno da eleição presidencial do ano passado” (sítio 247, 02/08).
    Todavia, um olhar um pouco mais atento à evolução dos fatos anteriores que culminaram com o golpe de Estado de 2016, confirmam as revelações que neste momento estão vindo a público. O fato insofismável – e isso fica cada dia mais claro – é que a deposição do governo eleito em 2014 foi plano e obra dos militares, dos quartéis, das baionetas, dos generais reacionárias, golpistas; enfim, das Forças Armadas, que acompanharam e monitoraram todo o processo “legal, constitucional”, pressionando as instituições do regime a agir contra o governo eleito e a esquerda nacional.
    A verdade é que as ameaças de golpe e intervenção militar sempre estiveram presentes no cenário político nacional e permearam todo o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os militares já estavam em cena muito antes do momento do golpe e continuaram agindo depois, principalmente durante as eleições de 2018, interferindo abertamente na eleição do candidato fascista Jair Bolsonaro. Uma das revelações do livro-reportagem dão conta de uma crise envolvendo os quartéis e o Supremo Tribunal Federal, com ameaças explícitas de golpe por parte do general Villas Bôas, então comandante do Exército, visto por muitos – inclusive na esquerda – como um militar “moderado”, um “democrata”, representante da ala “profissional” das FFAA.
    O livro revela um episódio em que a caserna e o núcleo mais ferozmente reacionário e direitista das FFAA emparedou os ministros do STF, quando um coronel insultou a ministra do STF, Rosa Weber. A Suprema Corte queria a punição do militar, posição que acabou gerando uma espécie de rebelião e indignação dentro dos quartéis. Villas Bôas entrou em cena dizendo que “tinha 300 mil homens armados que apoiavam Jair Bolsonaro, um candidato que duvidava da lisura do processo eleitoral e incitava seus seguidores, os militares aí incluídos, a questionar as urnas eletrônicas. O TSE deveria ser, mais do que nunca, claro em seus posicionamentos” (idem, 02/08).
    Portanto, os fatos estão aí para quem quiser ver, enxergar e concluir. A tutela militar sobre todo o processo político do país, sobre todas as instituições do Estado (parlamento, justiça), no último período, foi a regra, fez parte do cotidiano do país. Os fatos e acontecimentos recentes deixam cada vez mais claro que o regime político golpista atualmente em curso no Brasil nada mais é do que um simulacro de democracia; onde as instituições ditas democráticas nada mais são do que uma desfigurada caricatura; um estado de direito que não garante direito algum.
    A luta para varrer por completo toda esta podridão erguida pelos golpistas, pela extrema direita, pela burguesia e pelo imperialismo passa por impulsionar a luta social de massas no país; a luta para colocar nas ruas milhões de populares, trabalhadores, estudantes; enfim, o conjunto da população explorada do país que sente no dia a dia os efeitos do golpe de Estado, do governo fraudulento de Jair Bolsonaro e dos militares golpistas.

  • Enfermeiro cubano

    *****As provas das conversas vazadas estão com a PF. Além disso, Folha de S. Paulo, Veja, Reinaldo Azevedo… já verificaram a autenticidade das mensagens, que mostram claramente as ilegalidades cometidas pelo ex-juiz Seŕgio Moro e procuradores da Lava Jato. Perguntar não ofende: por que, mesmo diante desses fatos, Barroso age dessa forma? Será que está envolvido também nas trapaças jurídicas de Moro, Dallagnol e companhia? Aí tem…

  • A nojenta "democracia da roubalheira"

    Respeito a opinião do advogado criminalista que defendeu 512 presos e perseguidos políticos pela ditadura militar
    Aos 80 anos, Dias lidera a Comissão Arns Contra a Violência, criada em março, agora integrada por CNBB (bispos) , ABI (Imprensa) e OAB ( Advogados).
    As três entidades da sociedade civil recentemente renovaram suas direções nacionais e tiveram importante papel na redemocratização durante a campanha das Diretas-Já, em 1984. O movimento será oficialmente lançado em Brasília, na sede da OAB.
    O advogado esqueceu de dizer o por que? “a democracia corre risco”. Como também “quem o Moro enganou”. Se ele como advogado criminalista não sabe que juízes conversam com delegados, advogados, entre juízes, etc.
    Se ele não sabe que as esposas dos ministros do STF são advogadas e tem escritórios em Brasilia para defender alguns políticos?
    Não acho que estamos na ditadura. Escolhemos um militar para ser presidente, Certamente não queríamos mais, os políticos que são democráticos mas roubaram muito. A corrupção deu “hábitos da roubalheira” para os políticos que agora não querem perder.
    Choram!!!!!

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