MPF PROCESSA BOLSONARO E WAL DO AÇAI POR IMPROBIDADE

Wal foi funcionária fantasma por 15 anos. Ela confessou ao Ministério Público que nunca esteve em Brasília. A notícia é do portal Poder360:

O MPF (Ministério Público Federal) entrou com uma ação de improbidade administrativa contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua ex-assessora Walderice Santos da Conceição, conhecida como “Wal do Açaí”. A ação foi proposta à Justiça em 17 de março.

A ex-assessora era investigada por supostamente ter sido funcionária fantasma no gabinete de Bolsonaro quando era deputado federal.

A ação foi remetida à 6ª Vara Federal Cível da SJDF (Seção Judiciária do Distrito Federal). Em despacho assinado na 2ª feira (21.mar.2022), a juíza Ivani Silva da Luz determinou o levantamento do sigilo do processo, “ante o relevante interesse social da demanda”. Documentos com quebra de sigilo bancário permanecerão em segredo.

Conforme o MPF, Walderice foi indicada em 2003 pelo então deputado federal Jair Bolsonaro para ocupar o cargo de secretária parlamentar junto ao seu gabinete em Brasília. Ela permaneceu lotada até agosto de 2018, quando foi demitida depois de repercussão na imprensa.

“A investigação revelou que, durante esses mais de 15 anos, Walderice nunca esteve em Brasília, não exerceu qualquer função relacionada ao cargo e ainda prestava, juntamente com seu companheiro, Edenilson Nogueira Garcia, serviços de natureza particular para Bolsonaro, em especial nos cuidados com a casa e com os cachorros de Bolsonaro na Vila Histórica de Mambucaba”, diz o MPF, em comunicado.

De acordo com a Procuradoria, a análise das contas bancárias de Walderice revelou uma movimentação “atípica”. Do total, 83,77% da remuneração recebida no período foi sacada em espécie. Em alguns anos, os percentuais de saques superaram 95% dos rendimentos recebidos.

O MPF ainda aponta que Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” de que Walderice não prestava os serviços correspondentes ao cargo. Mesmo assim, “atestou falsamente a frequência dela ao trabalho em seu gabinete para comprovar a jornada laboral exigida pela Câmara dos Deputados, de 40 horas semanais, e, assim, possibilitar o pagamento dos salários”.

O órgão também apontou que Bolsonaro “tinha ciência de que tanto Walderice quanto Edenilson lhe prestavam serviços de natureza particular”.
“As condutas dos requeridos e, em especial, a do ex-deputado federal e atual presidente da República Jair Bolsonaro, desvirtuaram-se demasiadamente do que se espera de um agente público”, afirma o comunicado do MPF.

“No exercício de mandato parlamentar, não só traiu a confiança de seus eleitores, como violou o decoro parlamentar, ao desviar verbas públicas destinadas a remunerar o pessoal de apoio ao seu gabinete e à atividade parlamentar”.

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