MULHER DE GOVERNADOR ERA SÓCIA DA ESPOSA DE ‘SUPOSTO’ PRIMO ACUSADO DE CORRUPÇÃO

A manchete é meio confusa, mas os prezados leitores irão entender ao ler a notícia que nos chega lá do Paraná, onde um “suposto” primo e caixa de campanha do governador Beto Richa foi preso sob a acusação de corrupção, logo depois de participar das manifestações contra – ou supostamente contra – a corrupção. O governador alegava que as relações com o aparentado eram meramente sociais.

Antes, porém, eu ressalto que o Diário Oficial desta quinta-feira está registrando o ajuizamento de uma Ação Civil Pública – por improbidade administrativa – contra uma pessoa muito próxima a um dos manifestantes que foi às ruas de Jales durante o protesto anti-corrupção realizado por aqui.

Lembro, igualmente, que, em Goiás, o suposto corrupto Demóstenes Torres está acusando seus ex-companheiros de DEM – os senadores Ronaldo Caiado e Agripino Maia, dois paladinos da ética – de utilizarem dinheiro do famoso  Carlinhos Cachoeira em suas campanhas. Caiado e Agripino também participaram das legítimas manifestações contra a corrupção.

De volta ao Paraná, registro que o senador Roberto Requião(PMDB) tuitou várias vezes, ontem, sugerindo que o governador Beto Richa(PSDB) teria contas secretas em Dubai e na Suíça. Vamos, agora, à notícia do Jornal de Londrina

tn_Casal_RichaAs esposas do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e de Luiz Abi Antoun foram sócias em um empreendimento em Londrina. Fernanda Richa e Eloiza Fernandes Pinheiro Abi Antoun foram duas das fundadoras da União Metropolitana de Ensino Paranaense Ltda., criada em 1999. Nos documentos obtidos pela reportagem no 1° Ofício de Londrina, elas aparecem como sócias de mais duas pessoas: Walter Montagna e Mauro Baratter.

Luiz Abi, preso no mês passado como parte da Operação Voldemort, do Gaeco, é parente distante do governador Beto Richa. Desde a prisão dele, que ocorreu devido à suspeita de manipulação para fraudar a contratação de uma oficina mecânica em Cambé para consertar carros oficiais, o governador vem tentando distanciar seu nome do de Abi. Segundo Richa, os dois mantêm apenas “relações sociais”.

Na época da fundação da Metropolitana, Fernanda Richa aparece como dona de 30% do empreendimento, que tinha capital inicial de R$ 300 mil. Ela tinha R$ 90 mil, assim como dois outros sócios. Eloiza Abi Antoun, que aparece ainda com o nome de solteira, de Eloiza Fernandes Pinheiro, tinha R$ 30 mil na sociedade.

Em 2002, pouco antes de a faculdade ser vendida para um grupo empresarial de Brasília, a participação de Fernanda Richa já havia subido para R$ 834 mil. Eloiza Abi Antoun aparecia como sócia minoritária, dona de R$ 139 mil do capital da empresa. Na época, a Metropolitana tinha capital social de R$ 2,6 milhões e já era dividida entre seis sócios.

Na última transação localizada pela reportagem, em 2007, a Metropolitana, que hoje se chama Pitágoras, foi vendida para o grupo Kroton por R$ 18 milhões. Na época, cinco anos após a saída das sócias originais, a instituição contava com pouco mais de 3 mil alunos.

A primeira-dama Fernanda Richa, que também é secretária de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social, afirmou à reportagem por meio de nota que a sociedade foi desfeita em 2002. “A sociedade foi constituída por quatro sócios em 1999 e em 2002 foi desfeita, quando a empresa foi vendida”, diz a nota.

A assessoria do governador Beto Richa informou que o fato de as duas esposas terem tido uma sociedade não muda em nada a afirmação de que a relação entre Richa e Luiz Abi Antoun era meramente social. A reportagem não conseguiu contato com Eloiza Abi Antoun.

4 comentários

Deixe um comentário para Anônimo Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *