REVISTA VEJA DESCOBRE A PÓLVORA: COM BOLSONARO E SEM CUBANOS, PROGRAMA ‘MAIS MÉDICOS’ PIOROU MUITO

Nos últimos dois anos, repórteres da revista Veja fizeram um acompanhamento do programa Mais Médicos em algumas cidades do sertão da Bahia, que, juntas, possuem uma população de 200 mil habitantes.

E a Veja chegou à conclusão de que, com a saída dos cubanos e a posse de Jair Bolsonaro, o atendimento básico aos brasileiros piorou muito. Eis alguns trechos da matéria:

Criado em 2013, o programa Mais Médicos chegou a reunir 18 240 profissionais, que, em seis anos de atuação, atenderam cerca de 63 milhões de brasileiros, de norte a sul do país. Desde que o programa começou a minguar, no governo de Michel Temer, e depois que perdeu os 8 517 médicos vindos de Cuba logo após a eleição de Jair Bolsonaro, o número foi caindo.  

Hoje, o Mais Médicos tem 3 840 vagas não preenchidas, a imensa maioria em regiões pobres e periféricas. Além disso, como cerca de 2 600 médicos brasileiros, atraídos por salários mais altos, trocaram suas funções em postos de saúde municipais e esta­duais pelo trabalho no Mais Médicos, abriu-­se um rombo de 6 440 vagas nesses postos. Esse vazio todo, estima-se, está deixando 19 milhões de brasileiros sem atendimento médico básico. 

VEJA acompanhou de perto a decadência do programa Mais Médicos ao visitar seis cidades do sertão da Bahia, estado com a segunda maior concentração de médicos cubanos, com 10% do total, atrás apenas de São Paulo, com 16%. Com base nas visitas, em um intervalo de pouco mais de dois anos, é possível estabelecer um veredicto inequívoco, por meio de comparação dos diferentes momentos: a situação piorou.

O esvaziamento do Mais Médicos pode, a médio prazo, custar caro ao Brasil. Um estudo da Fundação Getulio Vargas mostrou que, apenas em 2015, o programa evitou 521 000 internações em virtude do atendimento básico.

Houve redução de 4,6% nas internações de modo geral e de 5,9% nas internações relacionadas a doenças infectoparasitárias. A economia chegou a 840 milhões de reais. Um levantamento da Organização Mundial da Saúde informa que o programa foi responsável pelo aumento de 33% no número de consultas médicas no país.

1 comentário

  • RAPIZODIA

    Quando o novo governo anunciou o fim do programa mais médicos, sem ao menos fazer um estudo de impacto social que isso acarretaria e montar uma estratégia de ação, ficou claro que quem tratava do assunto eram amadores. Tenho uma parente que é médica recém formada e votou em Bolsonaro. Certo dia antes das eleições quando ainda tivemos uma conversa, ela disse que estava fechada com a classe médica para o voto no atual Presidente e apoiava integralmente a ação deste no programa mais médico. Ainda não tivemos nova conversa para eu perguntar a ela o que acha da atual situação, vou perguntar a ela se toparia trabalhar em comunidade pobre no interior do Amazonas onde o acesso aos pacientes só por barco e bicicleta atolada em barro, onde também não faria sentido vestir as roupas da moda, pois além do desperdício não seriam adequadas para o ambiente, estou muito curioso com a resposta. O atual governo destruiu o programa com sua insanidade ideológica, posou de humanitário para com os cubanos no início, mas deixou o programa e os cubanos que creram em suas palavras à deriva, e é a população pobre deste país é quem esta sofrendo as consequências. Esta tragédia estava anunciada pelo cuidado que tiveram com o mais médico assim como o cuidado que estão tendo com a educação. Parece que é deliberado, tipo: Vamos tornar este país alienado, estúpido e analfabeto funcional, vamos destruí-lo.

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