SUÉCIA, CITADA COMO EXEMPLO POR BOLSONARO, TEM QUASE DEZ VEZES MAIS MORTES QUE VIZINHAS

Um dia desses, o presidente Bolsonaro disse que o Brasil deveria se mirar no exemplo da Suécia, que implantou um isolamento social meia-boca e deixou muita coisa funcionando normalmente. Se o imbecil que colocaram na presidência procurasse se informar melhor, talvez não falasse uma besteira dessas.

A Suécia, com seus 11,3 milhões de habitantes, já tem quase 4.000 óbitos por coronavírus. É a pior – e bota pior nisso! – situação entre os países escandinavos. Suas vizinhas, que adotaram um isolamento social mais rigoroso, obtiveram resultados bem melhores.

A Dinamarca, com 5,8 milhões de habitantes, tem menos de 600 óbitos. A Finlândia, com 5,5 milhões de habitantes, contabiliza cerca de 300 mortes. E a Noruega, com população de 5 milhões de pessoas, registra menos de 250 óbitos pelo coronavírus. E o presidente usa a Suécia como exemplo, para defender sua tese de que o Brasil precisa abandonar o isolamento e voltar ao trabalho.

Há uns 15 dias, o deputado federal Osmar Terra deu uma entrevista a uma rádio gaúcha, defendendo o fim do isolamento e, assim como o imbecil-mor, citou a Suécia como exemplo. Deu azar!

O entrevistador estava bem informado e pediu ao deputado para ele explicar o fato de a Suécia já ter – àquela altura – 3.000 mortes, enquanto o Rio Grande do Sul, com quase a mesma população da Suécia, tinha 105 óbitos (hoje são 150). Osmar “Trevas” não soube explicar. Ouça parte da entrevista nos primeiros três minutos deste áudio.

A Suécia pode ser bom exemplo na guerra contra o coronavírus, mas em outro aspecto. Desde abril, os principais hospitais suecos suspenderam o uso da cloroquina – veja aqui – no tratamento contra a covid-19.

Enquanto isso, aqui no Brasil, o Bozo e o ex-urubólogo Alexandre Garcia insistem – sabe-se lá por quais motivos – em receitar a cloroquina. Como já disse o Zé Simão, entre a cloroquina e a semente milagrosa do pastor Valdemiro, é melhor ficar com a semente, já que ela, até onde se sabe, não tem efeitos colaterais.

Em tempo: a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) divulgou documento, nesta terça-feira, 19, afirmando que a cloroquina não tem eficácia comprovada contra o coronavírus e reforçou com seus profissionais o fato de que eles não são obrigados a prescrever a droga.

A SBMFC representa os médicos que atuam em 47,7 mil equipes de atenção básica no Brasil, 80% delas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). 

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