JUSTIÇA MANDA REVER CINCO ANOS DE FINANCIAMENTOS DA UNIVERSIDADE BRASIL

A notícia é do Estadão e foi repercutida, também, pelo jornal mineiro O Tempo e pela revista IstoÉ:

A União e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fnde) terão de rever todos os todos os financiamentos estudantis – Fies e bolsas do ProUni – concedidos nos últimos cinco anos a alunos e ex-alunos da Universidade Brasil com o objetivo de apurar supostas irregularidades relacionadas à Operação Vagatomia – investigação sobre venda de vagas no curso de Medicina e fraudes no Fies e no ProUni de até R$ 500 milhões.

A determinação foi proferida em caráter liminar na quarta, 12, pelo juiz Bruno Valentim Barbosa, da 1.ª Vara Federal de Jales (SP). O magistrado deferiu ainda outras medidas no âmbito de uma ação civil pública interposta pelo Ministério Público Federal, entre elas a reiteração da intervenção do Ministério da Educação na Universidade Brasil.

No mérito da ACP, a Procuradoria pede que a Justiça condene a União ‘a realizar o completo descredenciamento da Universidade Brasil, com a cessação imediata da admissão de novos estudantes para quaisquer de seus cursos, em quaisquer de suas unidades’.

No pedido liminar para a revisão dos financiamentos a Procuradoria indica que a finalidade da medida é ‘a fim de apurar se os beneficiários realmente atendem/atendiam os requisitos legais, em especial, mas não somente, a renda per capita familiar máxima permitida e se o curso financiado correspondia ao que verdadeiramente o aluno/ex-aluno cursa/cursava na Universidade Brasil’.

O Ministério Público Federal em Jales pede que a apuração seja concluída em até seis meses e quer receber as comunicação das irregularidades ‘para providenciar as devidas responsabilizações penais’.

A Procuradoria também pediu que seja enviado à Justiça um relatório circunstanciado apontando o exato montante dos danos, ‘além do encaminhamento, nos termos da lei, para realização da cobrança dos valores fraudulentamente obtidos em desfavor do aluno/ex-aluno, da Universidade Brasil e Uniesp, solidariamente, sem prejuízo, ainda, da responsabilização solidária dos membros da organização criminosa’.

Ao deferir o pedido, o juiz Bruno Valentim Barbosa ressaltou a ‘evidente necessidade de avaliação do dinheiro público no período em que não houve controle externo’.

Quando a Vagatomia foi desencadeada, em setembro, a Polícia Federal chegou a prender o dono da instituição, José Fernando Pinto da Costa, e o filho dele.

Nesta quinta, 13, a Polícia Federal deflagrou a Operação ‘Verità Protetta’, segunda fase da Vagatomia que fez buscas na residência e no escritório do advogado Adib Abdouni, reitor da Brasil, sob suspeita de fazer ameaças a uma delatora. O juiz afastou Abdouni da reitoria.

A PF indicou que ‘assessorias educacionais’, com o apoio dos donos e da estrutura administrativa da universidade, negociaram centenas de vagas para alunos.

Segundo a corporação, milhares de estudantes por todo o Brasil podem ter sido prejudicados em razão das fraudes.

Uma ex-diretora da Universidade Brasil, de Fernandópolis (SP), disse à Polícia Federal que alunos pagavam até R$ 80 mil por uma vaga na Medicina, e R$ 100 mil quando a vaga fosse por meio do Financiamento Estudantil (Fies). A revelação foi feita por Juliana da Costa e Silva em delação na Operação Vagatomia.

Segundo a PF, entre os estudantes que compraram suas vagas e financiamentos estão filhos de fazendeiros, servidores públicos, políticos, empresários e amigos dos donos da universidade – ‘todos com alto poder aquisitivo, que mesmo sem perfil de beneficiário do FIES, mediante fraude, tiveram acesso aos recursos do Governo Federal’.

2 comentários

  • Depois do dono, vem os estudantes!

    Depois que a justiça federal mandou o MEC intervir nas 2 universidades. Agora, vai punir os estudantes que compraram vagas até com financiamento federal.
    Certamente, o descredenciamento da Universidade Brasil seria uma medida muito forte já que até agora o roubo era só na medicina. O MEC não quer! Acho que neste caso, o governo teria que transferir os alunos. Para onde? “Com uma dor de cabeça, mata-se o paciente” diz o proverbio.
    A cessação imediata da admissão de novos estudantes para quaisquer de seus cursos, em quaisquer de suas unidades. Seria uma medida necessária e provisória até regularizar o numero de estudantes

  • Sérgio

    Tem gente que acredita no que lê e não pesquisa e nem questiona. Será que a PF está certa? E o Dário Messer??? A Lava Jato começou assim e terminou na VAZA JATO. Portanto, cuidado com a PF E O MP. Nem sempre te vendem o que é real.

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