VOTUPORANGA SEDIA FESTIVAL COM LITERATURA, CINEMA E MÚSICA

Vejam como Votuporanga parou no tempo. Enquanto Jales vive em constante efervescência cultural, com campeonatos de churrasco e de som automotivo, cavalgadas, festa do banheiro químico e outras modernidades, nossa quase vizinha ainda está na era dos festivais culturais. A notícia é da Agência Brasil:

A partir da próxima sexta-feira (1º) e até o dia 10 de agosto,  Votuporanga, no interior de São Paulo, será palco de um dos maiores festivais culturais do estado, com espaço para debates com escritores, lançamentos de livros, leitura de histórias, shows e espetáculos teatrais. As atividades fazem parte da quarta edição do Festival Literário de Votuporanga (Fliv), organizado pela Associação Cultural Moinho de Ideias, em parceria com a prefeitura do município.

O evento terá como tema principal as reflexões sobre a palavra, que será debatida por autores como Cristovão Tezza, Luiz Ruffato, Ignácio de Loyola Brandão, Paulo Lins, Ronaldo Correia de Brito, Chacal, Alice Sant’Anna, Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira, além dos roteiristas Fernando Bonassi e Luiz Bolognesi e do músico Marcelo Yuka. Toda a programação é gratuita.

De acordo com a organização, a ideia é refletir sobre a palavra na atualidade, enfatizando as suas diferentes manifestações, seja nas ruas, nas redes sociais e na literatura. “Numa época sem utopia, a palavra oferece a sua resistência à massificação dos sentimentos. Levanta bandeiras, cria histórias e procura se expressar na prosa e na poesia”, disse o curador da Fliv, Heitor Ferraz Mello.

 Ele explicou que a escolha do tema partiu das manifestações de junho do ano passado e que o objetivo é ressaltar a importância dos diferentes usos que a palavra pode ter em um mundo de manifestações no qual as pessoas cada vez mais emitem suas opiniões. “É a palavra ganhando corpo nas manifestações, sonhando um caminho para o Brasil”, disse.

Na programação da Fliv, está o debate A Palavra País, com Paulo Lins e Luiz Ruffato. O romancista Cristóvão Tezza, autor de O Filho Eterno,  falará sobre A Palavra Manifesta. Tezza foi professor de Língua Portuguesa na Universidade Federal do Paraná e falará sobre a palavra na literatura e em seus romances. Seu último livro, O Professor, tem como protagonista um velho filólogo desfiando sua memória. O escritor Ignácio de Loyola Brandão relembrará o golpe militar de 1964 e os 40 anos de seu livro Zero, proibido no Brasil na época da ditadura.

Para falar de poesia, duas gerações de autores do gênero participarão do festival: Chacal e Alice Sant’anna, escolhidos por serem de épocas que estão ligadas pelo redescobrimento da literatura e poesia dos anos 1970. Já Fernando Bonassi e Luiz Bolognesi participarão de uma mesa dedicada ao cinema. “A ideia é mostrar as semelhanças entre essas duas linguagens artísticas (literatura e cinema), sobretudo na criação de narrativas, roteiros e universos fictícios”, explicou o curador.

O Fliv terá ainda a apresentação de Sérgio Reis, Renato Teixeira, Biquini Cavadão, Chico César, da Orquestra Paulistana de Viola Caipira e do sambista Jorge Aragão.

7 comentários

  • Fabiana

    Cardosinho, que saudade tenho da época do Festijovem. Vinham jovens de todas as cidades, numa competição saudável e que não se ouvia, nem se via indecências. A maioria eram jovens da Diocese de Jales, e isso promovia a cultura.
    É uma pena o festival ter acabado, assim como tantos outros que meu pai conta com a maior saudade, como a Mocap, por exemplo.
    Será que nenhum abençoado terá a idéia de reavivar esses festivais? Deixo aqui minha esperança!

  • thiago

    Cardosinho cínico.. vc e phoda kklkkk

  • anônimo

    Aqui nós temos festival de piadas o ano todo

  • Mafalda

    Votuporanga é outro mundo. Coisa fina mesmo! Já teve Arnaldo Antunes e Vanguart na Concha Acústica, free, para quem quisesse assistir. Que inveja…enquanto nossa cidade está cada vez mais arcaica com essas festas de peão e coisa do tipo. Lamentável!

  • Tonho Toicim

    Acho que conheço você Mafalda rs. Estive no show do Arnaldo Antunes também e com certeza foi maravilhoso. Show gratuito com um público educado e participativo. Foi lindo de ver

  • Com a palavra escrita criamos a literatura.Com a palavra cantada inventamos a trova,o Bel-canto, e a canção popular.E com a palavra falada criamos a oratória,que os antigos consideravam como arte.

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