Arquivos mensais: janeiro 2011

CENSURA: PREFEITURA TENTA CALAR PROTESTO

Funcionários da Prefeitura de Jales estiveram hoje na Rodovia Euclides da Cunha, proximidades do Restaurante da Tia, para retirar uma faixa que a proprietária do estabelecimento havia colocado em protesto contra o que ela considera falta de atenção do prefeito e dos vereadores. A faixa, pendurada em algumas árvores, à beira da rodovia, continha os dizeres: “Aqui Pesca e Caça Esportiva – Patrocínio Prefeitura e Vereadores“.

Adenir Alves de Paula, a Tia, está revoltada diante da falta de providências com relação a uma enorme poça d’água (foto acima e abaixo, à esquerda) que está atrapalhando o acesso ao seu restaurante. Embora ela reconheça que a obrigação de fazer a manutenção do local seja do DER, ela cobra do prefeito e dos vereadores uma intervenção junto àquele órgão, uma vez que ela, sozinha, não está conseguindo nada.

Além disso, Tia também não está nada feliz com o prefeito Humberto Parini, por conta de promessas não cumpridas. Segundo a comerciante, Parini teria – por ocasião da campanha eleitoral de 2008 – prometido fazer melhorias na continuação da Marginal Ayrton Senna da Silva, que passa em frente ao restaurante, mas, passadas as eleições, o prefeito – que novidade! – se esqueceu da promessa.

Ele disse que ia colocar umas guias e umas sarjetas aqui na frente. Foi só isso que eu pedi. Se ele colocasse as guias e as sarjetas, eu me encarregaria de colocar uns pedregulhos prá melhorar a entrada do restaurante, mas ele não cumpriu o que me prometeu. Um dia desses o pessoal da Embrapa trouxe uns estrangeiros prá almoçar aqui e eu passei a maior vergonha, por conta da entrada do restaurante“, afirmou a Tia, que finalizou: “esse pessoal só lembra da gente em época de eleição; agora eu tento falar com o prefeito, mas a secretária dele não deixa“. Na foto abaixo, à direita, uma pequena noção de como está a Ayrton Senna, em frente ao restaurante.

Enquanto este aprendiz de blogueiro conversava com a dona do restaurante, o presidente da Câmara, Claudir Aranda, ligou para dizer que já teria tomado algumas providências junto aos responsáveis pelo DER. Como não é muito recomendável acreditar em promessas de políticos, a comerciante tratou de, segundo informações obtidas há pouco, recolocar a faixa no mesmo lugar onde ela estava antes da visita dos enviados de Parini.

JOÃO MISSONI PLANEJA DEIXAR O PLANEJAMENTO

Corre por aí um certo zum-zum, segundo o qual o secretário de Planejamento, João Missoni, seria o próximo a deixar a administração municipal. João Missoni, que também é o presidente do diretório municipal do PMDB de Jales, teria recebido um convite para assumir um cargo importante na estrutura do partido e já estaria de malas prontas. Os boatos dão conta de que ele pretende deixar o Planejamento depois que conseguir melhorar o visual da cidade, no quesito sinalização de trânsito.

Pouca gente sabe, mas Missoni foi fundamental em uma das mais importantes ações da administração Parini. Importante, principalmente, para o prefeito e para o secretário de Finanças, Rubens Chaparim, que, durante alguns meses, puderam respirar um pouco mais aliviados. A ação foi a venda da folha de pagamento dos servidores para o Banco Santander.

Explico melhor: durante o processo de venda da folha de pagamento, o Banco Nossa Caixa – que detinha um contrato com a Prefeitura para executar o serviço – demonstrava o firme propósito de impugnar o edital da licitação, como já tinha feito em Santa Fé do Sul, providência que poderia atrasar a venda em cinco ou seis meses, ou até mesmo melar a negociação.

Foi então que João Missoni entrou em campo e, em conjunto com Jarbas Elias Júnior, fez gestões junto a alguns dirigentes estaduais do PMDB – que tinham alguma influência junto à direção do Banco Nossa Caixa – e a licitação transcorreu normalmente.

O dinheiro da venda – cerca de R$ 4 milhões – entrou no caixa da Prefeitura no final de 2007 e, momentaneamente, tirou Parini e Chaparim do sufoco. E eles, que não moveram uma palha para o sucesso da venda – muito ao contrário, quase atrapalharam – nem sequer se deram ao trabalho de ligar pro Jarbinhas e agradecer a ajuda.

MEU NOME É LÉA T.

Filha transexual do ex-jogador Toninho Cerezzo desfilará na SP-Fashion Week, para a marca Alexandre Herchcovitch.

Ela é mineira de Belo Horizonte, onde foi batizada com o nome de Leandro Cerezzo, mas cresceu em Gênova, onde o pai, o ex-jogador de futebol Toninho Cerezzo – que iniciou a carreira no Atlético Mineiro e atuou também no São Paulo e na Seleção Brasileira – foi ídolo do Sampdoria, um dos times da cidade. 

Leandro virou Léa T., atualmente a modelo transexual mais requisitada do planeta. Ela deve chegar nesta semana a São Paulo e já é uma das maiores atrações da edição de 15 anos do São Paulo Fashion Week. Léa já foi capa da revista Love, onde aparece beijando Kate Moss, é estrela da Givenchy e até já foi entrevistada pela Oprah Winfrey, apresentadora do mais afamado talk-show dos Estados Unidos.

Há seis meses, Léa tinha prometido não por mais os pés no Brasil, magoada com a onda de preconceitos e as notícias veiculadas na mídia tupiniquim dando conta de que seu pai, Toninho Cerezzo, estivesse renegando o filho transexual. Léa garante que tudo não passa de mentira: “a versão de que não nos falamos é mentirosa; meu pai foi a pessoa mais doce, que mais compreendeu minha decisão de mudar de sexo”. 

Ela garante, no entanto, que a mágoa contra a imprensa já passou. “Minhas raízes estão no Brasil, onde existe muita gente boa. Tenho de saber separar. Quem tratou a mim e ao meu pai daquela forma não merece respeito”, afirmou em entrevista ao Estadão.

MANDA QUEM PODE, OBEDECE QUEM TEM JUÍZO

O Célio Baião mandou um email com uma piadinha que me fez lembrar a dura realidade de um certo político local. Vamos a ela:

 

Um chefe, muito chato, achando que seus subordinados estavam deixando de respeitar a sua liderança, resolveu colocar a seguinte placa na porta do seu gabinete:

” AQUI  QUEM  MANDA  SOU  EU “
 

Um dia, ao voltar de uma reunião, encontrou um bilhete junto à placa:

 “SUA ESPOSA LIGOU  E  DISSE QUE  É  PARA O SENHOR LEVAR  A  PLACA DELA DE VOLTA”

RUA MANAUS

A cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas, recebeu esse nome em homenagem à tribo dos manáos, índios que habitavam a região dos rios Negro e Solimões. Na língua indígena, manáos significa “mãe dos deuses”. Aqui em Jales, onde a criatividade para batizar ruas pode ser vista em vários bairros, resolveu-se fazer uma homenagem a Manaus – não se sabe se à cidade, se aos índios, ou se aos deuses – dando o nome da capital amazonense a uma das ruas do Jardim Eldorado. A Rua Manaus, para quem não sabe, fica a um quarteirão da famosa Lanchonete Cê Decide. Nesta semana, a pedido de um amigo, estive lá prá tirar algumas fotos, das quais estou postando duas aí embaixo, e, enquanto fotografava, fui cercado por moradores que – achando que eu ainda fosse chegado ao prefeito – desandaram a “elogiar” a administração municipal. Sei não, mas acho que é melhor eles apelarem à “mãe dos deuses”.

BRASILEIRA DÁ VERSÃO SOBRE ESCÂNDALO ENVOLVENDO BERLUSCONI

Deu no Fantástico, de ontem:

A brasileira Michele dos Santos Oliveira, 32 anos, é considerada pela Justiça italiana como testemunha-chave do processo que acusa o primeiro-ministro Sílvio Berlusconi de abuso de poder e prostituição de menores. Se você estava vendo o Pânico na TV, ou Domingo Espetacular, ou ainda o Sílvio Santos, veja aqui a reportagem de Ilze Scamparini para o Fantástico:

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A VIDA DEPOIS DO PODER

Vida de ex-prefeito não é fácil!  Por isso, vou me permitir dar um conselho às amigas que visitam este blog. Se o seu marido estiver com sérias intenções de se candidatar a um cargo de prefeito, seja lá onde for, use toda a sua autoridade e tire, urgentemente, essa tresloucada idéia da cabeça dele.

O poder é gostoso, mas também é muito perigoso, principalmente quando o sujeito não sabe lidar com ele. Alguns políticos acham que ele dura prá sempre, mas o poder, invariavelmente, um dia chega ao fim e, por outro lado, os problemas permanecem. E aparecem as ingratidões:  aquelas empresas amigas que ofereciam facilidades e, eventualmente, ajudavam a pagar os advogados do poderoso da vez, são as primeiras a desaparecer. Os “amigos” de ocasião, esses vão-se embora antes mesmo de o prefeito virar ex. E até uma ou outra namoradinha – quanta ingratidão! – também já não vai sentir aquela mesma atração de antes.   

Mas nem todo mundo desaparece, muito pelo contrário: sobram os promotores públicos e os oficiais de justiça, aparece a depressão, a gastrite  e, nos casos mais graves, até uma impotência sexual. E com o desaparecimento das empresas amigas, sobram também os advogados pro ex-poderoso pagar e, se os advogados não derem conta do caso, sempre sobra alguma devolução de dinheiro ao erário público. 

Vejam, por exemplo, o caso do ex-prefeito de Mirassol, Edilson Garcia. Ele ficou apenas oito meses no poder, mas foi tempo suficiente prá arrumar dor-de-cabeça pro resto de sua existência. Na semana passada, o juiz da 1ª Vara Cível de Mirassol, Marcelo Haggi Andreotti, julgou procedente uma Ação Civil Pública, impetrada pela Prefeitura de lá, e condenou o ex-prefeito, entre outras coisas, à devolução de cerca de R$ 220 mil aos cofres públicos, além de multa. O ex-prefeito tem direito a recurso, mas isso não sai barato.

Como se vê, a vida depois do poder não é nada fácil.

DESTAQUES DOS JORNAIS

Estas foram as manchetes dos jornais locais, neste final de semana:

Folha Noroeste: “Justiça condena ex-prefeito Joaquim a devolver valores pagos em aluguéis”

Folha Regional: “Santa Casa de Jales inaugura nova UTI Geral”

Jornal de Jales: “Promotor pede a cassação do prefeito de Dirce Reis”

A Tribuna: “Falta de internista impede funcionamento”

A manchete de A Tribuna faz referência à nova UTI Geral da Santa Casa de Jales. Segundo o jornal, apesar de inaugurada com uma prestigiada cerimônia, no último sábado, ela ainda não tem data para começar a funcionar. Um entrave entre médicos – que querem um internista para fazer a triagem dos pacientes – e a Provedoria, que alega não ter dinheiro para contratar o profissional, ainda impedia que os pacientes da antiga UTI fossem transferidos para a nova. Outras manchetes de A Tribuna: “Júlio semeghini diz que duplicação não está garantida” e “Incêndio destrói casa no São Judas”. Em sua coluna de bastidores, Enfoque, o jornalista Paulo Aruca cita a atuação dos blogs mantidos na internet por ex-parceiros do prefeito Parini  e, de outro lado, critica o silêncio da oposição em relação ao governo petista de Jales.

O Jornal de Jales deu destaque para o caso de Dirce Reis e diz que o vereador José Guilherme está requerendo uma sessão extraordinária da Câmara para votar o afastamento imediato do prefeito Cridão. O jornal também destaca a inauguração da nova sede da Procuradoria da República, em Jales, que agora passa a funcionar na Rua 15. O JJ também repercutiu palavras do secretário de Gestão do Estado, Júlio Semeghini, com a manchete “Duplicação da Euclides da Cunha patina, reconhece Semeghini”. Na coluna Fique Sabendo, o jornalista Deonel Rosa Júnior falou sobre as entrelinhas do discurso do provedor Garça, durante a inauguração da nova UTI da Santa Casa. Segundo Deonel, Garça mencionou a parceria entre ele e o prefeito Humberto Parini e teria aproveitado o discurso para “criticar os fuxiqueiros que vivem tentando jogar um contra o outro”.

A Folha Noroeste destacou a sentença publicada no final de dezembro de 2010, onde a juíza de Direito, Marina de Almeida Gama, da Vara Única de Urânia, julgou procedente uma Ação Civil Pública proposta contra o ex-prefeito Joaquim Pires da Silva. Segundo a Ação proposta, o ex-prefeito contratou o aluguel de um prédio para o Conselho Tutelar do município, mas teria dado utilização diversa e inadequada ao imóvel. Boa parte da edição da Folha Noroeste pode ser lida no blog do jornal, cujo link está aí do lado direito.

EMPREGOS: JALES É A ÚNICA CIDADE DA REGIÃO COM RESULTADO NEGATIVO

O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou, nessa semana, os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados-CAGED, relativos ao ano de 2010. O resultado demonstra que o número de vagas formais – empregos com carteira assinada – evoluiu em três das quatro principais cidades da região, na comparação entre 2009 e 2010. Votuporanga, Fernandópolis e Santa Fé do Sul apresentaram crescimento no número de carteiras assinadas. Somente em Jales, verificou-se uma diminuição nos empregos formais, em 2010, comparando-se com 2009.

Votuporanga foi uma das cidades da região em que o emprego cresceu. Conforme post anterior, o prefeito Júnior Marão está comemorando o crescimento recorde de 73%, ou seja, Votuporanga criou 1.853 novas vagas em 2010, enquanto, em 2009, haviam sido criadas 1.072. Mas foi Fernandópolis quem apresentou, em termos de percentual, o resultado mais expressivo da região. Foram criados 1.590 novos empregos, em 2010, enquanto em 2009, haviam sido criados apenas 365. Um crescimento, portanto de 335%.

Em Santa Fé do Sul, o crescimento bateu em 29%. A cidade criou 381 empregos em 2010, contra os 295 criados em 2009. Até Palmeira D’Oeste, apresentou resultado melhor que Jales. Em números absolutos, foram 40 novas vagas em 2010, mas, na comparação com 2009, quando foram criados apenas 07 novos empregos, Palmeira D’Oeste apresenta um crescimento superior a 400%.

E agora, os números de Jales: em 2009, o saldo foi de 373 novas carteiras assinadas. Em 2010, esse número caiu prá 367, significando um resultado negativo de quase 2%. Vejam bem, resultado negativo, enquanto a geração de empregos, em 2010, cresceu em toda a região, bateu recorde no Brasil, com crescimento de 153%, e no Estado de São Paulo, com saldo positivo de 161%.

A abertura de novos empregos, normalmente, não acontece por acaso. Na maioria das vezes, é fruto do esforço da administração municipal, bem como dos incentivos que os prefeitos se dispõem a conceder àquelas empresas que queiram se instalar em seus respectivos municípios. O resultado negativo de Jales nada mais é do que o resultado da falta de uma política de incentivo à instalação de novas indústrias e, pior ainda, o resultado da falta de empenho de uma administração incompetente e voltada apenas para o próprio umbigo.

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