Categoria: Administração

JALES: UMA ADMINISTRAÇÃO ANESTESIADA

O atento companheiro Murilo Pohl repercutiu em seu blog uma matéria que está na Folha Noroeste, edição de hoje. Diz a manchete que “Saracuza assina convênios que totalizam R$ 1,4 milhão“. Na matéria – ilustrada com a foto ao lado, onde aparece também o gerente da Caixa Federal, filial de Jales, João Carlos Dácia – está sendo dito que o prefeito de Urânia, Francisco Airton Saracuza(PP), assinou nove (09) convênios com o governo federal, totalizando o valor citado na manchete.

Claro que o Murilo – e eu também – ao destacar essa matéria, não o faz apenas porque tenha algum apreço pela ordeira população de Urânia. Nós o estamos fazendo, pelo que nela está implícito. Afinal de contas, vocês já leram em algum dos jornais da nossa cidade, neste começo de ano, ao menos uma noticiazinha onde o prefeito Humberto Parini apareça assinando convênios? Claro que não leram! Até onde se sabe, a recém-instalada secretaria de Comunicação não conseguiu produzir nenhuma notícia sobre isso, muito provavelmente,  porque não foi assinado nenhum convênio mesmo. A Comunicação, já dissemos, é importante, mas ela sozinha não faz milagres.

Em um post anterior, falamos de Fernandópolis que, neste início de ano, já assinou vários convênios, totalizando pouco mais de R$ 13 milhões. Agora é Urânia quem está nos deixando prá trás nesse quesito. Querem outro exemplo da pasmaceira em que vive a administração municipal? O jornal Folha Regional, que publica os atos oficiais da maioria dos municípios da região, trouxe em sua edição deste final de semana, apenas quatro (04) publicações da Prefeitura de Jales, o mesmo número, por exemplo, das publicações da Prefeitura de Dirce Reis

A matéria completa da Folha Noroeste pode ser lida no Blog do Murilo.

RUA CARLOS DRUMOND DE ANDRADE

“No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra …”

(Carlos Drumond de Andrade)

Se, ao invés de ficar ouvindo conversa de bêbados na praia de Copacabana, resolvesse andar pelas ruas do Jardim Arapuã, aqui em Jales, principalmente, pela rua que leva o seu nome, certamente que o poeta Carlos Drumond de Andrade encontraria muito mais do que uma pedra no meio do caminho. Encontraria várias pedras, buracos e costelas dos mais variados tamanhos e matizes.

Os moradores da Rua Carlos Drumond de Andrade já não sabem mais o que fazer. Um deles, o Onivaldo, me disse que se mudou para Jales há apenas dois anos, mas que, nesse período, já viu seus vizinhos organizar dois abaixo-assinados, sem, no entanto, conseguir sensibilizar o prefeito Humberto Parini. Onivaldo e os outros vizinhos não entendem porque a rua onde moram está tão esquecida. “Nós pagamos impostos como todos os outros cidadãos. Já falamos com vereadores, mas ninguém conseguiu convencer o prefeito.  A Prefeitura andou recapeando aquela avenida ali prá baixo. Por que não trouxe o recape até aqui?“, pergunta ele.

As fotos abaixo demonstram que Onivaldo tem motivos para estar descontente com a administração, mas mesmo assim ele consegue manter o bom humor: “passar de carro pela nossa rua, é só prá quem não tem problemas de coluna“, diz ele. Onivaldo faz bem em manter-se bem humorado. Afinal, como diria Drumond, ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.

“REVITALIZAÇÃO” PARALISADA POR FALTA DE PAGAMENTO

As obras de “revitalização” do centro comercial da cidade, iniciadas em abril de 2010, estão paralisadas desde o final de dezembro. A informação foi passada a este aprendiz de blogueiro por um dos sócios da empresa Miranda & Alves Ltda, responsável pela execução da contestada “obra”, que inclui a troca do calçamento, o plantio de palmeiras imperiais e a instalação de quiosques no canteiro central da Avenida Francisco Jalles.

Segundo o empreiteiro, a Prefeitura estaria com os pagamentos bastante atrasados, fato que estaria causando prejuízos à empresa, levando-a a paralisar os serviços. “Nós não podemos continuar trabalhando de graça”, disse ele. “Nós estamos devendo R$ 40 mil prá firma que nos forneceu os tijolinhos vermelhos e precisamos receber prá podermos quitar a nossa dívida, mas a Prefeitura não está pagando nem os aditivos que foram feitos”, completou o sócio da Miranda & Alves Ltda.

Ele disse também que o novo secretário de Obras, Manoel Andreo de Aro, já o procurou para solicitar o reinício das obras, mas, garantiu o empresário, “nós só vamos reiniciar os serviços quando recebermos o que nos é devido”. E completou: “se nós não tomarmos cuidado, o nosso prejuízo com essa obra poderá passar de R$ 50 mil“.

A posição da Prefeitura, de não pagar a empresa, está causando o atraso de outra obra, também sob a responsabilidade da Miranda & Alves Ltda, ganhadora da licitação. Trata-se da construção do Ginásio Poliesportivo do Jardim Arapuã, obra estimada em cerca de R$ 300 mil, que já deveria ter sido iniciada, mas encontra-se igualmente paralisada, em função dos problemas entre a empresa e a Prefeitura. O Poliesportivo do Arapuã deveria estar pronto para a realização dos Jogos Regionais, mas dificilmente será inaugurado a tempo. Por enquanto, a Miranda & Alves colocou apenas as placas da obra e fez a terraplenagem do terreno, conforme se pode observar na foto acima.

EIS O QUINTAL DA PREFEITURA

OU… DE COMO A ADMINISTRAÇÃO PARINI DÁ BONS EXEMPLOS

De vez em quando, ouço pessoas reclamando da limpeza da cidade, principalmente, das calçadas e terrenos vagos, invadidos pelo mato. É natural que as pessoas reclamem, afinal, elas pagam impostos e têm o direito de exigir que a administração municipal preste bons serviços. Por outro lado, vejo o pessoal da equipe de combate à dengue – sob o comando do vice-prefeito Clóvis Viola – se esforçando prá não deixar que o Aedes Aegypti prolifere e faça aumentar os casos da doença em Jales. Muitas vezes, vi o próprio Clóvis – um batalhador – pedindo que a população colabore, limpando seus terrenos e eliminando os pontos que possam favorecer a procriação do mosquito da dengue.

Pois então, dê uma olhada na foto aí de cima e na outra mais abaixo. Pode acreditar, você está vendo o almoxarifado da Prefeitura. Máquinas e caminhões que estão parados há muito tempo, alguns com o capô aberto, deixados à própria sorte e passando a impressão de que estamos diante de um cemitério de sucatas totalmente imprestáveis. Pior ainda: abandonados em meio a um matagal que não poderia jamais estar ali.

E agora a pergunta que você também deve estar se fazendo: como é que nós podemos esperar que uma administração mantenha a cidade limpa, se ela não consegue manter limpo nem o próprio quintal? O que esperar de uma administração que deixa caminhões e máquinas – patrimônios públicos, adquiridos com dinheiro de impostos – abandonados como sucata, para, depois, leiloá-los a preços de bananas? Melhor não esperar muita coisa!

E não se deixe enganar, meu prezado leitor. Sempre que situações como essa são expostas, o prefeito Humberto Parini procura se eximir de culpa. Apesar de centralizador e inoperante, ele nunca se acha culpado de nada. Posso assegurar, no entanto, que a responsabilidade por coisas escabrosas como essa que estamos mostrando, não pode ser atribuída apenas aos funcionários, pois eles trabalham de acordo com as condições e as ferramentas que lhes são oferecidas. E, na administração Parini, o almoxarifado sempre foi tratado como um setor sem importância nenhuma.

COMEÇOU A REFORMA DA PRAÇA DO JACARÉ

A secretaria de Comunicação da Prefeitura distribuiu release à imprensa, dando conta do início da repaginação da Praça João Mariano de Freitas, também conhecida como “Praça do Jacaré”, apesar de o jacaré já ter sido despejado daquele local há algum tempo. Aliás, segundo o projeto elaborado pelo arquiteto jalesense Oswaldo Polízio Júnior, não vai ter mais espaço prá animais ali naquela praça. No local, antes habitado por jacarés, jabutis, tartarugas e outras espécimes da nossa rica fauna, será erguido um pórtico de concreto armado.

Diz o release que, além da mudança na área antes ocupada pelos bichos, serão executadas algumas rampas – inclusive na escadaria do coreto, que receberá nova pintura. Diz também que o calçamento será recomposto nas áreas danificadas; que serão instalados novos modelos de luminárias e que serão feitas melhorias nas instalações elétricas. E tem mais: toda a vegetação de pequeno porte dará lugar ao plantio de novas mudas e os bancos de concreto serão substituídos por bancos de estrutura metálica, com assentos de madeira.

Todos nós conhecemos a competência e a criatividade do arquiteto Vadinho. Resta saber se a empresa responsável pela execução da obra não vai repetir a performance da Miranda & Alves, que está cuidando da “revitalização” do centro. Por falar nisso, a empresa contratada para cuidar da repaginação da praça é a Sanecc – Saneamento e Construção Civil Votuporanga Ltda. O valor da obra, segundo o release da Prefeitura, é de R$ 180 mil e será coberto com recursos do governo federal e do município.

A “REVITALIZAÇÃO” DO CENTRO, SEGUNDO JULIANO MATOS

O amigo Juliano Matos enviou email, que reproduzo abaixo:

Saudações a todos!
 
As fotos em anexo mostram os sintomas de uma mazela anunciada. Afinal, todos sabiam que mais cedo ou mais tarde o serviço de má qualidade executado na obra de revitalização do centro da cidade mostraria a sua cara.
 
A pergunta é: Até quando os responsáveis pelas obras e o poder público fecharão os olhos para este acontecimento? Quantas pessoas mais precisarão tropeçar e cair nos desníveis de uma obra imperfeita?
 
Foram gastos mais de R$300 mil em uma obra que provavelmente terá que ser refeita parcial ou totalmente.
 
Conivência é uma palavra que não podemos aceitar! Principalmente do poder público, responsável pelos gastos do dinheiro público, O NOSSO DINHEIRO!
 
Estamos de olho!
 
Um grande abraço a todos
 
Juliano Matos

E o que é pior: a mesma empresa que está executando esta “obra”, ganhou a licitação para construção do ginásio poliesportivo do Arapuã. Mas sobre isso, falarei em outro post. E agora, as fotos que o Juliano anexou, mostrando local próximo ao Magazine Luiza, às quais acrescento outras duas obtidas por este aprendiz de blogueiro: 

RUA PEDRO DUTRA DA SILVA

A Rua “Pedro Dutra da Silva“, na Vila Talma, recebeu esse nome em 1991, através da Lei Municipal n. 1886/91, assinada pelo então presidente da Câmara, Dr. Antonio Figueira Filho. Antes de receber esse nome, aquela rua era conhecida como Rua São José. Como se vê, pela foto abaixo, parece não ter sido um bom negócio essa troca de nome. Se ainda estivesse sob a proteção de São José, o santo “protetor da Igreja Católica Romana” e “padroeiro dos trabalhadores”, talvez a rua estivesse em melhores condições.

NOVO CONTRATO DA MERENDA ESCOLAR AINDA NÃO FOI ASSINADO

Apesar de já ter transcorrido quinze dias da publicação no Diário Oficial do Estado, dando conta da vitória da Gente Gerenciamento em Nutrição Ltda na concorrência aberta para fornecimento da merenda escolar em Jales, o novo contrato com a empresa ainda não foi assinado pelo prefeito Humberto Parini.

Como já dissemos por aqui, o prefeito deve estar numa sinuca de bico. Se assinar um novo contrato com a empresa Gente Ltda – que está sendo investigada pelo Ministério Público e pela Câmara, por supostos malfeitos no fornecimento da merenda – Parini poderá estar assinando também o seu atestado de incompetência. Se, por outro lado, ele não firmar o contrato, vai arrumar uma encrenca com a empresa que, certamente, levará o caso para a Justiça. Como foi possível perceber, a Gente não está a fim de largar o osso.

Segundo informações, o novo contrato ainda não foi assinado porque a empresa não entregou um documento faltante. Por outro lado, o prefeito deve estar dando um tempo, para refletir sobre o assunto, no que ele faz muito bem. Afinal, se o Lula demorou meses para decidir sobre o caso Cesare Battisti, por que Parini não poderia analisar o caso da merenda escolar um pouco mais. Um único problema: enquanto Parini estuda o caso – dizem, por sinal, que ele é o estudante mais aplicado da cidade – a Prefeitura está pagando R$ 1,64 por refeição, e, como se sabe, sob o novo contrato, a Gente terá que fornecer a alimentação por R$ 1,39. Vocês acham que ela vai ter alguma pressa em entregar o documento que está faltando?

RUA ITÁLIA

A foto abaixo é de um pequeno trecho da Rua Itália, entre as ruas Elizabeth e Nova Iorque, na Vila Santa Inês. Aliás, sempre é bom lembrar que a Vila Santa Inês e a Vila Inês são bairros próximos, porém distintos, separados pela Rua Nova Iorque. Num desses bairros – não me lembro exatamente qual deles, se na Vila Inês ou na Vila Santa Inês – os proprietários dos imóveis estão obrigados ao pagamento do laudêmio, aquele imposto que se paga à nossa família imperial (família Jalles), toda vez que se faz alguma transação imobiliária. Além de uma dessas vilas e do chamado perímetro central da cidade, apenas um outro bairro é atingido pelo laudêmio. Trata-se do Bairro Santo Expedito, um dos primeiros bairros de Jales. 

Voltando à Rua Itália, a situação mostrada pela foto não é nova. Já faz, no mínimo, uns quinze anos que a rua vem sendo remendada. Recape, que é bom, nenhum.

AS PARTICIPAÇÕES DA DEMOP

Li no blog do amigo Murilo Pohl, uma notícia que não é recente, mas que é interessante e, por isso mesmo, ele deve ter postado. Afinal, é importante que as pessoas saibam o que anda acontecendo por aí. Diz a notícia que a Procuradoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo (PGE), instaurou inquérito civil para apurar possível improbidade administrativa e enriquecimento ilícito contra a empresa Demop Participações Ltda., por conta do contrato firmado com a prefeitura de Olímpia, no valor de R$ 8 milhões. O inquérito foi aberto em setembro do ano passado e, de lá para cá, não se tem mais notícias das investigações. Pode ser que tenham dado em nada, mas pode ser também que ainda não tenham terminado.

A Demop Participações é uma empreiteira de Votuporanga, com ótimos contatos em gabinetes de Brasília. No ano passado, além de Olímpia, a empresa venceu outras licitações para execução de serviços de recapeamento asfático em cidades como Votuporanga, Icém, Bastos e, é claro, Jales, onde a Prefeitura e a Demop firmaram uma Ata de Registro de Preços em torno de R$ 5,9 milhões. Foi a primeira licitação desse tipo – Registro de Preços – realizada pela Prefeitura de Jales. E, por coincidência, foi também, se não me falha a memória, a primeira licitação vencida pela Demop na administração Parini. O edital da licitação, segundo fiquei sabendo, é muito parecido com o de Olímpia, o que pode ter sido apenas outra agradável coincidência, embora não seja recomendável acreditar em coincidências quando o assunto é licitação.

Mas o atento leitor deve estar se perguntando o que seria uma Ata de Registro de Preços. Ela é uma espécie de pré-contrato firmado entre a Prefeitura e a empresa, válido por doze meses.  À medida em que a Prefeitura vai obtendo os recursos, aí então é assinado um contrato no valor da verba ou do convênio obtido e executados os serviços. Em Jales, se a minha pesquisa ao Diário Oficial estiver correta, foram assinados quatro contratos entre a Prefeitura e a Demop, totalizando R$ 2,7 milhões, ou seja, quase a metade do valor ajustado na Ata de Registro de Preços.

Um dos amigos que deixei na Prefeitura – conhecido por suas profecias nem sempre otimistas – me disse, há algum tempo, que, se tudo corresse bem, esse pré-contrato de quase R$ 6 milhões seria a redenção da administração municipal no quesito asfalto, uma vez que, segundo ele, iriam sobrar pouquíssimos buracos nas ruas de Jales. Pois é, como se pode ver, quase metade dos recursos já foram contratados e, provavelmente, executados pela Demop. E a cidade parece cada vez mais esburacada. Ou não?

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