A Polícia Civil de São Paulo concluiu na semana passada o inquérito que apurava crimes que teriam sido cometidos Patrícia Lelis, de 22 anos, contra um assessor do deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Além de indiciar formalmente a jornalista e estudante de direito por mentir à investigação e extorquir dinheiro de Talma Bauer, o delegado que investiga o caso afirmou ao G1 que pediu à Justiça a prisão preventiva da suspeita.
“O inquérito foi concluído na última sexta-feira [2] e foi relatado à Justiça com o indiciamento formal da jornalista pelos crimes de denunciação caluniosa e extorsão contra o assessor do deputado”, disse nesta terça-feira (6) Luiz Roberto Hellmeister, titular do 3º Distrito Policial (DP), na Santa Ifigênia, região central da capital paulista.
Segundo o delegado, a polícia também solicitou que Patrícia seja presa para responder ao eventual processo.
“Pedi a prisão porque ela destrói as pessoas que estão ao redor dela. Não só agora como no passado, quando apontou um inocente como estuprador em Brasília. Aqui ela quase destruiu a vida do policial”, alegou Hellmeister. “Ela representa risco à sociedade por mentir e causar danos a diversas pessoas”.
De acordo com o policial, o caso será analisado pela Justiça no Fórum João Mendes, no centro de São Paulo, para saber se algum juiz irá decretar a prisão de Patrícia. Nessa etapa, o Ministério Público (MP) também se manifesta a respeito da conclusão da investigação. O G1, no entanto, não conseguiu obter informações sobre o andamento do inquérito ou se ele se tornou um processo.
Uma cena comovente envolvendo um menino autista e um jogador de futebol dos Estados Unidos viralizou nas redes sociais.
Travis Rudolph, que joga como recebedor pela equipe da Universidade do Estado da Flórida, estava visitando uma escola na capital do Estado, Tallahassee, quando avistou Bo Paske comendo sozinho no refeitório na última terça-feira.
Rudolph decidiu sentar-se junto com ele. Uma amiga da mãe de Bo, Leah, registrou o momento e ela postou a foto nas redes sociais, onde foi compartilhada milhares de vezes.
“Naquele dia não tive de me preocupar se meu menino estava almoçando sozinho”, disse ela.
“Ele (Bo) estava sentado em frente a alguém considerado um herói por muita gente. Muito obrigada, Travis Rudolph, você me deixou extremamente feliz, e nos tornou seus fãs pela vida inteira!”, escreveu ela no Facebook.
A notícia por inteiro tem mais detalhes e pode ser vista no blog da professora Eugênia, clicando aqui. Por sinal, o blog da Eugênia está recheado de notícias interessantes e pode ser acessado através da lista de links, à direita.
Eis aí mais uma importante medida para “melhorar” o ensino no estado de São Paulo:
O secretário estadual da Educação, José Renato Nalini, pediu ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) que libere o uso de celular nas salas de aulas da rede estadual para fins pedagógicos. A proposta é que, com a liberação, cada professor pense em propostas de como utilizar a tecnologia no dia a dia, no contexto das disciplinas.
O Palácio dos Bandeirantes diz que a proposta está em estudo nas áreas técnicas da Casa Civil e da Secretaria da Educação. O uso de celular durante o horário das aulas é proibido em toda a rede estadual pela Lei 132/2007, do deputado Orlando Morando (PSDB). Alunos que forem flagrados usando o aparelho podem ter o equipamento apreendido e receber sanção disciplinar nas unidades.
Eu até procurei na internet, sem sucesso, o comentário de hoje do urubólogo Alexandre Garcia, para ter certeza de que ouvi direito o que ele disse no Antena Ligada desta sexta-feira. Segundo o que ouvi, o renomado comentarista – em sua cruzada contra o uso do termo “presidenta” – apelou a um texto de uma professora da Universidade Federal do Paraná.
O texto – que circula na internet desde 2010 e menciona particípios ativos e derivativos verbais – já foi desmentido até pela própria suposta autora – Miriam Rita Moro Mine – que, na verdade, nem é professora de português, mas professora de cursos de Engenharia da UFPR.
Se tivesse pesquisado, Alexandre Garcia encontraria no blog do Noblat, seu colega de Globo, o esclarecimento no qual a professora diz que jamais escreveria algo que não fosse de sua área de atuação. O esclarecimento é de 2011. É provável, porém, que, encantado com o sobrenome da moça – Moro – o comentarista deduziu que nem seria necessário checar a veracidade da autoria.
Em seu comentário, onde fala em arrogância daqueles que insistem em utilizar o termo “presidenta”, o urubólogo cita um trecho do texto atribuído à professora que não é professora de língua portuguesa – “…o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante…” – para, ao final, concluir que, quem preside só pode ser presidente, jamais presidenta.
Arrogância talvez seja considerar que filólogos do calibre de Antônio Houaiss e Aurélio Buarque de Hollanda estejam equivocados. Que gramáticos como Cegalla e Sacconi sejam ignorantes. Ou que Cândido Figueiredo tenha se revelado arrogante ao registrar em seu dicionário, de 1899, que “presidenta” é a mulher que preside ou o feminino de presidente.
Ou ainda, que o nosso maior escritor, Machado de Assis – fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras – tenha agredido propositalmente a língua pátria ao utilizar, em 1880, a forma feminina “uma presidenta” em Memórias Póstumas de Brás Cubas (Capítulo LXXX). Menino arrogante esse Machado!
Nesse ritmo, não está longe o dia em que o festejado urubólogo irá apelar a outra sandice que corre na internet, na qual se atribui ao professor Pasquale Cipro Neto a frase idiota que acompanha a foto lá de cima. O que o professor disse, na verdade, é que as duas formas – presidente e presidenta – estão corretas (veja aqui).
E, para encerrar – por enquanto – o assunto, sugiro que o prezado leitor veja aqui um texto publicado ontem pela revista Exame, a propósito da utilização do termo “presidenta”.
Em tempo: questões vernaculares à parte, o urubólogo – que não soltou um único pio sobre o caso J.Hawilla – ainda não nos brindou com sua imprescindível opinião sobre os R$ 23 milhões da Odebrecht que teriam abastecido o caixa da campanha de José Serra, em 2010.
Segundo um “matemático”, os R$ 23 milhões (ou R$ 34 milhões, em dinheiro de hoje) seriam suficientes para comprar 13 tríplex e mais 13 sítios em Atibaia. Reparando bem, acho que daria até para comprar uma das dezenas de fazendas que o Lulinha mantém abarrotadas de gado.
O urubólogo Alexandre Garcia – que ainda não falou um “a” sobre os R$ 23 milhões que a Odebrecht diz ter dado ao caixa 2 de José Serra – continua insistindo que “presidenta” não existe. Os melhores dicionários e os maiores gramáticos do país – como já informei aqui – admitem que o uso de “presidenta” está correto.
Mas, vejamos o comentário de hoje do ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, sobre o deselegante xiste da ministra Carmem Lúcia:
O ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro postou um comentário nas redes sociais nesta quinta-feira 11 em resposta ao pedido da nova presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, de que não queria ser chamada de “presidenta” porque era “amante da língua portuguesa”, em uma alfinetada clara à presidente Dilma Rousseff.
Em meio a um julgamento nesta quarta, o presidente da corte, Ricardo Lewandowski, passou a palavra à ministra e perguntou: “Concedo a palavra à ministra Cármen Lúcia, nossa presidenta eleita… ou presidente?”. Ela respondeu: “Eu fui estudante e eu sou amante da língua portuguesa. Acho que o cargo é de presidente, não é não?”, disse, rindo.
Renato Janine comentou: “Gosto da ministra Carmen Lucia mas, entre o português dela e o de Carlos Drummond de Andrade, fico com o do poeta – que, na sua tradução de Choderlos de Laclos, usa ‘presidenta’ sem nenhum problema. Obs.- Eu prefiro usar presidente, mas respeito Drummond, um de nossos maiores escritores”.
Mais tarde, ele postou ainda o seguinte texto:
Presidente ou presidenta, parodiando Guimarães Rosa, é questão de opiniães… As duas formas estão no dicionário e nos melhores escritores. Usar uma ou outra é apenas preferência pessoal, gosto que não se discute, assim como cores. Acusar quem usa presidenta de ignorante é, isso sim, ignorância. Mas cada um usa a que prefira. Livre para Dilma, livre para Carmen.
Em espanhol, presidenta é de uso pacífico, assim como présidente em francês e, em alemão, Präsidentin. Em inglês, não há flexão. Em português, presidenta aparece há muito tempo como mulher do presidente. Sim, presidenta como titular do poder é recente, mas o fato é recente, antes mulheres não ocupavam o cargo.
Presidenta pode chocar certos ouvidos, e portanto alguns ou muitos podem preferir presidente. É meio como chefe, uns usam chefa para mulher, outros empregam chefe. O que é errado é dizer que uma das formas é errada.
E é mentira, isso posso dizer como testemunha, que Dilma obrigava os ministros a chamá-la de presidenta. Já disse: Aldo Rebelo, Kátia Abreu, Luiz Adams usavam a forma presidente, na frente dela, sem nenhum problema. Por favor, nem mentira nem ignorância.
Entrevistada pela Agência Brasil, a jalesense Márcia Pinheiro, que mora em Brasília há anos, onde é assessora técnica do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), declarou que o “Mais Médicos” foi um grande acerto e ressaltou que os gestores municipais (prefeitos e secretários) precisam defender o programa.
Márcia é filha do saudoso advogado jalesense Ovídio Pinheiro e da também saudosa professora Lucy Marques Pinheiro, ex-diretora da Escola “Elza Pirro Viana”. E irmã do meu ex-colega de ginasial, Cláudio Marques Pinheiro.
Prefeitos e secretários municipais precisam defender o Mais Médicos para evitar medidas que prejudiquem ou reduzam o alcance do programa. A avaliação é da assessora técnica do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Márcia Pinheiro, que participou hoje (2) do seminário Três Anos de Programa Mais Médicos: resultados, avanços e futuro, organizado pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo em parceria com a Rede Governo Colaborativo, Rede Observatório do Programa Mais Médicos e Rede Unida.
Segundo a assessora, o Mais Médicos foi um “extremo acerto” que ajudou a resolver a demanda dos municípios na rede de atenção básica. “O programa foi corajoso e em um curto espaço de tempo mobilizou e provocou mudanças na atenção da saúde do cidadão. Nesse cenário atual de muitas preocupações, não só com o programa, mas com o Sistema Único de Saúde (SUS) em geral, tememos que haja alguma mudança na forma como o programa está proposto. Cabe aos prefeitos e secretários municipais fazerem a defesa do programa”, disse.
Márcia Pinheiro destacou, no entanto, que em três anos não se muda a cultura e a formação médica do país e que ainda são necessárias modificações. Segundo ela, é preciso dar prioridade à formação de novos profissionais, uma vez que o atual número de vagas em cursos de medicina não atende à demanda dos municípios.
A assessora do Conasems também ressaltou o papel dos profissionais estrangeiros no programa, principalmente os cubanos, pela formação em medicina preventiva e de família que possuem. “Vemos que a relação dos médicos cubanos com a comunidade é diferente e enquanto não tivermos algo parecido com isso vamos ter dificuldade”, comparou.
O governo do presidente interino Michel Temer estuda fazer mudanças no Mais Médicos, como alterações no período de permanência de brasileiros, que atualmente é de um ano e pode ser ampliada para até três, para fixar os médicos locais.
A matéria completa, da Agência Brasil, pode ser lida aqui.
O advogado Lucas Sales acusa um juiz que atua em um Juizado Especial na Bahia de tentar humilhar sua cliente ao determinar que uma operadora de telefonia pagasse indenização de R$ 7,74. Em uma publicação no Facebook, o advogado compartilhou a história com o trecho da decisão, evitando citar nominalmente o magistrado. Segundo Lucas, há cerca de dois meses ele ingressou com Ação Indenizatória contra a operadora por cobrar indevidamente uma taxa de R$ 1,29 ao dia dos créditos telefônicos da autora.
A mulher teria tentado, reiteradas vezes, cancelar o serviço e a cobrança do serviço que não havia contratado, o que não ocorreu. O advogado defende que ao todo foram cobrados R$ 193,50 de sua cliente de forma indevida, o que a fez decidir pedir uma indenização. “Apresentamos prints de algumas mensagens descontando os valores indevidos, informamos o dia da ligação, horário, duração de chamada e o print da própria ligação, além de pedir a inversão do ônus da prova”, detalha.
Em uma tentativa de acordo, a operadora ofereceu R$ 700 de créditos em celular para a autora, que recusou alegando que a medida não levaria a um “efeito pedagógico” para a empresa. “Ontem saiu a sentença…e chegou minha decepção com o Juizado Especial. Em resumo, o ‘nobre’ julgador, famoso pelas sentenças absurdas e (quase sempre) contrárias ao consumidor, entendeu que não caberia a aplicação da inversão do ônus da prova e que não houve dano moral, porém, condenou a OIperadora (sic) telefônica a pagar a autora o valor de R$ 3,87, e ‘generosamente’, mesmo sem ter sido pleiteado, aplicou a repetição do indébito, determinando que a OIperadora (sic) pagasse o valor em dobro, perfazendo o total de R$ 7,74 (sete reais e setenta e quatro centavos)”, lamentou.
Na publicação, Sales alega que o objetivo do julgador era humilhar a sua cliente e a ele mesmo, “esperando que este patrono imprimisse o Alvará judicial, pegasse aquela fila enorme e morosa no Banco do Brasil para sacar a quantia de R$ 7,74”. “HUMILHANTE! Antes tivesse julgado improcedente. Mas não, ele quis humilhar, pisar e rir, imaginando o momento em que este advogado estivesse lendo a sentença vergastada e sentindo o sangue ferver”, acusou, antes de concluir: “Advogar é bom. Ruim é advogar na Bahia”.
A Justiça Federal condenou a quatro anos, um mês e 15 dias de prisão o motorista de caminhão Amarildo Fiamoncini, flagrado transportando 435 mil maços de cigarro de origem paraguaia na cidade de Fernandópolis, interior de São Paulo, em março deste ano. A sentença foi proferida apenas três meses após a denúncia feita pelo Ministério Público Federal em Jales (SP). O réu deverá cumprir a pena em regime inicial fechado e não poderá recorrer em liberdade, pois teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Amarildo foi surpreendido por policiais militares quando dirigia uma carreta, durante fiscalização na rodovia SP-320. Ao ser abordado, o motorista informou que transportava uma carga de milho, apresentando, inclusive, nota fiscal com essa informação. Ao checarem a carroceria, porém, os agentes perceberam que se tratava de cigarros contrabandeados, uma vez que o condutor não possuía qualquer documentação que comprovasse a importação regular do produto. A carga apreendida foi avaliada em mais de R$ 1,9 milhão, resultando na sonegação de R$ 985 mil em tributos.
CONDENAÇÃO. O réu foi condenado por importar mercadoria proibida, crime previsto no artigo 334-A, §1º, I, do Código Penal. Na decisão, o Juiz Federal destacou que o contrabando de cigarros estrangeiros afeta não só o sistema tributário, mas também a saúde, a higiene, a moral e a segurança públicas, bem como a própria indústria nacional.
Durante o processo, Amarildo ainda confessou que já praticara o mesmo crime outras vezes. Ele havia sido preso em Naviraí (MS) e Porto Alegre (RS) e estava em liberdade provisória. “As circunstâncias demonstram que o réu encontra-se inserido em poderosa e sofisticada organização voltada à mercancia proibida. Com efeito, a utilização de veículo de transporte pesado aliada ao valor da carga denota não se tratar de contrabando eventual, mas profissional”, afirmou o magistrado. A sentença, da qual o condenado pode recorrer, determinou ainda que o motorista tenha a habilitação para dirigir suspensa.
Um comerciante de 62 anos está preso em caráter preventivo desde dezembro de 2015 por ter xingado de “vagabundo, ladrão e corrupto” um juiz que assinou sentença sobre o despejo de sua banca de jornal, em Santo André (SP). Ele foi condenado no mesmo mês a 7 anos e 4 meses de reclusão, por calúnia. Mesmo com a decisão em primeiro grau, foi colocado atrás das grades para manter a “ordem pública”, porque declarou em juízo que continuaria escrevendo as mensagens.
O caso foi divulgado neste domingo (24/7) no jornal O Estado de S. Paulo. José Valde Bizerra teve uma banca de jornal por 30 anos e, em 2007, mudou o ponto para um terreno ao lado de um cemitério. Teve de deixar o local por ordem da prefeitura e entrou com ação contra os proprietários da área, mas o juiz José Francisco Matos, da 9ª Vara Cível de Santo André, rejeitou o pedido, em setembro de 2012.
A partir de então, de acordo com O Estado de S. Paulo, Bizerra reclamou do juiz à Corregedoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, em sua página no Facebook e em três e-mails para o endereço pessoal do julgador, com mensagens ofensivas. Matos prestou queixa contra o jornaleiro, e a juíza Maria Lucinda Costa, da 1ª Vara Criminal de Santo André, condenou o réu à prisão e ao pagamento de multa. Segundo ela, houve reiteração criminosa de oito delitos em concurso material – cada e-mail foi considerado um crime individual.
A juíza disse ainda que “zomba o réu da Justiça, reiterando por anos o ilícito, de forma que somente sua segregação […] poderá torná-lo apto a conviver em sociedade novamente”. O advogado Daniel Fernandes Rodrigues Silva, que defende Bizerra, disse ao jornal que considera “inaceitável” uma pessoa primária ficar na cadeia por crime contra a honra.
Três pedidos de Habeas Corpus, porém, foram negados na 7ª Câmara Criminal do TJ-SP. Em uma das decisões, o desembargador Freitas Filho entendeu que a defesa queria usar o instrumento para questionar a condenação e considerou “presentes [as] circunstâncias que recomendam sua mantença no cárcere”.
O juiz José Francisco Matos declarou ao Estado que pediu a abertura de mais duas ações criminais contra Bizerra. “Ele não cessou sua atividade criminosa, passando inclusive a enviar e-mails para a minha conta pessoal, bem como postando manifestações, todas de caráter ofensivo e criminoso, em rede social.”
A reportagem não localizou a juíza Maria Lucinda Costa. O TJ-SP afirmou que a Lei Orgânica da Magistratura Nacional impede juízes de comentarem processos que estão julgando, e a Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) disse que “a livre convicção do juiz deve ser sempre preservada”.
Por coincidência, há exatamente um ano, o Globo publicou notícia com a manchete “Galinha-bomba pode ser nova arma do Estado Islâmico“. Será que o gaúcho estava preparando algumas galinhas-bomba? A notícia abaixo também é do jornal O Globo:
O suspeito preso pela Polícia Federal (PF) no Rio Grande do Sul, sob a acusação de premeditação de ato terrorista na Olimpíada e alinhamento com o grupo Estado Islâmico, é um criador e vendedor de galinhas de raça no município de Morro Redondo, no Sul do estado. A PF cumpriu o mandado de prisão às 5h desta quinta-feira, quando ainda estava escuro. O pai dele disse que os policiais perguntaram ao filho sobre troca de mensagens com outros suspeitos. Ele confirmou ter mantido conversas com desconhecidos pelo Telegram, programa semelhante ao WhatsApp, mas negou a intenção de praticar atentados.
Segundo a investigação, ele e outros suspeitos de diversas partes do país aderiram ao Estado Islâmico. Em conversas pelo chat, elogiaram os recentes atentados em Nice e Orlando e falavam sobre praticar atos terroristas no Rio. Chegaram a discutir a compra de armas.
— Ele não é um bandido. Simplesmente falou com a pessoa errada na hora errada. Passaram esse “zap zap” aí. Ele, inocentemente, respondeu, achando que estava fazendo uma grande coisa. É um idiota, foi aceitar conversar com um cara que nem conhece. Ele nunca nos falou nada. Disse que estava conversando com amigos. O delegado perguntou qual era o plano. Ele disse que não tinha plano nenhum, que não faria atentado. Disse que foi respondendo às mensagens sem saber o que estava acontecendo — relatou o pai.
Há 20 dias, o suspeito preso mora numa propriedade rural de três hectares com o pai, a mãe, o avô e o irmão mais novo. Para chegar ao local, é preciso percorrer quilômetros de estrada de chão batido. É um lugar interiorano. Depois do anoitecer, raramente se encontra alguém na rua. O cheiro mais presente é o de lenha queimada nos fogões das poucas casas. Antes, o detido residia, desde a infância, em Pelotas.
O pai disse que o filho usava bastante o celular. Era uma das formas de contato para receber encomendas de galinhas. Clientes iam até a propriedade da família para buscar os animais criados pelo suspeito de envolvimento com o terrorismo.
— O pessoal sempre ligava para comprar as galinhas dele. Ele estava sempre mexendo naquilo (celular) — contou.
O suspeito passava os dias na propriedade, conforme relato do pai. Tratava as galinhas e planejava começar uma criação de vacas. Cortava lenha e galhos. É caseiro, cuidava do avô, que passa a maior parte do tempo acamado, e aprecia pescaria, cavalos e chimarrão. O pai disse que ele pouco se envolvia com amigos ou festas. Não bebia e tampouco usava drogas.