“Tem mais de 500 cargos, cara, lá na Câmara e no Senado. Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles (família Bolsonaro) em nada. 20 ‘continho’ aí pra gente caía bem pra c**”.
(Do famoso Fabrício Queiroz, em áudio de junho passado, onde ele ensina os caminhos pra se conseguir um cargo na Câmara ou no Senado).
Três ex-presidentes de cortes superiores de Justiça na Europa enviaram uma carta aberta aos magistrados brasileiros do Supremo Tribunal Federal.
No texto, o ex-presidente do Conselho de Estado da Espanha de 1985 a 1991, Tomás Quadra-Salcedo, e dois ex-presidentes da Corte Constitucional da Itália Franco Gallo (2013) e Giuseppe Tesauro (2014) pedem que os colegas brasileiros reflitam sobre “os vícios dos processos iniciados contra Lula”.
Eles também citam as revelações do site The Intercept Brasil sobre as relações promíscuas entre o então juiz Sérgio Moro e os procuradores da força-tarefa da “lava jato”.
“Essas revelações confirmaram que a operação “lava jato”, sob o pretexto de combater a corrupção, se transformou em um partido político, contribuindo para a destituição de Dilma Rousseff em 2016, bem como para a perseguição política contra ao ex-presidente Lula. Essa perseguição funcionou, pois permitiu a eleição de Jair Bolsonaro para a presidência da República”, diz o texto.
O Jornal de Jales publicou, no domingo, um editorial que deveria servir de reflexão a todos aqueles que pretendem ingressar na política, principalmente em cargos do Executivo. O texto cita alguns ex-prefeitos da região, que se deram mal no cargo e sofrem, até hoje, as consequências de suas ações no exercício do mandato.
O jornal não citou o ex-prefeito de Dolcinópolis, José Luiz Inácio de Azevedo, que está preso por conta dos trambiques que aprontou enquanto prefeito, e que deveria servir de exemplo de como não se deve administrar uma cidade.
E é interessante registrar que, na semana passada, o ex-prefeito de Urânia, Francisco Airton Saracuza, foi condenado, em 1ª instância, a quase 09 anos de reclusão, em regime fechado. Reproduzo abaixo, por oportuno e didático, o editorial do JJ.
Flertando com o perigo
Absolutamente chocado. Foi assim que se sentiu João Nogueira, um dos homens mais educados de Jales, depois de ler matéria publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” na edição do dia 7 de outubro. Título da matéria: “Réu em 27 ações, ex-prefeito diz ter trauma de política”.
Em espaço equivalente a meia página, o jornalista José Maria Tomazela, nome estrelado do time do mais tradicional jornal do país, retratou com a costumeira competência a via-crucias que vem vivendo Otávio Cianci, ex-prefeito da vizinha Mesópolis.
Chefe do Executivo do ex-distrito de Paranapuã entre 2005 e 2012, o popular Tavinho colecionou 27 ações na justiça de Jales, 17 das quais por improbidade administrativa. Os processos criminais por fraudes em licitações, falsidade ideológica e associação criminosa, ainda segundo o jornal, já renderam ao ex-prefeito condenações em primeira instância que somam 22 anos e 3 meses de prisão.
Resumo da ópera: Tavinho que, quando se elegeu prefeito pela primeira vez,tinha um bom patrimônio em imóveis, veículos e gado, hoje, por conta do pagamento de honorários a advogados e de bloqueios da justiça, ficou reduzido a pó de traque, a ponto de ter que morar de favor na casa de um filho.
E por que o gentleman João Nogueira ficou tão chocado com o que leu? É que na condição de presidente do PTB de Jales e coordenador regional do partido, foi ele quem convenceu Tavinho Cianci a entrar na política, pois se tratava de uma pessoa de bem e membro de uma família respeitada em Mesópolis.
Mas, o caso dele não é único na região. Outro ex-prefeito que viveu dias de glória, foi para o fundo do poço e hoje tenta reconstruir a vida é Cláudio Pereira da Silva, o Caju (PT), de Paranapuã. Ele era humilde cortador de cana, elegeu-se vereador e, contrariando todos os prognósticos, disputou e venceu a eleição para prefeito em 2000 e se reelegeu em 2004.
Caju, no auge da fama, era celebridade no âmbito interno do PT. O próprio ex-presidente Lula chamava-o de símbolo do PT e, mais de uma vez, comparou-o a si próprio, lembrando que saíra de Garanhuns-PE na carroceria de um pau-de-arara e Caju tinha começado a vida na enxada e na foice.
Encerrados os dois mandatos, o ex-prefeito de Paranapuã ganhou de herança uma enxurrada de processos, alguns dos quais até hoje em andamento. Durante bom tempo, teve que ganhar o pão de cada dia como servente de pedreiro e, para vir ao fórum de Jales, tinha que pegar carona. Só agora tenta respirar um pouco como consultor de uma multinacional de produtos de limpeza, batendo de porta em porta dos amigos.
A vida pública fez outras vítimas. Em Jales, o ex-prefeito Humberto Parini (PT) continua com os bens bloqueados. A ex-prefeita Eunice Mistilides Silva (PTB), cassada pela Câmara em 2015, ainda hoje, de vez em quando, tem que se defender de alguma ação.
Os ex-prefeitos Luís Vilar de Siqueira (PSD), de Fernandópolis, Airton Saracuza (PP), de Urânia, e Edson Gomes (PP), de Ilha Solteira, chegaram a ser presos.
Ou seja, ser prefeito, independentemente do tamanho da cidade, passou a ser, de uns tempos a esta parte, uma função de alto risco. Na reportagem do Estadão, Tavinho Cianci resumiu tudo: “os políticos novos que se candidatam a cargos executivos não imaginam a dor de cabeça que os espera. Eu não volto a me candidatar nem que seja a última pessoa de Mesópolis”.
O ex-urubólogo Alexandre Garcia quase teve um orgasmo, ontem, ao anunciar que o “Posto Ypiranga” Paulo Guedes foi eleito por uma revista britânica como o melhor ministro da Economia do mundo. Uma piada que só mesmo o baba-ovo oficial do governo Bolsonaro poderia anunciar.
A vontade de puxar o saco é tamanha que ele nem se deu ao trabalho de checar a novidade. Na verdade, o Guedes foi “eleito” pela revista – cuja existência ninguém tinha notado – como o melhor ministro da América Latina, o que continua sendo uma piada.
Isso me faz lembrar duas premiações recebidas pelo nosso ex-prefeito, o estadista Humberto Parini. Em fevereiro de 2011, ele participou de um evento realizado em um hotel de luxo, em São Paulo, quando recebeu um diploma por administrar “uma das cinco cidades que mais cresce no país”.
E em dezembro daquele mesmo ano, Parini foi escolhido como um dos 50 melhores prefeitos do Brasil. O dado curioso é que a lista dos melhores prefeitos trazia, também, o nome da ex-prefeita de Fernandópolis, Ana Bim, que já tinha deixado o cargo três anos antes.
Voltando ao Alexandre Garcia, até pouco tempo atrás ele vivia citando o Chile como um modelo a ser seguido pelo Brasil. E agora, com o país vizinho em convulsão por conta de uma política econômica que ferrou 80% da população, o ex-urubólogo prefere falar das viagens inúteis do Bozo e do prêmio, também inútil, do “Posto Ypiranga”.
Vejamos, então, o que pensa o professor tucano Marco Antônio Villa sobre o ministro Paulo Guedes e a situação do Chile:
A baixaria do PSL está ficando cada vez mais interessante. Que a plagiadora balofa é falsa como uma nota de três eu já sabia. Aliás, eu achava que ela era nota de 17. E essa história de “sem pau” precisa ser melhor explicada. Acho que o Dudu vai ter que “matar a cobra” (no caso, a Joice) e mostrar o pau.
Depois do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicar uma nota de R$ 3,00 com o rosto da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) estampado foi a vez de aliados da ex-líder do governo no Congresso revidarem. Começou a circular uma nota de R$ 100,00 com o rosto de Eduardo, em referência à compra de votos que o presidente Jair Bolsonaro teria realizado em favor de Eduardo. Além disso, a nota traz a inscrição: “Sem pau”.
“Olha só mais um “presentinho” da milícia digital para mim. Anota aí: NÃO TENHO MEDO DA MILÍCIA, NEM DE ROBÔS! Meus seguidores são DE VERDADE, orgânicos. E não se esqueçam que eu sei quem vocês são e o que fizeram no verão passado”, publicou Joice ao ver a nota circular.
Em seguida, a tag #Bolsolão ganhou força nas redes sociais em referência às denúncias da ala bivarista do PSL de que o presidente teria comprado parlamentares para que eles assinassem lista em favor do filho 03. Bolsonaro queria ver Eduardo comandar a bancada do partido no lugar de Delegado Waldir (PSL-GO), aliado do presidente do PSL, Luciano Bivar.
Em entrevista, Waldir denunciou que o presidente da República segue articulando para colocar o filho, Eduardo Bolsonaro, no lugar dele. “A única finalidade do governo hoje é me derrubar da liderança do PSL. A traição vem de onde você menos espera”, revela o parlamentar, que promete que o partido agora pode atuar como oposição em algumas das propostas do Planalto. Na entrevista, o deputado repete o xingamento que fez em reunião fechada. “Eu não menti. Ele me traiu. Então, é vagabundo”, disse.
Esse partido do Bozo é uma comédia. Vejam essa novidade:
Em mais um capítulo da guerra interna travada dentro do PSL, a legenda, que é presidida nacionalmente por Luciano Bivar, decidiu pedir a cassação do deputado Daniel Silveira, do próprio PSL.
A decisão foi tomada nesta sexta-feira, 18. Para a ala pró-Bivar, Silveira quebrou o decoro parlamentar do partido ao gravar reunião da bancada como espião de Jair Bolsonaro, que é o do PSL.
O fato é inédito no Conselho. Jamais, desde sua criação, em 2002, um partido ingressou com representação contra um parlamentar filiado a seus quadros. O colegiado, até hoje, apreciou 166 casos.
Na conversa gravada por Daniel Silveira, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir, chama Jair Bolsonaro de “vagabundo” e diz que vai implodi-lo.
Em entrevista ao Estado de S. Paulo nesta sexta-feira, Delegado Waldir confirmou a intenção do PSL de ir ao Conselho de Ética contra Daniel Silveira, e voltou a chamar Bolsonaro de “vagabundo”.
O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília se manifestou, nesta quinta-feira, 17, pela absolvição sumária dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, dos ex-ministros Guido Mantega e Antônio Palocci, e do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, na ação penal conhecida como “Quadrilhão do PT”.
Os cinco respondem na Justiça Federal de Brasília pelo crime de organização criminosa. A acusação é de 2017, e foi oferecida ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo então procurador-geral Rodrigo Janot. À época, Janot afirmou que os petistas receberam 1,48 bilhão de reais em propina, e comandaram uma organização criminosa que lesou a Petrobras.
Além das supostas vantagens ao PT, a denúncia sustenta que Lula, Dilma, ministros e demais agentes ainda teriam colaborado para que outras três “quadrilhas”, a do PP, a do “MDB do Senado” e a do “MDB da Câmara”, recebessem recursos da Petrobras. Os desvios teriam chegado a 391 milhões de reais, no caso do PP; 864 milhões, no MDB do Senado; e 350 milhões de reais, no MDB da Câmara.
Quando enviada pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte, ao Distrito Federal, a peça chegou a ser endossada pela Procuradoria, e recebida pelo juiz federal Vallisney de Oliveira, que abriu ação penal. O magistrado, inclusive, terá que decidir se arquiva, ou não, o caso.
Em sua decisão, a procuradora Marcia Brandão Zollinger afirma que “há, de fato, narrativas de práticas criminosas que estão sendo apuradas em processos autônomos, mas do conjunto das narrativas não se pode extrair, com segurança, que haveria uma estrutura organizacional estável integrada por Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Vana Rousseff, Antonio Palocci Filho, Guido Mantega e João Vaccari Neto, tampouco que a união desses atores políticos tivesse o propósito de cometimento de infrações penais visando um projeto político de poder”.
A procuradora afirma, ainda, que a “imputação de organização criminosa sem os elementos do tipo objetivo e subjetivo, provoca efeitos nocivos à democracia, dentre elas a grave crise de credibilidade e de legitimação do poder político como um todo” e que, por isso, “não pode o Ministério Público insistir em uma acusação cujos elementos constitutivos do tipo penal não estão presentes”.