Nesta segunda-feira, 24, foram divulgadas duas pesquisas eleitorais para o segundo turno. Na primeira, realizada pelo Atlas/Intel, o ex-presidente Lula cresceu 0,9 pontos percentuais nos votos totais e passou de 51,1% para 52%, enquanto Bolsonaro ficou em 46,2%. Nos votos válidos, Lula tem 53% e Bolsonaro tem 47%.
A pesquisa Atlas ganhou prestígio pois foi a que mais se aproximou do resultado do primeiro turno. O levantamento de hoje ouviu 4.500 eleitores de modo digital entre os dias 18 e 22 de outubro. A Atlas traz outra boa notícia para Lula: segundo o levantamento, 69% dos eleitores de Simone Tebet estão dispostos a votar no ex-presidente.
Já a segunda pesquisa é do Ipec (ex-Ibope), divulgada no início da noite. A pesquisa, que ouviu 3.008 pessoas em 183 municípios, com entrevistas presenciais, mostra um cenário de estabilidade, o que significa um bom indicador para o ex-presidente Lula, que havia sofrido ligeira queda na pesquisa anterior.
Na pesquisa Ipec desta segunda-feira, Lula obteve 50% dos votos totais, contra 43% de Bolsonaro. Nos votos válidos, Lula se mantém com 54% e Bolsonaro ficou com 46%. Os números, tanto dos votos totais, quanto dos votos válidos, são os mesmos da pesquisa anterior, divulgada na segunda-feira passada, 17. O Ipec divulgará uma nova pesquisa no sábado, 29.
A última semana da campanha eleitoral terá diversas pesquisas. Amanhã, terça-feira, serão divulgados levantamentos do instituto Ipespe e da Paraná Pesquisas. Já o instituto Quaest irá divulgar duas pesquisas: a primeira na quarta-feira, 26, e a segunda no sábado, 29.
O Datafolha também prevê duas pesquisas nesta semana. A publicação de um dos levantamentos está prevista para quinta-feira, 27, enquanto o outro deve sair no sábado, 29.
A semana se inicia com o esforço quase cômico de Jair Bolsonaro, o candidato do PL que tenta a reeleição, de tentar descolar o ex-deputado Roberto Jefferson da sua imagem, depois dos absurdos episódios que levaram à sua prisão na noite de ontem.
Se alguém a essa altura ainda tiver alguma dúvida sobre de que lado Roberto Jefferson estava basta rever as cenas da própria saída da Polícia Federal da sua casa na cidade fluminense de Comendador Levy Gasparian.
Atrás do carro da PF no qual Jefferson seguiu aparece um carro todo cheio de adesivos da campanha de Jair Bolsonaro, que levou advogados e assessores do ex-deputado. Um carro particular de Roberto Jefferson.
A tentativa feita agora por Bolsonaro de tentar se descolar de Roberto Jefferson é típica das estratégias de utilização de táticas da guerra híbrida na disputa política. Bob Jeff, usando aqui o apelido que ele mesmo se deu ao tentar ser candidato à Presidência da República com uma tornozeleira eletrônica plantada no final da sua perna, agiu como uma espécie de sniper de Bolsonaro.
E é muito difícil que não tenha agido como atirador de elite do presidente que tenta se reeleger dentro de um jogo combinado. Jogo combinado que agora Bolsonaro tenta evitar porque nada deu certo. Foi tudo uma trapalhada.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) já foi funcionário de Roberto Jefferson na Câmara dos Deputados. O filho de Jair Bolsonaro (PL) ocupou um cargo comissionado na liderança do PTB, partido em que o terrorista bolsonarista era o presidente.
Na época, Eduardo tinha 18 anos e era calouro de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele foi nomeado para um cargo comissionado de 40 horas semanais e passou a receber o equivalente a R$ 9,8 mil por mês.
No entanto, a nomeação era irregular, pois o filho 03 do presidente morava e estudava no Rio de Janeiro e o cargo só poderia ter sido preenchido por alguém que desse expediente no Congresso, uma vez que, esse tipo de função tem “por finalidade a prestação de serviços de assessoramento aos órgãos da Casa, em Brasília. Desse modo, (os servidores) não possuem a prerrogativa de exercerem suas atividades em outra cidade além da capital federal”.
Em um debate sobre nepotismo em 2005, o próprio Bolsonaro confirmou a contratação do filho. “Já tive um filho empregado nesta Casa e não nego isso. É um garoto que atualmente está concluindo a Federal do Rio, uma faculdade, fala inglês fluentemente, é um excelente garoto. Agora, se ele fosse um imbecil, logicamente estaria preocupado com o nepotismo”, disse em debate em sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, segundo reportagem do arquivo do jornal O Globo.
Apesar de se dizer um defensor da família e contra o aborto, encampar a narrativa de que seu governo é o que mais ajuda os pobres e se associar a Deus, o presidenteJair Bolsonaro (PL), em seus tempos de deputado federal, fez inúmeros discursos que vão no sentido oposto àquilo que prega atualmente.
O atual mandatário passou 27 anos como parlamentar na Câmara antes de se eleger presidente e, ao longo de todo este período, fez declarações, registradas, transcritas e disponíveis no arquivo da Casa, que mostram total aversão aos mais pobres, defesa do aborto e de políticas eugenistas e fascistas e até mesmo elogios a Adolf Hitler, o líder do nazismo na Alemanha.
Vários desses discursos foram compilados em uma thread no Twitter pelo usuário Erick Santos, que pesquisou as falas de Bolsonaro através do site da Câmara dos Deputados.
Em 1992, por exemplo, Bolsonaro defendeu políticas de controle de natalidade para conter a “proliferação” dos mais pobres. “Devemos (…) adotar urgentemente uma rígida política de controle da natalidade. Não podemos mais fazer discursos (…) cobrando recursos e meios do Governo para ATENDER a ESSES MISERÁVEIS QUE PROLIFERAM cada vez mais”, disparou.
O tema do controle de natalidade, inclusive, era pauta recorrente nos discursos de Bolsonaro na Câmara. Ele chegou, inclusive, a defender distribuição de pílulas abortivas.
“É preciso, portanto, que todos tenhamos os pés no chão e passemos a tratar desse tema (controle da natalidade) sem demagogia sem interesse partidário ou eleitoreiro, porque de nada adiantam nossas convicções religiosas, políticas ou filosóficas, quando se está em jogo, sem dúvida, uma questão bem mais grave e que, de fato, interessa à segurança nacional”.
“Sr. Presidente, solicito a V. Ex. que mande transcrever matéria publicada no Jornal Folha de S. Paulo, sobre o início do uso da PÍLULA DE ABORTO na China”, emendou, afirmando ainda, em outra declaração, “que quem não tem recursos continua parindo, fazendo cada vez mais filhos, de forma inconsequente, o que gera violência”.
Já em 2007, o então deputado Bolsonaro sugeriu que crianças pobres não tenham acesso à educação. “Imagina-se que se trata de filhos não planejados de mães pobres, crianças que basicamente irão às escolas não para aprender, mas para comer. Antes da educação, uma seleção”, falou.
Em 2013, o atual presidente afirmou que a única “utilidade” dos pobres é votar: “Título de eleitor na mão e diploma de burro no bolso (…) Só para isso e nada mais serve”.
Retrocedendo a 2005, Bolsonaro, em outro discurso, atacou a igreja católica: “A ideia só não deslanchou ainda pelo temor às reações da Igreja Católica, que, diga-se de passagem, é uma das grandes responsáveis pela miséria que se espalha em nosso meio”.
Ao propor a instituição da pena de morte no Brasil, em 2003, o presidente à época deputado chegou a defender extermínios: “Enquanto o Estado não tiver coragem de adotar a pena de morte, O CRIME DE EXTERMÍNIO (…) SERÁ MUITO BEM-VINDO. Se não houver espaço para ele na Bahia pode ir para o RJ. (…) TERÃO TODO O MEU APOIO…”.
Como se não bastasse, entre inúmeras outras atrocidades, Bolsonaro, em 2008, elogiou Adolf Hitler ao comentar o fato de que, naquele ano, alunos do Colégio Militar de Porto Alegre votaram no líder do nazismo como “personalidade histórica mais admirada”.
A Micheque está se revelando tão mentirosa quanto o marido. Não por acaso, ultimamente ela tem andado muito com a Damares, outra mentirosa contumaz. Deu no DCM:
Na sexta-feira (21), a primeira-dama Michelle Bolsonaro fez uma visita ao Clube Minas Gerais, em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte, e repetiu uma notícia falsa que já havia sido disseminada nas redes sociais.
Enquanto criticava o Partido dos Trabalhadores (PT), sigla de Luiz Inácio Lula da Silva, oponente de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano, a esposa do atual chefe do governo mencionou a suposta invasão de uma igreja luterana em Joinville, no interior de Santa Catarina, por militantes de esquerda.
“Aconteceu no Paraná. O Instituto Luterano sendo invadido pela extrema esquerda”, disse Michelle, errando o estado em que o vídeo foi feito, segundo o jornal Estado de Minas.
Na web, o conteúdo que mostra jovens subindo escadas foi compartilhado por bolsonaristas como se fossem cenas de ocupação do Instituto Luterano de Joinville por pessoas ligadas a partidos de esquerda.
Porém, as imagens são referentes a um protesto de alunos da Faculdade Ielusc (Instituto Educacional Luterano de Santa Catarina) contra a demissão de uma professora da universidade.
Ainda criticando Lula, a primeira-dama afirmou que “bastava comparar o que foi feito durante o governo petista e o governo Bolsonaro para tomar a decisão”: “Tiveram 16 anos no poder não fizeram nada. Não levaram água para o Nordeste, agora estão prometendo picanha. Esse é o conto da serpente”, continuou, adotando um tom religioso.
Ontem, sexta-feira (21), o jornal britânico The Guardian publicou texto do jornalista Tom Phillips que relata a preferência de criminosos do Rio de Janeiro pela reeleição de Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o relato, um traficante de armas disse que Bolsonaro facilitou acesso às armas, referindo-se aos CAC’s (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador). O traficante conta que 60% das armas utilizadas hoje no crime são de CAC’s e, inclusive, revelou que teria uma delas em seu carro.
Os relatos são de uma conversa entre um traficante de maconha, um ladrão de banco e um traficante de armas.
“A vida tem sido mais fácil com Bolsonaro. É mais fácil conseguir armas. É mais fácil conseguir munição”, comentou o traficante de armas com os outros dois criminosos.
No entanto, a divisão de opiniões também se impõe na conversa entre os criminosos citados no The Guardian.
Ao mesmo tempo em que preferem a continuidade de Bolsonaro no poder, por conta das facilidades em obter armas e munições, o traficante, por exemplo, se demonstra preocupado com a pobreza agravada pelo governo Bolsonaro e o dia a dia da comunidade à sua volta.
“Lula pode roubar – mas pelo menos ele coloca comida no prato das pessoas”, disse. “Para mim e minha família, Bolsonaro é melhor. Mas e as minhas raízes? E as crianças por aqui?”, indagou, “apontando para a favela carente ao seu redor”, reportou Phillips.
As críticas a Lula aparecem com “corrupção” e “comunismo”, palavras repetidas por adversários políticos em campanhas de desinformação. Um dos criminosos se informa pela Jovem Pan, conhecida por disseminar desinformação em sua programação.
O cientista político Felipe Nunes, diretor do instituto de pesquisas Quaest, entrevistado para a matéria, disse que o debate dos criminosos é um retrato fiel do Brasil: uma eleição que colocou brasileiros contra brasileiros, como nunca antes.
Segundo o jornalista Ricardo Rangel, o filho 04 do presidente Bolsonaro, o Jair Renan, era filho de mãe solteira até os 11 anos, quando fugiu com a mãe para a Noruega. O jornalista diz que Bolsonaro não colocou seu nome como pai na certidão de nascimento do filho. Vejam o vídeo: