Enquanto os bolsonaros churrasqueiam com picanha de R$ 1,8 mil por quilo e os representantes do povo comem bacalhau, polvo e salmão, o povo – como na música da companheira Beth Carvalho – rói o osso. A charge é do Lute e a notícia é da Folha de S.Paulo:
A pandemia e a crise econômica mudaram o comportamento dos açougues na capital do Ceará. Aqueles que antes doavam ossos passaram a vendê-los. Quem já comercializava, aumentou o preço do produto, diferenciando valores do “osso de primeira” e do “osso de segunda”.
O aumento da procura por ossos no país vem na esteira da alta do preço da carne, assim como de outros alimentos, e do desemprego em nível elevado. Cenas pelo país chamaram a atenção, como a de ossos disputados no Rio.
No açougue do Parque Presidente Vargas, Isabel Rodrigues, 39, optou por um saco com desossas de boi, que estava sendo vendido a R$ 3,50 o quilo.
A diarista explica que os pratos com ossos viraram rotina na mesa da família devido aos altos preços das carnes. “Quando a gente tem sorte, pega uns com carninha. Levo sempre para fazer sopa, colocar no feijão. Mesmo tendo essas placas com promoção, não dá no meu orçamento. E até o osso está ficando caro.”
A reportagem percorreu supermercados, frigoríficos e açougues das 12 regionais de Fortaleza, entre os dias 27 e 29 de outubro.
O valor do osso varia de acordo com o bairro e a categoria. Ele pode ser encontrado sem distinção ou com definição de primeira, segunda e até de terceira, dependendo do estabelecimento.
Na região onde Isabel mora, por exemplo, o osso liso, aquele que não contém carne nem gordura, custa entre R$ 3,50 e R$ 5 o quilo. Na Barra do Ceará, o valor é de R$ 2,50 o quilo. Nas regiões de Messejana, Centro, José Walter e Mucuripe, o item custa em média R$ 10 o quilo.
No Grande Bom Jardim e região do Conjunto Ceará, surgem outras categorias. O osso de segunda, que é aquele que pertence a uma carne nobre, como alcatra, tem a mesma média de valor nos dois lugares, R$ 10,99 o quilo.
O osso de primeira, chamado de “cozidão”, que contém resquícios de carne e gordura, custa R$ 17,99 o quilo. O termo “cozidão” também está presente no Conjunto Esperança e José Walter, custando R$ 19,99 e R$ 24,99 o quilo, respectivamente.
Enquanto 14 milhões de pessoas vivem na extrema pobreza no Brasil, parlamentares se valem de privilégios para almoçar, jantar e promover eventos em restaurantes de luxo. Um levantamento da BandNews FM aponta, por exemplo, que o senador e ex-presidente Fernando Collor, do PROS, gastou R$ 22.806,00 em uma “festa” para 97 pessoas, com direito a caipirinha e cerveja.
O evento ocorreu no fim de agosto na Churrascaria Fogo de Chão, na Asa Sul, em Brasília.
As despesas não são ilegais – estão dentro da chamada cota parlamentar -, mas não refletem o dia a dia da maioria dos brasileiros, que nem sequer conseguem colocar carne na mesa.
Outro senador, Carlos Portinho, do PL, promoveu um jantar com o secretário de Planejamento e Gestão do Rio de Janeiro no restaurante Gero, dentro do Hotel Fasano, na capital fluminense.
A conta saiu R$ 1.302,00 – R$ 1.100,00 reembolsados pelo Senado -, com direito a pratos como Spaguetti à Carbonara, Ravioli, Risoto, sobremesas e cafezinho.
Um mês depois, Carlos Portinho gastou mais R$ 1.077,00 em outro jantar, em um restaurante japonês com a equipe jurídica, na Asa Sul. Seis ostras saíram por R$ 144,00, sem contar os pratos com polvo, camarão e salmão.
Em São Paulo, Alexandre Giordano, do MDB, gastou em duas churrascarias R$ 1.742,00 para oito pessoas, devidamente reembolsados pelo Senado. Apenas uma picanha fatiada custou R$ 242,00; a fraldinha saiu R$ 188,00.
O relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros, do MDB, frequentou com a equipe o restaurante Dom Francisco, em Brasília. Em três almoços, o senador gastou R$ 2015,00; só um prato de bacalhau na brasa saiu R$ 270,00.
No total, os 81 senadores gastaram com alimentação, locomoção, hospedagem e combustíveis – alguns têm os próprios jatinhos – R$ 3.237.567,64 entre janeiro e setembro, um aumento de 27% em relação a 2020.
Na Câmara, no mesmo período, as despesas dos 513 deputados com os mesmos itens somaram R$ 49.682.541,31 – uma alta de 5% na comparação com o ano passado.
Uma das despesas que chama muito a atenção – já divulgada – foi feita por Cid Gomes, do PDT. Ele fretou um jatinho em março para se deslocar de Fortaleza para Salvador – ida e volta – ao custo de R$ 54.552,00.
A nota não traz detalhes de quem viajou no avião; uma passagem para o mesmo destino custaria hoje R$ 1.600,00.
Lembrando que a pesquisa XP/Ipespe é a pesquisa do tal “mercado”. Deu no jornal Valor Econômico:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue liderando a disputa ao Palácio do Planalto no próximo ano, segundo pesquisa XP/Ipespe divulgada nesta quarta-feira, 03. Mas o levantamento mostra que o petista parou de crescer.
No cenário espontâneo, a intenção de voto em Lula oscilou de 30% para 31%, de setembro para outubro, e, no estimulado, passou de 43% para 42%. A evolução do presidente Bolsonaro foi de 23% para 24% no levantamento espontâneo e se manteve em 28% no estimulado.
Na resposta espontânea sobre seu candidato ao Planalto, Lula liderou o levantamento do mês passado com 31%, ante 24% de Bolsonaro, 3% de Ciro Gomes (PDT), 2% do ex-ministro e ex-juiz da Lava-Jato Sérgio Moro. João Doria, que disputa a indicação do PSDB para a disputa presidencial com o governador gaúcho Eduardo Leite, recebeu 1%, enquanto seu concorrente partidário não pontuou. Também não pontuou o apresentador José Luiz Datena, que está trocando o PSL pelo PSD, enquanto o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta levou 1%.
Na resposta estimulada, Lula também está na dianteira, com 42% no cenário que inlui João Doria (4%) e 41% no que inclui Eduardo Leite (3%). No cenário com o governador paulista, Bolsonaro recebeu 28% das respostas, Ciro Gomes, 11%, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, 3%, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), 2%.
No segundo cenário, Bolsonaro ficou com 25%, Ciro Gomes (PDT), com 9%, Sergio Moro – que deve se filiar ao Podemos no próximo dia 10 -, recebeu 8%, Mandetta, 3%, Datena levou 3%, Eduardo Leite, outros 3%, Pacheco 2%, e a senadora Simone Tebet (MDB), 1%. O senador Alessandro Vieira (Cidadania) não pontuou.
Em eventual segundo turno, Lula vence todos os candidatos com porcentual ao redor de 50%.
Ante Bolsonaro, o petista fica com 50% dos votos, seguido por 32% do atual presidente.
Se a disputa fosse com Moro, Lula receberia 52% ante 34% do ex-juiz. Com Ciro Gomes, o petista teria um percentual marginalmente menor, 49% ante 29% do pedetista. Ante João Doria, a disputa encerraria em 51% a 27%. Com Eduardo Leite, o resultado seria de 50% a 28%.
Ou, seja, o genocida está recebendo o tratamento que merece. O Bozo foi um dos poucos mandatários no G20 que não teve uma única reunião com outros líderes internacionais. O que ele mais fez foi passear por Roma, espalhar fake news para apoiadores, tomar coca-cola e tirar fotos com seguranças.
O jornalista Jamil Chade, uma das vítimas da agressão praticada pela comitiva de Jair Bolsonaro e policiais italianos quando fazia a cobertura da participação de Bolsonaro na reunião do G20, em Roma, na Itália, afirmou que o presidente brasileiro “é um homem isolado no mundo e com um status equivalente a de um líder de uma republiqueta decadente e sanguinária”.
“Se essa era uma realidade que eu via e denunciava todos os dias nos últimos meses, a ficção que o bolsonarismo construiu nas redes sociais parecia conseguir sobreviver graças à impossibilidade de cúpulas presenciais e de viagens. O Zoom camuflava o desprezo que o mundo nutria pelo presidente brasileiro”, salientou o jornalista em artigo.
Segundo ele, a reunião do G20, de forma presencial, desnudou a imagem de Bolsonaro perante o mundo.
“A cúpula de Roma, assim, entra para a história como o momento em que líderes voltaram a se olhar, apertar mãos, ver a reação de desgosto ou simplesmente uma piscada de aprovação. Para Bolsonaro, porém, foi reservado o mesmo tratamento que democracias dão para líderes constrangedores que, em certos momentos, passam por solo europeu. Muitos deles são ditadores ou personagens criticados por violações aos direitos humanos”, frisou.
Quando você vê, em pleno século XXI, uma multidão acampar na frente de uma funerária, na expectativa de ver um pastor evangélico ressuscitar, aí você entende porque um negacionista genocida é o presidente do Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) enfrenta resistências por parte de religiosos ao tentar visitar a basílica de Santo Antônio, em Pádua.
O brasileiro desembarcou em Roma nesta sexta-feira e participa da cúpula do G20 neste fim de semana. Mas, na segunda-feira, viaja até a região de Pádua, onde pretendia visitar a basílica local. No mesmo dia, ele ainda irá para a cidade de seus ancestrais, Anguillara Veneta, onde receberá o título de cidadão honorário.
Mas, numa nota emitida, a diocese de Pádua deixa claro que os religiosos não estão dispostos a receber o brasileiro de maneira oficial. Se Bolsonaro quiser entrar na basílica, será na condição de um peregrino como qualquer outro.
Para interlocutores locais, tanto o prefeito de Pádua, Sergio Giordano, como o bispo local Claudio Cipolla deixaram claro que não pretendem receber oficialmente o presidente.
Num comunicado, a diocese ainda lembra como alguns religiosos da região, como Ezechiele Ramin e Ruggero Ruvoletto, foram assassinados no Brasil. O documento ainda aponta como bispos têm denunciado “violência, a exploração da religião e devastação ambiental, além de severa crise de saúde”.
A diocese, assim, apela para que Bolsonaro “promova políticas que respeitem a Justiça, saúde e o meio ambiente”. E ainda completa que a homenagem que se planeja ao brasileiro criou “um forte embaraço” diante da voz de tantos que sofreram.
Dessa caterva bolsonarista pode-se esperar de tudo. A notícia é do Congresso em Foco:
O churrasqueiro Joas do Prado Pereira, mais conhecido como Churrasqueiro Tchê, que o presidente Jair Bolsonaro e várias celebridades nacionais com refeições personalizadas e com cortes nobres de carne, também é um dos milhões de brasileiros que se valeram dos pagamentos do auxílio emergencial do governo, em 2020.
O gaúcho que no dia 17 pilotou a churrasqueira do Palácio da Alvorada no aniversário de 11 anos da primogênita do presidente Bolsonaro, Laura, e que no dia 10 também foi o responsável pelo churrasco na mansão de R$ 6 milhões do senador Flávio Bolsonaro é o mesmo que, recentemente serviu ao presidente um bife cotado a R$ 1800 o quilo, recebeu R$4,2 mil em auxílios no estado de Goiás, sendo cinco parcelas de R$ 600 e quatro parcelas de R$ 300.
O fato de Joas ter se beneficiado do auxílio emergencial não constitui um ato ilegal, mas contradiz a própria rotina do churrasqueiro gaúcho radicado no Centro-Oeste: ao mesmo tempo em que recebia o auxílio destinado às populações mais carentes afetadas pela pandemia, Joas atendeu cantores sertanejos em diversas lives, quando a pandemia ainda escalava no Brasil, e participou de viagens enquanto os depósitos eram feitos.
Grande parte desta realidade está em seu Instagram, para cerca de 69 mil seguidores. É possível ver em seu Instagram, ao longo da pandemia, diversos registros de churrascos realizados para celebridades como o sertanejo Leonardo, Gusttavo Lima, Eduardo Costa, Bruno da dupla Bruno e Marrone, Maiara e Maraisa, dentre outros.
O vereador Bruno de Paula (PSDB), em Sessão Ordinária (25), apresentou um requerimento questionando a Prefeitura se existe algum bônus ou benefício ao servidor que trabalha no combate e controle da dengue.
O parlamentar justificou que todos os servidores que atuam ativamente no combate à dengue têm direito de receber um bônus de 25% a mais no pagamento, financiado por um recurso destinado ao enfrentamento da doença.
Paula comentou o requerimento: “Eu recebi uma reclamação de um servidor dizendo que ele não estava recebendo esse benefício e que, possivelmente, algumas pessoas que não estavam relacionadas diretamente ao combate, estavam recebendo esse benefício. É importante dar transparência à população de quem realmente está recebendo esse benefício”.
Bruno de Paula indagou à Prefeitura quais são os servidores que trabalham no combate à dengue, quais recebem ou receberam o bônus nos últimos dois anos e quando a Administração iniciou o repasse aos servidores.
O requerimento foi aprovado por unanimidade e encaminhado à Prefeitura, que tem até 15 dias úteis para encaminhar a resposta. Todos os requerimentos e respostas ficam disponíveis ao público no site da Câmara Municipal (www.jales.sp.leg.br).
Eu já publiquei essa foto meia dúzia de vezes e acho que ainda vou publicá-la outras tantas, que é para refrescar a memória dos bolsominions locais. A foto é de abril de 2016, quando a petista Dilma Rousseff foi afastada da presidência.
Aqui em Jales, a gasolina era vendida, à época, por cerca de R$ 3,30. Atualmente, os preços estão entre R$ 6,48 e R$ 6,50 nos postos de Jales, um aumento de 97%. No mesmo período, o salário mínimo passou de R$ 880,00 para R$ 1.100,00, um aumento de 25%.
Durante o mês de abril de 2016, que culminou com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, não foram poucos os casos de brasileiros indignados nas bombas de combustíveis que gravavam vídeos esculhambando com a chefe do Executivo federal, clamando por seu impedimento para que o preço do produto recuasse.
Quem aproveitou para surfar essa onda foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Ele gravou um vídeo, nos EUA, ao lado de uma amiga, identificada como Karol Eller, protestando contra o preço “alto” da gasolina, que à época girava em torno de R$ 3,30 no Brasil. Nas imagens, o filho 03 de Jair Bolsonaro debocha após a mulher abastecer meio tanque e pagar US$ 12.
“Já pensou pagar R$ 24 e colocar meio tanque? Nós somos os donos do petróleo e somos autossuficientes! Agora você tá aí pagando o preço da Lava Jato, da corrupção do pessoal do PT lá atrás”, falou em 2016.
O então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro encheu a mente de seu eleitorado com sonhos em relação ao preço dos combustíveis. Ele chegou a utilizar material de campanha que prometia o litro da gasolina a R$ 2,50. Num evento em outubro de 2018, no auge da disputa eleitoral, Bolsonaro disse o seguinte a líderes políticos que o apoiavam, durante um ato de campanha no Rio:
“O que nós pretendemos fazer, junto com a equipe econômica, é buscar de fato a independência do petróleo. Sabemos a dificuldade que a empresa (Petrobras) tem de explorar, porque é uma empresa que foi quebrada pelo PT. Mas temos que buscar uma maneira, já que temos uma estatal que pratica o monopólio, de tirar o combustível e colocar o combustível na bomba dos postos do Brasil com preço compatível com a realidade brasileira.”
O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, explicou em entrevista à Fórum, no final de setembro, como é formado o preço dos combustíveis no país e desmistificou as teorias de Jair Bolsonaro que atribuem culpa a vários atores, exceto a ele mesmo.
“O verdadeiro culpado pelos sucessivos reajustes dos combustíveis é a política de preço de paridade de importação (PPI), adotada pela gestão da Petrobrás, que se baseia nas cotações internacionais do petróleo, na variação do dólar e nos custos de importação, sem levar em conta que o Brasil produz internamente cerca de 90% do petróleo que consome”, afirmou Bacelar.
O preço médio na gasolina no Brasil já bateu vários recordes em 2021 e atualmente é o maior da história: R$ 6,36 em média. Há postos de quatro estados cobrando mais de R$ 7 no litro do combustível. Os dados são da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Desde o começo do governo Bolsonaro, o aumento do diesel nas refinarias chega a 66,1%, com efeitos em cascata, impactando diversos custos de produção, transportes e preços dos alimentos. A gasolina, por sua vez, aumentou 80% nas refinarias desde a posse do atual presidente. Apenas neste ano, a alta é de 45,7%.