VERSO DE FOTO HISTÓRICA MOSTRA INDIGNAÇÃO DE IRMÃ DE EUPHLY COM DESTRUIÇÃO DE IGREJA

Bom Jesus

De Tanabi, para onde a Marina o carregou, o historiador Genésio Mendes Seixas nos mandou cópias de algumas fotos do seu acervo. Uma delas é essa que se vê acima. Trata-se da Igreja Bom Jesus, a segunda  erguida em Jales. A primeira, segundo seo Genésio, foi uma capelinha de madeira, lá no Santo Expedito.

A Igreja Bom Jesus, os mais velhos sabem, foi demolida em 1971 para dar espaço ao Fórum. Me lembro bem da igrejinha, não porque eu fosse um frequentador, mas porque eu estudei no Grupo Escolar que funcionava onde hoje está instalado o Teatro Municipal. Outra coisa de que me lembro bem é das “reguadas” que dona Benedita – minha professora – me aplicava de vez em quando.

Bom Jesus-verso-pqVoltando à foto do seo Genésio, o verso da mesma registra algumas anotações feitas por dona Eponina Jalles, a irmã mais velha do nosso fundador Euphly Jalles. As anotações revelam que a vocação de nossa cidade para a destruição de sua história vem de longe. Reproduzo, abaixo, o que escreveu a vetusta senhora:

“Igreja do… (Bom Jesus) fundada em 1947 por promessa do sr. Genésio Trindade e ajudada pelo povo de Jales com auxílios em dinheiro, leilões, festas, bailes, etc. Reforma feita com auxílios em tijolos, material de construção e outros, angariados por Dª Eponina, Dª Edith Ridolfo e Sr. Idílio Ridolfo. Foi destruída por Dom Luiz Eugênio Peres, bispo de Jales, para dar lugar a Fórum, Rodoviária, estacionamento de ônibus, etc. Absurdo!!!…. Jales – 15.10.1973”.

Há alguns anos, o seo Genésio (o Seixas, não o Trindade) construiu – com material e mão-de-obra às expensas dele – uma  maquete da Igreja Bom Jesus e a doou ao Museu Histórico de Jales. E, tal qual a original, a réplica – como se pode ver aqui – também foi vítima do descaso com a história da cidade.  

17 comentários

  • antonio inacio da costa

    Cardosinho,por falar em ‘reguadas,’volta e meia,tenho saudades das reguadas que levei da, Dona Dirce Labella de Campos,e do Carlos Antonio Prata.Ha!!! foi as reguadas mais produtivas da minha vida.Dona Dirce,felicidades para a senhora,tenho por ti, um amor muito grande.Quanto a esta igreja,eu era miudinho,e meus pais iam da roça para orar nela,lembro-me perfeitamente.

  • Roger Dib

    Muito boa a matéria. Cardosinho, sempre que puder coloque coisas da história de Jales, sou de Barretos e gosto de saber as origens de minha nova cidade.

    Grande abraço e parabéns pelo trabalho.

    Roger Dib

  • Pit Bull

    Pessoa sem nenhum interesse político e pessoal , dedica seu tempo, simplesmente, por amor e preocupação em manter viva a história de uma cidade. Eis que pessoas desprovidas de quaisquer noção e sensibilidade cultural, acaba com sonhos da construção de um acervo histórico, material de cunho pedagógico que poderia ser usado para que nossas crianças e jovens pudessem navegar pelo tempo onde vivem.

    É lamentavel e repulsivo, ato que chamo de vandalismo político.

  • anonimo

    O bispo Dom Luis Eugenio Peres, não só autorizou a demolição Igreja, como também vendeu a praça onde estava a tal Igreja. Jales perdeu um patrimonio histórico e um espaço público importante bem no centro da cidade. A ganancia por dinheiro falou mais alto!

  • Felpudo

    É por isso que Jales não foi para frente. Uma praga terrivel foi jogada em cima da cidade em castigo pela igrejinha destruida.

  • Berti

    Me lembro dessa igrejinha, inclusive assisti missa nela, pena que nossa história vai morrendo aos poucos, a mais recente foi a demolição da casa dos Vianas entre a rua 7 e dez. Que pena. E esse grupo escolar que você colocou aí Cardosinho, estudei nele também, professora Maurita Prata foi uma das minhas professoras. Um abraço carinhoso a ela.

  • gms

    Caro Cardosinho, Mestre de Blogueiros.
    A única observação é que a capelinha de madeira com cruzeiro (capa de meu livro) não ficava no Sto Expedito e sim defronte o Forum (rua Nove).
    O Xará Trindade, pagador da promessa, deu início à coleta de meteriais de construção e doou a imagem “Bom Jesus do Pirapora” – razão do nome da igreja (sem o Pirapora).
    O padre Donizeth (?) idealizou o frontispício da nova igreja do Sto Expedito seguindo linhas semelhantes às da Bom Jesus em questão.
    Bom trabalho, Mestre, a História deve agradecê-lo.
    Genésio (N~ o Trindade)

  • CAMARADA MARTINI

    Ainda bem que temos nosso grande historiador GENÉSIO,

    guardando em sua alma o passado, para conhecimento

    do futuro das gerações.

    Parabéns Genésio!

  • marcelo

    sem contar que depois de todo esse descaso aparesse um cidadão chamado shimomura na nossa cidade e acaba com a nossa praça do jacaré, com a nossa praça da rodoviaria omenagiando a si mesmo com um monumento japones, com a capélinha do cemitério que la estava desde a fundação da nossa cidade, fecha nosso museu, e se achava dono da cidade, tudo isso com o aval do mais orelhudo de todos o nosso ex prefeito…de bom na cabeça dele foi ter autorizado a construção de um boteco na entrada da nossa cidade…politicos idiotas…que nojo

  • saudade

    muita saudade me deu agora .so faltou a cruz que tinha la queria ver .

  • saudade

    hoje esperando a circular , morando em jales a53 anos que lugar que ta feio me deu dó e medo .

  • PINHO

    Cardosinho,
    Lembro-me perfeitamente não só desta igreja como também do mendigo que nela habitava. Repare que ele aparece na parte inferior do lado direito da foto.

  • gms

    Cara, ou caro, Saudade
    A cruz estava unida à primeira capelinha de madeira bem rente à rua Nove onde você espera a circular. Essa “Bom Jesus”, ficava um pouco mais afastada – hoje estaria colada ao supermercado. A foto foi para a capa do livro “Jales: precursores e pioneiros”, impresso há 10 anos.
    Genésio

  • saudade

    obrigado gms . por fazer lembrar.

  • coo e chamdo o museu de jales tenho um trabalho akie nao sei o nome me ajudem porfavor

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