TEMER, O ÍNTIMO DE PUTIN, VAI EXPORTAR PEC 241 PARA O MUNDO
Deu no blog do Luís Nassif, o GGN:
Enviado especial do Estadão ao encontro dos BRICS na Índia, o repórter Andrei Neto constatou que Michel Temer foi o único representante dos Brics a não ser recebido por Putin na Índia (goo.gl/P56npo).
Como explica Andrei, “em diplomacia, a reunião bilateral é uma deferência política ou um gesto de proximidade e, não raro, de simpatia entre dois dirigentes políticos. O russo se reuniu em Goa com o presidente da China, Xi Jinping, com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e com Jacob Zuma, presidente da África do Sul, mas não concedeu seu tempo a Temer durante os dias de permanência dos dois líderes na cidade indiana”.
Continua ele: “Segundo o canal de informação Russia Today, espécie de NBR da Rússia, a escolha seria por não se aproximar do presidente brasileiro após a “mudança brusca”, como se referiram ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo o canal, os líderes dos Brics prestam “muita atenção” em Temer para tentar entender quais serão os rumos políticos do Brasil a partir de agora”.
E tudo não passaria de um caso de desconfiança dos parceiros em relação a um presidente não eleito, não fossem as cenas que precederam a revelação: Temer arrotando intimidade com Putin, como um fã deslumbrado pela proximidade com a celebridade.
Diz o repórter:
“Em seu primeiro pronunciamento aos jornalistas brasileiros, Temer não se referiu à falta de encontro com Putin, mas insinuou, ao contrário, uma certa aproximação com o líder russo. Ao ser questionado sobre como os líderes estrangeiros haviam reagido em relação à aproximação da PEC sobre o limite de gastos do orçamento, Temer afirmou: “Não só o ministro indiano se interessou, como durante um almoço o ministro Putin… o presidente Putin se interessou vivamente, tanto que eu dei explicações as mais variadas sobre o nosso projeto”, disse ele. Instantes depois o presidente brasileiro se referiu ao almoço como “um jantar”. Sem ser questionado, Temer prosseguiu falando de Rússia: “Há uma identidade muito grande de questões econômicas entre a Rússia e o Brasil”.
Prosseguiu Temer apontando como pontos comuns, entre Brasil e Rússia, uma dívida bruta de quase 70% do PIB e um déficit anual de R$ 170 bilhões. E esse déficit criou, de imediato, uma identificação entre ambos. “De modo que, como havia essa identidade, nós conversamos muito sobre o teto dos gastos públicos. Percebo que ele se interessou. Agora não sei o que ele fará.”, disse Temer
Não ficou nisso o interesse de Putin por Temer. “Eu fiquei de mandar a documentação da proposta da PEC dos gastos públicos para ele e até para os demais integrantes dos Brics”, explicou.
E Temer aproveitou para contar prosa de sua suposta estratégia diplomática. Ao contrário de Lula e Dilma, ele abrirá todas as portas, em vez de se limitar a uma diplomacia direcionada.
Mais, o repórter não disse. Mas consta que, ao seu lado, a primeira dama assentiu com a cabeça em tom grave, de quem entendeu tudo.