PROCURADOR DIZ QUE, SEM DOAÇÃO DO CAMPO DA FEPASA, JUSTIÇA FEDERAL PODE IR EMBORA
Ouvi no Antena Ligada de hoje, a entrevista do procurador da República, Thiago Lacerda Nobre. Ela apenas confirmou que o prefeito Humberto Parini se esqueceu de que é apenas o funcionário público número um – por enquanto! – e pensa que é o dono da cidade. O procurador reafirmou algo que já foi dito aqui: que essa história da doação do campo da Fepasa começou há quase dois anos, período no qual o prefeito ouviu pouquíssimas pessoas sobre o assunto.
A entrevista confirmou também que Parini continua péssimo no quesito comunicação (estou me referindo ao prefeito e não ao setor de Comunicação, que faz o que pode), na medida em que o procurador trouxe ao conhecimento público detalhes até então desconhecidos. Por exemplo: se eu ouvi direito, Lacerda disse que a procuradoria da República já providenciou até um projeto arquitetônico do prédio que pretende construir no espaço que lhe cabe. Será que a procuradoria não sabia que a doação do terreno teria que passar por um processo de discussão?
Quanto aos problemas que a construção dos prédios da Justiça Federal e da Procuradoria da República, naquele local, trariam ao trânsito, o procurador argumentou que existe um compromisso do prefeito de que o terreno ao fundo do campo da Fepasa (esse onde fica a árvore da foto) seria transformado em estacionamento. Então eu tenho uma informação para o procurador: na mensagem que enviou à Câmara, o prefeito aventa a possibilidade de doar aquela área, a do futuro estacionamento, para a construção do prédio da Receita Federal.
É lamentável, por outro lado, que se tente retirar a sociedade organizada das discussões e pressionar a Câmara, com o argumento de que, se não for aprovada logo a doação, correremos o risco de perder a Justiça Federal. Mais lamentável ainda, quando se sabe que a vinda e a permanência da Justiça Federal em Jales se deveu não apenas à ação dos vários prefeitos que tivemos nos últimos 11 anos, mas, também e principalmente, à mobilização da Câmara e da sociedade organizada que, por mais de uma vez, lotaram um ônibus e foram a São Paulo defender os interesses de Jales.
Se o prefeito não fosse tão ruim, teria encontrado um tempo para, nesses quase dois anos, expor a sua idéia a todos os interessados e não apenas ao procurador e aos representantes da Justiça Federal. Mas como nós temos uma Câmara subserviente, o procurador e o prefeito podem ficar tranquilos que a doação será aprovada.