No jornal A Tribuna, de domingo, uma matéria do Alexandre Carioca alerta que a CEI da Merenda Escolar poderá terminar em pizza. Segundo a matéria, o relator Rivelino Rodrigues estaria disposto a considerar plenamente normal o salto de 6.000 para 9.000 refeições diárias. No Ministério Público, que também investigou a merenda em Jales, parece que a história vai ser um pouquinho diferente.
A página do Tribunal de Justiça registra o cadastramento, nesta quarta-feira, às 17:33, de uma Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público, por conta de supostos malfeitos na nossa Merenda Escolar. Não sei ainda quais são as irregularidades que fundamentam a abertura da Ação, mas tudo leva a crer que o promotor que investiga o caso tenha percebido sinais exteriores de superfaturamento (vide post scriptum) e de direcionamento da licitação.
O lado ruim da novidade é que este aprendiz de blogueiro é um dos dezesseis réus da Ação. Por ocasião da terceirização da merenda, eu fazia parte da Comissão de Licitação, juntamente com os servidores Osvaldo Maurício da Rocha e Roberto Carlos de Oliveira Peres, que também foram incluídos pelo promotor na Ação.
Entre os acusados, além de nós três, estão o prefeito Humberto Parini, a secretária Élida Barison, os donos da empresa Gente Gerenciamento Ltda, as nutricionistas da empresa e outras pessoas a quem não conheço. A relação inteira está aí abaixo. Como diria o seo Chico Melfi, o negócio agora é orar e vigiar.
RELAÇÃO DOS REQUERIDOS: Cláudia Priulli; Dagoberto Cardilli; Edson José Cardilli; Élida Maria Barison da Silva; Empresa Gente Gerenciamento em Nutrição Ltda; Humberto Parini; Jaqueline Berceli Nascimento; Letícia Pezati Ferreira; Municipalidade de Jales; Murilo Dias Costa; Octávio José Bezerra Sampaio Fernandes; Osvaldo Maurício da Rocha; Paula Marques dos Santos; Roberto Carlos de Oliveira Peres; Taís Nogueira e Valdir José Cardozo.
POST SCRIPTUM: o possível superfaturamento a que me referi acima diz respeito à quantidade de refeições servidas, que, em dado momento, chegou a atingir 9.000 refeições diárias, quase o dobro do previsto em contrato. Esclareço que esse é um problema da execução do contrato, coisa com a qual os servidores Roberto Carlos Peres e Osvaldo Maurício da Rocha, não tiveram qualquer relação. Como eu já disse, não tive acesso às acusações que estão sendo feitas pelo Ministério Público, mas a inclusão do meu nome e dos dois servidores citados indica alguma suspeita de direcionamento da licitação. Posso adiantar aos leitores deste blog, que, em meu depoimento à CEI da Merenda, deixei claro que fui o responsável pela confecção do Edital. A participação dos dois servidores – que eram membros da Comissão de Licitação – limitou-se à conferência da documentação das empresas, por ocasião da abertura dos envelopes.