Quem estava por perto notou: o último discurso do nosso premiado estadista, antes de descer a rampa, foi, como de praxe, sonolento. Até a prefeita Nice Mistilides, apesar de estar com a adrenalina a mil, quase tirou um cochilo de pé. Confiram nas fotos acima como a prefeita deu uma leve “pescada”, enquanto o ex-prefeito nos brindava com seu “inflamado” adeus.
Como estava previsto, a prefeita Nice Mistilides concedeu, na tarde desta segunda-feira, entrevista coletiva à imprensa local, onde destacou a situação financeira da Prefeitura. Ela esclareceu o que já se desconfiava.
Dos R$ 4,4 milhões que o prefeito Humberto Parini disse ter deixado em caixa, apenas R$ 133 mil poderão ser utilizados para o pagamento de despesas imediatas. O resto refere-se a convênios, ou seja, são verbas carimbadas que não podem ser utilizadas fora de suas finalidades.
De acordo com a prefeita, além de não deixar quase nada em caixa, Parini deixou algumas dívidas imediatas para pagar, incluindo o salário dos servidores, referente a dezembro. Tudo somado, o caixa da Prefeitura apresenta, segundo Nice, um deficit de R$ 4,3 milhões.
Desse total, R$ 2 milhões refere-se à folha de pagamento dos servidores. Mas esse é apenas o valor líquido da folha, segundo me explicou um assessor da prefeita. Se considerarmos o valor bruto, o déficit pode chegar, por enquanto, a R$ 5 milhões.
Destaque-se que, na maioria dos municípios da região, a folha de pagamento de dezembro foi paga ainda no ano passado. Parini não pagou, nem deixou o dinheiro em caixa, como determina a lei. De qualquer forma, Nice garantiu que, no dia 11, ela estará pagando o funcionalismo. Para tanto, ela conta com a arrecadação do IPTU e do IPVA e com a primeira parcela do FPM e do ICMS.
Nice citou pormenores sobre algumas dívidas deixadas por Parini, que, certamente, serão veiculados nas nossas emissoras de rádio, nos noticiários de amanhã. A prefeita disse que conta com a imprensa para que a população de Jales saiba da real situação deixada por Parini.
De vez em quando, eu escrevo aqui que a participação do prefeito Parini na grande conquista de sua administração – o Hospital de Câncer – foi muito menor do que alguns bajuladores periféricos tentam propagandear.
Digo e repito: se tivéssemos uma tartaruga sentada à cadeira de prefeito, o Hospital teria vindo da mesma forma, talvez até com maior rapidez. É claro que o prefeito teve lá sua participação porque, afinal, algumas providências dependeram da assinatura ou da autorização dele. Mas, com o conhecimento de quem fez parte do governo, posso garantir que o Hospital de Câncer foi, em grande medida, uma conquista de pessoas que não participaram da administração Parini.
Na sua coluna Fique Sabendo, do Jornal de Jales de ontem, o jornalista Deonel Rosa Júnior mencionou um trecho do discurso do vice Pedro Callado, durante a cerimônia de posse, em que o ex-juiz deu seu testemunho sobre uma suposta demonstração de humildade do ex-prefeito Humberto Parini em um encontro em Barretos, com Henrique Prata. Eis um trecho do que Deonel escreveu:
“Segundo Callado, que era juiz de direito na época, em 2009, Prata estava exaltado, mas Parini, humildemente se conteve. Se o prefeito tivesse revidado, talvez hoje não tivéssemos em Jales o Hospital de Câncer”.
Essa história é conhecida de muita gente. Numa reunião em Barretos, Henrique Prata, aplicou um tremendo puxão de orelhas em Parini , testemunhado por uma delegação de jalesenses. Prata estava irritado com a demora do prefeito em providenciar alguns documentos. Parini, é claro, meteu o rabo entre as pernas e calou-se ante a descompostura pública.
Ao citar o fato como exemplo de humildade, o vice Pedro Callado – magnânimo, como devem ser os vencedores – apenas tentou diminuir o mal estar causado pelas vaias dirigidas ao discurso da vereadora Pérola, cujo verdadeiro alvo era o ex-prefeito. Na verdade, o fato citado por Callado, e, repito, conhecido de muita gente, foi apenas mais um exemplo da lentidão e da incapacidade de Parini.
A assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal enviou notal oficial sobre a ausência de alguns prefeitos e municípios – inclusive Jales – que ficaram fora de uma propaganda daquela instituição, veiculada nos principais jornais de São Paulo. O esquecimento foi noticiado aqui no blog.
Em complemento à nota, o gerente da agência de Jales, João Carlos Dácia, enviou correspondência, que reproduzo abaixo:
Reforço que a CAIXA atua como principal banco do setor público do país, e tem em sua missão atuar como agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro.
Informo ainda que a Caixa, no âmbito da Superintendência Regional de São José do Rio Preto, de vinculação da agência de Jales, realizou no mês de outubro/2012 um evento de recepção aos gestores eleitos/reeleitos de 136 municípios vinculadas à referida regional da Caixa, com a presença da Prefeita Nice, e também, vale lembrar que a Caixa esteve presente/representada por gerente da Agência de Jales nos eventos de diplomação e de posse da prefeita Nice e do Vice Dr. Pedro Callado.
A Caixa ratifica o compromisso como banco parceiro e que está e sempre estará à disposição do município de Jales e da Prefeita Nice e toda sua equipe.
Atenciosamente,
JOÃO CARLOS DÁCIA – Gerente Geral
Vamos agora, à nota oficial da Caixa:
Em 02/01/2013, a Caixa Econômica Federal, principal banco do setor público do país, divulgou anúncio especial de boas vindas aos prefeitos eleitos nos jornais de maior circulação de todo o país. A relação de nomes dos prefeitos eleitos teve como base as informações constantes do site do Tribunal Superior Eleitoral em 25/12/2012. Na data, não constavam no site do TSE informações dos prefeitos eleitos em 8 municípios paulistas -Jales, Morungaba, Paranapuã, Pontalinda, São João da Boa Vista, Capivari,Itatiba e Urânia.
Para os anúncios dessas cidades, a campanha incluiu a seguinte ressalva: “Alguns municípios não foram citados em decorrência da não confirmação do resultado da eleição pelo TSE”.
A CAIXA saúda os novos prefeitos, reafirma o seu compromisso como banco parceiro de todos os municípios brasileiros.
Aqui em Jales, nós já tivemos casos de prefeitos que botaram funcionários de “castigo” embaixo de árvores. Em Sergipe, é o próprio prefeito quem foi parar embaixo de uma árvore. Vejam a notícia do UOL:
À sombra de uma árvore, na praça central da cidade, o novo prefeito de Santo Amaro das Brotas (SE), Luis Gallardo (PSL), assinou os primeiros despachos após assumir.
Gallardo sentou-se num banco de cimento, porque não tinha poltrona. Usou as pernas para apoiar os papéis por falta de mesa. Com o gabinete sem luz e cheio de bujões de gás e panelas, empossou o secretariado “embaixo de um pau de árvore”.
Esse prefeito sergipano é um exemplo extremo da situação de caos que os novos administradores dizem ter encontrado logo após a posse, em todo o país.
Alguns encontraram prédios depredados, sem energia e internet (cortadas por falta de pagamento), veículos em frangalhos ou instalações sem móveis.
“Arrasada é apelido”, diz Gallardo, o prefeito sem gabinete, sobre a situação da prefeitura. “O cabra esculhambou mesmo”, afirma ele sobre o antecessor, José Ivaldo Costa (DEM).
Em Porto Acre (AC), a nova gestão, de Antonio Carlos Ferreira (PSDB), diz que não houve transição e que o governo desconhece o patrimônio e as dívidas que o antecessor, Zé Maria (PT), deixou.
Em Cachoeira Paulista (SP), João Luiz do Nascimento (PT) encontrou a prefeitura sem telefones, que foram cortados por falta de pagamento. Nascimento ficou sem computadores, recolhidos no mês passado pela Polícia Federal, que investiga supostas irregularidades do ex-prefeito Fabiano Vieira (PSDB).
Em Chapadão do Céu (GO), o novo prefeito, Rogério Graxa (PP), não recebeu as chaves da prefeitura do seu antecessor, Paulo Rodrigues da Cunha (PMDB). Só conseguiu entrar na sede com a ajuda do guarda do prédio.
Em Manacapuru (AM), o prefeito Washington Luiz Régis (PMDB) assumiu sem o pagamento do salário de dezembro dos professores.
O ex-prefeito Ângelus Figueira (PV) também não pagou o transporte dos alunos. O lixo toma as ruas, pois a coleta não estava sendo feita.
Em Holambra (SP), o prefeito Fernando de Godoy (PTB) registrou boletim de ocorrência contra a ex-prefeita Margareti Groot (PPS) por ter encontrado o prédio e equipamentos da administração sem condições de uso.
De acordo com o registro na polícia, todos os veículos estavam sem estepe e a prefeitura, sem TVs, computadores e mobiliário.
Groot disse que processará Godoy, pois, afirma, só foram retirados móveis que ela comprou com o próprio dinheiro e que o prédio já estava ruim quando ela chegou.
O jornal A Tribuna deste domingo publicou matéria deste aprendiz de blogueiro sobre o sucateamento da frota da Secretaria Municipal de Obras. Em oito anos de mandato, o prefeito Humberto Parini comprou apenas duas ou três máquinas novas para o setor.
Uma delas é essa Vibro Acabadora da foto acima, comprada em 2007, por R$ 87 mil. A máquina não serviu para quase nada e, em pouco tempo, graças ao desmazelo da administração Parini, virou sucata. Está abandonada há uns três anos.
A prefeita Nice Mistilides terá que orar bastante e ter muita paciência para enfrentar os problemas que encontrará no setor de Obras. Além das máquinas sucateadas, os funcionários do setor estão desmotivados com a falta de condições de trabalho e com a desatenção que o governo Parini dedicou ao Almoxarifado Municipal.
Abaixo, estou postando algumas fotos com a situação atual de máquinas e caminhões que estão sendo utilizados ou estavam sendo utilizados até há bem pouco tempo. Nem vou mostrar pra vocês a situação daqueles que estão abandonados há muito tempo.
Essa é uma das máquinas mais novas da Secretaria de Obras. É a pá carregadeira envolvida no acidente que vitimou o jovem Rafael Goes Luiz, em novembro. Desde o dia do trágico acidente, ela está “encostada” no Almoxarifado Municipal, com problemas no motor.
Acho que as imagens falam mais que mil palavras, certo?
Este caminhão é mais uma demonstração do zelo que a administração Parini tinha pelo dinheiro público. Ele foi comprado pelo estadista junto ao Consórcio Intermunicipal Pró-Estradas, por R$ 80 mil, mas já chegou com problemas no motor. Depois de fazer duas ou três viagens, o caminhão ficou encostado por seis meses. Já foi consertado várias vezes, mas está sempre de volta à oficina. Atualmente, está parado.
Já está mais ou menos acertado o prêmio de consolação do ex-vereador Carlos Roberto Cardoso da Silva, o Cardosão, presidente do PSDB local. De acordo com fontes fidedignas ele deverá ser anunciado durante a semana como novo chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Planejamento.
Na verdade, Cardosão gostaria de ter sido anunciado como secretário de alguma pasta importante, mas Nice resolveu brindá-lo com um cargo menor. Em que pese a prefeita dizer que o Planejamento terá muita importância em seu governo, a pasta da qual Cardosão será o chefe de gabinete não dispõe de recursos, nem de material humano.
Vocês já visitaram a sala da Secretaria de Planejamento, na Prefeitura de Jales? É uma vergonha! Comporta, no máximo, quatro funcionários, isto é, o secretário, o chefe de gabinete e mais dois auxiliares. A única coisa que funciona naquela pasta é a equipe que cuida da sinalização de trânsito, comandada pelo Sobreira. Mesmo assim, de vez em quando falta a tinta.
Aliás, eu duvido que o ex-prefeito Humberto Parini, em oito anos de mandato, tenha entrado na sala do Planejamento uma única vez. Se entrou, foi por engano.
O Jornal de Jales deste domingo destaca, é claro, a posse da prefeita Nice Mistilides e diz que ela quer governar a cidade estabelecendo metas e conferindo os resultados. O jornal destacou, também, que a nova prefeita pretende criar comissões voltadas ao planejamento de eventos como o carnaval, a Facip e a decoração da cidade para o Natal.
O JJ noticiou, ainda, que o empresariado local pretende propor a criação de um “conselhão” para discutir sugestões e idéias visando o fortalecimento do setor e o desenvolvimento da cidade. Em outra matéria, o jornal diz que o ex-prefeito Parini quer aproveitar os bons contatos que fez em Brasília para ajudar a nova administração.
Na coluna Fique Sabendo, o jornalista Deonel Rosa Júnior falou sobre as vaias dirigidas ao discurso da vereadora Pérola. Ele garante que, pela primeira vez na vida, a vereadora teve que enfrentar a intolerância à liberdade de expressão e a hostilidade de uma platéia.
A prefeita Nice Mistilides desmarcou a entrevista que ela daria na segunda-feira, pela manhã, ao “Antena Ligada”. Segundo se sabe, Nice iria até a Antena 102 para falar da situação financeira em que ela encontrou a Prefeitura, mas resolveu alterar o roteiro.
Ao invés de ir ao rádio, Nice preferiu marcar uma entrevista coletiva para segunda-feira, às 14:00 horas, para a qual, além das rádios, estão sendo convidados também os sites de notícias e os jornais locais. Até este modesto blog foi convidado pela assessoria de imprensa da prefeita.
Apesar da mudança de roteiro, o tema da entrevista deverá ser mesmo as contas deixadas por Parini. Tudo indica que o ex-prefeito deixou alguns empenhos urgentes para Nice pagar, mas não deixou o dinheiro.
O caso do gato apreendido por levar serras e celular para dentro de presídio em Alagoas foi repercutido em veículos de comunicação estrangeiros. Vejam a notícia do site Exame.com:
A audácia dos criminosos brasileiros mais uma vez levou o país à repercussão na mídia internacional, mas agora por causa de um caso inusitado.
A notícia do gato apreendido pela polícia em Alagoas ao levar, para dentro de um presídio, serras e um telefone celular foi veiculada por órgãos de comunicação como o britânico The Guardian, o New York Post e a versão em inglês da BBC.
Com direito à foto do gato, a notícia aparece na home dos sites dos jornais The Guardian e New York Post, com uma menção mais discreta na home da BBC. Os textos citam a declaração da gerência do presídio, por meio de assessoria de imprensa: “Fica difícil saber quem é o responsável pela ação, uma vez que o gato não fala”.
Se você ainda não viu, então dê uma olhada na notícia de ontem sobre a “prisão” do gato, aqui.