Da jornalista Cristina Serra, em sua coluna, na Folha:
Circula na internet um trecho de assustadora atualidade da novela “O Bem-amado”, escrita pelo genial Dias Gomes e exibida com grande sucesso pela Rede Globo em 1973. Na cena, o prefeito da fictícia Sucupira, Odorico Paraguaçu, planeja interceptar a carga de vacinas que poderia impedir um morticínio na cidade, assolada por uma epidemia.
Horrorizado, seu auxiliar, Dirceu Borboleta, alerta que seria um genocídio. Odorico responde com um: “E daí?”. Para quem não conhece a história, o principal objetivo do prefeito era inaugurar o cemitério da cidade. Mas seu projeto se frustra ao longo dos capítulos porque ninguém morre.
No Brasil de 47 anos depois, o drama da vida real é o oposto. O coronavírus já matou 180 mil cidadãos. Mas o desprezo de Bolsonaro pela vida dos brasileiros é o mesmo do político da ficção. A segunda onda da pandemia chegou, tão ou mais feroz que a primeira, mas o presidente acha que estamos “no finalzinho” dela.
Em ócio despreocupado, protagonizou cena digna de comédia pastelão ao inaugurar uma vitrine com as roupas usadas por ele e pela primeira-dama na posse. Enquanto Bolsonaro se presta ao ridículo, as autoridades federais de saúde exibem sua incompetência, depois de terem sido atropeladas pelo governador de São Paulo. Doria criou um fato político ao marcar a data para o começo da imunização no estado, em janeiro de 2021, com a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan.
Ficou patente o despreparo do almoxarife atarantado que ocupa o Ministério da Saúde. Pazuello não tem um plano de vacinação e ainda se pergunta se haverá “demanda” por vacinas.
Num país que já foi exemplo para o mundo em imunização, nem sequer sabemos se haverá seringas e agulhas em quantidade suficiente. A Anvisa, colonizada por defensores da cloroquina, não inspira confiança quanto à aprovação dos imunizantes.
O Brasil de Bolsonaro é um arremedo patético da Sucupira de Odorico Paraguaçu.
O deputado Fausto Pinato(PP) anda mesmo rebelde. Ele criticou duramente o ministro Tarcísio Freitas, padrinho do projeto de estímulo ao transporte por cabotagem, aprovado pela Câmara Federal na segunda-feira, 07. Pinato chamou o ministro de mentiroso e afirmou que o projeto irá beneficiar grandes empresas estrangeiras e causar desemprego principalmente entre caminhoneiros.
Abespinhado com a aprovação do projeto, o deputado colocou seu cargo de vice-líder do governo à disposição. A rebeldia de Pinato, sempre é bom lembrar, coincide com a substituição dos apadrinhados do deputado – incluindo seu pai, Edilberto Pinato – que comandavam a Ceagesp, em São Paulo.
Por sinal, o novo presidente da Ceagesp, um militar bolsonarista, começou mal: ele quer que funcionários e permissionários do órgão se vistam com as cores da bandeira nacional para recepcionar o presidente Bolsonaro, que visitará o local na terça-feira, 15. Bolsonaro virá a São Paulo – pasmem! – para reinaugurar a torre do relógio da Ceagesp, que foi reformada.
Pinato ficou “p” da vida porque o relator do projeto, com o apoio do ministro inaugurador de obras dos outros, Tarcísio de Freitas, retirou do projeto algumas emendas que, segundo ele, protegeriam as pequenas empresas de cabotagem e o transporte terrestre.
“Os navios que o ministro diz que vão para o Brasil já estão aqui há anos. Vão esmagar o transporte terrestre em tempo de pandemia. Vão esmagar a categoria dos caminhoneiros”, disse Pinato. Abaixo, mais um trecho do que disse o deputado, segundo matéria do portal Congresso em Foco:
“O circo está armado e fizemos papel de palhaço aqui. Peço desculpas aos caminhoneiros e pequenos e médios da cabotagem. Peço desculpas aos brasileiros da cabotagem, mas vocês foram traídos. Que falta faz o governo Temer, com coerência e debate. Hoje saio dessa casa envergonhado, coloco meu cargo de vice-líder à disposição porque não vou participar de traição ao povo brasileiro. Tem duas coisas que não prescrevem comigo: gratidão e traição. Ministro Tarcísio, o senhor é mentiroso. É caso de chamar uma CPI, qual relatório é verdadeiro? Com a pandemia perdemos poder de articulação.”
Como diria o Millôr, os ignorantes perderam a modéstia. O texto é do jornalista Joaquim Carvalho, do DCM:
O fotógrafo Eduardo Matysiak não deixou passar em branco uma manifestação exótica hoje em frente à prefeitura de Curitiba. Ela protestava contra a vacina.
Parecia piada, mas não.
Um manifestante, com uma bandeira do Brasil presa a cabeça como bandana, segurava o cartaz com dizeres “Não queremos a vacina, nós temos a cloroquina”.
Outro cartaz pregava: “Tratamento profilático. Ivermectina já”.
O protesto reuniu três homens e duas mulheres de meia idade.
Do ponto de vista numérica, foi um fracasso.
Mas é preciso ver essa manifestação sob outro aspecto.
Como podem não se envergonharem de propagar a própria ignorância em praça pública?
Eles têm uma referência.
É Jair Bolsonaro, que estimula movimento antivacina com declarações em que zomba da covid-19 e até dos mortos e transforma uma questão científica e de saúde pública, a mais grave da nossa geração, em motivo de piada.
Os manifestantes também são contra o uso de máscara.
A covid-19 tem cerca de 6,8 milhões de casos da doença, dos quais aproximadamente 180 mil resultaram em mortes.
O Brasil é proporcionalmente o 7º país com mais mortos pela doença. São 800 por milhão de habitantes.
A Argentina ocupa o 5º lugar, com 818 mortes por milhão de habitantes. O primeiro lugar é da Bélgica, com 1.345, seguida do Peru, com 1.075.
A posição do Brasil no ranking da morte, no entanto, deve ser vista com reserva. O próprio Ministério da Saúde já admitiu que os casos de covid-19 têm sido subnotificados.
O que se saber é que aumentou muito o número de mortes por Sindrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
No ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde, houve 39.190 internações em hospitais de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), uma complicação de doenças respiratórias, como a gripe.
Desse total, 4.939 pessoas morreram. Mas até setembro desse ano, ocorreram 704.194 casos de SRAG, com 184.934 mortes. Um aumento de 1.697% no número de casos e de 3.644% no número de mortes.
Do total de casos de SRAG no ano passado, 17,8% foram causadas pelo vírus influenza, outros 23,9% foram causados por outros vírus respiratórios, principalmente o Vírus Sincicial Respiratório, causador dos resfriados comuns.
Poderia estar havendo notificação equivocada da doença?
Talvez, mas o Ministério da Saúde não admite esse erro.
É um dado que precisa ser investigado.
A ciência dá respostas precisas a nossos problemas, ao contrário dos negacionistas e outros ignorantes, que nos perturbam a paz, como o cidadão da placa ‘”Não queremos a vacina, nós temos a cloroquina”.
Fontes do blog informam que o advogado Guilherme Soncini da Costa não aceitou o convite feito pelo prefeito eleito, Luís Henrique Moreira, para ocupar o cargo de procurador-geral do município. Guilherme conhece bem o funcionamento da Procuradoria Geral do Município: ele foi durante muito tempo, um dos advogados que auxiliavam o ex-procurador-geral Izaias Barbosa de Lima Filho. Falando no ex-procurador, consta que ele também teria sido convidado, mas isso não foi confirmado pelas fontes.
As mesmas fontes garantem que o atual secretário de Comunicação, Douglas Zílio, deverá continuar no cargo. O atual chefe de gabinete da Secretaria de Planejamento, Wellington Assunção de Lima, também será aproveitado pelo futuro governo, provavelmente como secretário da pasta. De outro lado, nos bastidores políticos comenta-se que o médico Alexis Kitayama seria o preferido de Luís Henrique para ocupar a Secretaria de Saúde. Ele já teria sido convidado e já teria aceito o convite.
O petista Hilton Marques deverá ser o vice-presidente da Câmara Municipal para o biênio 2021-2022. Como o blog já informou, as negociações iniciais previam a escalação de Ricardo Gouveia(PP) para ocupar a vice-presidência, mas ele não aceitou. Para os demais cargos na Mesa da Câmara, estão confirmados os nomes de Bismark Kuwakino (presidente), Rivelino Rodrigues (secretário) e Andrea Moreto (2ª secretária).
E a Justiça local deu três dias para que a Corporação Musical de Jales devolva R$ 130 mil aos cofres da nossa Prefeitura. A decisão deixa, no entanto, uma opção para a diretoria da Corporação: caso ela reconheça a dívida, poderá optar por pagar apenas 30% à vista e dividir o restante em seis suaves prestações mensais. Tudo indica, no entanto, que a Corporação não tem esse dinheiro e, nesse caso, a Justiça já autorizou a penhora de bens.
O candidato a vereador Gilberto Cassuchi(MDB), que teve sua candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral de Jales e disputou as eleições sub judice, teve seu recurso negado pelo Tribunal Regional Eleitoral. Cassuchi obteve apenas 90 votos e, mesmo que ele tivesse ganho o recurso, isso não traria nenhuma alteração na relação de vereadores eleitos. O candidato foi defendido por meia dúzia de advogados, entre eles os dois – Christopher e Paulo Rodrigo Guerra Aguiar – indicados pelo prefeito eleito, Luís Henrique, para a equipe de transição.
Do dinheiro repassado pelo governo federal a título de auxílio emergencial, a Prefeitura de Jales ainda tem R$ 9 milhões em caixa. Detalhe: o dinheiro só pode ser aplicado no combate à Covid-19 e, se não for gasto até o dia 31 de dezembro, terá que ser devolvido aos cofres da União. O prefeito Flá acredita, no entanto, que o prazo de utilização do dinheiro deverá ser prorrogado, tendo em vista a segunda onda da pandemia. Flá cogita usar parte desse dinheiro na compra de vacinas, como já vem fazendo outras prefeituras.
“Que ele [Bolsonaro] é um idiota, nós não temos dúvidas. Mas, ele é um idiota assessorado por idiotas. A malária que tem na África é só pelo Plasmodium falciparum. E hoje, o falciparum que circula na África é 100% resistente à cloroquina. Não se usa mais cloroquina na África, pois a malária que tem lá é resistente à cloroquina, que foi muito usada na década de 50”, explicou o infectologista.
Bolsonaro fez a declaração durante evento de inauguração de nova ponte sobre o Rio Guaíba, quando voltou a defender o tratamento precoce da Covid-19 com hidroxicloroquina.
“O governo fez o possível. Não podemos atuar diretamente na questão do covid por uma questão judicial. Mas, desde o primeiro momento, falamos do tratamento precoce. Conversei agora com Ernesto Araújo, não temos notícia de nossos irmãos na África com grande quantidade de óbitos. E todos esperavam o contrário. Uma pessoa com deficiência alimentar pode ser mais vitimada. Mas por que não morreram? Porque lá tem malária e eram tratados com hidroxicloroquina. Precisa ser muito inteligente para entender?”, disse Bolsonaro.
É a sétima investigação contra Lula que é arquivada em diferentes frentes da Justiça. Até agora, ele só foi condenado – sem provas – pelo imparcial de Curitiba. Luís Cláudio, o filho de Lula, trabalhou como preparador físico no Corinthians.
Sonhando com a possibilidade de obter o aval do STF para disputar as eleições de 2022, o ex-presidente Lula, condenado na Lava-Jato nos casos do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia, acaba de se livrar de mais uma investigação sobre corrupção envolvendo empreiteiras e sua família.
Decisão do juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Federal de São Paulo, determinou nesta semana o arquivamento da investigação aberta contra o ex-presidente e seu filho, Luis Claudio Lula da Silva, a partir da delação premiada de Emílio Odebrecht e Alexandrino Alencar, que relataram repasses à empresa Touchdown, do filho do petista, como uma “troca de favores” que configuraria conduta criminosa.
Lula e Luis Claudio chegaram a ser indiciados pela Polícia Federal pela suposta prática dos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro, mas o MPF entendeu que não estariam configurados os crimes porque Lula, na época dos fatos, não exercia qualquer cargo público, entendimento que foi acolhido pelo juiz.
É a sétima investigação contra Lula que é encerrada sumariamente por falta de elementos ou absolvição. Lula foi condenado apenas em processos abertos perante a Lava-Jato de Curitiba, conduzidos pelo então juiz Sergio Moro.
A defesa de Lula, tocada pelo advogado Cristiano Zanin, ainda atua no STF nesses casos. A Corte ainda irá analisar a suspeição de Moro e poderá anular essas condenações.
Trabalhos publicitários, como a cobertura com fotos e vídeos da festa de inauguração de uma empresa de Jair Renan Bolsonaro, 22, o filho 04 do presidente Jair Bolsonaro, foi realizada por uma empresa que presta serviços ao governo federal. Somente neste ano, essa empresa, a Astronautas Filmes, que atua na área de conteúdo digital e comunicação corporativa, recebeu R$ 1,4 milhão do governo Bolsonaro.
A festa de inauguração da empresa do filho de Jair Bolsonaro foi realizada em outubro, no camarote 311 do estádio Mané Garrincha, em Brasília, onde fica a sede da Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, informa a jornalista Constança Rezende, na Folha de S.Paulo.
O proprietário da Astronautas, Frederico Borges de Paiva, compareceu ao evento e aparece nas imagens, abraçando e brincando com o filho do presidente.
Em seu perfil de uma rede social, o empresário também exibe uma foto ao lado do deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ), um dos principais aliados do presidente.
A Astronauta Filmes recebeu somente neste ano, R$ 1,4 milhão do governo federal, pela produção de peças publicitárias para os Ministérios da Saúde e da Educação, do Turismo e para o Programa Pátria Voluntária, coordenado por Michelle Bolsonaro, esposa do presidente.
A peça produzida pela Astronautas para a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia mostra o filho do presidente na maior parte do tempo dançando e cumprimentando os convidados.
Em determinado momento, Renan faz a clássica pose do pai, simulando disparar tiros para o céu, cercado por convidados.
Jair Bolsonaro fez na segunda-feira (7) uma solenidade no Palácio do Planalto para expor o traje que ele e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, usaram na posse presidencial em 2019. Internautas fizeram memes com as roupas expostas.
Em uma das piadas feitas por usuários o vestido da primeira-dama é laranja, numa referência a acusações de corrupção envolvendo o clã presidencial. Um exemplo são os extratos bancários de Fabrício Queiroz, laranja da família Bolsonaro. Ele depositou 21 cheques na conta de Michelle, entre 2011 a 2016, totalizando R$ 72 mil. Márcia Aguiar depositou outros seis, totalizando R$ 17 mil.
O ato durou cerca de dez minutos e foi acompanhado por dezenas de servidores, entre eles os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).
Enquanto Bolsonaro faz exposição de trajes, o País amarga o terceiro lugar no ranking global de casos de coronavírus (6,6 milhões) e, de acordo com cientistas, ainda não tem um plano de vacinação contra a pandemia.