Sergio Moro contará neste sábado à Polícia Federal os bastidores de 15 meses de desavenças que teve com Jair Bolsonaro em torno de diferentes temas relacionados ao combate à corrupção, em especial em relação à discordância de ambos sobre o comando da corporação.
Moro tem todo o histórico de seu WhatsApp gravado, antes e depois do ataque hacker de que foi vítima no ano passado, e nele áudios, conversas, links e imagens trocadas com o presidente. O ex-ministro já começou a organizar o acervo para entregar à PF voluntariamente.
Conforme mostrou Bela Megale, Moro será ouvido no fim da manhã deste sábado em Curitiba, provavelmente na Superintendência da PF em Curitiba, por dois delegados do Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq), responsável por investigar pessoas com foro privilegiado — como Bolsonaro.
Também participarão da oitiva três procuradores designados pelo procurador-geral da República Augusto Aras para acompanhar todas as diligências desta investigação: João Paulo Lordelo Guimarães Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita.
“Ou a gente encontra um jeito de punir os crimes de responsabilidade que o Bolsonaro cometeu e tira ele, ou ele vai acabar com esse país, do jeito que vai”, afirmou Lula em entrevista para o portal UOL.
O ex-presidente criticou comentários recentes de Bolsonaro, que comparou a COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, com uma “gripezinha”. Segundo Lula, “só faltou” o atual chefe de Estado falar que “ia tirar” o vírus na “urina”.
“O presidente disse que era uma gripezinha, mas não é assim, é uma doença desconhecida, cientistas estão orientando. É preciso cuidar, esse é o papel do presidente”, opinou Lula.
O petista defendeu prefeitos e governadores nas brigas com Bolsonaro, que é crítico das medidas de isolamento social para conter o coronavírus.
O governo não pode ficar brigando com governador, prefeito, precisa ser o maestro dos entes federados. Ele não cuida da pandemia, da economia, do emprego, do trabalho. Que governo é esse?”, argumentou.
Ele comentou também sobre o atual cenário político no país, com a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça. No discurso em que pediu demissão do cargo, o ex-juiz comparou o atual governo com os mandatos petistas, afirmando que nas gestões anteriores não houve interferência na Polícia Federal.
A pressão de Bolsonaro para que fosse nomeado um novo diretor do órgão é o que levou Moro a deixar o ministério. No entanto, para Lula o afago do ex-juiz “só demonstra o mau-caratismo” de Moro.
“Esse pronunciamento só demonstra o mau-caratismo do Moro. Ele utilizou o PT para atacar o Bolsonaro. Ele foi lambe-botas do Bolsonaro até o dia em que saiu. Para ser honesto, Moro poderia ter dito também que cuidamos do Ministério Público bem, que eu garantia autonomia a todos os indicados ao meu governo”, disse o petista.
Em relação à política externa, disse que “o meu problema com o Bolsonaro é que ele não cuida da pandemia, da economia, da política de relações exteriores. O Brasil nunca foi tão avacalhado no exterior como agora”, concluiu o ex-presidente.
“Vamos pra rua na pandemia, tá ok? Pô, que pandemia, malandro? Isso é história aí da mídia, pra trancar você em casa, achar que o mundo tá acabando. Pô, é só uma gripezinha, irmão, vai tomar no c…. Peguei, passou. Prefiro morrer tossindo que morrer transando”.
(de Jair Renan, filho 04 de Bolsonaro, provando que a idiotia é hereditária. O vídeo com a declaração pode ser visto aqui)
Do jornalista João Batista Júnior, na revista Veja:
O receio sobre a ida ao governo se confirmou. A família de Regina Duarte temia que ela seria alvo de bolsonaristas e poderia ter sua biografia queimada em Brasília, exatamente como vem acontecendo. Parentes próximos estão perplexos e aborrecidos, em especial Tereza, sua irmã mais próxima, e Gabriela, a filha, com o que Regina tem enfrentado dentro do governo.
A atriz está sendo humilhada pelo presidente Jair Bolsonaro e não possui autonomia para tocar a pasta da forma como lhe foi prometido. No entendimento deles, foi enganada, assim como Sergio Moro: sem poder de gestão. Regina nunca foi aceita pelos bolsonaristas fanáticos, sendo uma das razões sua história na Rede Globo.
Também pesa para essa turma ela ser aberta ao diálogo com artistas de diferentes espectros ideológicos. Quando bate em Regina, direta ou indiretamente, Bolsonaro ganha pontos com os apoiadores radicais.
Parentes querem que a atriz deixe o governo o quanto antes como forma de não prolongar uma crise que não deve acabar tão cedo. Ela tem se mantido mais calada. “Não estou participando nem sei de nada”, diz André Duarte, único filho que apoiou a ida da mãe ao governo. Ele está confinado, longe de Brasília.
João e Gabriela, os outros filhos, foram contra desde o início. Procurada por VEJA, Gabriela não quis se pronunciar. A novela Regina Duarte e Jair Bolsonaro tem tudo para acabar com um final infeliz. Após a publicação desta nota, a assessoria de imprensa de Regina Duarte procurou a coluna para afirmar que seus parentes não querem que ela deixe o governo.
A FNP (Frente Nacional de Prefeitos) emitiu nesta quarta-feira (29) um comunicado responsabilizando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo aumento das mortes pela covid-19.
Em nota, a entidade, que representa nacionalmente os prefeitos de todo o país, lamentou as críticas recebidas “a cada dia” por prefeitos e governadores por parte do presidente em momento crítico da pandemia.
“Lamentamos muito, não só as mortes, mas também os conflitos promovidos pelo Presidente, que só exaurem as pessoas e o debate político, retardando as tomadas de decisões e ocasionando ainda mais vítimas”, diz o comunicado.
“Quando ultrapassamos os 5.000 cidadãos brasileiros mortos, a pessoa que deveria liderar o enfrentamento da pandemia pergunta o que querem que ele faça. Os prefeitos respondem: Presidente, cumpra seu papel constitucional de harmonizar a federação.”
A nota pede que Bolsonaro “cumpra suas responsabilidades com o futuro do país, que está sem rumo e no auge de uma calamidade sanitária”.
“Nós, prefeitos das médias e grandes cidades, temos muito o que fazer e estamos fazendo, com dificuldades e muitas vezes sem o devido apoio do governo federal”, diz a nota, assinada pelo presidente da entidade, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (foto).
O comunicado concluiu afirmando que o grupo é aliado da “ciência” e dos “profissionais da saúde”. “Queremos registrar que cada vida importa. Cada uma dessas perdas, para nós, tem rosto, tem história e traz dor.”.
A Câmara deverá discutir na sessão da próxima segunda-feira, 04, os dois projetos do vereador Luiz Henrique Viotto, o Macetão(PSD), que estão propondo uma redução de 30% nos salários dos agentes políticos locais (prefeito, vice-prefeito, secretários e vereadores), e de 20% nos proventos dos servidores públicos comissionados da Prefeitura e da Câmara.
A redução deverá valer apenas enquanto durar o estado de calamidade pública decretado pelo prefeito Flá Prandi. O dado curioso dos projetos de Macetão está em uma diferença que favorece os vereadores e revela, mais uma vez, falta de isonomia entre o pessoal da Prefeitura e da Câmara.
Senão vejamos: o projeto que trata da redução dos agentes políticos e servidores comissionados da Prefeitura estabelece que a redução deverá recair sobre a remuneração BRUTA de cada um. Já o projeto relativo aos vereadores e servidores comissionados da Câmara determina que a redução recairá sobre a remuneração LÍQUIDA.
Assim, um vereador – cujo salário é de R$ 5 mil – que receba, por conta de algum empréstimo consignado e outros descontos, a remuneração líquida de R$ 3,5 mil, terá uma redução de R$ 1.050,00 nos seus proventos. Um assessor do prefeito que também ganhe R$ 5 mil e receba, líquidos, os mesmos R$ 3,5 mil, vai ter uma redução de R$ 1,5 mil.
Ou seja, se a redução for aprovada como está sendo proposta, o vereador que recebia R$ 3,5 mil líquidos, passará a receber quase R$ 2,5 mil. Já o assessor do prefeito que recebia os mesmos R$ 3,5 mil líquidos, passará a receber R$ 2 mil. Pode parecer pouco, mas a redução deveria ser igual para todos.
Como sou moço que confio nas boas intenções dos nossos nobres edis, quero acreditar que essa diferença de tratamento não tenha sido intencional.
Assim como o Moro, que deixou uma carreira de 22 anos no Judiciário, a Regina Duarte abriu mão de seu contrato com a Globo, onde trabalhou por mais de 50 anos. Ainda bem que ela não teve de abrir mão da pensão que recebe como filha “solteira” de militar. A notícia é da Folha de S.Paulo:
Na última semana, com o aval de Jair Bolsonaro, aliados do presidente deram início a um processo de fritura de Regina Duarte, com o objetivo de fazer com que ela peça demissão do cargo de secretária especial da Cultura antes mesmo de ter completado dois meses nesse cargo.
Segundo relatos feitos à reportagem, o presidente reclamou da dificuldade de diálogo com a atriz e da resistência dela em implementar mudanças.
Regina também tem sido vítima de fogo amigo de membros da secretaria que permaneceram da gestão passada e que, na avaliação deles, não têm sido prestigiados por ela até o momento.
Integrantes do governo e do setor cultural que apoiaram a escolha da atriz para o cargo disseram ainda, sob condição de anonimato, que a atuação de Regina vem sendo decepcionante.
A atriz tomou posse no dia 4 de março, depois de uma longa negociação com a TV Globo, que pôs fim a um contrato de mais de cinco décadas.
Ela havia aceitado a proposta para integrar a equipe de Bolsonaro no fim de janeiro, substituindo Roberto Alvim, demitido depois de fazer um vídeo em que parafraseava o discurso de um ministro da Alemanha nazista.
Bolsonaro já disse a aliados que espera que parta da própria Regina uma decisão de deixar o governo. Ele também deu carta branca para que seus apoiadores critiquem a secretária.
Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria Especial da Cultura informou que “Regina Duarte segue trabalhando, reunindo-se com a equipe, representantes do setor cultural, determinada a fazer seu melhor pela cultura, sempre alinhada com o presidente Jair Bolsonaro”.
A mentira sobre as aplicações de dona Marisa continua sendo espalhada por bolsonaristas até hoje, apesar de o Bradesco já ter fornecido, há duas semanas, o extrato comprovando que o valor correto é R$ 26 mil. A notícia é do UOL:
Os herdeiros de Marisa Letícia Lula da Silva, que foi casada com o ex-presidente Lula, anunciaram nesta segunda-feira, 27, que vão à Justiça contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e a secretária especial da Cultura, Regina Duarte. Segundo a família da ex-primeira-dama, morta em fevereiro de 2017, o deputado e a secretária divulgaram mentiras na internet que atingem “a memória e honra de Dona Marisa”, informa o nota publicada no site de Lula.
Eduardo Bolsonaro publicou em sua conta no Twitter que Marisa Letícia tinha um patrimônio de R$ 256 milhões, quando o valor verdadeiro é, segundo advogados dos herdeiros, de 26 mil reais. A informação falsa foi posteriormente publicada por Regina Duarte em sua página do Instagram.
De acordo com o que divulgou o site de Lula, a família da ex-primeira-dama pede indenização de R$ 131.408,70 tanto ao filho do presidente Jair Bolsonaro quanto à ex-atriz global. Segundo a nota, “a ação também pede que os requeridos sejam condenados a publicar em suas redes sociais a sentença condenatória com o valor correto do investimento de Dona Marisa, corrigindo a desinformação propagada por eles”.
Parece que a possível nomeação dos amigos do Carluxo não está agradando. Afinal, como podem os investigadores serem amigos dos investigados? Deu no iG:
Em uma carta aberta destinada ao presidente Jair Bolsonaro divulgada neste domingo, a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) fez duras críticas às tentativas de interferência na Polícia Federal, apontou uma “crise de confiança” na indicação do novo diretor-geral e pediu ao presidente um compromisso na aprovação da autonomia e do mandato para o cargo de chefe da instituição.
O documento alerta ainda a Bolsonaro que as investigações e os relatórios de inteligência da PF são sigilosos e não existe nenhuma previsão do fornecimento de informações diárias à Presidência, como o próprio Bolsonaro admitiu que queria.
Diz também que não cabe à instituição produzir “um resultado específico desejado” na investigação sobre a facada contra Bolsonaro e que as solicitações de investigações feitas pelo presidente devem respeitar os canais hierárquicos e as formalidades do serviço público.
A carta da ADPF simboliza a gravidade do momento e das acusações feitas pelo ministro Sergio Moro. A associação costuma se pronunciar em um documento desse tipo apenas em momentos que considera sensíveis. O documento será encaminhado formalmente a Bolsonaro. O clima interno na PF tem sido de desconfiança sobre a indicação do novo diretor-geral após as acusações feitas por Sergio Moro em seu pedido de demissão.
“Nosso presidente foi expulso da tropa, existe um motivo, existe um problema psíquico muito forte, e você vê pelas próprias declarações. Se juntar todas as declarações dele, desde antes da eleição, mesmo quando ele frequentava o Congresso, até hoje, se juntar essas declarações e mandar para um centro psiquiátrico, os caras vão buscá-lo com camisa de força, não é humano isso, é um comportamento completamente fora dos padrões humanos”.
(Do cantor e compositor Ivan Lins, em entrevista ao programa “Estação Sabiá”).