O engenheiro Paro foi secretário municipal de Obras de Votuporanga, entre janeiro e outubro de 2011, na gestão de Júnior Marão. A notícia é da assessoria de Comunicação da PF:
Policiais federais de Jales/SP prenderam, na manhã desta sexta-feira (02), um engenheiro civil que presta serviços de fiscalização em obras para a Caixa Econômica Federal. Antonio Eden Cabral Paro foi preso em flagrante no momento em que havia acabado de receber R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em cédulas e cheque, relativos a pagamento de propina exigida de um empresário do ramo da construção civil. A abordagem ocorreu nas proximidades da Caixa Econômica Federal de Jales/SP.
Paro, como é conhecido, tem 63 anos de idade e reside no município de Votuporanga/SP. Ele é credenciado pela Caixa Econômica Federal para fiscalizar obras financiadas em vários municípios da região de São José do Rio Preto/SP. O nome da Operação Liquidação foi utilizado em alusão à conduta do engenheiro que dava descontos e parcelava o pagamento da propina exigida bem como pelo fato da PF ter liquidado a ação do preso.
A PF recebeu informações indicando que o engenheiro estava exigindo que pagamentos de propina -chamados por ele de “consultoria”- fossem realizados por empresário do ramo de construção civil para que parcelas dos financiamentos concedidos pela Caixa fossem liberadas para pagamento. Enquanto o empresário não pagasse a quantia exigida, o engenheiro não aprovava o andamento da obra e a parcela do financiamento ficava bloqueada, ou seja, não era liberada pela Caixa Econômica Federal.
De acordo com as informações recebidas, a Superintendência da Caixa Econômica Federal de São José do Rio Preto foi alertada pelo empresário em dezembro de 2016, mas até a presente data o engenheiro continuava trabalhando normalmente. A PF também vai apurar esta informação.
As investigações vão prosseguir objetivando a identificação da participação de outros envolvidos e vítimas do esquema criminoso desmantelado na data de hoje. Excepcionalmente, o nome e a imagem do preso estão sendo divulgadas haja vista informações que indicam a prática do mesmo crime em detrimento de outros clientes da Caixa Econômica Federal, que também tiveram que pagar valores indevidos para que as parcelas de seus financiamentos fossem liberadas.
Vítimas que identificarem o preso pelas imagens deverão procurar a Polícia Federal para que seja formalizada a informação. O preso será indiciado pelo crime de corrupção passiva (artigo 317 do Código Penal) com pena de até 12 anos de prisão. Após ser ouvido pela autoridade policial, ele será encaminhado para presídio da região de Jales/SP onde permanecerá à disposição da Justiça Federal.
A nota da Polícia Federal não menciona as empresas que estão sendo investigadas, mas, aparentemente, pelo menos três empresas de Jales, uma de Mira Estrela e outra de Fernandópolis seriam alvo da investigação. As cinco empresas firmaram, nos últimos dois anos, contratos com a Prefeitura de Urânia, foco da investigação.
Um dos endereços visitados pela PF na manhã de hoje é a residência do ex-prefeito Humberto Parini (foto), mas a encrenca, ao que parece, não é com ele. Tudo leva a crer que o problema é com a empresa Em Foco Cursos e Serviços, que tem a ex-primeira-dama Rosângela Parini como sócia. Segundo informações, Parini e esposa estão viajando.
Na edição deste final de semana do jornal A Tribuna, mais detalhes sobre a atuação da empresa da ex-primeira-dama. Vamos, agora, à nota enviada pela assessoria de Comunicação da PF:
A Polícia Federal de Jales/SP deflagrou na manhã desta quinta-feira (01), a Operação Arranjo, que investiga desvios de recursos federais do Programa de Atenção Integral à Família – PAIF. Aproximadamente 50 policiais federais estão cumprindo 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de Urânia (1), Jales (7), Mira Estrela (1), Fernandópolis (1) e Santa Fé do Sul/SP (1), que foram expedidos Justiça Federal de Jales/SP.
As investigações iniciaram no começo deste ano após a PF tomar conhecimento sobre licitações e pagamentos suspeitos realizados com a utilização de recursos federais do PAIF que eram destinados à Secretaria de Ação Social do município de Urânia/SP. As investigações apontaram que houve “fatiamento” nas licitações de cursos e palestras entre determinadas empresas, pois não havia disputa nas licitações, mas um “arranjo” (em alusão à função matemática da combinatória) entre as empresas. Também há fortes indícios de que vários cursos não foram realizados, embora os valores tenham sido integralmente pagos.
De acordo com levantamentos preliminares, notas fiscais suspeitas de serem “frias” totalizam R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) que foram pagos com recursos públicos da área social destinados ao PAIF somente no município de Urânia. Os mandados estão sendo cumpridos nas sedes das empresas envolvidas e nas residências dos seus proprietários, servidores e outros investigados.
Há dois meses, a PF de Jales deflagrou a Operação Repartição, que investigou e prendeu o ex-prefeito e outros 4 ex-assessores do município de Urânia. Nesta Operação, pagamentos realizados no último dia de 2016, com recursos da repatriação do governo federal foram o foco das investigações. Todos os investigados foram denunciados e continuam presos preventivamente à disposição da Justiça. O ex-prefeito preso F.A.S. também administrava o município de Urânia à época dos pagamentos e licitações suspeitas relativas aos pagamentos com recursos do PAIF.
Os investigados serão indiciados pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude em licitação.Todo o material recolhido pelos federais será analisado na sede da Polícia Federal de Jales para que sejam realizados cruzamentos para confirmação de informações e identificação de outros possíveis delitos cometidos pelas empresas investigadas em outras cidades.
Foram aproximadamente 40 viaturas e 80 policiais envolvidos nesta operação que começou por volta das 6h com a chegada das viaturas na cidade de Palmeira d’ Oeste. Segundo o Delegado Operacional Dr. Sebastião Biazi ao Jornal do Povo da Rádio Assunção FM de Jales, a missão específica era a busca por armas, munições e drogas.
Em um prévio balanço o delegado Dr. Biazi acredita, que a operação foi finalizada com êxito, tendo em vista que foram cumpridos mandados de busca em 14 locais, com 6 pessoas presas por tráfico de entorpecente, e uma com agravante de posse de arma de fogo e munições.
Todos foram encaminhados á Central de Polícia Judiciária de Jales para serem ouvidas. Ainda segundo Biazi, uma alta quantidade de maconha, cocaína e crack foram apreendidas na operação.
O jornalista Alan de Abreu – um dos profissionais mais corajosos e uma das mais brilhantes penas da imprensa interiorana – do Diário da Região, publicou nessa quinta-feira interessante artigo sobre o caso Reinaldo Azevedo, que reproduzo abaixo.
Antes, lembro que Reinaldo Azevedo – que agora está protestando, com razão, contra o vazamento de sua conversa com Andrea Neves – é o mesmo jornalista que achou tudo normal (ou mais que isso: quase teve orgasmos) quando o juiz imparcial de Curitiba, Sérgio Moro, vazou as conversas de Lula com Dilma e de dona Marisa Letícia com um filho.
Vamos ao artigo:
Reinaldo Azevedo sempre privilegiou o tom panfletário em detrimento do bom jornalismo. Nos últimos 12 anos, vendeu-se no programa “Os pingos nos is” na rádio “Jovem Pan” e em seu blog na “Veja” como um liberal antipetista, mas nunca deixou de ser um ultraconservador, sempre simpático a Temer e seus acólitos e aos tucanos de alta plumagem.
Enquanto a Operação Lava Jato se ocupava com os desmandos petistas, Azevedo permanecia na confortável posição de áulico da ética e da moralidade. Mas, quando os ventos da megainvestigação passaram a mirar também tucanos e peemedebistas com passado mais do que suspeito, o jornalista, com seu característico tom incendiário e picaresco, sobretudo na Jovem Pan, começou uma campanha com fortes críticas aos procuradores que conduzem a Lava Jato, sobretudo o procurador-geral Rodrigo Janot.
Na última semana, quando a delação de Joesley Batista, da JBS, veio à tona, Azevedo acentuou suas críticas à operação. Passou a argumentar que a Procuradoria Geral da República arquitetava um golpe para tirar Temer do poder.
A resposta da Lava Jato a Azevedo viria nesta terça-feira, dia 24, da pior maneira possível. O site Buzzfeed “encontrou”, entre as centenas de áudios do inquérito que investiga Temer e o tucano Aécio Neves, conversas entre o jornalista e Andrea Neves, irmã do senador Aécio. O sigilo fora levantado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.
São diálogos fortuitos entre jornalista e fonte, sem o mínimo indício de crimes. Mas profundamente constrangedores para Azevedo, que qualifica a revista “Veja”, uma de suas empregadoras, de “nojenta”, por ter produzido, naqueles dias de abril, uma reportagem sobre as suspeitas contra o senador mineiro.
Azevedo pediu demissão da “Veja” e divulgou uma nota em que protesta contra a divulgação da conversa pelo STF e a consequente quebra do sigilo de fonte.
Pessoalmente, não gosto do trabalho do jornalista: incendiário, arrogante, que não raro beira o pedantismo. Mas não posso deixar de protestar contra a divulgação desses diálogos, que não prestam a nenhuma investigação e por isso nem deveriam estar no inquérito.
Sei bem como agem certos agentes públicos quando se veem contrariados por um jornalista. Em 2011, o então procurador do MPF em Rio Preto, Álvaro Stipp, ordenou o meu indiciamento na Polícia Federal pela divulgação de escutas em um esquema de corrupção na delegacia do Ministério do Trabalho em Rio Preto. Tudo porque me neguei a revelar a ele a fonte daquelas informações. Posteriormente, nesse mesmo caso, o juiz federal Dasser Letière Jr determinou a quebra do sigilo telefônico de toda a redação do Diário na tentativa de se chegar à fonte da minha reportagem. Hoje o caso está no STF, à espera de julgamento.
Nesse meio tempo, em 2015, fui indiciado novamente pelo mesmo crime, desta vez pelo delegado Airton Douglas Honório, por divulgar escutas telefônicas referentes à investigação de um sequestro em Rio Preto. Após forte reação de entidades, o caso foi arquivado e o indiciamento, anulado.
Nem Stipp nem Honório receberam qualquer reprimenda formal pelos seus atos claramente atentatórios à liberdade de imprensa. Pelo contrário: Stipp foi promovido a procurador do Tribunal Regional Federal, em São Paulo, e Honório teve arquivado um inquérito contra si na Corregedoria da corporação.
De minha parte, não me arrependo de nenhuma linha que escrevi nos dois casos. Faria tudo de novo. Nós, jornalistas, precisamos estar vigilantes e combativos diante da mão pesada do Estado, que nem sempre está a serviço do bem comum.
Nossos bravos servidores municipais já podem ir tratando de amarrar as calças. Apesar de o desembargador João Negrini Filho ter negado a liminar que pedia a suspensão do 14° salário em Jales, tudo indica que o benefício está com seus dias contados.
Em julgamento realizado na semana passada, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que pedia o fim do 14º salário pago a 1.700 servidores municipais de Fernandópolis. A lei que criou o 14º em Fernandópolis é de 1994, ou seja, é apenas um ano mais nova do que a lei que instituiu o benefício em Jales.
Lá em Fernandópolis, foi o próprio prefeito – André Pessuto(DEM) – quem pediu o fim do 14º salário. No caso de Jales, o fim da gratificação está sendo pleiteado pela Procuradoria Geral de Justiça do Estado, que, de seu lado, foi provocada por representação do advogado Carlos Alberto Brito Neto.
Na decisão da semana passada, o desembargador Amorim Cantuária, relator da ADI fernandopolense, salientou que “o denominado 14º salário não atende a nenhum interesse público, e tampouco às exigências do serviço; retrata apenas dispêndio público sem causa, o que desperta preocupação“. Para ele, a gratificação viola o artigo 128 da Constituição do Estado de São Paulo.
A má notícia para os servidores de Jales é que essa opinião não é apenas do relator. Outros 24 desembargadores participaram do julgamento – incluindo o relator da ADI jalesense, João Negrini Filho – e, pelo jeito, todos concordaram com o Amorim Cantuária.
Faleceu ontem, 19, em São José do Rio Preto, aos 72 anos de idade, a senhora Ilma de Oliveira Carvalho, mãe do prefeito de São Francisco, Maurício Honório de Carvalho.
Viúva de José Honório de Carvalho, falecido em março de 2011, dona Ilma, deixa oito filhos, sendo: Enilva, Sival, Nassau, Maurício, Marinalva, Rosilda, Olair e Renata. Deixa também dez netos e três bisnetos.
Internada há 39 dias no Hospital das Clínicas de São José do Rio Preto SP, com problemas cardíacos devido à doença de chagas, dona Ilma teve complicações, incluindo uma infecção pulmonar.
Quem conheceu a dona Ilma afiança que ela era uma pessoa humilde e de uma riqueza espiritual incomum. Seu corpo está sendo velado na Câmara Municipal de São Francisco e seu sepultamento será às 18:00 horas no cemitério daquela cidade.
O jornal Diário do Grande ABCrepercutiu em sua edição de ontem, 15/05, a divulgação do chamado Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade, que avalia o grau de bem-estar oferecido pelos municípios brasileiros às pessoas com mais de 60 anos de idade.
A pesquisa é uma parceria entre o Instituto Mongeral Aegon e a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EAESP) e foi aplicada em 498 municípios brasileiros, divididos em dois grupos: 150 cidades grandes (com maior número absoluto de habitantes) e 348 cidades menores (com população entre 50 e 100 mil pessoas). No total, vivem nesses municípios 117 milhões de brasileiros.
Jales – cuja população flutua entre 45.000 e 49.000 habitantes há uns vinte anos – ficou de fora da pesquisa, mas a região parece estar bem na fita. Entre as 348 cidades com até 100 mil habitantes, as seis melhores classificadas são paulistas. E entre essas seis, duas são da nossa região: Fernandópolis, a 4ª colocada, e Votuporanga(6ª). As demais são São João da Boa Vista(1ª), Vinhedo(2ª), Lins(3ª) e Tupã(5ª). Além delas, outras 23 cidades paulistas estão entre as 50 melhores para os idosos sobreviverem.
Entre as 150 cidades com mais de 100 mil habitantes avaliadas pela pesquisa, São José do Rio Preto ficou com a 5ª colocação. Outras duas cidades paulistas ficaram entre as seis melhores em qualidade de vida para a população idosa: Santos(1ª) e Ribeirão Preto(6ª). As outras três melhores colocadas são Florianópolis-SC(2ª), Porto Alegre-RS(3ª) e Niterói-RJ(4ª).
Agora o contraponto: manchete do jornal Diário da Região (Rio Preto) desta terça-feira diz que “crimes contra idosos deixam a região em estado de alerta”. Na matéria, o jornal diz que “um idoso é vítima de agressão a cada 48 horas em Rio Preto, segundo levantamento da Delegacia de Proteção ao Idoso. Foram 15 vítimas em abril, mas o número de agressões é ainda maior, já que muitas vítimas não dão queixa“.
Eis aí uma boa ideia para os nossos vereadores que andam ansiosos por criar leis que irão mudar a nossa vida. E reparem no nome do biólogo que se disse favorável à criação de galinhas na área urbana. Ele poderia ser contra? A notícia é do Diário da Região:
Uma polêmica envolvendo galinhas tem movimentado a “Cidade das Brisas Suaves”. É que a Câmara de Vereadores de Votuporanga aprovou por unanimidade, na última semana, projeto que permite a criação de até três galinhas por imóvel urbano. O objetivo é ajudar a combater o aparecimento de escorpiões e outras pragas nos quintais da cidade.
O projeto é de autoria do próprio prefeito, João Dado. Com a aprovação, moradores como Edson Oliveira, 52 anos, podem ficar tranquilos com os bichos que criam no quintal. “Eu tenho galinha em casa desde que nasci”, disse o pedreiro, que sempre soube da ausência de leis que permitiam a criação dos animais na área urbana, mas mesmo assim criou os bichos.
“Sei que era errado, mas sempre tratei e cuidei e nunca passou doença para ninguém, pelo contrário, elas deixam o quintal limpo”, explicou Edson, que atualmente possui dois galizés e uma galinha. “Além de ajudar na limpeza, eu sou apaixonado pelo cantar dos galos. Eu amo eles”, disse.
No entanto, a permissão para a criação dos bichos possui algumas regras. De acordo com o projeto, cada residência poderá ter até três exemplares de galinha caipira, galinha de granja ou galinha-d’angola, além de até cinco pintinhos com no máximo 40 dias de vida. Outra ressalva que faz o texto é que os animais também não poderão ser criados dentro das residências ou em galinheiros, mas soltos nos quintais.
Desde que foi aprovada, a lei repercutiu em toda a cidade e região. Diversos moradores contrários e a favor à lei se pronunciaram nas redes sociais e comentaram sobre o assunto. O biólogo Felipe Ferrari Gallo se mostrou a favor. “A única coisa que consegue deixar um quintal limpo, melhor que qualquer veneno, é a galinha”, argumentou Felipe, que disse que ações como essa são importantes especialmente para eliminar escorpiões.
“Uma picada de escorpião não me mata, mas mata uma criança de 3 anos, então pode ajudar a fazer a diferença.” O principal motivo para os que ficaram contra, segundo Felipe, é a questão das fezes. “Cheguei a ler comentário dizendo que a cidade ficaria suja e cheia de fezes de galinha, mas é só cuidar e rastelar os restos. Não vejo mal algum”, disse.
Em nota, a Prefeitura Municipal de Votuporanga informou que o projeto tem como objetivo permitir um controle efetivo sobre o número de galinhas mantidas em quintais e não estimular a criação das aves, restringindo, portanto, a prática a até três galinhas e reforçou que a lei determina que os quintais sejam mantidos em condições adequadas de limpeza. Ainda de acordo com a Prefeitura, um estudo técnico mais detalhado foi solicitado por técnicos da Secretaria de Saúde do Estado e já está em andamento, podendo trazer alterações na lei.
A notícia é da assessoria de imprensa da Polícia Federal de Jales:
Policiais Federais de Jales/SP cumpriram, na manhã desta quarta-feira (26), um mandado de busca e apreensão na residência de um servidor do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo) no município de Urânia. Três armas de fogo, munições, eletrônicos e vários documentos foram apreendidos. O mandado judicial foi expedido pela Justiça Estadual de Urânia/SP.
A representação pela busca e apreensão teve origem em informações obtidas pela PF nas análises dos equipamentos e documentos coletados na deflagração da Operação Repartição, que investigou desvios de recursos públicos no município de Urânia. No celular de F.A.P., ex-advogado da prefeitura, foram encontrados vídeos em que ele orientava seus filhos, menores de idade, na prática de tiro em zona rural, ilegalmente e em local impróprio para a prática de tiro com arma de fogo.
A partir da análise apurada das imagens, a PF identificou o número de série do armamento utilizado pelos menores. Rastreando a numeração da arma foi possível identificá-la como sendo de propriedade de R.P.V., servidor do DAEE de Jales/SP.
Após pesquisar o servidor do DAEE, a PF verificou que ele havia sido preso em flagrante por porte ilegal de armas em agosto de 2016 e encontrava-se atualmente respondendo ao crime em liberdade. Para a surpresa dos federais, ele conseguiu, apenas dois dias após sua prisão em flagrante, adquirir uma nova pistola calibre .380 em uma loja de Jales, pois tinha uma autorização do Exército Brasileiro, obtida antes de sua prisão, para adquirir armas como atirador esportivo.
A referida arma de fogo foi emprestada por R.P.V. ao ex-advogado da Prefeitura de Urânia/SP, F.A.P., que registrou em seu celular apreendido imagens em que ele a entregava a seus filhos, menores de idade, para que praticassem tiro na zona rural em local inadequado e inseguro. Esta arma foi apreendida hoje, juntamente com outras duas armas irregulares, pela PF, durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão na residência do servidor do DAEE em Urânia.
O ex-advogado da Prefeitura de Urânia/SP, F.A.P. encontra-se preso preventivamente por suspeita de participação em esquema de desvios de recursos públicos da Prefeitura Municipal, que foi investigado na Operação Repartição e também será indiciado neste inquérito pelo crime do Artigo 242 do Estatuto da criança e do adolescente que pune a entrega de arma, de qualquer forma, a criança ou adolescente, com pena prevista de até seis anos de reclusão. O servidor do DAEE, R.P.V. responderá pelo crime do artigo 14 do Estatuto do Desarmamento, que pune aquele que empresta ilegalmente seu armamento a terceiros, com pena prevista de até quatro anos de reclusão.
Ainda na mesma investigação, a PF localizou uma farta documentação na residência do servidor do DAEE, relativa a atividades suspeitas em projetos de outorga de uso da água e também em projetos de Prefeituras da região que pleitearam recursos financeiros junto ao FEHIDRO (Fundo Estadual de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo).
Em uma primeira análise, verificou-se que o servidor, embora trabalhasse na unidade do DAEE em Jales/SP, desenvolvia atividades paralelas em projetos junto ao próprio DAEE e outros relativos a demandas de prefeituras da região para obtenção de recursos junto ao FEHIDRO. Um inquérito da PF vai apurar possíveis crimes contra a administração pública em projetos suspeitos do DAEE de Jales/SP e FEHIDRO.
O jornalista Allan de Abreu, do Diário da Região, estará lançando, na próxima terça-feira, 02 de maio, o livro “Cocaína – A Rota Caipira”, escrito por ele. Com 800 páginas, o livro que começou a ser escrito em 2011 narra com riqueza de detalhes as atividades criminosas dos barões do narcotráfico na região Noroeste Paulista.
Segundo o livro, nossa região virou um grande palco para esse tipo de crime, por conta da geografia. Afinal, estamos no meio do caminho entre os países de origem da cocaína e os grandes mercados consumidores de pó, São Paulo e Rio de Janeiro.
De acordo com o editor-chefe do Diário da Região, Mílton Rodrigues, o livro de Allan é muito mais que uma bela coletânea de histórias dignas de roteiros cinematográficos: é uma obra de indiscutível interesse social.
A coletânea de histórias inclui, por exemplo, o caso do fazendeiro de Fernandópolis João Faria, irmão do empresário Walter Faria, um dos homens mais ricos do Brasil. Para fugir da prisão em flagrante, depois de apanhado com 90 quilos de cocaína em Ouroeste, em 2003, João se mandou para Rondônia, mas foi preso semanas depois.
Uma das histórias do livro, que está chamando a atenção, cita o deputado estadual Itamar Borges(PMDB) e o presidente Michel Temer. Eis um resumo da história, publicado pelo Diário da Região:
Os amigos do deputado
A Operação Beirute, que investigou um grupo de traficantes libaneses radicados em São Paulo, captou conversas em árabe da quadrilha sobre supostos favores devidos pelo deputado estadual Itamar Borges (PMDB), ex-prefeito de Santa Fé do Sul e aliado de primeira hora do atual prefeito de Rio Preto, Edinho Araújo. Essa mesma quadrilha mantinha relações com a cúpula do poder em Brasília, incluindo ministros do STF e o presidente Michel Temer. A PF apreendeu carregamento de mais de uma tonelada de cocaína pura do grupo. Procurado pelo autor do livro, Itamar não quis se manifestar.