PREFEITURA TENTA ESCONDER CASO DE LEISHMANIOSE NO JARDIM ELDORADO, MAS SAÚDE CONFIRMA
A responsável pela divulgação das atividades da equipe de combate à dengue, Vanessa Luzia da Silva, confirmou, ontem, ao Jornal do Povo, a existência de mais um caso – o primeiro deste ano – de leishmaniose visceral, em Jales. A vítima é um senhor de 44 anos de idade, morador da Rua Altino Antonio de Oliveira, no Jardim Eldorado, conforme noticiado pelo jornal A Tribuna, na edição deste final de semana.
Curiosamente, o setor de imprensa da Prefeitura de Jales tentou esconder o caso, que já havia sido confirmado a este aprendiz de blogueiro pelo vice-prefeito Clóvis Viola. Na semana passada, solicitei informações à Secretaria Municipal de Saúde e a resposta que me chegou dizia que “no momento não há suspeitos no bairro citado e também em nenhum outro bairro da cidade”.
Além de desmentir o caso do Jardim Eldorado, a resposta ainda continha um “puxão de orelhas” direcionado a mim, por conta de uma matéria que eu havia escrito para A Tribuna, na semana anterior, sobre um outro caso de leish verificado no bairro São Judas Tadeu.
Mas o pior de tudo é que, ao que parece, o nome da Vanessa foi usado por algum irresponsável – ligado ao setor de imprensa da Prefeitura – que não teve coragem de assinar o desmentido e o “puxão de orelhas”. Assim que recebi a resposta, deduzi que ela não havia sido redigida pela Vanessa, uma moça bem educada, responsável e extremamente competente.
Aliás, sempre que vai ao rádio, a Vanessa dá mostras de sua competência. Ontem, não foi diferente: ela confirmou e explicou, de maneira bastante clara e didática, o caso do Jardim Eldorado, além de anunciar as medidas que estão sendo tomadas. Afinal, a Vanessa sabe que a melhor forma de combater a doença e alertar a população é divulgar corretamente os fatos. Infelizmente, algumas pessoas que rodeiam o prefeito não têm a mesma competência.
MORADORES DO RESIDENCIAL SÃO LUCAS PROTESTAM CONTRA DOAÇÃO DE TERRENO À CÁRITAS
Alguns moradores do Residencial São Lucas foram ouvidos, hoje, pelo Antena Ligada, sobre a doação de um terreno localizado naquele bairro para a Cáritas Diocesana de Jales. E eles, pelo jeito, não gostaram da novidade, uma vez que o terreno será utilizado para implantação de um projeto para atendimento de jovens dependentes de drogas.
Tudo indica que o caso vá parar na Justiça, assim como já aconteceu com a doação de uma área da Rodoviária para o Sesi. A principal reclamação foi quanto à falta de discussão do assunto com a população do Residencial São Lucas e outros bairros próximos, que é, afinal, uma das principais partes interessadas.
Como eu já noticiei aqui no blog, o prefeito Humberto Parini havia tentado, há algum tempo, doar esse mesmo terreno para a construção do novo prédio da escola “Juvenal Giraldelli”, mas o governo do estado não aceitou a doação, porque a área havia sido reservada pelo loteador para a construção de uma praça.
Mesmo sabendo disso, os vereadores aprovaram, sem discussão, a doação proposta pelo prefeito e, agora, estão sendo apontados pelos moradores como os principais responsáveis. Aguardemos os próximos capítulos.
DEMÓSTENES TORRES, O PALADINO DA ÉTICA, DESAPARECEU DA MÍDIA
Sempre que surge algum escândalo envolvendo o PT ou o governo Dilma, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) é o segundo ‘defensor da moralidade’ a ser entrevistado pela Globo (o primeiro é sempre o senador tucano, Álvaro Dias, do Paraná). Mas, agora, parece que o moralista juramentado quedou-se silente. Vejam a notícia do jornal Correio do Brasil:
Nenhuma manchete na Folha ou no Estadão. Nenhum comentário no Jornal Nacional da TV Globo. Nenhuma chamada de capa na Veja. Mistério! Será que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), assíduo frequentador da mídia nativa, morreu ou encontra-se desaparecido? Como “paladino da ética”, o líder dos demos não tem nada a falar sobre a Operação Monte Carlo da Polícia Federal?
Na quarta-feira passada, agentes da PF efetuaram a prisão de Carlos Augusto Ramos, o famoso Carlinhos Cachoeira. Um dos maiores mafiosos do país, o bicheiro explorava uma rede de caça-niqueis e de cassinos ilegais em cinco Estados brasileiros. Apenas em Goiânia e Valparaíso, nas cercanias de Brasília, os seus cassinos rendiam cerca de R$ 3 milhões por mês.
Com base nos documentos apreendidos e em 200 horas de escutas telefônicas, a Operação Monte Castelo concluiu que Carlinhos Cachoeira possuía forte influência na política goiana. Ela mantinha jornalistas na sua folha de pagamento, contava com uma rede de espionagem ilegal e nomeou vários integrantes para a área de segurança (segurança!) do governo tucano de Marconi Perillo.
Além disso, os grampos autorizados pela Justiça revelaram várias conversas do mafioso com o “ético” Demóstenes Torres, líder do DEM no Senado. De acordo com as investigações, em julho do ano passado Carlinhos Cachoeira deu um generoso presente de casamento para o senador goiano: uma cozinha completa. Há indícios também de financiamento ilegal de campanhas eleitorais.
A notícia completa, do Correio do Brasil, pode ser lida aqui. Já em outro Correio – o Braziliense – Demóstenes diz que ligou 298 vezes para o bicheiro, tentando resolver uma questão amorosa. Veja a versão dele, aqui.
JUSTIÇA CONDENA CONSIRJ A PAGAR R$ 240 MIL POR NEGLIGÊNCIA MÉDICA
Esta notícia também está no jornal A Tribuna. E é bom lembrar que o Consirj poderá recorrer da sentença ao Tribunal de Justiça-SP:
O Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região de Jales, Consirj, que é presidido pelo prefeito Humberto Parini, foi condenado pela Justiça, em 1ª instância, ao pagamento de R$ 240 mil, a título de reparação por danos morais, aos pais da criança M.E, que teria morrido cerca de 48 horas antes do parto, por falta de atendimento adequado.
Segundo a decisão, de 07 de fevereiro deste ano, o Consirj deverá pagar R$ 100 mil a cada um dos pais e mais R$ 40 mil à avó materna da criança, que representou a filha na ação de indenização por danos morais, já que a mãe do bebê natimorto era menor de idade.
De acordo com a sentença, “restou demonstrado nos autos que houve negligência no atendimento médico prestado à gestante, no Pronto Socorro do Município de Jales, que culminou com o óbito do feto”. Segundo o que foi relatado, a mãe da criança – que estava no 9º mês de gestação – foi atendida no dia 06/03/2009, em consulta pré-natal, quando o médico verificou que os batimentos cardio-fetais se encontravam normais e regulares.
Todavia, dois dias depois, em 08/03/2009, a gestante compareceu ao Pronto-Socorro reclamando de alguns problemas, mas, depois de examinada por uma médica, recebeu apenas “orientações gerais”, quando, no entendimento da Justiça, a paciente deveria ter sido encaminhada para internação, visando a realização de exames mais precisos.
Quarenta e oito horas depois, no dia 10/03/2009, a gestante voltou ao Pronto-Socorro e o médico de plantão, ao perceber que não conseguia ouvir os batimentos cardio-fetais, determinou a internação para exames de ultrassonografia. Entretanto, já era tarde, pois o exame conseguiu apenas constatar o óbito da criança. Para o Ministério Público, a morte decorreu da não realização do parto no momento oportuno. O Consirj ainda poderá recorrer da sentença ao Tribunal de Justiça-SP.
PREFEITURA CONDENADA A PAGAR R$ 32 MIL A FUNCIONÁRIO POR DANOS MORAIS
Apesar da condenação por danos morais, a Justiça concluiu que o servidor não ficou mais feio por causa do acidente. A notícia está no jornal A Tribuna, desta semana:
O servidor público municipal J.M.G. queria bem mais: ele pedia R$ 555 mil de indenização por danos morais, materiais e estéticos. Mas a Justiça de Jales condenou a Prefeitura de Jales ao pagamento de “apenas” R$ 32 mil, como indenização por danos morais. Para a Justiça, a Prefeitura foi negligente ao deixar de fornecer equipamentos de proteção individual(EPI) ao servidor.
Segundo os autos, o funcionário trabalhava na construção de uma galeria para captação de águas pluviais, quando foi surpreendido pelo desmoronamento de um bloco de terra que atingiu sua cabeça na altura da nuca, fazendo-o bater o rosto com violência sobre um tubo de concreto. Ele alega que, por conta do acidente, perdeu a visão de um olho e fraturou diversos ossos da face.
O município, em sua defesa, argumentou que o acidente ocorreu por culpa exclusiva do funcionário, que, por ser mestre de obras, não teria direito aos equipamentos de proteção individual. Para a Prefeitura, apenas os pedreiros e os serventes teriam direito ao EPI, mas, apesar de afirmar isso, ela nunca forneceu os equipamentos a nenhum desses profissionais.
No entanto, para a Justiça, o servidor exercia atividade perigosa, sendo que a Prefeitura – depois de agir com negligência – apenas tentou justificar o injustificável. O juiz que julgou o caso descartou, entretanto, a indenização por danos estéticos. Ele deu a entender que não teria havido o “enfeamento” da vítima, uma vez que o servidor municipal – um senhor casado, de 64 anos de idade – manteve a mesma aparência de sempre, mesmo depois do acidente.
Detalhe: na semana passada, o seo Zé esteve arrumando uma galeria aqui perto de casa, na Rua Iuguslávia. O único equipamento de proteção que ele e os demais funcionários usavam era o chapéu, que os protegia de um sol escaldante.
CARRO DERRUBA POSTE NA AVENIDA PAULO MARCONDES
Se eu não estiver enganado, é o quarto ou quinto poste de iluminação da Avenida Paulo Marcondes que vem abaixo por conta de algum acidente. Dessa vez, porém, o motorista não teve culpa. Segundo testemunhas, ele foi “fechado” e, para evitar um choque frontal com outro veículo, teve que jogar o seu carro contra o poste. O acidente aconteceu na sexta-feira, à noite, e, felizmente, não deixou feridos.
Esse tipo de acidente, com prejuízos para a iluminação pública, não é novidade naquela avenida. Em agosto de 2009, o vereador Rivelino Rodrigues, que administra uma empresa próxima à Avenida Paulo Marcondes, já manifestava preocupação com o número de acidentes naquela via e com a reposição dos postes destruídos. No entanto, até hoje, nenhuma providência foi tomada no sentido de repor os postes e restabelecer a iluminação.
TREM ATROPELA CARRO NO JARDIM PAULISTA, EM JALES
Ainda bem que o nosso prefeito vai fazer dois viadutos sobre os trilhos da ferrovia. Vejam a notícia que recebi, via e-mail:
O carro do moto-taxista Celso Carvalho Brambila, 27 anos, foi atingido por um trem na noite deste sábado (03/02). O moto-taxista passava pelos trilhos que cruzam a Rua Maranhão, no Jardim Paulista, quando uma locomotiva acertou a lateral dianteira do veículo.
O moto-taxista saiu ileso do acidente, mas o veículo teve danos de média monta e ficou com a dianteira destruída. Segundo Celso, a locomotiva vinha com a luz apagada, em alta velocidade. O carro, um Astra, não tinha seguro.
“Ainda bem que minha esposa não estava no carro, pois a mesma está grávida. Foi tudo muito rápido, quando percebi meu carro já estava sendo jogado para longe” . (sic)
Muito abalado, Celso ainda completou: “o trem vinha com a luz apagada, lutei para comprar este carro, trabalhando como moto-taxista, este cruzamento está errado, não tem nenhuma segurança”. (sic)
Moradores que moram próximos dos trilhos reclamaram da velocidade que o trem passa nos cruzamentos e quando param, muitas crianças e adultos tem que passar por baixo do trem, informou Monieli Silva, 20 anos, moradora do bairro.
Obs: a notícia acima é do portal Jales Net, e pode ser vista aqui, inclusive com foto do carro destruído.
CHICO BUARQUE, SEM FRESCURAS
Algumas pessoas aqui de Jales já estão com ingresso comprado e passagem marcada para ver o show do Chico, em São Paulo. Minha nora, Ticiane, que é fã do nosso maior compositor, e meu filho Artur, estão entre elas. Abaixo, um comentário sobre o show, publicado no blog do Renato César Pereira:
Na última quinta (1º/3), estreou em São Paulo um dos shows mais esperados do ano -e de vários anos. E inguém passou noites sem dormir, imaginando o que o artista faria desta vez. Chico Buarque não é o Cirque du Soleil.
O show tem estética e arranjos simples, sem frescura. Um jeito Clint Eastwood de encarar uma plateia: “No excuses, no explanations”. Ou “sem muita conversa, sem muito a explicar”.
Banda em semicírculo no fundo do palco, ele no centro, alternando violão pendurado no ombro, só microfone na mão, ou banquinho e violão. Não tem discursinho, não tem boa-noite, não tem lululu. Sem adjetivos.
É um homem bonito, magro, com cabelo e uma barriguinha perdoável. Gritos de “lin-dô”, “eu te amo” e “Chi-cô” pipocam de quando em vez. A plateia tem homens e mulheres em quantidade equilibrada e de várias faixas etárias. De senhores e senhoras da alta sociedade ao que parece ser toda a turma do primeiro ano de Letras.
Veste preto, calça com corte americano, camiseta de manga comprida. Faz 35 graus lá fora, sensação térmica de deserto do Saara. Mas a ocasião é ele, São Pedro que ajuste os termômetros.
E aí as músicas -31, a mais antiga de 1954 (“Tereza da Praia”), as mais novas do último disco, de 2011.
Muitas marcadas pela interpretação de outros cantores, que soam mais românticas, profundas, lindas na voz do criador. Como “Bastidores”, marca quase registrada de Cauby Peixoto, que Chico canta sem tantos paetês.
“Baioque” e “Todo o Sentimento” têm em Maria Bethânia, de longe, sua melhor intérprete. Ou a segunda melhor. “O Meu Amor” lembra a parceria de Bethânia com Alcione. “Terezinha”, não tem jeito, traz Didi de Bethânia à memória. E, se faz um ou outro engolir o riso, não tem o mesmo efeito no cantor, que se diverte com a estranheza de interpretar uma dúzia de mulheres variadas.
O hit surpresa é “Geni”, aplaudida em plena apresentação. O rap-homenagem a Criolo é na verdade um versinho só, quase uma estendida de mão ao paulistano que fez sua versão do clássico “Cálice”. É como se Chico dissesse: “Estou de olho no que é novo, mas eu gosto assim”.
FICHA LIMPA ATINGE CINCO PREFEITOS DA REGIÃO
O nosso premiado prefeito foi destaque no Diário da Região, neste final de semana. A notícia cita, no entanto, apenas um dos três casos em que Parini já foi condenado em segunda instância. Abaixo, um trecho do que foi publicado pelo Diarioweb:
Pelo menos sete prefeitos e potenciais candidatos à chefia do Poder Executivo na região estão barrados pela lei da Ficha Limpa, impedidos de disputar eleições por oito anos. O número pode ser bem maior, já que o Diário levou em consideração neste levantamento apenas condenações por improbidade, com suspensão dos direitos políticos, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Estão inelegíveis, de acordo com a lei complementar 135/2010, os prefeitos de Jales. Humberto Parini (PT); de Pontes Gestal, Ciro Antonio Longo (PSDB); de Cardoso, João da Brahma de Oliveira e Silva (DEM); de Ouroeste, Nelson Pinhel (PTB) e de Dolcinópolis, Onivaldo Batista (PSDB), além dos ex-prefeitos de Mirassol, Edilson Garcia Coelho (PR) e de Valentim Gentil, Liberato Caldeira (PP). Dos prefeitos, Brahma, Pinhel e Batista poderiam tentar a reeleição.
Dentre os prefeitos da região enquadrados pela Ficha Limpa o que administra a maior cidade é Humberto Parini, condenado por improbidade em agosto de 2009 por fraude e dispensa de licitação na contratação de mão de obra para execução de guias e sarjetas no município.
Segundo o Ministério Público, Parini teria direcionado uma carta-convite no valor de R$ 70,4 mil para empresa criada especialmente para vencer a disputa. “As provas coligidas em juízo demonstram que, sob sugestão do corréu Humberto Parini, criou-se uma empresa por pessoas inexperientes na prestação de serviços de mão de obra em construções e edificações, para se beneficiarem de contratos administrativos”, escreveu o desembargador Francisco Vicente Rossi no acórdão que condenou Parini com base no artigo 12, inciso II, da Lei de Improbidade Administrativa. “O conluio entre os réus sobejamente brilha nos autos”, considerou o desembargador.
Procurado na última semana para se manifestar sobre o assunto, Parini estava em viagem. O secretário de Comunicação de Jales, Chico Melfi, afirmou que o processo em questão está em grau de recurso no Superior Tribunal de Justiça, e que por estar no segundo mandato o prefeito não é candidato nas eleições deste ano