Blog do Cardosinho

Ontem, recebi um e-mail de uma funcionária da Aderj. Ela estava preocupada com a situação das agentes comunitárias de saúde, uma vez que, por força de um acordo firmado pelo município de Jales junto ao Ministério do Trabalho, aquelas profissionais – atualmente contratadas pela Aderj – teriam que passar a integrar, diretamente, a folha de pagamento da Prefeitura, depois de passarem pelo crivo de um concurso ou processo seletivo.

Com efeito, já no início de 2012 essa situação terá que estar regularizada e, por isso mesmo, a Prefeitura já está providenciando um concurso, conforme se pode ver no post anterior. O que chama atenção, no entanto, são os baixos salários pagos pela Prefeitura de Jales. Segundo o que foi publicado, os salários de uma Agente Comunitária de Saúde ou de um Auxiliar de Serviços Gerais, por exemplo, estão fixados em R$ 503,44, por 40 horas semanais de trabalho. Sabem lá o que é isso? Trabalhar um mês inteiro para, ao fim dele, receber menos de R$ 500,00, líquidos?

Cá entre nós, esse salário é vergonhoso. Não para quem o recebe dignamente, mas para quem o paga. Como é que se pode fazer um concurso para pagar menos que um salário mínimo nacional, hoje fixado em R$ 545,00? Esse é o tipo da coisa que só acontece na Prefeitura de Jales…

Na semana passada, a Prefeitura de Jales realizou uma licitação para  escolher a empresa que vai cuidar de um concurso público e de um processo seletivo visando a contratação de funcionários para diversos cargos na administração pública municipal. A vencedora da licitação foi a Persona Capacitação Ltda, de Fernandópolis, e os cargos a ser ocupados por concurso, são os seguintes:

 Já o processo seletivo estará mais voltado para a contratação de funcionários na área da Saúde, uma vez que, por força de acordo firmado com o Ministério do Trabalho, alguns serviços terceirizados, atualmente prestados pela ADERJ, deverão ser integralmente assumidos pela Prefeitura. Abaixo, os cargos que vão ser preenchidos por processo seletivo:

O jornal A Tribuna, desse domingo, publicou matéria com a manchete acima, onde esmiuçou os “acordos”  perpetrados pela administração Parini com o objetivo de beneficiar alguns ocupantes de cargos em confiança. Como já foi dito por aqui, o czar das finanças, Rubens Chaparim, e o cunhado do prefeito, Ronaldo José Alves de Souza, abiscoitaram juntos, cerca de R$ 64 mil. Para fazer juz à bolada, os dois assessores foram “demitidos” e, uma semana depois, reconduzidos aos seus cargos.

Sabe-se agora que, além deles, também a secretária de Promoção Social, Cláudia Moreira Bardelotti, e o chefe de gabinete da Secretaria de Esportes, Ilson Colombo de Lima, utilizaram-se do mesmo estratagema para reforçar as respectivas contas bancárias. Cláudia foi “demitida” no dia 18/02/11 e retornou ao cargo em 25/02/11. Por consequência do “desemprego” temporário, ela recebeu um contra-cheque de R$ 28.160,90. Colombo recebeu bem menos, coisa de R$ 6,6 mil. Ele assinou a “demissão” em 02/05/11 e, sete dias depois, em 09/05/11, teve seu cargo de volta.

Enquanto isso, em Brasília, a ministra Gleisi Hoffman está tendo que se explicar por algo não exatamente igual, mas parecido. A ministra, ao assumir uma vaga no Senado, pediu demissão do cargo que ocupava na Itaipu, mas, para todos os efeitos, foi “demitida”. O expediente permitiu que ela engordasse suas arcas pessoais em R$ 41 mil, sacados do FTGS. A jogada está sendo, no entanto,  questionada pela oposição, o que já estaria levando a ministra a cogitar a possibilidade de devolver o dinheiro. Era o que deveriam fazer os quatro assessores do prefeito, principalmente, o secretário Chaparim e o cunhado Ronaldo.

Em 2008, às vésperas das eleições, o prefeito Humberto Parini providenciou uma série de recapes asfálticos em vários cantos da cidade, todos eles executados pela empresa CBR – Construtora Brasileira Ltda, de Santa Fé do Sul. Naquela ocasião, a avenida Paulo Marcondes foi um dos locais beneficiados, mas, por algum motivo inexplicado, um trecho daquela avenida, entre a Transportadora Conde e a rotatória, não foi incluído no pacote de recapes. O trecho transformou-se, depois, num grande problema para a administração.

Agora, novamente a avenida Paulo Marcondes foi beneficiada com mais recape, dessa vez executado pela Demop Participações Ltda, de Votuporanga. E, por incrível que pareça, repete-se o erro. O asfalto da avenida teve um bom pedaço recuperado – por sinal, um serviço de, aparentemente, ótima qualidade – mas um trecho de, mais ou menos, 200 metros, ficou sem o recape.

O trecho, que pode ser visto na foto, fica ao lado da EM “Oswaldo Soler” e é um dos mais utilizados daquela avenida, pois serve de acesso a vários bairros. Não custava nada ter feito o serviço completo, mas parece que o prefeito deixou aquele trecho para trás, a fim de que os motoristas não esqueçam de como estava o asfalto da avenida, antes do recape.

Só falta descobrir quem autorizou a violação. Afinal, os contribuintes vão ter que pagar pelo erro de algum assessor do prefeito. A notícia é da Folha Noroeste, de sábado:

O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação inicial da Prefeitura de Jales por dano moral e pagamento de R$ 5 mil pela violação de um túmulo no cemitério municipal. Segundo o advogado da família, Joel Mariano Silvério, a viúva Aparecida Marques de Araújo propôs a ação de indenização por danos morais contra o município, em 26 de junho de 2006.

O motivo da ação foi a violação do túmulo ocorrida em abril daquele ano no cemitério municipal de Jales. No túmulo violado está enterrado o corpo do falecido Severino Nascimento de Araújo, marido de Aparecida, que deixou o mundo dos vivos no dia 24 de fevereiro de 1992.