FRASE
“A maior riqueza do mundo não consiste em ter muito dinheiro e sim no amor e respeito que se tem pelas pessoas e se recebe delas”.
“A maior riqueza do mundo não consiste em ter muito dinheiro e sim no amor e respeito que se tem pelas pessoas e se recebe delas”.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Diante da nota de esclarecimento da Policia Federal: “PF prende tesoureira da Prefeitura de Jales/SP suspeita de desviar mais de 5 milhões de reais dos cofres públicos”, informamos:
1 – O prefeito municipal baixou as portarias exonerando a Secretária Municipal de Saúde e a Diretora Financeira.
2- Determinou que a Procuradoria Geral do município tome providencias no sentido de realizar uma sindicância interna, objetivando apurar no âmbito da administração municipal eventuais responsabilidades e que faça o acompanhamento das investigações, colaborando com as autoridades policiais que conduzem a operação.
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (31), a Operação Farra no Tesouro, que investiga suspeita de desvios superiores a cinco milhões de reais dos cofres da Prefeitura Municipal de Jales/SP. Cinquenta policiais federais estão cumprindo cinco mandados de prisão temporária e treze mandados de busca e apreensão expedidos pela 5ª Vara da Justiça Estadual de Jales, com parecer favorável do Ministério Público Estadual. Familiares da servidora (marido, irmã e cunhado), além da Secretária Municipal de Saúde do município, também foram presos temporariamente.
As investigações da PF começaram no início deste ano, a partir de informações recebidas pelo núcleo de inteligência da PF, que relataram uma verdadeira “farra” que estava ocorrendo nas contas da Prefeitura Municipal de Jales há vários anos. E.C.C.O., 34 anos, tesoureira da Prefeitura de Jales seria a mentora dos desvios. Ela foi contratada em 2005 (à época com 21 anos) para trabalhar na Prefeitura de Jales, onde trabalhava até a presente data, sem concurso público. Ela e parte de sua família seriam os principais beneficiários dos recursos desviados neste rombo milionário.
Estimativas iniciais indicam que a tesoureira do município pode ter desviado cifra superior a cinco milhões de reais durante o tempo em que trabalha na Prefeitura de Jales. Somente nos últimos dois anos, ela teria desviado aproximadamente dois milhões de reais. Os treze mandados de busca e apreensão -doze deles em Jales- estão sendo cumpridos nas residências dos presos, nas empresas do marido da tesoureira e também nas residências dos Secretários da Fazenda e Saúde do município. A Secretária de Saúde foi presa, enquanto o chefe da pasta da Fazenda (superior direto da tesoureira), embora não tenha sido preso, também está entre os alvos das buscas.
Setores da Prefeitura Municipal, relacionados à tesouraria e contabilidade, também estão sendo alvo das buscas realizadas pela PF. O objetivo destas buscas é a localização dos documentos relativos aos pagamentos e transferências suspeitas realizadas pela tesoureira nos últimos treze anos em que atua na Prefeitura Municipal de Jales/SP.
A antiga Tesoureira e, agora, Diretora Financeira era responsável por realizar todos os pagamentos da Prefeitura. A PF confirmou que, somente neste ano, em um período de seis meses, ela desviou aproximadamente um milhão de reais, em benefício próprio ou das empresas do marido. A tesoureira emitiu cheques da Prefeitura, pagou boletos bancários das empresas do marido e até transferiu valores diretamente das contas da Prefeitura Municipal, principalmente da área da Saúde, em benefício próprio, de seus familiares, fornecedores pessoais e das empresas de seu marido.
Os valores milionários desviados estariam sendo ocultados pela tesoureira e seu marido em bens móveis e imóveis, além de financiar as empresas que foram abertas nas cidades de Jales e Santa Fé do Sul/SP, durante a trajetória funcional da investigada na Prefeitura Municipal de Jales.
A PF localizou cheques emitidos a débito da conta da Saúde da Prefeitura Municipal, assinados pela tesoureira e pela Secretária da Saúde, tendo como beneficiários: Boutiques de grife, lojas de joias, salões de beleza, lojas de decoração, salões de festas, buffets, arquitetos, clínicas estéticas, móveis planejados, dentre outros.
Alguns cheques foram emitidos para fornecedores, enquanto outros foram preenchidos nominalmente para crédito na conta jurídica do marido da tesoureira. Em princípio, os fornecedores não tinham conhecimento da fraude, pois os cheques eram descontados e depositados em dinheiro para os destinatários dos pagamentos. Desde janeiro de 2018, somente neste tipo de fraude e somente nesta conta (dentre várias existentes) a PF confirmou aproximadamente R$ 700.000,00 em cheques emitidos, sendo que metade deles foi depositada diretamente na conta do marido da investigada.
Mesmo após treze anos de contrato (sem concurso público) a tesoureira continuava gerenciando os recursos financeiros da Prefeitura de Jales. Em julho de 2017, após questionamento do Ministério Público Estadual de Jales, a tesoureira foi demitida e readmitida novamente no mesmo dia, mas em cargos diferentes. Ela foi demitida do cargo de Tesoureira e recontratada como Diretora Financeira, pois este cargo não exige servidor efetivo. Tal manobra permitiu que ela continuasse trabalhando sem concurso público. As circunstâncias e motivos deste fato também serão apurados pela PF e MPE.
A 5ª Vara da Justiça Estadual de Jales, após representação da PF com parecer favorável do MP Estadual, também determinou que a PF proceda à interdição e lacração das empresas de propriedade da tesoureira e seu marido, apreensão dos veículos do casal e dos familiares da tesoureira (envolvidos com as fraudes) e também a interdição e lacração de um imóvel de luxo, construído e mobiliado na zona rural de Jales entre os anos de 2017/2018, com investimentos suspeitos de mais de um milhão e meio de reais. A medida visa garantir que pelo menos parte dos valores desviados seja oportunamente revertida em benefício do município de Jales.
A PF também apurou que, em junho deste ano, uma terceira empresa da tesoureira e de seu marido foi inaugurada em Jales. A maioria (senão totalidade) dos fornecedores que reformaram, decoraram e estocaram a loja, receberam como pagamento cheques da Prefeitura Municipal, que foram depositados diretamente em suas contas. Boletos bancários, relativos ao estoque da referida loja, também foram debitados diretamente de contas da Prefeitura de Jales.
A PF também identificou nos últimos dias, transferências bancárias do ano de 2012, beneficiando a conta jurídica do marido da tesoureira, em prejuízo de contas da Merenda Escolar e Transporte Escolar de Jales. Tais informações levam a crer que os prejuízos milionários, causados aos cofres públicos do município, realmente ocorrem há vários anos e atingiram áreas sensíveis e carentes do orçamento municipal, como a saúde pública e educação.
Após as buscas e coletas de documentos e provas, a PF dará início, em conjunto com o Ministério Público Estadual, a uma análise criteriosa das contas públicas gerenciadas pela investigada, além de outras contas dos investigados, objetivando mensurar o total desviado e também identificar outros possíveis envolvidos e outras fraudes que podem ter sido arquitetadas e executadas nos últimos anos. As análises também visarão a identificar a forma como eventuais fiscalizações realizadas por órgãos internos e externos da Prefeitura não constataram os desvios milionários praticados durante anos sem que os atos criminosos da tesoureira fossem descobertos.
Os presos serão indiciados por vários crimes, dentre eles peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O material e os veículos apreendidos serão encaminhados para a sede da Polícia Federal em Jales/SP. Os presos serão conduzidos à Cadeia Pública de Santa Fé do Sul/SP (homens) e Cadeia Pública de Nhandeara/SP (mulheres), onde permanecerão à disposição da Justiça Estadual de Jales/SP.
Em uma entrevista ao documentário “Canções do Exílio”, Gilberto Gil admite até hoje ter dificuldade de cantar a canção “Cálice”, escrita em parceria com Chico Buarque. O motivo? “Porque ela é sobre a dor, o tormento, a repressão, a censura. E tem essa história do ‘pai’. Eu tenho impressão que é mais por aí, essa imagem da primeira pessoa, da santíssima trindade, com sua sombra permanente sobre nós, essa ideia da paternidade como assalto à autonomia de uma individualidade.”
A rejeição não é apenas à letra, mas também à melodia “tristonha”. Como bem lembrou Breno Goés, autor de um texto que circulou após Gil e Chico cantarem “Cálice” no festival Lula Livre, realizado neste sábado 28, o compositor jamais gravou a canção para um álbum de estúdio. Preferia, lembra Goés, temperar a tristeza de felicidade e vice-versa, como fez em “Aquele Abraço”, ao se despedir do Brasil rumo ao exílio em tom carnavalesco.
Nem sempre Gil consegue, porém, deixar “Cálice” de lado. Há momentos em que a canção se impõe. Na apresentação no festival Lula Livre, havia um motivo óbvio para cantá-la: o homenageado do evento, preso há mais de três meses em Curitiba, escreveu um artigo intitulado “Afasta de mim esse cale-se”, sobre o veto da Justiça para que o petista conceda entrevistas e grave vídeos de dentro da cadeia.
O incômodo de Gil com a canção não é de hoje: já se fazia presente no ano em foi composta. Durante a Semana Santa de 1973, o compositor baiano e Chico passaram a se reunir para escrever uma música para um show marcado para maio daquele ano no Anhembi, em São Paulo.
Na Sexta-Feira da Paixão, Gil lembrou-se da oração de Jesus na hora da agonia. “Pai, afasta de mim esse cálice, mas seja feita a Vossa vontade”. Associou-a à narrativa bíblica sobre a comunhão, em que o vinho simboliza o sangue de Cristo. O refrão “Pai, afasta de mim esse cálice/ De vinho tinto de sangue”, escrito por Gil, foi o ponto de partido da canção.
A relação entre “cálice” e “cale-se” foi imeadiatamente apontada por Chico, que a associou ao silêncio imposto pela ditadura. Cada um compôs uma parte da música: além da primeira estrofe, o baiano escreveria a terceira. A Chico, caberia a segunda e a quarta.
Após o veto tardio a “Apesar de Você”, canção de Chico que vendeu 100 mil exemplares em uma semana antes de a ditadura mandar recolher as cópias, a censura estava mais atenta e proibiu “Cálice'”. No dia do show no Anhembi, Chico e Gil insistiram em apresentar a composição, mas a gravadora de ambos, a Polygram, mandou os técnicos de som cortar os microfones. Irritado com a censura, Chico disse: “Vamos para o que pode!”. E cantaram em seguida Baioque.
A faixa só foi formalmente gravada em 1978, quando Milton Nascimento e Chico registraram a faixa no elepê Chico Buarque. Gil nunca a incluiu em um disco de estúdio.
O Festival Lula Livre terminou o sábado (28) em primeiro lugar nos assuntos mais comentados no Twitter do Brasil e foi tema de matérias publicadas em jornais de todo o mundo.
A agência estadunidense Associated Press (AP) publicou uma matéria intitulada “Celebridades brasileiras realizam show ‘Lula Livre’ no Rio”, onde afirma que, apesar de preso, Lula segue como o mais popular político brasileiro e lidera com folga as pesquisas eleitorais do país.
“A imagem de Da Silva podia ser vista em toda parte: em camisas, bandanas e máscaras, enquanto sua imagem animada dançava nas telas ao lado do palco. Entre os sets, seus apoiadores começaram a gritar ” Lula Livre!”, enquanto os organizadores incentivavam a gritar alto o suficiente para que Lula ouvisse da cidade de Curitiba”, destacou o texto da AP.
A reportagem foi reproduzida em importantes jornais como The New York Times, Washington Post, o site do canal de TV alemã ZDF e muitos outros veículos, como Arizona Daily Sun, St. Louis Post Dispatch, Journal Gazette & Times-Courier, a rádio KRMG de Oklahoma, entre outros.
A agência francesa AFP também publicou texto, destacando os milhares de pessoas no festival e a liderança de Lula em todas as pesquisas eleitorais. “Os gigantes da música brasileira Gilberto Gil e Chico Buarque se apresentaram no sábado, no Rio de Janeiro, no festival Lula Livre, organizado para exigir a libertação do ex-presidente brasileiro preso desde abril”.
O texto foi reproduzido por veículos como Libération e L’Express da frança, a RTL Info da Bélgica, Cote-d-ivore.net da Costa do Marfim.
A revista alemã De Spiegel também publicou uma matéria em seu site, destacando a presença de 80 mil pessoas no festival e relembrando o novo golpe jurídico ocorrido no início de julho. Apesar de estar preso, ex-presidente lidera todas as pesquisas eleitorais. De acordo com levantamento CUT/Vox Populi, divulgado na semana passada, Lula vence no primeiro turno com 58% dos votos válidos.
O ex-presidente foi condenado sem provas no processo do triplex em Guarujá (SP). Segundo a acusação, ele receberia um apartamento reformado da OAS, mas, na apresentação da denúncia, em setembro de 2016, o procurador Henrique Pozzobon admitiu que não havia “prova cabal” de que Lula era o proprietário do imóvel.
Seiscentos juristas divulgaram uma carta em cinco idiomas para o mundo, em janeiro, denunciando o estado de exceção judicial no Brasil, que tem dentre os alvos o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vítima de intensa caçada judicial e condenado sem provas pelo juiz Sergio Moro no caso do tripléx do Guarujá (SP).
Queridos artistas, estudantes, trabalhadores, meus queridos amigos reunidos nesse sábado,
Eu só posso agradecer a solidariedade de vocês.
Quantas vezes, quando a sociedade calou diante de barbaridades, foram os nossos músicos, escritores, cineastas, atores, dramaturgos, dançarinos, artistas plásticos, cantores e poetas que vieram lembrar que amanhã há de ser outro dia?
Que ousaram acreditar em esperanças equilibristas e em flores vencendo canhões.
Que se rebelaram contra o “Cale-se!” imposto pela censura, gritando que era proibido proibir.
Que disseram que o povo da favela só quer ser feliz e andar com tranquilidade e consciência.
Que denunciaram o sofrimento de quem sai do nordeste expulso não pela seca, mas pela miséria e ganância dos coronéis.
Ou que era expulso de sua casa e vê ela ser demolida para passar “o progresso” que não inclui o trabalhador, como cantou Adoniran.
Os que sempre estiveram onde o povo está, e que agora, nesta que é mais uma página infeliz da nossa história, se juntam novamente ao povo brasileiro para soltar a voz em nome da liberdade.
Onde querem silêncio, seguiremos cantando.
Vocês não sabem quantas vezes a música, os livros, a arte, tem me ajudado a atravessar essa provação, que não é maior que a de tantos pais e mães de família brasileiros que hoje não sabem como irão trazer comida para casa. É em nome deles que não podemos desanimar jamais.
Porque a gente ainda vai festejar, e muito. A alegria, a liberdade e a justiça de um povo que não tem medo e que não se entrega não.
Muito obrigado pelo carinho de vocês.
Aquele abraço!
Luiz Inácio Lula da Silva