Arquivos mensais: julho 2011

DESINFORMAÇÃO NA MANCHETE

Não estou aqui para defender a Câmara Municipal de Jales, que, nos últimos tempos, vem fazendo séria concorrência às pizzarias da cidade. No entanto, é necessário observar que alguns veículos de comunicação deveriam ser mais cuidadosos com aquilo que publicam. O portal Ethos on Line, por exemplo, publicou uma notícia cuja manchete é “Câmaras aumentam gastos em até 100% em três anos”

Na submanchete, a notícia diz que “as câmaras municipais da região de São José do Rio Preto, entre elas Fernandópolis, Jales, Votuporanga e Mirassol não se interessam pelos eleitores”.  A  matéria  segue dizendo que “em três anos, segundo levantamento do Tribunal de Contas do Estado, os legislativos ampliaram os gastos com despesas de pessoal, viagens e também para a manutenção da infraestrutura”. E conclui afirmando que “as Câmaras, atualmente, são um poder executivo às avessas e gastam demais porque possuem autonomia financeira”.

Tudo muito bonito, mas, com relação a Jales, a notícia é mentirosa. Senão vejamos: em 2008, sob a presidência da vereadora Tatinha, o Legislativo jalesense gastou R$ 1.117.370,41. Em 2009, quando Osmar Rezende foi o presidente, gastou-se R$ 1.116.528,10. E, em 2010, com Especiato na presidência, os gastos alcançaram R$ 1.322.122,73, um aumento de 19% em relação aos anos anteriores.

Onde está, então, o aumento de 100% que a manchete do Ethos on Line  alardeia? Ele só é encontrado em Santa Fé do Sul, onde os gastos passaram de R$ 340 mil para R$ 768 mil, um acréscimo de 125%. Nas demais cidades citadas pelo portal de notícias, os aumentos foram: Fernandópolis (40%), Votuporanga (21%) e Mirassol (34%). Como se vê, são aumentos consideráveis, mas, ainda assim, bem abaixo daquilo que o Ethos on Line divulgou. O link para a notícia está aqui.

AS COMOVENTES REVELAÇÕES DA PRIMEIRA-DAMA

É sempre com estremecida devoção que, há anos, todos  os  domingos,  antes de ir prá Regional FM, cumpro o sagrado  ritual de entregar-me ao deleite de folhear as páginas do Jornal de Jales, em busca das novidades. E a edição deste domingo, confesso, me deixou especialmente sensibilizado. Vejam o depoimento atribuído à nossa doce e generosa primeira-dama, repercutido pelo jornalista Deonel Rosa Júnior na lidíssima coluna Fique Sabendo, e me digam se não é comovente: 

COURO CURTIDO – Observações de Rosângela Parini, esposa do prefeito, que é formada em psicologia, dão uma pista que podem explicar o comportamento zen de Parini neste período de inferno astral: “O Humberto não fala para ninguém, mas ele lida com dificuldades desde muito cedo. Ele é de uma família muito humilde, da zona rural de Lins. Nos tempos de criança, ia para a escola descalço. Quando passou no vestibular para odontologia, ele tinha só uma calça branca que era lavada e passada todos os dias pela irmã dele. Tempos atrás, mexendo nos arquivos dele, descobri que o Humberto copiava o conteúdo de livros por falta de condições de adquiri-los. Depois que se formou, ele foi para São Paulo dar plantões em clínicas para juntar dinheiro suficiente para montar o primeiro consultório. Em Jales,além do consultório, ele trabalhou no Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Acho que, por ter superado tantos problemas, o Humberto desenvolveu mecanismos de auto-defesa que o deixam sereno, sem perder a calma , mesmo diante das maiores adversidades e até de ataques a ele, a mim e aos nossos filhos”. 

Sejamos justos: a saga do nosso premiado estadista daria um filme bem mais emotivo que Lula, o Filho do Brasil. E ainda com a vantagem de termos a primeira-dama como uma das personagens centrais.

REGULAMENTO CONSERVADOR AINDA AMEAÇA COROA DE MISS BRASIL 2011

A notícia é da revista Alfa e está no portal eletrônico da Veja:

Ao som de vaias e gritos de “peladona”, a gaúcha Priscila Machado, 25 anos, recebeu a coroa de Miss Brasil 2011, no último sábado, em São Paulo. Desde a semana passada, circula na internet uma foto da beldade mostrando os seios.

Uma das regras para participar do concurso é “nunca ter sido fotografada ou filmada totalmente despida, expondo seios e partes íntimas”. Priscila diz que não autorizou o uso da imagem, tirada nos bastidores de uma politicamente correta campanha conta o câncer de mama. Mesmo assim, a miss corre o risco de perder a coroa.

O regulamento é uma dor de cabeça para as misses. Em 2002, outra gaúcha, Joseane Oliveira – que também participou do Big Brother Brasil – foi destronada depois que descobriram que ela era casada, outro afronte às regras.

Até que ponto é razoável o concurso proibir que a miss seja, ou tenha sido casada algum dia? E a regra que impede que mães se inscrevam? Indo mais além, o que dizer das moças que resolveram fazer sex tapes com seus namorados? Também não são dignas da coroa? Em que ano estamos mesmo?

Regulamento do Miss Brasil:

-Ser do sexo feminino;
-Ser cidadã brasileira por um período de pelo menos doze meses que antecedem a realização do concurso. Ser residente no País;
-Ter no mínimo 18 anos e no máximo 25 anos até o dia 31 de dezembro correspondente ao ano do concurso. Não serão aceitas candidatas emancipadas;
-Nunca ter sido casada, nem ter tido casamento anulado;
-Nunca ter sido mãe. Não estar grávida;
-Nunca ter sido fotografada ou filmada totalmente despida, expondo os seios e partes íntimas;
-Nunca ter sido fotografada ou filmada em cena de sexo explícito;
-Medidas: estatura aproximada de 1,68 m; busto, entre 88 e 92 cm; quadril, entre 88 e 92 cm; cintura, entre 58 e 62 cm.

DATENA É CONDENADO A PAGAR R$ 60 MIL DE INDENIZAÇÃO A JUIZ

A notícia é do portal UOL:

O apresentador da Record José Luiz Datena foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pagar R$ 60 mil de indenização ao juiz Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, em um processo que já se arrastava por 13 anos. As informações foram divulgadas pelo Portal Imprensa.

Ferreira iniciou ações contra diversos veículos de comunicação em 1999, depois de sofrer uma série de denúncias. Além de Datena, a revista “IstoÉ” também já foi condenada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a indenizar o juiz.

Na época, o ex-juiz da Infância e Juventude de Jundiaí foi acusado pela imprensa de mandar crianças para o exterior em troca de dinheiro, facilitando de forma suspeita a adoção internacional de menores. Chegou-se a criar uma CPI para investigar o caso, mas as acusações nunca foram provadas.

O magistrado entrou com ação por danos morais contra Datena motivado por comentários que o apresentador fez a respeito desse caso. Segundo consta no processo, Datena teria afirmado em seu programa “Cidade Alerta”, na Record, que “isso parece um caso claro de tráfico de menores” e que as crianças em questão “foram praticamente contrabandeadas para fora do país”.

INQUÉRITO POLICIAL SOBRE REFORMAS DA PRIMEIRA-DAMA ESTÁ NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Desde o dia 10/06/11, repousa no gabinete do desembargador Poças Leitão, da 15a. Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, o inquérito policial 30667/2008, que originou-se da chamada CEI das Praças. Como se sabe, a reforma das praças comandada pela primeira-dama, logo no início do governo Parini, redundou em um processo cível, no qual estão condenados – em segunda instância – este aprendiz de blogueiro, mais o czar das finanças municipais, Rubens Chaparim, o premiado estadista Humberto Parini, e, é claro, nossa doce e generosa primeira-dama, Rosângela Parini.

Além da condenação na esfera cível, o caso rendeu também um inquérito policial e, por consequência, requereu algumas investigações da polícia local. Eu mesmo estive, há algum tempo, prestando depoimento ao delegado José Frutuoso Freitas. Com certeza, os demais envolvidos também foram ouvidos pelo delegado. Não sei o que eles disseram ao doutor Freitas, nem tampouco o que o delegado relatou. O que sei, é que o inquérito já foi devolvido ao Tribunal de Justiça, onde está esperando o parecer do relator, Poças Leitão.

Para quem não se lembra, o ex-secretário de Planejamento, Marçal Rogério Rizzo, caiu com apenas três meses de governo Parini, depois de ter se recusado a assinar os papéis que a primeira-dama mandou colocar sobre sua mesa. O tempo se encarregou de mostrar que o Marçal fez muito bem em cair fora. Agora, só nos resta esperar o que vai decidir o desembargador Poças Leitão.

CASO DA CERTIDÃO ASSINADA POR PARINI ESTÁ NA CÂMARA ESPECIALIZADA EM CRIMES COMETIDOS POR PREFEITOS

A Câmara Municipal deverá iniciar, nos próximos dias, a “investigação” do suposto crime de falsidade ideológica cometido pelo prefeito Humberto Parini. Em março de 2009, o nosso premiado estadista mandou chamar ao seu gabinete um funcionário do setor de Tributação da Prefeitura e – na presença do empresário Júnior Soler – determinou ao subordinado a emissão de uma Certidão Negativa de Débitos em favor da Instituição Soler de Ensino.

Antes, o funcionário municipal já havia se recusado a emitir a Certidão, uma vez que empresa devia cerca de R$ 50 mil em impostos. É sempre bom lembrar que a Certidão com declaração falsa visava permitir à Instituição Soler a participação em um certame licitatório aberto pela Prefeitura de Jales. E o prefeito – sabe-se lá por quais motivos – tinha interesse em que a Instituição Soler fosse a vencedora da licitação.

Seguramente que a “investigação” da Câmara – sob o comando de Luís Especiato e Rivelino Rodrigues – vai terminar em pizza, mas, mesmo assim, seria bom que o prefeito colocasse o bigode de molho. O caso da Certidão falsa está sendo analisado pela procuradoria do Estado, mais precisamente pela Câmara Especializada em Crimes Cometidos por Prefeitos – CECRIM, um órgão do Ministério Público estadual, coordenado pela procuradora de Justiça Márcia de Holanda Montenegro.

E a procuradora Márcia de Holanda Montenegro não é fácil. Quando ainda era promotora, ela investigou durante 11 meses a poderosa Porto Seguro e, ao final da investigação,  apresentou denúncia contra diretores da seguradora e policiais civis, acusados de montar um esquema fraudulento. Em 2010, Márcia apresentou denúncia contra a prefeita de Ribeirão Preto, Darcy Vera(DEM), por suposto direcionamento da licitação para coleta do lixo urbano em favor da empresa Leão & Leão Ltda. 

Como se vê, a procuradora está acostumada a mexer com peixe grande. Talvez o fato de ser um mero “bagrezinho” acabe beneficiando Parini. Mas é bom que ele não conte muito com isso. 

VALDEMAR DISTRIBUI ÁREAS DA REDE FERROVIÁRIA FEDERAL A PREFEITOS ALIADOS

A cada dia a gente vai descobrindo por que o premiado estadista Humberto Parini pediu votos para o mensaleiro Valdemar Costa Neto nas eleições do ano passado. Um dos motivos, seguramente, foi o emprego que a filha do prefeito  havia ganho na inventariança da Rede Ferroviária Federal.  Infelizmente, para Parini, parece que Valdemar não ficou contente com os 186 votos obtidos em Jales, já que a herdeira do prefeito perdeu o emprego. E agora o Estadão nos esclarece outro dos motivos que levaram Parini a se aproximar de Valdemar. Vejam a notícia do Estadão:

O deputado Valdemar Costa Neto (PR) atuou em órgãos públicos para conseguir a liberação, nos últimos dois anos, de terrenos da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA), em São Paulo, pleiteados por prefeituras sob sua influência no interior paulista.

A antiga RFFSA foi extinta em 2007, e os imóveis da empresa ficaram sob a responsabilidade da Inventariança da Extinta Rede Ferroviária, ligada ao Ministério dos Transportes, feudo do PR. Os funcionários do órgão foram indicados pelo ex-ministro do Transportes, Alfredo Nascimento, e pelo atual titular da pasta, Paulo Sérgio Passos, ambos filiados à sigla de Valdemar.

O parlamentar foi reverenciado por prefeitos e vereadores como o responsável por ter viabilizado a obtenção dos terrenos. Participou, inclusive, de reuniões em prefeituras com chefes do Executivo e secretários municipais para tratar do assunto.

Em algumas delas, esteve acompanhado de Frederico Dias, que se apresentava como assessor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), afastado do órgão após se tornar público que ele nunca havia sido nomeado.

Os imóveis da RFFSA vêm sendo repassados para a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e para o Dnit , que têm competência para cedê-los a prefeituras e entidades – o responsável pelo Dnit em São Paulo, Ricardo Rossi Madalena, também é do PR.

Em um dos terrenos na capital paulista, foi instalada a Feira da Madrugada, que reúne ambulantes no bairro do Brás. De acordo com o empresário Geraldo de Souza Amorim, que alugava o terreno da Inventariança, servidores e parlamentares do PR cobraram propina para ele manter o empreendimento no local.

A charge lá de cima é do Pelicano, para o jornal Bom Dia.   

PREFEITO É ASSASSINADO NA FRENTE DO FILHO NO INTERIOR DE MATO GROSSO

Dessa vez vai ser difícil o Tribunal de Justiça devolver o prefeito ao cargo. A notícia é do Extra on Line:

O prefeito do município de Novo Santo Antônio (1.063 quilômetros a nordeste de Cuiabá), Valdemir Antônio da Silva (PMDB), foi assassinado com três tiros na noite deste sábado. Um de seus filhos, de 13 anos, presenciou a execução. A Polícia Civil acredita que o crime tenha sido político, pois há, desde o ano passado, uma intensa disputa entre grupos rivais na cidade. Em junho, durante uma festa religiosa, o prefeito usou o microfone para dizer que estava sendo ameaçado.

A administração de Silva foi marcada por denúncias de corrupção e desvio de dinheiro público. Em outubro do ano passado, ele chegou a ser afastado pela Justiça, mas conseguiu retornar ao cargo.

Conforme o delegado Wiliney Santana Borges, o assassinato aconteceu por volta das 21 horas, instantes após o prefeito chegar em casa. Ele havia passado a tarde de sábado em um evento religioso no município vizinho de Ribeirão Cascalheira. Após tomar banho, Silva saiu para a área nos fundos da casa, onde os dois pistoleiros o aguardavam. Ele recebeu dois tiros no peito e um no braço.

Em outubro do ano passado, o Ministério Público Estadual conseguiu o afastamento de Silva em uma ação por improbidade administrativa, mas ele conseguiu reverter a decisão no Tribunal de Justiça. No período em que assumiu a prefeitura, o vice Geraldo de Freitas (PTB) denunciou ter sofrido ameaças do prefeito.

UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS

Há muito tempo se diz que uma imagem vale mais que mil palavras.  A imagem aí do lado, por exemplo, não comporta palavras. E neste domingo, o jornal A Tribuna também deu um exemplo prático de como uma notícia pode ser bem melhor descrita através de uma imagem. Eu mesmo já escrevi vários posts sobre o caso da merenda escolar de Jales, mas devo reconhecer que a capa de A Tribuna deu a versão definitiva. Abaixo, a calabresa à Especiato:

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