O Ministério Público Federal quer que a Prefeitura de Jales (SP) reavalie a flexibilização, já em vigor, da quarentena na cidade. Um decreto municipal editado nessa terça-feira (14) autorizou o relaxamento das medidas de isolamento social ao permitir o funcionamento, com restrições, de estabelecimentos comerciais de setores considerados não essenciais. O MPF pede que o prefeito Flávio Prandi Franco reveja a decisão, de modo que Jales leve em conta as orientações do Ministério da Saúde e apenas suavize a quarentena se o sistema de saúde do município estiver preparado para um eventual crescimento no número de casos da covid-19.
A Prefeitura justifica a flexibilização com o fato de que, até o momento, a cidade não registrou nenhum óbito ou internação em UTI por causa da doença. Segundo a administração municipal, o quadro adequa-se aos parâmetros que o Ministério da Saúde havia fixado no boletim epidemiológico 7, de 6 de abril, para o abrandamento da quarentena em unidades da Federação onde os casos da doença ainda não tivessem impactado a capacidade de atendimento médico-hospitalar em mais de 50%. Porém, a decisão do prefeito desconsidera as ressalvas que o próprio Ministério da Saúde fez no boletim epidemiológico seguinte, publicado em 9 de abril.
De acordo com a pasta, as medidas de relaxamento só devem ser adotadas se houver garantia de que a rede de saúde local está devidamente preparada para o combate à covid-19. “Avalia-se que as unidades da Federação que implementaram medidas de distanciamento social ampliado [mais rígido] devem manter essas medidas até que o suprimento de equipamentos (leitos, EPIs, respiradores, testes laboratoriais) e equipes de saúde (médicos, enfermeiros, demais trabalhadores de saúde e outros) estejam disponíveis em quantitativo suficiente, de forma a promover, com segurança, a transição para a estratégia de distanciamento social seletivo”, diz trecho do boletim.
As autoridades federais, inclusive, prestam esclarecimentos sobre o relatório anterior, no qual a Prefeitura de Jales se baseou. “No Boletim Epidemiológico (BE) 7, divulgado na segunda-feira (7), [o Ministério da Saúde] reforça a necessidade de isolamento social para o preparo da rede de saúde pública. Segundo o documento, as medidas retardam o pico da epidemia, tempo que deve ser utilizado pelos gestores locais para preparar a assistência aos pacientes”, destacam.
“O documento alerta que instituir medidas não-farmacológicas e não providenciar o aumento de capacidade de absorção de casos leves e graves pelo sistema de saúde é uma medida inefetiva. Assim, qualquer medida de relaxamento não será possível sem o preparo da rede de atenção à população”, conclui o Ministério da Saúde.
Por isso, o MPF quer que a Prefeitura preste informações sobre a capacidade atual de atendimento em Jales e, a partir disso, reanalise a viabilidade da flexibilização, considerando que o país ainda não passou pelo período previsto de pico da doença. Em ofício enviado nesta quarta-feira (15), a Procuradoria da República no município pede que o prefeito esclareça as reais condições de funcionamento das unidades de saúde da cidade, entre elas a Santa Casa e o Hospital de Amor. A administração municipal deverá indicar o número de leitos instalados, bem como o de equipamentos necessários disponíveis para o socorro de pacientes com a covid-19.
O MPF requisita ainda dados sobre o estoque existente de equipamentos de proteção individual (EPIs) para os profissionais de saúde dedicados ao tratamento desses pacientes. Por fim, a Procuradoria quer saber quantos testes para a doença estão à disposição e qual a capacidade dos laboratórios particulares do município para processá-los. A Prefeitura tem 48 horas para o envio das informações.
Pelo jeito, o Ministério da Ciência e Tecnologia não acredita nessa história de cloroquina milagrosa. A notícia é do UOL:
O Ministério da Ciência e Tecnologia anunciou hoje que o Brasil testará nas próximas semanas um “remédio promissor” que, segundo análises in vitro, demonstrou ter 94% de eficácia em ensaios com células infectadas pelo novo coronavírus. Ao menos 500 pacientes com a covid-19, desde que não estejam em estado grave, participarão dos estudos clínicos, de acordo com o governo.
O ministro Marcos Pontes, titular da pasta da Ciência e Tecnologia, não deu o nome da droga porque ainda não há um laudo conclusivo. Ele afirmou que o medicamento desenvolvido por cientistas brasileiros tem formulação pediátrica e preço acessível nas farmácias.
“Para garantir a continuidade dos testes clínicos, e por questões de segurança, o nome do medicamento selecionado será mantido em sigilo até que os resultados dos testes clínicos demonstrem a sua eficácia em pacientes”, informou o ministério.
“O que se pode adiantar é que o fármaco tem baixo custo, ampla distribuição no território nacional e sua administração não está relacionada a efeitos colaterais graves e que pode ser usado por pessoas de diversos perfis inclusive em formulações pediátricas”, completou.
Pontes destacou que os reagentes usados no remédio são produzidos no Brasil, o que “não nos deixa dependentes de outros países”. “Isso nos permite realizar testes diagnósticos com maior amplitude e que as pessoas com os primeiros sintomas possam ir ao médico, receber uma prescrição, passar na farmácia e se recuperar em casa”, disse o ministro.
“Imaginando que tudo isso funcione, pois nós estamos entrando nos testes clínicos, vamos ter um medicamento, testes e a vacina, essa mais para frente. Esperamos no meio de maio ter uma ferramenta efetiva para combater essa pandemia no Brasil”, disse Pontes.
O ex-urubólogo Alexandre Garcia, que faz propaganda da cloroquina todos os dias, citou, na semana passada, a Prevent Sênior – dona do hospital Sancta Maggiore – como exemplo de sucesso na utilização do medicamento contra a Covid-19. O sucesso é tamanho que os hospitais da rede concentram 1/3 dos óbitos ocorridos em São Paulo.
E agora, familiares de pessoas que procuraram unidades do Sancta Maggiore para se tratar de outras doenças estão achando que seus parentes foram infectados pelo corona nas dependências dos hospitais. A notícia é da Época:
Familiares de pelo menos 12 pacientes que foram vítimas do coronavírus em unidades da Prevent Senior em São Paulo relataram a ÉPOCA a suspeita de que seus parentes tenham se infectado ao buscar atendimento nos hospitais Sancta Maggiore, que pertence ao plano de saúde.
Além da surpresa do diagnóstico, em comum está o fato de morarem em bairros distantes do epicentro da doença e manterem rotina mais reclusa por conta dos problemas de saúde que já tinham.
A Prevent Senior nega a hipótese de contaminação em suas unidades e sustenta que as vítimas provavelmente já estavam infectados quando procuraram atendimento. A empresa afirma que segue desde o início da crise os protocolos estabelecidos pelas autoridades sanitárias e a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Até segunda-feira (13), mais de um terço das 456 mortes de coronavírus na cidade de São Paulo ocorreu em alguma das cinco unidades da rede,que atende a quase meio milhão de pacientes, com idade média de 68 anos. É tragédia semelhante à queda de um jato com 163 passageiros, sem que houvesse sobreviventes.
No fim de março, o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que os primeiros números de mortes no hospital indicavam um “ambiente de transmissão elevada”. Para ele, o plano “provavelmente não tomou as barreiras que precisaria ter tomado antes da entrada do vírus”. O presidente da empresa, Fernando Parrillo, reagiu, dizendo que o ministro estava mal informado e que seguia todos os protocolos.
Trechos do artigo do jornalista Reinaldo Azevedo, em seu blog:
Durante a campanha eleitoral e nos primeiros meses do governo, o presidente Jair Bolsonaro alimentava a fantasia de que o mundo reconheceria que o Brasil, finalmente, teria conseguido eleger um presidente à altura de sua grandeza. E prometia alçar o país a altitudes inéditas. Pois é… Bolsonaro conseguiu, finalmente, ser considerado o primeiro num ranking definido pelo jornal americano The Washington Post.
O jornal publicou nesta terça um editorial já bastante eloquente desde o título: “Líderes põem vidas em risco ao minimizar coronavírus. Bolsonaro é o pior”.
Entenderam? O jornal considera que Bolsonaro é hoje, no mundo, o governante que mais põe vidas em risco em razão do trato que dispensa à pandemia.
O presidente brasileiro também é personagem de um texto da revista inglesa The Economist desta semana intitulado “Jair Bolsonaro isolou a si mesmo. E do lado errado”. Lê-se lá: “Boa parte do governo o trata como aquele parente difícil, que exibe sinais de insanidade”.
Estamos falando daquela que é considerada a mais importante revista do mundo e de um dos mais influentes jornais dos EUA e do planeta. Não é pouca coisa. A conclusão inafastável é uma só: Bolsonaro também faz mal à reputação do Brasil no mundo, e isso, acreditem, tem um preço.
O jornal cita países que se distinguem positivamente: Alemanha, Nova Zelândia, Coréia do Sul e Taiwan. E cita, também, os que se destacam negativamente: Belarus, Turcomenistão, Nicarágua e Brasil.
Depois de citar exotismos dos líderes dos outros três países, vem a afirmação que cria uma mácula global no Brasil: “De longe, o caso mais grave de malefício é o do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro”.
Como se nota, Bolsonaro cumpre a promessa. Disse que iria assombrar o mundo. E assombra mesmo!
Esse Erdogan é quase tão boçal quanto o Bozo. Quase! O “mito” é insuperável no quesito boçalidade. Não por acaso, dois jornais – Washington Post (EUA) e La Stampa (Itália) – já o elegeram o pior presidente do mundo. A notícia é do UOL:
Um dos últimos países a começar a ter registros do novo coronavírus, a Turquia observa hoje o número de novos casos da covid-19 chegar perto da marca de 5.000 por dia. Em meio a esse cenário, o país tem em pauta a disputa entre os apoiadores do fechamento completo de cidades e os que defendem que a economia não pode parar, algo semelhante ao que o Brasil também vive.
O presidente turco, Recep Erdogan, chegou a dizer que a “roda da economia” não pode parar, em posição semelhantes à de seu par brasileiro, Jair Bolsonaro (sem partido). O país vive em isolamento vertical, tal como também defende Bolsonaro.
“A Turquia é um país que, em todas as condições e circunstâncias, deve manter a produção e garantir que as rodas [de produção] continuem girando”, disse o turco na semana passada.
Erdogan, porém, aconselha a população a ficar em casa, mas, ao mesmo não tempo, não deixa de agradecer, como fez na segunda (13), “a todos que trabalham pela continuidade da produção e do emprego.
Há um mês, a Turquia anunciou o primeiro paciente contaminado no país. No último dia 14 de abril, o país já tinha 61.049 casos, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças.
Segundo o governo turco, mais de 400 mil pessoas já foram testadas no país. Desde 10 de abril, os testes diários passaram do patamar de 30 mil. A Turquia tem cerca de 82 milhões de habitantes.
O número de mortes dobrou em 8 dias, chegando a 1.296 óbitos na manhã de ontem. É o equivalente a uma taxa de cerca de 15 mortes por milhão de habitantes No Brasil, são, aproximadamente, 6 mortes a cada um milhão de pessoas.
No dia em que o Brasil (204 mortes) e o estado de São Paulo (87 mortes) batem recorde de óbitos em 24 horas;
No dia em que o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, David Uip, anuncia que o vírus está se estendendo para o interior e o litoral do estado;
No dia em que dois governadores – Wilson Witzel (Rio de Janeiro) e Hélder Barbalho (Pará) – anunciam que foram contaminados pelo coronavírus e fazem um apelo para que as pessoas fiquem em casa;
No dia em que algumas cidades mineiras adotaram medidas que proíbem os moradores de saírem de casa sem máscara;
No dia em que Jales registrou o segundo caso positivo de Covid-19; e
No dia em que o prefeito Flá Prandi, em comum acordo com a Associação Comercial, emite decreto que permite uma reabertura parcial do comércio – o que vai incentivar mais pessoas a saírem de casa – nós ficamos sabendo que Jales está entre as cidades paulistas que registram os menores índices de isolamento social do estado.
O mapa lá de cima mostra que Jales – assim como Fernandópolis – é uma das cidades coloridas com a cor laranja, que indica os locais onde o índice de isolamento fica entre 35% e 50%.
No mapa, as cidades na cor verde são as que apresentam maior adesão ao isolamento, com índices acima de 60%. Já a cor amarela indica que a cidade tem índice entre 50% e 60%. Votuporanga é uma das cidades amareladas.
Por enquanto, o estado não registra nenhuma cidade com taxa de isolamento social no vermelho, que seria abaixo de 35%. A média estadual estava em 55%, segundo o governo, que considera 70% o percentual ideal para controlar a disseminação da Covid-19.
Os índices de isolamento social são medidos pelo sistema que utiliza a geolocalização dos celulares monitorados pelas quatro principais operadoras de telefonia.
A Secretaria Municipal de Comunicação divulgou, hoje à tarde, mais um boletim atualizado da situação do coronavírus em Jales. E as novidades não são boas.
Depois de cinco dias sem registrar novos casos, a cidade registrou um caso suspeito nas últimas 24 horas. E o que é pior: registrou, também, o segundo caso positivo da Covid-19. Segundo o boletim, a pessoa contaminada está em isolamento domiciliar, passa bem, e está sendo monitorado pela equipe de Vigilância do município.
O boletim não informa se o caos é importado ou nativo. Mas informa que a pessoa incorporada à lista de casos suspeitos encontra-se internada em uma UTI.
A morte do editor de imagens José Augusto Nascimento Silva na segunda-feira (13) em decorrência do novo coronavírus deflagrou a situação de insalubridade no SBT Rio. No final de março, três semanas antes de sua morte, ele enviou áudios pelo WhatsApp acusando a emissora de negligência por manter trabalhando profissionais suspeitos de terem a Covid-19. Uma dessas pessoas, cita Silva, era a apresentadora Isabele Benito, com quem teria se contagiado.
No áudio, Naná –como era chamado José Augusto pelos colegas– apresentava-se indignado com o descaso da emissora, a qual classificou como o “epicentro do coronavírus na cidade do Rio de Janeiro”. Segundo funcionários, o SBT Rio não deu a devida atenção a quem apresentou sintomas logo de início e reportou à chefia, que os obrigou a trabalhar normalmente na sede enquanto não recebessem o diagnóstico com a confirmação da doença.
“Nenhum lugar no Rio de Janeiro tem mais casos suspeitos que no SBT. (…) Eu agora estou sob suspeita, inclusive com atestado de 14 dias que o doutor deu porque me calcei, sabe que não sou burro. Se tiver que processar essa turma eu vou processar. Acho de uma irresponsabilidade tremenda”, esbravejou o editor de imagens.
Naná manifestou no WhatsApp sua preocupação em relação à apresentadora Isabele Benito, que havia informado seus superiores de que seu marido estava com suspeita da doença, mas mesmo assim foi obrigada a trabalhar por uma semana.
No áudio enviado pelo editor de imagens antes de sua morte, ele se mostrou muito indignado com o fato de Isabele ter sido obrigada pela chefia do SBT Rio a ir para a emissora entre os dias 20 e 26 de março.
A Jana descobriu a roda. O Bozo não grandeza nem para ser o síndico do condomínio dele. Deu no Brasil 247:
A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL) abandonou o barco bolsonarista. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ela diz que Bolsonaro tem comportamentos infantis e irresponsáveis e que a atual crise da Covid-19 mostra que Bolsonaro “não tem grandeza para presidir”.
Janaina já tinha afirmado em 16 de março, em discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo, que Bolsonaro deveria deixar o cargo devido ao seu comportamento durante a pandemia do coronavírus.
Na mesma ocasião, a deputada reagiu à participação do titular do Planalto em manifestação contra os demais Poderes da República e afirmou que se arrependeu do seu voto.
Ela diverge de Jair Bolsonaro também sobre o isolamento social como medida de prevenção e controle contra a propagação do coronavírus. “Não podemos abrir mão do isolamento horizontal, sobretudo nos locais em que a curva está mais acelerada. O isolamento precisa ser horizontal, pois essa doença atinge todas as idades. O discurso dos grupos de risco é equivocado”.
Indagada sobre como avalia a estratégia dos bolsonaristas, inclusive deputados e os filhos do presidente, que xingam na internet e convocam carreatas, Janaina Paschoal respondeu que não vê estratégia na burrice.