Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED – do Ministério da Economia, relativos a janeiro de 2021, mostram que, em Jales, foram abertos 42 novos empregos com carteira assinada, resultado de 322 admissões e 280 demissões.
É bem verdade que este é o terceiro ano consecutivo em que tivemos saldo positivo em janeiro, mas o desempenho de Jales, no primeiro mês deste ano, foi um dos piores da região, ficando atrás inclusive de pequenos municípios, como Ouroeste, que abriu 153 novos empregos formais, e Santa Albertina, que gerou 60 novos postos de trabalho. E ganhamos por pouco de Urânia, que produziu 37 novas vagas.
Todos os municípios mais populosos da região tiveram desempenho melhor que Jales. Fernandópolis (+200), Santa Fé do Sul (+85), Votuporanga (+89) e Mirassol (+186) apresentaram números mais robustos. E fomos superados até por Tanabi, que abriu 83 empregos.
Nos últimos dez janeiros, Jales apresentou saldo positivo em apenas quatro deles. Além de 2021, tivemos números positivos em 2020 (+08), 2019 (+43) e 2016 (+94). Todos os demais, a partir de 2011, foram negativos.
O Ministério Público Federal arquivou um inquérito aberto pela Polícia Federal no ano passado contra o chargista Aroeira e o jornalista Ricardo Noblat por causa de uma charge crítica ao presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi da procuradora da República Marina Selos Ferreira.
Aroeira foi alvo da investigação, aberta a pedido do ministro da Justiça, André Mendonça, por ser o autor da charge, enquanto Noblat a compartilhou em uma rede social. A obra mostra Bolsonaro pintando uma suástica, símbolo do nazismo, sobre uma cruz vermelha. Ao lado, a frase “Bora invadir outro?”.
O contexto: na época, Bolsonaro incentivou seus seguidores a invadir hospitais para verificar se eles estavam realmente ocupados por pacientes com Covid-19.
“Tem um hospital de campanha perto de você, tem um hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente tá fazendo isso, mas mais gente tem que fazer, para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda”, disse Bolsonaro.
De acordo com a procuradora Marina Ferreira, não ficou caracterizada na charge a intenção de ferir a honra do presidente, mas apenas de fazer uma crítica à atuação do governo federal na pandemia da Covid-19. Por isso, ela entendeu o arquivamento do inquérito como “medida que se impõe”.
O chargista e o jornalista foram representados na causa pelos advogados Maíra Fernandes (colunista da ConJur), Miro Teixeira, Guilherme Rodrigues, Evandro Pertence e Guilherme Naoum Constante. Para Maíra, a decisão da procuradora é um alento em tempos de crescente ameaça à liberdade de expressão.
“Nestes tempos tão difíceis, em que a Lei de Segurança Nacional está sendo utilizada para calar a manifestação de artistas, jornalistas, cartunistas e de qualquer cidadão que utilize sua liberdade de expressão, essa decisão renova nossas esperanças de viver em um país verdadeiramente democrático. É hora de discutir a própria constitucionalidade dessa lei em alguns pontos, conforme ação em curso no STF”, disse a advogada.
A morte da jovem jalesense Renata Satim chamou a atenção de diversos portais de notícias de todo o Brasil, incluindo o UOL, o G1 e o DCM. Eis a notícia do UOL:
A jovem Renata Satim, 21 anos, morreu ontem em decorrência de complicações do coronavírus, duas semanas depois de ter perdido o pai pela mesma doença. Estudante do curso de Estética na Unijales, ela era moradora do município de Jales, no interior de São Paulo.
Renata estava internada na Santa Casa de Jales desde o início de março, assim como seu pai, Adalto Satim, 52. Ele faleceu no dia 3 de março, após ser transferido para a UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e não resistir à doença. A jovem ficou internada e não soube do falecimento do pai.
Muito próxima de Adalto, Renata se emocionou em um de seus últimos posts nas redes sociais ao mostrar a homenagem que recebeu do pai, cerca de um mês antes, no aniversário dela.
“Muito linda a homenagem que recebi do meu pai ontem, que foi o dia de comemorar mais um ano de vida e com certeza eu comemorei no melhor lugar, na casa de Deus e ainda recebi homenagem. Gratidão por tudo”, disse ela ao compartilhar um vídeo de um evento religioso em que recebe flores, enquanto o pai discursa entrando na igreja. Os dois estavam de máscaras.
A prima da vítima, Daiane Satim, lamentou a situação ao UOL. “Estamos arrasados”, disse ela, lembrando que Renata era uma jovem muito familiar. “Ela era muito ligada ao pai e aos irmãos”.
“A Renata era uma jovem linda, radiante e com muitos sonhos. Era querida por todos. Lutou muito para vencer essa doença nos dando forte exemplo de persistência. Nossos corações estão despedaçados. Só peço a todos que se cuidem, que haja uma gestão eficaz da pandemia. Todas essas vidas importam”, afirmou, emocionada, Daiane.
A Santa Casa de Jales informou que não dá nenhum tipo de detalhes sobre a morte de pacientes internados lá. Renata deixa mãe, dois irmãos e o marido, com quem começou a namorar aos 13 anos.
Em janeiro deste ano, o estudo “Direitos na Pandemia – Mapeamento e Análise das Normas Jurídicas de Resposta à Covid-19 no Brasil”, uma iniciativa conjunta entre o Centro de Pesquisas e Estudos de Direito Sanitário (CEPEDISA) da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP) e a Conectas Direitos Humanos, comprovou que a disseminação do coronavírus no Brasil foi uma estratégia de governo.
No sábado (20), três dos autores da publicação cobraram, em artigo na Folha de S.Paulo, a responsabilização de Jair Bolsonaro pelo crime de genocídio à luz do direito penal internacional.
O debate acontece no contexto da “repercussão do uso do termo genocídio pelo influenciador Felipe Neto”, que “deu notoriedade a um debate que já existia: a eventual prática de crimes internacionais”, escrevem Deisy Ventura, doutora em direito internacional e professora titular da Faculdade de Saúde Pública da USP; Fernando Aith, professor titular da Faculdade de Saúde Pública da USP; e Rossana Reis, professora do Departamento de Ciência Política da USP.
“É consenso entre os especialistas em saúde pública que a maioria destas mortes poderia ter sido evitada. Não se trata de erro nem omissão do governo federal. Existe uma estratégia de propagação da Covid-19 no Brasil, implementada sob a liderança do presidente da República”, dizem os pesquisadores, explicando que “a estratégia federal é composta de três eixos”.
Para eles, “é um dever da comunidade jurídica brasileira discutir o caso brasileiro à luz do direito penal internacional, especialmente no que tange ao genocídio de populações indígenas, potencialmente agravado durante a pandemia, e aos crimes contra a humanidade”.
“Comecei na política nos anos 70 e nunca vi meu povo sofrer como agora. Pessoas morrendo nos portões dos hospitais e, diante disso, temos um presidente que prefere comprar armas de fogo ao invés de vacinas. O Brasil é chefiado por um presidente genocida. É realmente muito triste”.
(Do ex-presidente Lula, em entrevista ao jornal francês Le Monde)
Eis a capa do Jornal de Jales deste domingo, cujo principal destaque é o movimento de alguns comerciantes que, no domingo e na segunda-feira, foram à Prefeitura protestar contra as medidas restritivas decretadas pelo governador João Dória. Na segunda-feira, os comerciantes fizeram uma carreata, com direito a buzinaço, pelas ruas e avenidas do centro e, depois, se dirigiram à Prefeitura, onde protestaram contra as medidas, além de pedir que o prefeito Luís Henrique fosse até eles para prestar esclarecimentos. Se de um lado os comerciantes querem flexibilização das restrições do Plano SP, de outro o Ministério Público já recomentou a todos os prefeitos da região que se abstenham de adotar medidas que estejam em desacordo como o decreto estadual.
Em outra matéria de capa, o jornal apurou que, depois de um ano de pandemia, as mulheres são maioria entre as pessoas contaminadas em Jales, mas quem está morrendo mais são os homens. Segundo o JJ, até a terça-feira, 16, 4.389 jalesenses foram contaminados pelo coronavírus, dos quais 2.388 (54,4%) são mulheres, e 2.001 (45,6%) são homens. Dos 128 óbitos registrados até aquela data, 77 (60,1%) são do sexo masculino, enquanto as outras 51 vítimas (39,8%) eram do sexo feminino. Em relação à faixa etária, o maior número de vítimas (37) tinha de 71 a 80 anos. A faixa etária de 0 a 30 anos não tinha registrado nenhum óbito até ontem, quando uma jovem de 21 anos, faleceu em consequência da covid.
A morte do engenheiro agrônomo e viticultor José Joaquim Garcia, o Zeca Garcia, vítima de um câncer, aos 63 anos; o depoimento do médico e seminarista Washington Henrique da Conceição, sobre o que ele aprendeu atuando na Ala Covid da Santa Casa de Fernandópolis; o incêndio criminoso de um jornal de Olímpia, que defendia as medidas restritivas para evitar a disseminação da covid; o balanço da “Campanha pela Vida”, coordenada pela Antena 102, que arrecadou recursos para a Santa Casa de Jales; e a ampliação do número de leitos da UPA de Jales, visando o atendimento de pacientes com covid, são outros assuntos do JJ.
Na coluna Fique Sabendo, o jornalista Deonel Rosa Júnior está informando que, a não ser que ocorra uma reviravolta de última hora, não teremos a manifestação dos simpatizantes jalesenses do presidente Jair Bolsonaro (bolsominions) contra o Supremo Tribunal Federal (STF), que estava marcada para este domingo, na Praça do Jacaré. Segundo o colunista, os bolsonaristas de primeira hora, Weber Kitayama e Paulo Silva, que organizaram grandes carreatas durante a campanha eleitoral de 2018, resolveram deixar a mobilização contra os ministros do STF para outra oportunidade. Deonel encerra o assunto dizendo que, “em resumo, hoje não haverá Leões na Praça”.
Faleceu em Jales na tarde deste sábado, 20 de março, a jovem Renata Satim aos 21 anos. Renata estava internada na UTI Geral da Santa Casa de Jales para tratamento das complicações da Covid-19. A informação foi confirmada pelo FocoNews.
Familiares e amigos se empenharam em correntes de orações e de mensagens positivas durante os últimos dias através das redes sociais. Com a triste notícia do falecimento da jovem, as publicações se tornaram homenagens acompanhadas de mensagens de conforto e pesar à família neste momento de luto.
“Nunca vou esquecer de sua alegria, do seu riso ,de todas as vezes que você me abraçava e dizia que eu era sua amiga e o quantos achava linda. E sempre que estava comigo levantava minha auto estima e tirava os risos mais bobos de mim. A partir de agora você estará em um plano melhor que o nosso. Cuida da gente daí do céu tá! Eu te amo e nunca me cansei de te dizer isso!”, publicou uma amiga.
Renata cursava Estética e Cosmética na Unijales. A faculdade também prestou uma homenagem com as seguintes palavras:
“É com pesar e muita tristeza que a Unijales lamenta o falecimento da aluna do curso de Estética e Cosmética, Renata Satim, vítima da Covid-19. Nossos mais profundos sentimentos aos familiares e amigos”.
Os irmãos Kleiton Alves Ramil e Kledir Alves Ramil, gaúchos de Pelotas, começaram a carreira em um grupo de rock – o Almôndegas – ainda nos anos 70. Ao final daquela década, deixaram o grupo e partiram para a carreira em dupla.
Em 1980, já atuando como dupla, eles lançaram o primeiro álbum, cujo maior destaque foi a música “Vira Virou”, uma composição de Kleiton, que é, até hoje, um dos grandes sucessos da carreira dos dois irmãos.
Kleiton conta que a música foi composta em 1979, em Porto Alegre. Naquele ano, ele combinou uma viagem para a Europa com sua namorada, mas o namoro acabou antes e Kleiton resolveu, então, viajar sozinho. Foram pouco mais de 2 meses viajando com um violão a tiracolo e, ao passar por Portugal, o último país antes do retorno, ele conheceu uma cantora portuguesa.
“Quando voltei ao Brasil, ela me pediu uma música e então ‘Vira Virou’ foi composta para essa cantora que era muito novinha. Eu escrevi falando de Lisboa porque era uma cantora portuguesa mas a música, na sua essência, representa não só a história de Lisboa, mas a minha paixão pela Europa”.
Na época, o Brasil ainda estava sob o regime militar e Kleiton vivia uma fase de muito pessimismo, contra a qual ele lutava internamente. “Quando eu criei a letra de ‘Vira Virou” me impus o compromisso de não escrever a palavra ‘não’, nem escrever palavras negativas como ‘nunca’, ‘jamais’ e outras. Por isso eu tenho o maior carinho por essa canção”.
Kleiton diz, também, que se orgulha do fato de a canção – que fala da Revolução dos Cravos ocorrida em Portugal, em 1974 – ter se tornado um símbolo de mudança e de resistência. “No comício realizado em 1984, em frente a igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, nós cantamos ‘Vira Virou’ e fomos acompanhados pela multidão, que pedia a volta da democracia”.
No vídeo, Kleiton e Kledir cantam “Vira Virou”, acompanhados pelo MPB4, em gravação de 2018.