Blog do Cardosinho

Não sei ainda que nome se dará a essa obra da foto acima, mas, segundo ouvi dizer, trata-se de mais um espaço dedicado à terceira idade. Nele, os idosos locais poderão botar o esqueleto em movimento, com a prática de alguns exercícios ao ar livre. Diz-se também que a obra é uma iniciativa do Fundo Social de Solidariedade, presidido pela nossa doce e generosa primeira-dama, Rose Parini.

Boa parte dos recursos financeiros investidos na obra – que está sendo executada pela empresa Ivair Gonçalves dos Santos e Cia Ltda, da cidade de Parisi – vieram do governo estadual, aquele mesmo que, segundo o nosso premiado estadista, estaria tratando as prefeituras petistas do Estado de São Paulo a pão e água. Coube à Prefeitura uma contrapartida de R$ 6 mil.

Tudo indica que foi a primeira-dama e o prefeito que escolheram o local para instalação da “Academia da Terceira Idade”. Por sinal, um local inadequado, segundo os vizinhos. Eles temem que, à noite, o espaço – situado nos fundos do Terminal Rodoviário – possa ser invadido pelo pessoal da “esquadrilha da fumaça”.

E eles têm alguma razão: há algum tempo, o repórter Alexandre Ribeiro, de A Tribuna, publicou matéria sobre o consumo de drogas na nossa Rodoviária. De lá para cá, a situação não mudou muito e, se o novo espaço dedicado aos idosos não receber uma boa iluminação, não demora e poderá ser transformado em “fumódromo”.    

Na segunda-feira passada, uma reunião na Câmara discutiu dois projetos que interessam mais diretamente aos professores e servidores da Educação municipal, mas, indiretamente, acabam interessando a todo o funcionalismo. Os projetos são vistos com alguma desconfiança, uma vez que, no entender de servidores de outros setores da administração, criam privilégios e aumentam a distância que, em tese, já existe entre o pessoal da Educação e os demais funcionários municipais.

A Educação conta com mais de 300 servidores e, segundo fontes, tem a maior média salarial da Prefeitura, além de ser o único setor onde o funcionalismo recebe bônus no final de cada ano. E, na opinião de representantes dos servidores, já estaria na hora de os demais setores ter acesso às mesmas vantagens obtidas pelo pessoal da Educação. Vamos à notícia distribuída pela assessoria de imprensa da Câmara: 

Os Vereadores da Câmara Municipal de Jales estiveram reunidos, nesta segunda-feira, 29, às 16h, com a secretária da educação do Município, com professores e servidores da educação, além de representantes do Sindicato dos servidores, do Instituto de Previdência, de servidores do município de outros setores da Prefeitura e a empresa Proddados (Consultoria e Assessoria Empresarial Ltda), responsável pela elaboração dos Projetos em discussão.

Na pauta da reunião, os projetos de leis complementares 05 e 06/2011, ambos de autoria do Poder Executivo. O projeto nº 05 institui o Estatuto, o Plano de Carreira e a Remuneração dos Profissionais do Magistério Público da Educação Básica do Município e o nº 06, institui o Estatuto, Plano de Carreira e a Remuneração dos Servidores da Educação Básica Pública do Município.

O objetivo principal era que a empresa responsável pela elaboração dos planos de cargos e carreiras pudesse expor o teor dos projetos e discutir com os vereadores possíveis alterações, através de emendas, para que os mesmos fossem aprovados em plenário.

Porém, não houve muitos avanços nas discussões, já que foi argumentado por servidores presentes que é preciso um amplo estudo sobre a matéria para que os mesmos direitos sejam estendidos aos demais servidores. Nessa mesma linha foi solicitado também a necessidade de um diálogo entre o Poder Executivo e demais servidores, antes que tais planos de carreiras sejam instituídos.

Diante das argumentações, o presidente da Câmara Municipal, Claudir Aranda, suspendeu a reunião para que os representantes dos servidores pudessem se reunir e chegar a um consenso. “Não podemos discutir os projetos na Câmara enquanto existirem dúvidas e desencontros entre os servidores e Executivo. Os vereadores estão prontos para aprovar o que for melhor e o que vai de encontro aos interesses dos servidores, mas para isso, é preciso que a maioria esteja de acordo”, ressaltou o presidente.

O amigo José Ribeiro de Paula, o Big Star, é conselheiro municipal de Saúde e uma das pessoas mais inteiradas quando o assunto é saúde pública. Atuando como conselheiro, ele participa de conferências regionais e estaduais e, comunicativo que é, aproveita esses encontros para conversar com pessoas e trocar informações.  Pois bem, o Big Star enviou um comentário para um dos posts anteriores, onde ele diz o seguinte:

big
30 agosto 2011 às 13:45

Estive participando da última Conferência Regional de Saúde em S. José do Rio Preto e conversando com Agentes de Saúde de vários municípios constatei que Jales paga o menor salário da categoria.

Um dia desses, ouvi o presidente do Sindicato dos Servidores, José Luiz Francisco, elogiando o prefeito Parini em uma entrevista radiofônica. Não me lembro exatamente o motivo do elogio, mas tinha a ver com a questão salarial. Fico me perguntando se um prefeito que paga R$ 503,44 aos Auxiliares de Serviços Gerais (prá não ficar apenas nos Agentes de Saúde) merece elogios. 

Será que, em quase sete anos de governo, não deu prá recuperar os salários, sobretudo  daqueles que pegam no pesado e ganham menos? E será que alguém sabe nos dizer quantas pessoas deixaram o serviço público municipal nos últimos anos, principalmente ASGs, por conta dos baixos salários? Com certeza não foram poucos!

Hoje eu fui até o Terminal Rodoviário fazer uma fezinha na Megasena e um amigo que passava pelo local me chamou a atenção para o que estava se passando na Praça “Eurípedes Antonio de Oliveira”  (quem é ele??), recentemente rebatizada de “Praça Japonesa”, uma singela  homenagem  aos cem anos de imigração japonesa no Brasil, segundo se lê na placa inaugurativa.

Segundo o amigo, a “piscina” da praça, totalmente descuidada, já estaria exalando um certo mau cheiro. Estando ali por perto, resolvi, então, dar uma esticada até a tal “Praça Japonesa” prá conferir o que me havia sido dito. Confesso que fiquei com pena do solitário Buda que, à falta de coisa melhor prá fazer, passa seus monótonos dias sentado nas pedras daquela “piscina” e sem nem ao menos poder tapar o nariz. 

A foto lá de cima não mostra, é claro, o mau cheiro. Mas dá prá ver a situação da água.     

Ontem, recebi um e-mail de uma funcionária da Aderj. Ela estava preocupada com a situação das agentes comunitárias de saúde, uma vez que, por força de um acordo firmado pelo município de Jales junto ao Ministério do Trabalho, aquelas profissionais – atualmente contratadas pela Aderj – teriam que passar a integrar, diretamente, a folha de pagamento da Prefeitura, depois de passarem pelo crivo de um concurso ou processo seletivo.

Com efeito, já no início de 2012 essa situação terá que estar regularizada e, por isso mesmo, a Prefeitura já está providenciando um concurso, conforme se pode ver no post anterior. O que chama atenção, no entanto, são os baixos salários pagos pela Prefeitura de Jales. Segundo o que foi publicado, os salários de uma Agente Comunitária de Saúde ou de um Auxiliar de Serviços Gerais, por exemplo, estão fixados em R$ 503,44, por 40 horas semanais de trabalho. Sabem lá o que é isso? Trabalhar um mês inteiro para, ao fim dele, receber menos de R$ 500,00, líquidos?

Cá entre nós, esse salário é vergonhoso. Não para quem o recebe dignamente, mas para quem o paga. Como é que se pode fazer um concurso para pagar menos que um salário mínimo nacional, hoje fixado em R$ 545,00? Esse é o tipo da coisa que só acontece na Prefeitura de Jales…

Na semana passada, a Prefeitura de Jales realizou uma licitação para  escolher a empresa que vai cuidar de um concurso público e de um processo seletivo visando a contratação de funcionários para diversos cargos na administração pública municipal. A vencedora da licitação foi a Persona Capacitação Ltda, de Fernandópolis, e os cargos a ser ocupados por concurso, são os seguintes:

 Já o processo seletivo estará mais voltado para a contratação de funcionários na área da Saúde, uma vez que, por força de acordo firmado com o Ministério do Trabalho, alguns serviços terceirizados, atualmente prestados pela ADERJ, deverão ser integralmente assumidos pela Prefeitura. Abaixo, os cargos que vão ser preenchidos por processo seletivo:

O jornal A Tribuna, desse domingo, publicou matéria com a manchete acima, onde esmiuçou os “acordos”  perpetrados pela administração Parini com o objetivo de beneficiar alguns ocupantes de cargos em confiança. Como já foi dito por aqui, o czar das finanças, Rubens Chaparim, e o cunhado do prefeito, Ronaldo José Alves de Souza, abiscoitaram juntos, cerca de R$ 64 mil. Para fazer juz à bolada, os dois assessores foram “demitidos” e, uma semana depois, reconduzidos aos seus cargos.

Sabe-se agora que, além deles, também a secretária de Promoção Social, Cláudia Moreira Bardelotti, e o chefe de gabinete da Secretaria de Esportes, Ilson Colombo de Lima, utilizaram-se do mesmo estratagema para reforçar as respectivas contas bancárias. Cláudia foi “demitida” no dia 18/02/11 e retornou ao cargo em 25/02/11. Por consequência do “desemprego” temporário, ela recebeu um contra-cheque de R$ 28.160,90. Colombo recebeu bem menos, coisa de R$ 6,6 mil. Ele assinou a “demissão” em 02/05/11 e, sete dias depois, em 09/05/11, teve seu cargo de volta.

Enquanto isso, em Brasília, a ministra Gleisi Hoffman está tendo que se explicar por algo não exatamente igual, mas parecido. A ministra, ao assumir uma vaga no Senado, pediu demissão do cargo que ocupava na Itaipu, mas, para todos os efeitos, foi “demitida”. O expediente permitiu que ela engordasse suas arcas pessoais em R$ 41 mil, sacados do FTGS. A jogada está sendo, no entanto,  questionada pela oposição, o que já estaria levando a ministra a cogitar a possibilidade de devolver o dinheiro. Era o que deveriam fazer os quatro assessores do prefeito, principalmente, o secretário Chaparim e o cunhado Ronaldo.