Quem estava por perto notou: o último discurso do nosso premiado estadista, antes de descer a rampa, foi, como de praxe, sonolento. Até a prefeita Nice Mistilides, apesar de estar com a adrenalina a mil, quase tirou um cochilo de pé. Confiram nas fotos acima como a prefeita deu uma leve “pescada”, enquanto o ex-prefeito nos brindava com seu “inflamado” adeus.
De vez em quando, eu escrevo aqui que a participação do prefeito Parini na grande conquista de sua administração – o Hospital de Câncer – foi muito menor do que alguns bajuladores periféricos tentam propagandear.
Digo e repito: se tivéssemos uma tartaruga sentada à cadeira de prefeito, o Hospital teria vindo da mesma forma, talvez até com maior rapidez. É claro que o prefeito teve lá sua participação porque, afinal, algumas providências dependeram da assinatura ou da autorização dele. Mas, com o conhecimento de quem fez parte do governo, posso garantir que o Hospital de Câncer foi, em grande medida, uma conquista de pessoas que não participaram da administração Parini.
Na sua coluna Fique Sabendo, do Jornal de Jales de ontem, o jornalista Deonel Rosa Júnior mencionou um trecho do discurso do vice Pedro Callado, durante a cerimônia de posse, em que o ex-juiz deu seu testemunho sobre uma suposta demonstração de humildade do ex-prefeito Humberto Parini em um encontro em Barretos, com Henrique Prata. Eis um trecho do que Deonel escreveu:
“Segundo Callado, que era juiz de direito na época, em 2009, Prata estava exaltado, mas Parini, humildemente se conteve. Se o prefeito tivesse revidado, talvez hoje não tivéssemos em Jales o Hospital de Câncer”.
Essa história é conhecida de muita gente. Numa reunião em Barretos, Henrique Prata, aplicou um tremendo puxão de orelhas em Parini , testemunhado por uma delegação de jalesenses. Prata estava irritado com a demora do prefeito em providenciar alguns documentos. Parini, é claro, meteu o rabo entre as pernas e calou-se ante a descompostura pública.
Ao citar o fato como exemplo de humildade, o vice Pedro Callado – magnânimo, como devem ser os vencedores – apenas tentou diminuir o mal estar causado pelas vaias dirigidas ao discurso da vereadora Pérola, cujo verdadeiro alvo era o ex-prefeito. Na verdade, o fato citado por Callado, e, repito, conhecido de muita gente, foi apenas mais um exemplo da lentidão e da incapacidade de Parini.
Aqui em Jales, nós já tivemos casos de prefeitos que botaram funcionários de “castigo” embaixo de árvores. Em Sergipe, é o próprio prefeito quem foi parar embaixo de uma árvore. Vejam a notícia do UOL:
À sombra de uma árvore, na praça central da cidade, o novo prefeito de Santo Amaro das Brotas (SE), Luis Gallardo (PSL), assinou os primeiros despachos após assumir.
Gallardo sentou-se num banco de cimento, porque não tinha poltrona. Usou as pernas para apoiar os papéis por falta de mesa. Com o gabinete sem luz e cheio de bujões de gás e panelas, empossou o secretariado “embaixo de um pau de árvore”.
Esse prefeito sergipano é um exemplo extremo da situação de caos que os novos administradores dizem ter encontrado logo após a posse, em todo o país.
Alguns encontraram prédios depredados, sem energia e internet (cortadas por falta de pagamento), veículos em frangalhos ou instalações sem móveis.
“Arrasada é apelido”, diz Gallardo, o prefeito sem gabinete, sobre a situação da prefeitura. “O cabra esculhambou mesmo”, afirma ele sobre o antecessor, José Ivaldo Costa (DEM).
Em Porto Acre (AC), a nova gestão, de Antonio Carlos Ferreira (PSDB), diz que não houve transição e que o governo desconhece o patrimônio e as dívidas que o antecessor, Zé Maria (PT), deixou.
Em Cachoeira Paulista (SP), João Luiz do Nascimento (PT) encontrou a prefeitura sem telefones, que foram cortados por falta de pagamento. Nascimento ficou sem computadores, recolhidos no mês passado pela Polícia Federal, que investiga supostas irregularidades do ex-prefeito Fabiano Vieira (PSDB).
Em Chapadão do Céu (GO), o novo prefeito, Rogério Graxa (PP), não recebeu as chaves da prefeitura do seu antecessor, Paulo Rodrigues da Cunha (PMDB). Só conseguiu entrar na sede com a ajuda do guarda do prédio.
Em Manacapuru (AM), o prefeito Washington Luiz Régis (PMDB) assumiu sem o pagamento do salário de dezembro dos professores.
O ex-prefeito Ângelus Figueira (PV) também não pagou o transporte dos alunos. O lixo toma as ruas, pois a coleta não estava sendo feita.
Em Holambra (SP), o prefeito Fernando de Godoy (PTB) registrou boletim de ocorrência contra a ex-prefeita Margareti Groot (PPS) por ter encontrado o prédio e equipamentos da administração sem condições de uso.
De acordo com o registro na polícia, todos os veículos estavam sem estepe e a prefeitura, sem TVs, computadores e mobiliário.
Groot disse que processará Godoy, pois, afirma, só foram retirados móveis que ela comprou com o próprio dinheiro e que o prédio já estava ruim quando ela chegou.
Já está mais ou menos acertado o prêmio de consolação do ex-vereador Carlos Roberto Cardoso da Silva, o Cardosão, presidente do PSDB local. De acordo com fontes fidedignas ele deverá ser anunciado durante a semana como novo chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Planejamento.
Na verdade, Cardosão gostaria de ter sido anunciado como secretário de alguma pasta importante, mas Nice resolveu brindá-lo com um cargo menor. Em que pese a prefeita dizer que o Planejamento terá muita importância em seu governo, a pasta da qual Cardosão será o chefe de gabinete não dispõe de recursos, nem de material humano.
Vocês já visitaram a sala da Secretaria de Planejamento, na Prefeitura de Jales? É uma vergonha! Comporta, no máximo, quatro funcionários, isto é, o secretário, o chefe de gabinete e mais dois auxiliares. A única coisa que funciona naquela pasta é a equipe que cuida da sinalização de trânsito, comandada pelo Sobreira. Mesmo assim, de vez em quando falta a tinta.
Aliás, eu duvido que o ex-prefeito Humberto Parini, em oito anos de mandato, tenha entrado na sala do Planejamento uma única vez. Se entrou, foi por engano.
O ex-vereador Luiz Henrique Macetão andou fazendo um “tour” pelos corredores da Prefeitura, ontem. Entre uma conversa e outra, ele disse que só falta um sinal verde vindo de Santa Catarina para que ele assuma a coordenação da UAB, no lugar do petista Nílton Marques.
A alguns interlocutores, Macetão andou garantindo que já tem tudo acertado com a prefeita Nice para que, pelo menos meia dúzia dos seus aliados sejam nomeados em cargos de confiança. Eu não me lembro de todos os nomes citados, mas o Nenê do Pet Shop, o Élcio do Futsal e o saltitante Jojô são alguns deles.
Ana Cláudia – aquela moça que mata a cobra e mostra o pau, lembram-se? – e a Cristina, a “delicinha”, não estão na lista de Macetão. Uma pena!
Era só o que faltava! Corre por aí um certo zum-zum dando conta de que a presidenta da Câmara, Pérola Cardoso, está cogitando a nomeação do senhor Léo Huber para o cargo de assessor parlamentar do Legislativo.
Segundo o amigo que me ligou, a nomeação de Huber seria uma imposição da ex-primeira dama, Rose Parini, a quem Pérola vive dizendo que deve favores. A informação sobre a possibilidade da nomeação de Huber me foi confirmada por um dos vereadores que elegeram Pérola.
Moça ajuizada, parece que Pérola perdeu o dente do siso logo após sua eleição para a presidência. Primeiro veio aquele infeliz discurso paga-pau. Agora, essa novidade devastadora dando conta de que ex-primeira-dama pretende instalar um de seus mais notórios jagunços na Câmara.
Se uma insanidade dessas se confirmar, Pérola estará a merecer outra vaia.
Hoje pela manhã resolvi dar uns bordejos pela cidade. Nas rodinhas onde se falava de política, duas coisas foram bastante comentadas: a não escalação do presidente do PSDB, Cardosão, para um cargo de primeiro escalão, e o estranho discurso da vereadora Pérola.
Com uma coisa, todo mundo concorda: o discurso feito sob encomenda para afagar o ego do casal Parini foi um desastre e mereceu ser vaiado. A dúvida que atormenta os jalesenses ligados em política é sobre quem seria o autor das mal traçadas linhas que Pérola leu na tribuna da Câmara.
Pessoalmente, duvido que tenha sido o jornalista Deonel Rosa Júnior, que é um moço inteligente e jamais colocaria Pérola numa roubada daquelas. Por sinal, eu estava bem perto do Deonel, quando o discurso começou a ser vaiado. Ele permaneceu impassível e não fez comentários com as pessoas que estavam à sua volta.
Como eu já disse anteriormente, um dirigente petista isentou a primeira-dama, Rose Parini, de culpa no caso. Mas um outro amigo deste aprendiz de blogueiro, ex-integrante do governo Parini, me garantiu que o discurso teria sido escrito a quatro mãos: Léo Huber e Rose Parini.
Eu não duvido. Pela quantidade de besteiras que a platéia teve que ouvir, aquilo só pode ser obra de gente sem um mínimo de desconfiômetro, figurino no qual se encaixam os dois citados personagens. Por coincidência, eles chegaram juntos à cerimônia e fizeram questão de se postar bem à frente do plenário, como se pode ver na foto acima.
O meu experiente amigo viu, porém, algo de bom no discurso da vereadora Pérola, a quem ele e todos nós consideramos ótima pessoa: a partir de agora, ela já não fica devendo mais nada ao casal Parini. Afinal, o mico que fizeram ela pagar foi algo para resgatar qualquer dívida político-eleitoral.
Alguns críticos mais ácidos dizem que a vereadora Pérola Cardoso costuma entrar muda e sair calada das reuniões da Câmara. Pois, na sessão solene de hoje, ela perdeu uma ótima oportunidade de ficar calada.
Como o blog já havia antecipado ontem, ela foi mesmo eleita para a presidência da Câmara. Até aí tudo bem. O problema foi durante o discurso que ela proferiu na tribuna. Pérola meteu-se a elogiar o prefeito Humberto Parini, a primeira-dama Rosângela Parini e o Partido dos Trabalhadores.
Resultado: tomou vaia três ou quatro vezes. A bem da verdade, Pérola mereceu as vaias, pois, ao invés de falar sobre o trabalho que pretende fazer como presidente do Legislativo, preferiu fazer um discurso desnecessário e extemporâneo, tecendo fartos elogios ao casal Parini e à administração petista, de resto reprovada pela imensa maioria dos jalesenses.
Em princípio, eu até achei que o discurso tivesse sido escrito pela nossa doce e generosa ex-primeira-dama, mas um dirigente petista, que estava ali por perto, garantiu a este aprendiz de blogueiro que, desta vez, dona Rose Parini não tinha participação.
De todo modo, em meio a uma platéia formada basicamente por aliados e simpatizantes da prefeita eleita, soaram mal as palavras de Pérola. Até porque, se a administração Parini tivesse sido tão boa, não seria Nice quem estaria ali tomando posse. Com todo respeito à companheira Pérola, as vaias foram bem merecidas.
Depois de muito suspense e após cerimônia que terminou por volta das 14:00 horas, a prefeita Nice Mistilides anunciou, finalmente, parte do seu secretariado. As surpresas ficaram por conta dos indicados para as secretarias de Saúde, Educação e Fazenda.
Apesar de ter contado com o tempo de quase noventa dias para formar sua equipe, a prefeita ainda não escolheu os titulares das secretarias de Esportes e de Obras. Várias chefias de gabinete também estão vagas. O presidente do PSDB local Carlos Cardoso da Silva, o Cardosão, estava visivelmente desapontado depois do anúncio.
O ex-vereador Luiz Henrique Macetão também não parecia muito à vontade. Ele está esperando sua indicação para a coordenadoria da UAB, mas, aparentemente, ainda não foi convidado. A escolha da esposa do vice Pedro Callado para a Secretaria de Promoção Social mereceu algumas críticas nos bastidores. Para alguns, isso seria nepotismo.
Eis o time:
– Procurador Geral do Município: Izaias Barbosa de Lima Filho– Chefe de Gabinete da Prefeita: Roberto Timpurim Berto-Secretário Municipal de Administração: Luciano Ferreira Nunes-Chefe de Gabinete da Secretaria de Administração: João Nogueira-Secretário de Agricultura e Meio Ambiente: Sandra Gigante-Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Meio Ambiente: vago-Secretário Municipal de Comunicação: Bruno Guzo-Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Comunicação: Douglas Zílio-Secretário de Promoção Social: Lúcia Callado Moraes-Chefe de Gabinete da Secretaria de Promoção Social: vago-Secretário Municipal de Educação: Sônia Maria Scatena Frassato-Chefe de Gabinete da Secretaria de Educação: Simone Aranda-Secretário Municipal de Esportes, Cultura e Turismo: vago-Chefe de Gabinete da Secretaria de Esportes, Cultura e Turismo: vago-Secretário Municipal de Fazenda: Braz Baratela-Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Fazenda: vago-Secretário Municipal de Obras, Serviços Públicos e Habitação: vago-Chefe de Gabinete da Secretaria de Obras, Serviços Públicos e Habitação: vago-Secretário Municipal de Planejamento e Trânsito: Oswaldo Polizio Junior-Chefe de Gabinete da Secretaria de Planejamento e Trânsito: vago-Secretário Municipal de Saúde: Nilva Gomes Rodrigues de Souza-Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Saúde: vago
Obs: os advogados Luiz Fernando de Paula e Adriano Vinícius Carvalho aparecem na foto acima, mas, oficialmente, não estão nomeados para nenhum cargo de confiança. Se eu entendi bem, eles darão assessoria informal à prefeita Nice.
Contando com apenas três vereadores eleitos por seu grupo – Nishimoto(PTB), Claudir(PDT) e Macetão II(PSD) – e mais o novato Tiago Abra(PSB), a prefeita Nice Mistilides ainda tenta dar uma última cartada com o intuito de eleger o presidente da Câmara.
Segundo fontes confiáveis, ela teria ligado para os vereadores do DEM, convidando-os para uma reunião hoje pela manhã, antes da posse. Oficialmente, a reunião seria para apresentação do secretariado da prefeita, mas, suspeita-se que, na verdade, ela pretendia mesmo era falar sobre a presidência da Câmara. Os vereadores do DEM, segundo a mesma fonte, declinaram do convite.
Até ontem, ela esnobava os vereadores do DEM, pois achava que seu candidato (Claudir ou Tiago) seria eleito com os votos do PT. Em eleição de Câmara, tudo pode acontecer, mas, se não tivermos nenhuma mudança de última hora, Pérola será a presidente, com Tiquinho de vice, Jesus de secretário e Júnior Rodrigues de 2º secretário.
E agora, vou até a Câmara acompanhar a posse da nova prefeita e o anúncio do seu secretariado.