Blog do Cardosinho

Alguns jornais locais deram destaque a uma notícia distribuída pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Jales, cuja manchete dizia “Parini consegue mais 99 casas populares”. A “novidade” mereceu destaque também em um dos sites oficiais da nossa Prefeitura, o Região Noroeste.

Se tivessem dito “Parini perde 101 casas populares”, talvez ficasse mais de acordo com a realidade. Afinal de contas, eram 200 as moradias populares que o deputado Itamar Borges anunciou ter conseguido para Jales, em junho do ano passado. Na oportunidade, Itamar disse (veja aqui) que era só o Parini conseguir o terreno, pois as casas já estariam liberadas junto à CDHU.

De lá para cá, cada vez que a Prefeitura cumpre uma etapa burocrática, anuncia-se que Parini conquistou mais casas populares para Jales, embora se trate sempre das mesmas casas. Dessa vez, o prefeito esteve em São Paulo para protocolar o projeto de loteamento. Motivo mais do que suficiente para que a imprensa amiga divulgue que o prefeito “conquistou” mais 99 casas.

Quem perdeu tempo para ler a notícia, ficou sabendo que Parini ainda nem assinou o convênio com a Secretaria Estadual de Habitação. Quando assinar, dir-se-á, novamente, que ele “conquistou” mais 99 casas. E quando ele abrir a licitação, serão mais 99. Nesse ritmo, quando chegar o final do ano, o nosso premiado estadista terá cumprido a promessa de conseguir 1.000 casas. Virtuais.

Pois é, e enquanto o nosso prefeito, há quase um ano, anuncia as mesmas casas, a prefeita de Estrela D’Oeste – uma senhora de quase 80 anos – vem demonstrando muito mais agilidade e eficiência: em dezembro passado,  sem fazer muita propaganda, ela entregou 300 casas da CDHU.     

Um requerimento do vereador Luís Especiato, que foi rápido no gatilho, levantou, na sessão de hoje, a polêmica dos semáforos na Câmara. Vários vereadores participaram da discussão, inclusive o autor do requerimento, que quer saber quem foi o autor do projeto.

Alguns vereadores já elegeram um culpado: a empresa que instalou os semáforos. O vereador Rivelino Rodrigues, por exemplo, disse que a Prefeitura deveria, simplesmente, mandar a empresa retirar os semáforos e colocá-los no lugar certo.

Não é tão simples assim: até onde eu fiquei sabendo, a própria empresa alertou que o local estava errado, mas, caso os semáforos fossem instalados no local correto – isto é, depois do cruzamento – corria-se o risco de a Caixa Econômica Federal não autorizar o pagamento. O erro teria começado lá atrás, quando o projeto foi elaborado, e a empresa apenas executou o que estava previsto.

O mesmo vereador Rivelino Rodrigues confirmou que os semáforos do cruzamento da Avenida João Amadeu com Rua Dezessete estavam desligados, hoje à tarde. Por enquanto, a única solução é essa mesma: deixá-los desligados.