BANCADA BOLSONARISTA SOFRE AVALANCHE DE CRÍTICAS POR APROVAÇÃO DO FUNDÃO
Ainda sobre a hipocrisia dos deputados e senadores bolsonaristas, reproduzo texto do jornalista Chico Alves, no UOL:
Desde o fim da votação de ontem no Congresso que aprovou o aumento do fundo eleitoral de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões, as redes sociais dos deputados bolsonaristas passaram a ficar abarrotadas com críticas acaloradas.
Mesmo tradicionais apoiadores expressam revolta com o posicionamento dúbio dos parlamentares, que fazem postagens criticando o chamado Fundão, mas votaram a favor.
Na manhã de ontem, três das hashtags mais comentadas do Twitter tinham a ver com o tema. O movimento tem especial significado para a bancada bolsonarista, pois desde a campanha eleitoral as redes sociais são o seu principal meio de divulgação e comunicação com os eleitores.
Em várias postagens, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Carla Zambelli (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF), Marco Feliciano (Republicanos-SP), Osmar Terra (MDB-RS), Helio Lopes (PSL-RJ), Carlos Jordy (PSL-RJ) e outros políticos do grupo são citados. Alguns tentam se explicar, mas em resposta recebem uma enxurrada de comentários de reprovação.
O aumento do Fundão estava embutido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que foi aprovada na Câmara por 278 votos a 145, e no Senado por 40 votos a 33.
Os internautas reclamam que em várias publicações os políticos bolsonaristas costumam criticar o uso de dinheiro público para financiar campanhas eleitorais, mas acabaram votando para triplicar o valor dos recursos.
“Vota a favor do fundão e faz vídeo falando que não votou a favor do fundão”, criticou uma seguidora do deputado Eduardo Bolsonaro, que publicou no Twitter uma gravação em que tenta se defender.
Na mesma plataforma, Carla Zambelli chamou de “desgraçados” aqueles que a criticaram por ajudar a aprovar o novo Fundão. “Não adianta partir pra ofensas deputada… Os fatos estão dados”, rebateu um de seus seguidores.
Os bolsonaristas começaram a tentar camuflar sua posição ainda durante a votação. Por isso, foram advertidos pelo vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), que conduzia os trabalhos. “Vocês têm que assumir os seus votos, as suas atitudes e as suas posturas, porque eu tenho que assumir as minhas”, disse Ramos.