Endividados, prefeitos de todo o país se desesperam com a possibilidade cada vez mais real de não verem a cor do dinheiro das repatriações ainda em 2016, conforme prometido por Michel Temer. Integrantes do governo já não veem muitas chances disso acontecer.
Isso se dá por um enrosco burocrático: o Tesouro mantém a programação de transferir os recursos dia 30 de dezembro, como prevê a medida provisória. O problema é que, nesse dia, há feriado bancário. Integrantes do Banco do Brasil avaliam que, para dar tempo, o governo teria de depositar tudo nesta quarta (28).
As informações são do Painel da Folha de S.Paulo.
“Muitos prefeitos contavam com os recursos da repatriação para fechar as contas e agora temem infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal, afirma Márcio Lacerda (PSB), prefeito de Belo Horizonte e presidente da FNP.”
GOVERNO FEDERAL GASTA R$ 47,2 MILHÕES EM FESTAS E HOMENAGENS EM 2016
A notícia é do jornal mineiro Hoje em Dia:
A polêmica licitação destinada à compra de sorvetes importados para o avião do presidente Michel Temer não se compara, nem de longe, ao que o governo federal gastou com festividades e homenagens neste ano.
Dados da ONG Contas Abertas revelam que R$ 47,2 milhões foram gastos pela União com eventos de janeiro a novembro de 2016. O valor seria suficiente para construir cerca de 675 moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, considerando que cada unidade habitacional tenha o custo médio estimado em R$ 70 mil.
Conforme o levantamento, os desembolsos com festividades e homenagens são maiores, por exemplo, do que o valor investido em obras e na aquisição de equipamentos pelo Ministério do Meio Ambiente, que gastou R$ 45,1 milhões, e do Ministério das Comunicações, ao custo de R$ 19,1 milhões no mesmo período.
Para o economista e fundador do Contas Abertas, Gil Castello Branco, os gastos com festividades e homenagens não condizem com a realidade fiscal do país. Para ele, falta ao governo uma postura mais rígida, já que o corte de gastos é indispensável para o reequilíbrio das contas públicas.
“Os custos deste ano foram menores do que os do ano passado, mas ainda assim são muito altos. Com Estados decretando calamidade, acho que os governantes precisam dar exemplos de austeridade. Há uma série dessas festividades que são totalmente dispensáveis. No caso dos militares, por exemplo, uma simples troca de comando gera gastos com buffet. É algo incabível”, avalia.