Categoria: Música

ROUPA NOVA – “SEGUINDO NO TREM AZUL”

Hoje, 21 de janeiro, é aniversário do moço ao lado, o jornalista e compositor Ronaldo Bastos, que está completando 75 anos. Apesar de não ser mineiro (ele nasceu em Niterói-RJ) Ronaldo é um dos fundadores do Clube da Esquina. 

Ele iniciou sua carreira de letrista na década de 1960, compondo três músicas com ninguém menos que Milton Nascimento: “Três Pontas”, “Fé Cega, Faca Amolada” e “Nada Será Como Antes”, que se tornaram clássicos da MPB.

Infelizmente, as emissoras de rádio não costumam dar o crédito aos compositores das músicas que tocam, de forma que a maioria das pessoas não sabe que os versos de “Todo Azul do Mar”, eternizados pelo 14 Bis e cantados em muitos casamentos, Brasil afora, foram escritos por Ronaldo Bastos e musicados por Flávio Venturini.

Da mesma forma não imaginam que, ao ouvir Caetano Veloso e Gal Costa cantarem “Sorte”, estão ouvindo uma composição de Ronaldo, com melodia do violonista Celso Fonseca. A mesma Gal Costa gravou “Nada Mais”, uma versão de Ronaldo Bastos para “Lately”, do Steve Wonder, e “Chuva de Prata”, composta por Ronaldo e Ed Wilson. 

“Chuva de Prata”, que, na gravação de Gal contou com a luxuosa participação do Roupa Nova nos vocais, é uma homenagem de Ronaldo à precursora do iê-iê-iê, Celly Campelo e seu grande sucesso “Banho de Lua”.

E já que falamos em Roupa Nova, um de seus maiores sucessos – “Seguindo no Trem Azul” – foi composto por Ronaldo Bastos em parceria com Cleberson Horsth, um dos integrantes do grupo. Antes, ele já tinha feito “O Trem Azul”, em parceria com Lô Borges, gravada pela Elis Regina.

Além dos parceiros já citados, Ronaldo fez músicas com Lulu Santos, Tom Jobim, Beto Guedes, Toninho Horta, Danilo Caymmi, João Bosco, Edu Lobo e outros menos votados. No vídeo, o Roupa Nova interpreta “Seguindo no Trem Azul”:

ROBERTO CARLOS – “FALANDO SÉRIO”

Faleceu ontem, 13, no Rio de Janeiro, o compositor Carlos Colla (Carlos Carvalho Colla), aos 78 anos. É possível que o prezado leitor e a estimada leitora já tenham cantarolado versos escritos por Colla, sem saber quem é o autor. Quem já não cantarolou “Verdade Chinesa” (Emílio Santiago), “Pede a Ela” (Tim Maia), ou “Fogão de Lenha” (Chitãozinho & Xororó)?

Afinal de contas, ele tem 1.270 músicas registradas no Ecad, a maioria delas compostas com o parceiro Maurício Duboc e gravadas por diversos artistas, entre eles Sandra de Sá, Joanna, Fafá de Belém, Matogrosso & Mathias, Chrystian e Ralf, Roupa Nova e até o grupo Legião Urbana, além dos já citados.

Roberto Carlos, por exemplo, gravou mais de 40 músicas de Carlos Colla, entre elas a clássica “Falando Sério”, lançada no álbum de 1977, um dos melhores discos do rei que, além de “Falando Sério”, trouxe músicas como “Outra Vez”, “Não Se Esqueça de Mim”, “Cavalgada” e “Jovens Tardes de Domingo”.

A primeira música de Colla gravada por Roberto Carlos foi “A Namorada”, de 1971. Alcione é outra que está sempre bebendo na fonte de sucessos de Carlos Colla. Ontem, ela publicou homenagem ao compositor em seu Instagram:

“A Música Brasileira se despede de um dos seus maiores compositores. Eu me despeço de um amigo que me deu a honra de gravar grandes sucessos que também construíram minha carreira: “Meu Vício é Você”, “Além da Cama”, “O Mundo é De Nós Dois”, “Delírios de Amor”, “Se Não é Amor” e muitas outras, são obras de Carlos Colla, a quem eu presto todas as reverências. Hoje e sempre. Siga em paz”, escreveu a Marrom.

Vítima de uma parada cardíaca, Carlos Colla deixa, além das 1.270 composições, dois filhos do primeiro casamento (Carlos e Daniela) e uma filha (Laura) do segundo casamento com a Miss Brasil 1983, Marisa Fully Coelho, com quem foi casado dois anos e meio. Mineira, Marisa faleceu em 1998, vítima de um acidente de carro em uma rodovia de Minas Gerais, com apenas 36 anos.

Colla foi aquele tipo de compositor que quase ninguém identificaria na rua, embora muita gente se reconheça em suas canções. No vídeo, Roberto Carlos canta “Falando Sério”:

ANA CAÑAS – “SUJEITO DE SORTE”

Presentemente, eu posso meConsiderar um sujeito de sortePorque apesar de muito moçoMe sinto são, e salvo, e forte

E tenho comigo pensadoDeus é Brasileiro e anda do meu ladoE assim já não posso sofrerNo ano passado

Tenho sangrado demaisTenho chorado pra cachorroAno passado eu morriMas esse ano eu não morro

A letra de “Sujeito de Sorte” é bem pequenininha, mas o refrão “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro” ficou muito conhecido e passou a ser tema de tatuagens e a ilustrar camisetas e souvenirs, tornando essa música uma das mais importantes do Belchior.

O que pouca gente sabe é que os últimos versos dessa canção, incluindo o refrão, são de autoria de um poeta paraibano – Zé Limeira, chamado de Poeta do Absurdo – que os recitou há mais de 100 anos. Veja o que declamou o poeta e compare: 

Eu cantei lá no Recife
perto do Pronto Socorro:
ganhei duzentos mil-réis
comprei duzentos cachorro;
ano passado eu morri
mas esse ano eu não morro.

O fato é que no disco de Belchior, o icônico “Alucinação”, de 1976, não há nenhum crédito para Zé Limeira, um violeiro negro e analfabeto, que faleceu em 1954.

Fato é, também, que “Sujeito de Sorte” não era muito conhecida quando Belchior ainda era vivo. Depois de sua morte, a canção passou a ser muito tocada e festejada, se tornando uma espécie de símbolo da resistência, um hino à resiliência.

É possível que Belchior tenha mostrado “Sujeito de Sorte” para Elis Regina. Em entrevista, ele afirmou que mostrou a Elis todas as músicas compostas para aquele que seria seu segundo disco, o já citado “Alucinação”, que ainda estava sendo preparado.

Belchior conta que Elis ouviu todas as músicas tocadas por ele sem emitir nenhum comentário. Ele resolveu, então, mostrar uma música que ainda não estava pronta – “Como Nossos Pais”. Elis então disse: “é essa que eu vou gravar. Essa e aquela outra que fala do dedo em V e do cabelo ao vento”, referindo-se a “Velha Roupa Colorida”. Pena que ela não tenha gravado “Sujeito de Sorte”. Teria ficado linda.  

Mas, já que a Elis não gravou, ouçamos “Sujeito de Sorte” com a Ana Cañas e a participação da Elza Soares, que morreu no ano passado e, certamente, não voltará a morrer neste ano.

RITA LEE – “MANIA DE VOCÊ”

Filha de imigrantes italianos e norte-americanos, Rita Lee Jones demonstrou interesse pela música desde criancinha, mas somente na adolescência viria a ouvir rock, através dos discos de Elvis Presley.

Ela apareceu para o mundo da música em 1967, no III Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, quando foi escalada – juntamente com o grupo Mutantes – para acompanhar Gilberto Gil na música “Domingo no Parque”, que ficou em segundo lugar no festival.

Nascida em 31 de dezembro de 1947, Rita está completando 75 anos neste sábado. Em maio de 2021, ela foi diagnosticada com câncer no pulmão esquerdo. Durante todo o ano a cantora ficou reclusa em casa, saindo apenas para tomar as vacinas contra a Covid. Em abril de 2022 foi anunciado que Rita estava curada do câncer.

Por conta do seu aniversário, Rita ganhou uma homenagem do Ecad. Vejam a notícia do UOL:

Paulistana, capricorniana e multi instrumentista, Rita Lee Jones de Carvalho está sendo homenageada pelo Ecad, que fez o levantamento de sua obra nos arquivos da empresa —uma das maiores da América Latina.

O Escritório Central de Arrecadação de Direitos apurou quais foram suas músicas mais tocadas nos últimos dez anos no Brasil. A mais tocada e regravada da última década é “Mania de Você”.

Das 10 mais tocadas, pelo menos 4 – “Caso Sério”, “Lança Perfume”, “Desculpe o Auê” e a já citada “Mania de Você” – são em parceria com o marido, o guitarrista virtuoso Roberto de Carvalho.

Rita tem 315 músicas, que já foram regravadas 638 vezes. Nos últimos 10 anos, ela teve mais de 80% de seus rendimentos em direitos autorais provenientes dos segmentos de TVs, Rádio e Shows.

Lançada em 1980, no disco Chega Mais, “Mania de Você” foi uma das primeiras parcerias de Rita Lee com o marido Roberto de Carvalho, com quem se casara em 1979. Segundo Rita, “Mania de Você” foi feita em cinco minutos.

Tamanha inspiração veio depois de uma movimentada sessão de fornicação. “A gente tinha acabado de transar, ele pegou o violão e eu o caderninho e começamos: ‘meu bem, você me dá água na boca…'”.

No vídeo, titia Rita canta “Mania de Você” para o Fantástico.

SIMONE – “ENTÃO É NATAL”

É só chegar perto do Natal que, no Brasil inteiro, do Oiapoque ao Chuí, começa a tocar a música “Então é Natal”. Lançada em 1995 pela cantora Simone, a música é uma versão escrita pelo compositor Cláudio Rabello para “Happy Xmas” (The War Is Over), composta pelo ex-Beatle John Lennon em 1971, mesmo ano em que se descobriu o verdadeiro envolvimento dos Estados Unidos na guerra do Vietnã.

A música de Lennon era um protesto contra a guerra, mas acabou virando uma canção natalina. E, se os senhores da guerra tivessem ouvido o protesto de John, certamente não teríamos a imagem acima, registrada em 08 de junho de 1972, quando uma pequena vila do Vietnã foi atingida por uma bomba de Napalm.

Kim Phuc, a menina nua, tinha apenas 9 anos e, atingida pelos líquidos inflamáveis da bomba, teve queimaduras em 65% do seu pequeno corpo. Hoje, 50 anos depois e após passar por diversos tratamentos de pele, ela vive em Toronto, no Canadá.

Voltando a “Então é Natal”, a música vertida por Cláudio Rabello – autor de sucessos como “Anjo” (Roupa Nova), “Pessoa” (Marina Lima), “Muito Estranho” (Dalto) e “Espelhos D’água” (Beto Guedes), entre outros – é, certamente, a música mais lembrada no período natalino, a ponto de ter se tornado enjoativa para alguns ouvidos mais sensíveis.

Em 2013, teve gente que comemorou uma fake news dando conta de que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) iria proibir a execução da música em lojas e shoppings do Brasil. Era uma brincadeira, mas, na ocasião, Simone considerou a notícia mentirosa uma violência contra ela e, principalmente, contra John Lennon, um homem que lutou pela paz e morreu assassinado.

“Eu lamento muito que se pratique esse ato violento com relação a uma música, uma gravação que o povo brasileiro ama”, disse a cantora em entrevista ao Altas Horas, do Serginho Groisman.

Enjoativa ou não, o fato é que “Então é Natal” já foi regravada por vários artistas brasileiros, como os pagodeiros do Art Popular e Helen Caroline, os sertanejos Sérgio Reis e Luan Santana, o padre Marcelo Rossi, a ex-BBB Gabi Martins, além de Ivan Lins e do grupo Roupa Nova.

No vídeo abaixo, podemos ver Simone – que, por sinal, nasceu em um 25 de dezembro – cantando “Então é Natal”:

ROBERTA SÁ E PÉRICLES – “SUFOCO”

Entre as lembranças que tenho de minha adolescência está o programa do Flávio Cavalcanti, na extinta TV Tupi, que eu assistia aos domingos. Nele, se apresentavam calouros em busca da “grande chance”, entre eles os jovens Emílio Santiago e Alcione.

Para Alcione, a grande chance chegou em 1975, quando ela gravou seu primeiro e bem-sucedido LP – “A Voz do Samba” – pela gravadora Philips. Mas foi em 1978, após lançar o seu quarto álbum – “Alerta Geral” – que ela consolidou sua carreira de grande cantora.

Um dos grandes sucessos do disco “Alerta Geral” foi a música “Sufoco”, dos compositores Chico da Silva e Antonio José, um samba até então inédito que mostraria o lado romântico do canto de Alcione, um lado que, a partir de “Sufoco”, conquistou um grande espaço no repertório da cantora maranhense.

Depois de Alcione, outros cantores e cantoras regravaram “Sufoco”, entre eles Emílio Santiago (1989), Zizi Possi (2008) e Luciana Mello (2020). Simone e Fafá de Belém, que eu saiba, não regravaram essa música, mas já soltaram a voz cantando “Sufoco” em lives e/ou shows.

Agora chegou a vez da potiguar Roberta Sá, grávida de oito meses, regravar “Sufoco” em seu novo álbum chamado “SambaSá”, totalmente dedicado ao samba. A bonita releitura de Roberta tem a participação do ex-Exaltasamba Péricles. Eis o vídeo:

NETO & FELIPE DEIXAM O ‘THE VOICE BRASIL’ ACLAMADOS PELO PÚBLICO

Da assessoria de imprensa da dupla:

A fase das batalhas terminou na terça-feira (13), no The Voice Brasil e a dupla Neto & Felipe, representante do interior de São Paulo na competição, deixou o programa com sentimento de dever cumprido.

Após a belíssima apresentação deles com a dupla de irmãs Duda & Isa Amorim cantando a música “Estrada da Vida”, o técnico Michel Teló tomou a decisão de manter as garotas em seu time e aproveitou para ressaltar o talento de Neto & Felipe dizendo que ficou claro durante o The Voice Brasil.

“Muito obrigado, gente!! Está sendo uma experiência incrível viver o programa, todas as pessoas que conhecemos e estamos conhecendo estão fazendo muita diferença na nossa trajetória. É um caminho sendo aberto e estamos muito felizes”, agradeceu Neto.

Recebendo o carinho de fãs principalmente através das redes sociais, Felipe completa: “Aquele palco mágico nos deu oportunidade de cantar três músicas sendo vistos pelo Brasil todo, mensagens chegam de todos os estados, não temos palavras para expressar essa gratidão. Obrigado pela torcida e pela energia positiva”.

Preparados para um novo projeto que está em desenvolvimento para 2023, Neto & Felipe começam a colher os frutos da exposição nacional com agenda de shows e compromissos sendo preenchida a todo vapor.

GAL COSTA E MARINA SENA – “PARA LENNON & MCCARTNEY”

O vídeo abaixo, lançado ontem, 09, exatamente um mês após a morte de Gal Costa, mostra o último trabalho de estúdio da cantora baiana, onde ela canta “Para Lennon & McCartney”, de Lô Borges, Fernando Brant e Márcio Borges, um dos grandes sucessos do Clube da Esquina e do Milton Nascimento.

A gravação é mais uma demonstração de como Gal – sempre antenada com o seu tempo – se renovava permanentemente. Ela canta “Para Lennon & McCartney” com a cantora e compositora mineira Marina Sena, que surgiu na cena musical no ano passado após o lançamento do seu álbum de estreia, De Primeira.

Nascida em Taiobeiras, uma pequena cidade do norte de Minas Gerais, quase na divisa com a Bahia, ela era conhecida por lá – sabe-se lá por quais motivos – como “a louca da cidade”. Já no seu primeiro álbum, lançado em 2021, Marina chamou a atenção da crítica especializada e ganhou três prêmios Multishow, incluindo o de “revelação do ano”.

Nas redes sociais, Marina comentou sobre a importância da parceria com a musa da Tropicália. “Eu, uma entre as milhões de pessoas perdidamente apaixonadas por Gal, realizei meu sonho de gravar uma música com a minha maior inspiração da vida”, escreveu a mineira. Detalhe: Gal e Marina nasceram no mesmo dia – 26 de setembro – a primeira em 1945 e a segunda em 1996.

Depois do falecimento de Gal Costa, Marina acrescentou ao repertório dos seus shows a interpretação de “Nada Mais”, gravada por Gal no álbum Profana, de 1984. Vamos ao vídeo:

NETO & FELIPE SEGUEM REPRESENTANDO O INTERIOR DE SÃO PAULO NO THE VOICE BRASIL

Da assessoria de imprensa da dupla:

No último dia da fase do Tira-teima no The Voice Brasil, Neto & Felipe foram escolhidos para seguir no time de Michel Teló após interpretarem “The Sound of Silence” e arrancarem elogios de Fátima Bernardes e dos técnicos.

Lulu Santos ressaltou a ousadia de trazer ao palco um clássico como este que acabou garantindo a permanência da dupla para a próxima fase. Canção da dupla Simon & Garfunkel, a obra faz parte das referências musicais de Neto & Felipe, uma dupla sertaneja que foge do convencional.

Nas audições às cegas eles foram responsáveis pela primeira apresentação dessa temporada, virando as 4 cadeiras dos técnicos e fazendo a opção pelo cantor Michel Teló como time.

No twitter e instagram os comentários foram extremamente positivos com fãs torcendo e comemorando o desempenho de Neto & Felipe.

PABLO MILANÉS E CHICO BUARQUE – “YOLANDA”

A morte do cantor e compositor cubano Pablo Milanés, no dia 22 de novembro, em Madrid, não teve no Brasil, a repercussão que esse grande artista, com fortes laços de amizade com artistas brasileiros, como Chico Buarque e Milton Nascimento, merecia.

Se serve como desculpa, ele achou de picar a mula no mesmo dia em que perdemos Erasmo Carlos de modo que a nossa imprensa deu muito mais destaque, é claro, para a passagem do Tremendão.

A música de Pablo mais conhecida aqui no Brasil é “Yolanda”, na versão original composta em 1970, ou “Iolanda”, na versão brasileira, composta por Chico Buarque em 1984. Em sua versão, Chico foi fiel à proposta original de Pablo de fazer uma declaração de amor a uma mulher. 

A mulher que inspirou a canção foi Yolanda Benet, então casada com Pablo. O casamento não durou muito – foi de 1969 a 1973 – mas a música se tornou eterna. Em 1970, Yolanda deu à luz a primeira filha do casal, Lynn, mas o compositor não pode estar presente ao nascimento da menina, por conta do trabalho.

Foram poucos dias longe de Yolanda, mas a saudade da esposa e a vontade de estar ao lado dela em um momento tão especial inspiraram o poeta a escrever uma das canções mais lindas e românticas do mundo. “Pablo compôs Yolanda quando nossa primeira filha tinha dez dias. Ele ficou chateado por estar viajando quando ela nasceu e, quando regressou, trouxe a canção”, contou a ex-esposa em uma entrevista.

A primeira gravação da “Iolanda” brasileira saiu em um disco da baiana Simone – “Desejos”, de 1984 – em que ela e Chico Buarque fizeram um dueto memorável. O sucesso foi imediato e, em uma entrevista televisiva, Simone revelou que, desde então, não consegue deixar de cantar “Iolanda” em seus shows.

A própria Simone regravou “Iolanda” em 1991, dessa vez cantando sozinha. Ney Matogrosso e Toquinho & MPB4 também fizeram bonitas releituras dessa música. E até o universo sertanejo se rendeu a ela, com gravações das duplas Chrystian & Ralf e Zezé di Camargo & Luciano. 

No vídeo, Pablo Milanés e Chico Buarque cantam a versão original de “Yolanda”, em apresentação de 1986, no programa Chico & Caetano, da Globo:

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