Categoria: Música

JUÍZA QUESTIONA AUTORIA DE “RODA VIVA” E DECIDE CONTRA CHICO BUARQUE EM AÇÃO CONTRA EDUARDO BOLSONARO

“Roda Viva” foi lançada em 1967, no III Festival da TV Record, no qual obteve o terceiro lugar, interpretada pelo Chico e o MPB4.

Qualquer pessoa medianamente bem-informada sabe que a música é de autoria do Chico, até porque ele não escreveu apenas a música: escreveu também a histórica peça “Roda Viva”, invadida em Porto Alegre pelo Comando de Caça aos Comunistas, quando os atores foram espancados pelos invasores.

Segundo dados do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), “Roda Viva” está entre as 13 músicas mais regravadas de Chico Buarque. A canção tem 67 gravações cadastradas.

O advogado de Chico já recorreu. A notícia é da Fórum:

A juíza Monica Ribeiro Teixeira indeferiu pedido de Chico Buarque em processo que o cantor move contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelo uso da canção “Roda Viva” em um vídeo na internet. 

No despacho do 6º Juizado Especial Cível da Comarca da Capital Lagoa, no Rio de Janeiro (RJ), a magistrada alega que falta comprovação de que a música é mesmo de Chico Buarque.

“A ausência de documento indispensável à propositura da demanda, qual seja, documento hábil a comprovar os direitos autorais do requerente sobre a canção ‘Roda Viva’, é causa de inépcia e de indeferimento”. Ou seja, a juíza não deu andamento ao processo porque não havia comprovação de que a música era mesmo de Chico.

“Esdrúxula, excrecência”. Com essas palavras a advogada especializada em direitos autorais Deborah Sztajnberg classificou o despacho. A advogada explica que os juizados cíveis efetivamente não podem dar seguimento a processos que exijam perícia ou qualquer comprovação, mas que fatos públicos e notórios não exigem comprovação, conforme o artigo 374 do Código de Processo Civil.

“Essa a música é registrada há mais de 50 anos”, completa a advogada, argumentando que há larga produção bibliográfica sobre a relação da canção com a carreira do cantor e compositor, inclusive tendo sido símbolo de resistência no período da Ditadura Militar e gerado problemas para Chico Buarque junto aos militares.

“É só jogar no Google”, conclui a jurista, como forma de ilustrar sobre o quão público e notório é o conhecimento de que o artista detém os direitos de propriedade sobre a música.

BOLSONARISTAS COVARDES INSULTAM GILBERTO GIL NO CATAR, ANTES DE JOGO DO BRASIL

Deu no Brasil 247:

O cantor e compositor Gilberto Gil, um dos maiores nomes da música mundial, foi insultado por fascistas bolsonaristas, que o insultaram no Catar. Aos 80 anos, Gil estava acompanhado da esposa Flora Gil e foi filmado e xingado de “filho da puta”.

Os nazistas brasileiros também gritaram palavras de ordem contra a Lei Rouanet e em defesa de Jair Bolsonaro, que disseminou o ódio político no Brasil. A agressão dos nazistas a Gil provocou indignação nas redes.

A cantora Daniela Mercury, por exemplo, pediu apoio dos internautas para identificar o nazifascista bolsonarista, que agrediu Gil no Catar. “Tiro foto, dou abadá e ingresso para shows”, postou a baiana.

“Já passou da hora do poder legislativo criar um projeto de lei contra esses delinquentes que jogam ódio contra pessoas na rua por motivos políticos. Não dá em nada! Se existe crime contra a honra por injúria, isso aqui deveria ser MUITO mais grave!”, postou o comunicador Felipe Neto, após saber da agressão a Gil.

“Criminosos hostilizaram @gilbertogil, a quem presto toda a minha solidariedade. Um artista de 80 anos sendo vítima de golpistas. Vamos denunciar e cobrar punições da FIFA. Já passou da hora dessa gente ir para o lugar que merece: CADEIA!”, postou o senador Randolfe Rodrigues.

“Eu realmente acho que nem todo eleitor do Bolsonaro é a escória da humanidade, mas esse infelizmente é, e o que ele fez com meu pai foi tão agressivo, tão nojento, tão violento, que devemos sim nos revoltar!!! O bolsonarismo mata e fere, isso tem que acabar!!!”, postou a filha de Gil, Preta Gil.

ERASMO CARLOS E GAL COSTA – “DETALHES”

No vídeo abaixo, dois grandes artistas brasileiros – Gal Costa e Erasmo Carlos – que se foram para o outro lado do mistério neste novembro de 2022. Eles cantam “Detalhes”, um clássico da obra da dupla Erasmo/Roberto Carlos, que contabiliza mais de 200 composições em parceria, incluindo coisas que o prezado leitor provavelmente nunca ouviu falar, como “A bronca da galinha”, “Brotinho transviado”, “Madame sabe tudo” e outras.

Inclui, também, sucessos inesquecíveis como “As canções que você fez pra mim”, “Café da manhã”, “Cavalgada”, “Emoções”, “Sua Estupidez”, “Amante à moda antiga” e, é claro, “Detalhes”, música que completou 50 anos em 2021, sem nunca sair da moda.

“Detalhes” foi lançada em dezembro de 1971, mesmo ano em que Chico Buarque lançou “Construção” e Toquinho & Vinícius lançaram “Tarde em Itapoã”. Naquele ano, Roberto completou 30 anos e lançou seu 13º álbum, que, além de “Detalhes”, tinha “Amada amante”, “Como dois e dois”, “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”, “De tanto amor” e outras menos votadas.

É importante ressaltar que “Detalhes” marcou uma mudança significativa na carreira de Roberto Carlos, cujas músicas eram inspiradas no rock and roll norte-americano e inglês. Com o disco de 1971, surgiu o Roberto Carlos romântico.

Há quem diga que “Detalhes” foi inspirada em uma ex-namorada, Magda Fonseca, primeiro grande amor de Roberto. Ela teria desmanchado o namoro quando se mudou com a família para os Estados Unidos. Mas há também quem garanta que a inspiração foi Sílvia Amélia, uma socialite carioca cujo coração ele disputou – e perdeu – com um jornalista. Roberto nega as duas versões.

O que ele não nega é que a canção nasceu em uma noite de março de 1971. Roberto estava em casa e, de repente, pegou o violão e fez um primeiro verso para uma melodia. Insistiu um pouco mais e fez um segundo. Tentou fazer o terceiro verso e não conseguiu. Ele registrou o que tinha feito em um gravador e foi dormir.

No dia seguinte, ao ouvir a fita, se surpreendeu, pois considerou muito ruins os versos que tinha feito. O rei passou então a refazer tudo e recriou os primeiros versos, agora em definitivo: “Não adianta nem tentar me esquecer/ durante muito tempo em sua vida eu vou viver…”.

Mais tarde, Roberto ligou para Erasmo e chamou o amigo para ajudá-lo a compor a música. Era uma tarde de muita chuva em São Paulo e os dois trabalharam animadamente, verso a verso, nota a nota, até que finalizaram a nova composição.

Em 1980, Erasmo Carlos lançou o disco “Erasmo Convida” em que fazia duetos com convidados especiais. Gal Costa dividiu com ele a interpretação de “Detalhes”, Eis o vídeo:

AS CANÇÕES QUE VOCÊ FEZ PRA NÓS

O “Tremendão” Erasmo Carlos, que faleceu ontem, 22, está na capa de todos os grandes jornais do país, nesta quarta-feira. A melhor, na minha opinião, foi a do jornal Correio, da Bahia, acima, que, no texto de capa, faz um jogo de palavras com citações a algumas músicas de Erasmo.

O título, “Ficaram as canções”, é uma referência à música “As canções que você fez pra mim”, onde se diz que “ficaram as canções, mas você não ficou”. A melhor interpretação dessa música, também na minha modesta e dispensável opinião, é a da Maria Bethânia.

O texto começa dizendo que “infelizmente, não é uma mentira absurda”, uma alusão a “Mulher”: “dizem que a mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda”. E segue: “Erasmo Carlos, criador da Jovem Guarda, fez sua viagem para além do horizonte aos 81 anos”. “Além do horizonte” foi um dos sucessos da dupla Roberto e Erasmo.

“Nunca ficou parado – ou sentado – à beira do caminho e deixa mais de 600 músicas. Pioneiro, há mais de 40 anos ousou contradizer o chavão de que a mulher é o sexo frágil”, novamente uma citação à canção “Mulher”.

O texto diz, ainda, que Erasmo foi pioneiro ao homenagear, com uma canção, uma mulher trans. O trecho faz referência à música “Close”, que teria sido inspirada (ele negava) em Roberta Close, uma das nossas primeiras trans, “fêmea pra ninguém botar defeito”.

O texto de capa do Correio, termina dizendo que “como criança, ele já entendia tudo”, que remete a outro de seus sucessos, “Sou uma criança, não entendo nada”.

Eu apenas acrescentaria que Erasmo nunca precisou ficar nu para chamar nossa atenção. Tido como o pai do rock brasileiro, ele mandou tudo pro inferno, mas também escreveu coisas lindas sobre o amor. De suas canções românticas, “Seu corpo” é uma das minhas preferidas.

COM DECLARAÇÃO CARINHOSA, VIÚVA DE ERASMO CARLOS SE DESPEDE DO MARIDO

Deu no Correio Braziliense:

Com a confirmação da morte do “Tremendão“, como era conhecido Erasmo Carlos, a mulher do músico utilizou as redes sociais para prestar singela homenagem ao marido e seu legado na música brasileira. A pedagoga Fernanda Passos e Erasmo eram casados desde 2018. O cantor faleceu na manhã desta terça-feira (22/11).

Erasmo dedicou à Fernanda a canção Amor é isso, lançada em 2018. A pedagoga fez uma homenagem em uma publicação em rede social ao companheiro, músico e multi-instrumentalista, Erasmo Carlos.

Na publicação, Fernanda relembrou os momentos em que os dois passaram juntos, além da recordação da carreira musical do artista. “Perdi a capacidade de me lembrar de como era a vida sem você, talvez ela nem tenha existido… e talvez tenha sido tão simples esquecer porque a gente se acostuma facilmente com a paz. Não foi de primeira, você brigou muito para mostrar, mas por fim encontrei a paz em você”, disse no texto.

Já doente no Dia de Finados (2/11), Erasmo postou uma mensagem tranquilizadora aos fãs informando-os de seu estado de saúde, ao lado de sua mulher. O comunicado foi necessário devido a falsa informação da morte do cantor naquele dia.

A síndrome edemigênica, doença que acometeu o cantor e o levou a intubação na última segunda-feira (21/11), atinge os vasos sanguíneos, além de afetar os sistemas renal e cardíaco. Entretanto, a causa da morte ainda não foi confirmada.

GAL COSTA – “ALGUÉM ME DISSE”

O bigodudo da foto acima é o baiano Anísio Silva que, se já não tivesse passado desta para uma melhor, estaria com 102 anos de idade. Ele ganhava a vida como balconista de farmácia e, por várias vezes, tentou a carreira de cantor, sem muito sucesso.

O sucesso só veio aos 37 anos, em 1957, quando ele, contratado pela gravadora Odeon, gravou uma música – “Sonhando Contigo” – de sua autoria, mas a canção pela qual ele será sempre lembrado é “Alguém me Disse”, o maior sucesso de sua carreira fonográfica, lançada em 1960.

Depois de Anísio Silva, esse bolero choroso de Evaldo Gouveia e Jair Amorim já foi rebobinado por vários cantores e cantoras, entre eles Nelson Gonçalves, Alcione, Emílio Santiago, Maysa, Joanna, Agnaldo Timóteo e Altemar Dutra, o Trovador das Américas.

Anísio Silva deixou este mundo cruel em 1989, aos 69 anos, sem ter tido a oportunidade de conhecer a releitura de Gal Costa para “Alguém me Disse”, a versão preferida do meu amigo Tinhoso, regravada no disco Plural, de 1990.

E se não teve tempo para ouvir Gal, muito menos tempo teve para ouvir Ana Carolina dar uma nova roupagem a “Alguém me Disse”, em seu CD de estreia, de 1999. Menos ainda para ouvir a belíssima versão da cantora cearense Kátia Freitas, que regravou essa canção em 2011.

No vídeo, Gal Costa canta “Alguém me Disse”:

NETO & FELIPE ESTREIAM NO THE VOICE BRASIL VIRANDO AS QUATRO CADEIRAS DOS TÉCNICOS

Da jornalista Giana Rodrigues, assessora de imprensa da dupla:

Dupla de amigos de infância que nasceu e cresceu na cidade de Jales, interior de São Paulo, Neto & Felipe subiram ao palco de um dos maiores programas da televisão brasileira: o The Voice Brasil da TV Globo, que está em sua 11ª temporada.

Foram mais de 50 mil inscritos para esta edição do musical: “O fato de sermos selecionados para subir naquele palco já é motivo de muita gratidão. O Brasil é um celeiro de talentos e nos sentimos privilegiados por poder mostrar nosso jeito de fazer música em um programa para milhões de telespectadores”, relata Neto.

A novidade deste ano inclui a participação de Fátima Bernardes como apresentadora e os técnicos são Lulu Santos, Michel Teló, Gaby Amarantos e Iza.

Neto & Felipe trouxeram um clássico da MPB e da música caipira, “Cio da Terra” que é uma composição de Milton Nascimento e Chico Buarque foi gravada por Pena Branca & Xavantinho em 1987.

As quatro cadeiras viraram para a dupla: “Quando as cadeiras começam a virar é uma emoção indescritível”, conta Felipe.

 A apresentação da dupla nas audições às cegas aconteceu logo na estreia do programa, como primeiríssima voz, nesta terça dia 15, e Neto & Felipe escolheram Michel Teló como técnico para acompanhá-los. O programa será exibido às terças e quintas-feiras após a novela Travessia.

PAULINHO DA VIOLA – “DANÇA DA SOLIDÃO”

Deu no Brasil 247:

O cantor e compositor Paulinho da Viola, um dos mais consagrados sambistas do Brasil, completa 80 anos neste sábado (12).

Ele é uma das maiores expressões da Música Popular Brasileira. Violonista, cavaquinista, bandolinista, cantor e compositor de samba e choro brasileiro, é conhecido por suas harmonias sofisticadas e sua voz suave e gentil. É um dos baluartes da Escola de Samba da Portela.

No início de sua carreira, em 1963, foi na companhia do compositor Hermínio Bello de Carvalho ao Zicartola, bar e restaurante fundado por Cartola e a Dona Zica na Rua da Carioca que se convertera em um reduto de sambistas, chorões artistas, intelectuais e jornalistas.

Lá o jovem Paulinho acompanhava, no cavaquinho ou no violão, compositores e intérpretes e também se apresentando cantando músicas de outros autores e, após fazer um show com o compositor Zé Ketti, foi incentivado pelo mesmo a cantar suas próprias músicas no Zicartola.

Naquele início de carreira, Paulinho da Viola foi parceiro de nomes ilustres do samba carioca, como Cartola, Elton Medeiros e Candeia, entre outros. Ele se tornou um dos maiores compositores de samba, além de choros e se tornou uma das maiores expressões da Música Popular Brasileira.

Entre as melhores criações de um repertório imenso e belo, destacam-se Foi um Rio Que Passou Em Minha Vida, Timoneiro, Argumento, Dança da Solidão, Sinal Fechado, Pecado Capital, Sei Lá Mangueira, Meu Mundo é Hoje.

A notícia não informa, mas Paulinho da Viola (Paulo César Baptista Faria) herdou o talento de seu pai, César Faria, violonista do conjunto “Época de Ouro”. No vídeo abaixo, Paulinho canta “Dança da Solidão”, música de sua autoria lançada em 1972, no seu quinto disco, que está completando 50 anos.

Ele está acompanhado nos vocais por sua filha Beatriz e pelas cantoras Cristina Buarque, irmã do Chico, e Muiza Adnet. Eu não escrevi errado: é Muiza mesmo, apelido da Maria Luiza Adnet.

DISCRETA NA VIDA PESSOAL, GAL COSTA VIVIA COM EMPRESÁRIA DESDE 1998

Na foto, Wilma se despede de Gal Costa. Deu no GZH:

O corpo da cantora Gal Costa, ícone da música popular brasileira que morreu na quarta-feira (9/11), aos 77 anos, foi velado e enterrado nesta sexta-feira (11/11). 

O velório da artista aconteceu no Hall Monumental da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O corpo chegou ao local por volta de 6h, e a cerimônia começou às 9h. Gabriel Costa, de 17 anos, filho único de Gal, e Wilma Petrillo, viúva da artista, acompanharam todo o velório.

Desafiadora e inovadora em sua carreira, Gal Costa se reinventou diversas vezes como cantora. No entanto, a cantora sempre foi muito discreta quando o assunto era a sua vida amorosa. Por isso, muitos fãs podem não saber que Gal era casada com Wilma Petrillo desde 1998. Wilma, 72 anos, era também a empresária da artista e sócia dela em duas empresas.

O relacionamento das duas era discreto e a empresária preferia ficar nos bastidores, apesar de sempre acompanhar a esposa ao longo da carreira e em outros momentos. No perfil de Wilma no Instagram, ela postava algumas fotos de Gal e Gabriel. Imagens dos cachorros da família também aparecem.

Gal e Wilma já estavam juntas quando a cantora adotou Gabriel, aos dois anos. Hoje ele está com 17 e ela é considerada uma “segunda mãe” para ele.

Os três viviam juntos em um apartamento no bairro Bela Vista, em São Paulo, com dois cães da raça Golden Retriever, que a cantora afirmou tratar como filhos.

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