Blog do Cardosinho

A aparente calmaria desta sexta-feira, que começou chuvosa, não corresponde ao que está acontecendo nos bastidores da possível cassação da prefeita.

Os dois lados – Nice e Câmara – se movimentam nervosamente, enquanto aguardam, com ansiedade, pela manifestação do desembargador Gavião de Almeida, em cujo gabinete encontra-se o Agravo de Instrumento impetrado pelos advogados da prefeita, que pode suspender a sessão marcada para a segunda-feira.

Fontes ligadas aos advogados de Nice dizem que eles estão confiantes, mas não descartam a possibilidade de a liminar ser negada. Tanto que já estariam preparando outras defesas. Por outro lado, quem torce pela realização do julgamento e a cassação da prefeita, também está confiante, mas acha que, a essa altura, não se pode ter certeza de nada.

A única certeza é de que o desembargador deve dar uma decisão ainda hoje. Ou, no máximo, amanhã. Enquanto isso, a prefeita Nice segue desaparecida. Ontem, um oficial de justiça – com o objetivo de notificá-la judicialmente a respeito da sessão de segunda-feira –  a procurou em pelo menos três lugares: no gabinete, no condomínio onde ela mora e na residência da mãe da prefeita. E nem sinal da Ungida.

Sabe-se, também, que alguns interlocutores da prefeita estariam tentando virar o jogo politicamente. Eles já teriam procurado lideranças políticas e presidentes de partidos, como o PT, por exemplo, para sondar a possibilidade de um acordo. Analistas políticos locais avaliam, no entanto, que já seria um pouco tarde para a prefeita buscar acordos.

“Os vereadores chegaram a um ponto de onde não é possível recuar. Ou eles cassam a prefeita, ou perdem totalmente a credibilidade e encerram suas carreiras políticas”, sentenciou um atento observador da cena política local.

Uma coisa é certa: em ambas as trincheiras existe o consenso de que a batalha de hoje não define o ganhador dessa guerra política. Mas, uma vitória da tropa de Nice, por exemplo, causará uma certa frustração no exército contrário. 

E o Betto Mariano continua na cola da prefeita. Vejam o que ele postou em sua página, no Facebook:

O advogado Osmar Honorato Alves, que está defendendo a prefeita Nice Mistilides, passou o dia em São Paulo, onde, no final da tarde, ingressou com um Agravo de Instrumento junto ao Tribunal de Justiça (TJ-SP). Ainda não é possível saber o teor do Agravo, mas ele refere-se ao pedido de liminar indeferido pelo juiz da 3ª Vara de Jales, José Geraldo Nóbrega Curitiba.

O objetivo, claro, é impedir que a Câmara realize a sessão de julgamento marcada para segunda-feira. Resta saber se os argumentos do advogado da prefeita serão convincentes o suficiente para que o TJ-SP conceda a liminar negada por Curitiba.

Se tiver êxito, a defesa de Nice conseguirá adiar o julgamento na Câmara por mais alguns dias, mas não resolverá o caso em definitivo. Se não obtiver êxito, o advogado já teria um plano “B” preparado para tentar livrar o pescoço de sua cliente da guilhotina. 

O segundo sumiço da prefeita Nice Mistilides – o primeiro foi em novembro/dezembro – já chegou à imprensa regional e ganhou manchetes. No jornal diário O Extra, de Fernandópolis, a manchete diz que “Ninguém sabe, ninguém viu: a prefeita sumiu. Mesmo assim, pode ser cassada até sábado”.

Evidentemente que o jornal foi fechado ontem, antes da última alteração que remeteu o julgamento da prefeita para a segunda-feira, 16. De qualquer forma, a Ungida está mesmo sumida. O Extra diz que tentou um contato coma prefeita, mas ela estaria fora da cidade e incomunicável.

Hoje, este aprendiz de blogueiro fez uma incursão ao gabinete da prefeita, mas ela, novamente, não apareceu. Na antessala, algumas pessoas esperavam a vez de falar com a nora da prefeita, Angélica Boleta, que, pelo jeito, é quem está prefeitando. Sobre Nice, ninguém dá uma única informação.

Lá, como cá, a coleta de lixo foi contratada sem licitação e está dando o que falar. Ontem, durante a leitura do relatório de uma CEI que investigou as possíveis irregularidades na contratação e nos gastos com a coleta de lixo,  em Catanduva, o pau quebrou e um morador saiu da Câmara direto para o Pronto-Socorro.

Lá, como cá, a CEI pode descambar para um processo de cassação do prefeito. Vejam a reportagem do “Tem Notícias”, aqui.